terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Morning bouquet", de Alfred Guillou ...


Não as há

Não há palavras!
...

Que signifiquem
O que não pode significar.
Que expressem
O que só na bruta pele corta e queima.
Que verbalizem
O que um sentir não permite.
Que iluminem
Uma inexistente e negra Alma.
Que faça florescer
Uma brisa num rochedo.
Que leve a desabrochar
Uma esperança,
Num infinito deserto.
Ou que desaponte uma rosa
No alto mar.
...

Não há palavras!
...

Que silentemente,
Fale
Que inexistindo,
Expurgue,
a sua necessidade.
Que vivendo,
Postergue.
Que etéreas,
Não pesem toneladas
No fardo da minha consciência.
Que nada sendo,
Tudo sejam no meu Ser.
Não!

Não... as há!

(Poema de RFS)

Fonte: http://portuguesapoesia.blogspot.com/

Nenhum comentário: