terça-feira, 30 de junho de 2009

(Salvador Dali)

Reciprocidade ou Morte
Leonardo Boff

Desde que os seres humanos decidiram viver juntos, estabeleceram um contrato social não escrito pelo qual formularam normas, proibições e propósitos comuns que permitissem uma convivência minimamente pacífica.

Depois surgiram os pensadores que lhe deram um estatuto formal como Locke, Kant e Rousseau. Todos esses contratos históricos têm um defeito: supõem indivíduos nus e acósmicos, sem qualquer ligação com a natureza e a Terra. Os contratos sociais ignoram e silenciam totalmente o contrato natural. Mais ainda, a partir dos pais fundadores da modernidade, Descartes e Bacon, implantou-se a ilusão de que o ser humano está acima e fora da natureza com o propóstio de domínio e posse da Terra. Este projeto continua a se realizar mediante a guerra de conquista seguida pela apropriação de todos os recursos e serviços naturais. Atrás sempre fica um rastro de devastação da natureza e de desumanização brutal. Antes se fazia guerra e apropriação de regiões ou povos. Hoje conquistaram-se todos os espaços e se conduz uma guerra total e sem tréguas contra a Terra, seus bens e serviços, explorado-os até a sua exaustão. Ela não tem mais descanso, refúgio ou espaço de recuo.

A agressão é global e a reação da Terra-Gaia está sendo também global. A resposta é o complexo de crises, reunidas no devastador aquecimento global. É a vingança de Gaia.

Não temos outra saida senão reintroduzir consciente e rapidamente o que havíamos deixado para trás: o contrato natural articulado com o contrato social. Trata-se de superar nosso arrogante antropocentrismo e colocar todas as coisas em seu lugar e nós junto delas como parte de um todo.

Que é o contrato natural? É o reconhecimento do ser humano de que ele está inserido na natureza, de quem tudo recebe, que deve comportar-se como filho e filha da Mãe Terra, restituindo-lhe cuidado e proteção para que ela continue a fazer o que desde sempre faz: dar-nos vida e os meios da vida. O contrato natural, como todos os contratos, supõe a reciprocidade. A natureza nos dá tudo o que precisamos e nós, em contrapartida, a respeitamos e reconhecemos seu direito de existir e lhe preservamos a integridade e a vitalidade.

Ao contrato exclusivamente social, devemos agregar agora o contrato natural de reciprocidade e simbiose. Renunciamos a dominar e a possuir e nos irmanos com todas as coisas. Não as usamos simplesmente, mas, ao usá-las quando precisamos, as contemplamos, admiramos sua beleza e organicidade e cuidamos delas. A natureza é o nosso hospedeiro generoso e nós seus hóspedes agradecidos. Ao invés de uma tregua nesta guerra sem fim, estabelecemos uma paz perene com a natureza e a Terra.

A crise econômica de 1929 sequer punha em questão a natureza e a Terra. O pressuposto ilusório era de que elas estão sempre ai, disponíveis e com recursos infinitos. Hoje a situação mudou. Já não podemos dar por descontada a Terra com seus bens e serviços. Estes mostraram-se finitos e a capacidade de sua reposição já foi ultrapassada em 40%.

Quando esse fator é trazido ao debate na busca de soluções para a crise atual? Somos dominados por economistas, em sua grande maioria, verdadeiros idiotas especializados – Fachidioten - que não vêem senão números, mercados e moedas esquecendo que comem, bebem, respiram e pisam solos contaminados. Quer dizer, que só podem fazer o que fazem porque estão assentados na natureza que lhes possibilita fazer tudo o que fazem, especialmente, dar razões ao egoismo e às barbaridades que a atual economia faz prejudicando milhões e milhões de pessoas e que vai minando a base que a sustenta.

Ou restabelecemos a reciprocidade entre natureza e ser humano e rearticulamos o contrato social com o natural ou então aceitamos o risco de sermos expulsos e eliminados por Gaia. Confio no aprendizado a partir do sofrimento e do uso do pouco bom senso que ainda nos resta.

O teólogo Leonardo Boff é autor de Responder florindo. Da crise de civilização a uma revolução radicalmente humana. Garamond 2004

Enviado por Flávio Lúcio

Adriano Lucena de volta



Ipaumirim. TV
...no ar em julho...



Orientação

Quando escreveres minha história...
Não te detenhas nos ditos, pleonasmos e vocativos.
Leias-me as ausências, silêncios
- verbos indevidos.
As pausas pau-sa-da-mente repetidas
preenchendo lacunas do não-vivido.
E as coisas ver-da-dei-ra-mente fingidas que,
ja-mais, ousaria dizer!...
.
Hercília Fernandes


Fonte: http://leonorcordeiro.blogspot.com/
do site: http://twitpic.com/8mc19


Reunião de família
Liberato Vieira da Cunha


O bom das festas de família são as pequenas inconfidências que surgem, antes acobertadas por séculos de cúmplices silêncios.
São a alegria do reencontro, após um mês, um ano, uma eternidade de distanciamento.
São o sentimento de que todos pertencem a um condomínio de lembranças compartilhadas.
São os mínimos segredos, antes mais ou menos ocultos, e de súbito divididos em sua inteira verdade.
São a sensação de que todos pertencem a um mesmo acervo de experiências que precisa ser reaprendido.
São a terna consciência de que, apesar da diáspora, nunca realmente nos apartamos.
São a redescoberta de recordações compartidas e desde muito caladas.
São a doce atmosfera de união na diversidade, pois há tanto separados somos no fundo iguais.
São as vivências repartidas de acontecimentos que entendíamos independentes.
São as alegrias esquecidas e que, sem aviso, voltam a tocar nossos corações.
São os netos que nascem, os filhos que se tornam adultos e a tia que tem 85 anos e a alma de uma menina.
São os sorrisos e as palavras dessa tia, que tornam presente o passado mais-que-perfeito.
São os simples olhares em que há todo um entendimento.
São a noção mágica de pertencer a um clã, a uma comunidade de afetos.
São as vozes e os risos que dão existência aos seres e às coisas.
São a reinvenção de muitas vidas, até ali dispersas, até ali reencontradas.
São a nua síntese de uma comunhão de caminhadas paralelas.
Assim são as festas de família: a reconstrução do que o tempo nunca poderá destruir.

Fonte:http://entrelacos.blogger.com.br/

domingo, 21 de junho de 2009

Deu saudade

som do domingo

cante


Resposta ao Tempo
Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Seleção do PREVEST em IP


Acontecerá dia 17/06/2009 na Escola Dom Francisco de Assis Pires a seleção do PREVEST, prova objetiva contendo questões de Português e Matemática. Participarão da seleção os alunos matriculados no cursinho que não estão cursando o 3º ano do Ensino Médio na referida escola.

IP fora do campeonato


O Ipaumirim está fora depois da derrota, pois o último jogo do Grupo "A" não favorece, qualquer resultado o tira da disputa.

INTERMUNICIPAL - A rodada deste fim de semana foi "enxuta", com apenas três jogos realizados, dois do Grupo "A" e outro da chave "D".
A artilharia da competição continua com os jogadores Wilker (Chorozinho) e Valdeke (Independência)

RESULTADOS__13/06

CEDRO 0 x 1 ICÓ

ATLÂNTICO(FORT) 0 x 3 ITAPAJÉ

IPAUMIRIM 2 x 3 TABULEIRO DO NORTE


Fonte: http://www.icoenoticia.com/

TCU quer mudar regras de distribuição de recursos do FPM para municípios

O rateio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) não potencializa a sua capacidade de redistribuição de renda, beneficiando indistintamente os municípios pequenos, sejam eles pobres ou ricos. A conclusão é de uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O estudo mostra que cidades do Nordeste com população de 25 mil habitantes, com índices de desenvolvimento humano (IDH) próximos a 0,5 (semelhantes aos do Cambodja e do Paquistão), recebem R$ 300 per capita, enquanto municípios de 2 mil habitantes do Sul, com IDH superiores a 0,8 (considerados altos), recebem R$ 1,6 mil per capita. Ou seja, cinco vezes mais.
Os critérios de distribuição dos recursos causam situações injustas até dentro de um mesmo estado. O menor município do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é Borá (SP), com 804 habitantes. Ele recebe um valor de FPM igual ao repassado a Vera Cruz (SP), que tem 10 mil habitantes: R$ 3,6 milhões. Portanto, Borá contou com R$ 4,5 mil per capita para prestar serviços à sua população, enquanto Vera Cruz teve R$ 366. Para realizar o estudo, o TCU dividiu a população brasileira em quatro porções.
Na primeira parte, ficaram 4.521 municípios com população entre 804 e 29 mil habitantes. Verificou-se que o valor médio per capita de FPM recebido pelas cidades dessa primeira porção é de R$ 473, mais do que o dobro do valor médio nacional, de R$ 230.

Fonte: http://lindomarrodrigues.blogspot.com/

IP na lista

Pelo menos 73% dos municípios brasileiros têm alguma irregularidade com a União. Das 5.562 cidades do país, 4.080 estão com o nome registrado no Cadastro Único de Convênios (Cauc). Elaborado pelo Tesouro Nacional, o cadastro contém a relação de municípios e Estados que estão em dívida com o governo federal. Esses municípios são impedidos de receber transferência voluntária da União. Ou seja, não podem assinar convênios para obter recursos. Bancos usam o Cauc como um dos critérios para decidir se concedem empréstimos para governos. Treze itens são avaliados para a inclusão no Cauc. Os principais são cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, aplicação de recursos em saúde e educação, elaboração do relatório de gestão fiscal e adequação às normas da Previdência.Dezoito estados estão no Cauc. São eles: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. Há 16 capitais irregulares: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
Quer saber a situação de Ip?
Entre no site:
"O CAUC não é um cadastro de inadimplência nem tem poderes ou atribuições legais para tornar qualquer ente inadimplente. Ele é um instrumental facilitador disponível às partes, ao concedente e ao convenente, no momento da formalização do convênio e do recebimento dos respectivos recursos. Sem essa ferramenta, o convenente teria que apresentar toda a documentação comprobatória na forma impressa, em papel, dificultando o trabalho dos gestores, além de ser uma ação burocrática. Portanto, o CAUC facilita os atos administrativos dos gestores públicos federais na verificação do cumprimento das exigências legais. Sua natureza é tão-somente informativa. "

Domingo memorioso: Família Henrique

Domingo Memorioso traz a descendência de Cícero Bento e Nena. Assim, os nossos leitores mais velhos poderão lembrar os amigos e conhecer as cincos gerações que formam a família que com eles se inicia. Os mais jovens poderão conhecer um dos troncos familiares de Ipaumirim, a ascendencia dos seus amigos e um pouco da evolução do próprio município através da trajetória das famílias. É possível que eu tenha trocado algum dado porque conheço bem até os netos. A partir daí, pesquisando nos orkuts da família, fui montando a descendência. Por favor, podem corrigir os equívocos que eu fico agradecida.


Nena e Cícero Bento

domingo, 14 de junho de 2009

2a. geração: Filhos: desde sempre, a grande missão

Blandina (aos 3 anos)

Blandina e Ivone Souza

Formatura de Blandina


Zé Henrique


Zé Henrique (85 anos)


Zé Henrique e Blandina


Zé Henrique e Blandina


D. Ivone Souza (esposa de Zé Henrique)


Blandina e Zé Gonçalves


Blandina e Zé Gonçalves

Cícero
(filho adotivo)
(Que pena que não consegui foto de Vilany)

3a. geração: "netos são filhos com açúcar"

Gonçalo (filho de Blandina)
com mulher (Edilane) e filha (Lana)

Blandina e Jair (filho de Zé Henrique)
Strauss, Jane e filhos

Strauss e Lora


Geysa e Gisele (filhas de Zé Henrique)

4a. geração: a vida renasce

NETA DE BLANDINA

Lana (filha de Gonçalo)


NETOS DE ZÉ HENRIQUE

Rubinho (filho de Jair)
com Athirson e Amanda

Jair (filho de Strauss)

Wargla e Strauss Filho (filhos de Zé Strauss)
com o avô Zé Henrique

Henrique (filho de Zé Strauss)

Bruno (filho de Gisele) e Paulinha (filha de Geysa)

5a. geração: para o futuro que vem

Jair (filho de Rubinho)

João Lucas (filho de Strauss Filho)

Enzo (filho de Strauss Filho)


Ester (filha de Wargla)

Ana Beatriz (filha de Wargla)

sábado, 13 de junho de 2009


Não consigo entender a mania das pessoas que se perdem nas interpretações quando as decisões alheias fogem do seu controle e dos seus projetos. Parece até que você é casada com as expectativas alheias. Que mania de aprisionar o mundo aos proprios desígnios. Um mísero não parece ter o peso de um abandono de lar. Que saco! Voei.........

Ow vidãoooooooo




sexta-feira, 12 de junho de 2009


Ter ou não ter namorado, eis a questão
Artur da Távola

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

segunda-feira, 8 de junho de 2009


Tá duro pra se desligar de um monte de coisas mas aos poucos vou me curar da síndrome da onipotência. Quando eu aterrissar, volto ao blog com periodicidade. Por enquanto, só fico passando, de leve, para não ficar longe de vocês. Inté, ML

Pequenos prazeres da vida


DANUZA LEÃO

Quando telefona aquele amigo que você adora, e diz "vou já para aí". E, quando chega, te dá um grande abraço.

A VIDA nos dá muitos prazeres, ah, isso dá. Dos mais simples aos mais sofisticados, dos singelos até aqueles que você batalha uma vida inteira para conseguir; no tema, é claro que dinheiro ajuda, e quem disser que não, está mentindo.

Um dia, em pleno Taiti, uma milionária surtou e começou a gritar "pra que dinheiro? As melhores coisas do mundo, como esse céu, esse sol, esse mar, não custam nada"; aí, alguém deu logo o troco: "É, mas para chegar aqui você gastou US$ 6.000 de passagem e seu hotel custa US$ 850 por dia". Foi um silêncio total.

Mas existem prazeres que não custam nada. Quando telefona aquele amigo que você adora, e diz "vou já para aí, estou louco para te ver". E, quando chega, te dá um grande abraço e diz que você está mais bonita do que nunca, tem melhor?

E quando seu filho liga e diz "estou com saudades", sem nenhuma segunda intenção - descolar uma grana, por exemplo -, tem alguma coisa que faça seu coração mais feliz?

Existem ainda outros tipos de prazeres que não custam nada, e que também são maravilhosos, como estar rodeada de pessoas felizes. Convenhamos: ser feliz sozinha não tem tanta graça, bom mesmo seria saber que o mundo inteiro está feliz -mas aí já é meio difícil.

Mas há também alguns prazeres que são de uma mesquinhez horrenda: quando entra na festa a ex do seu atual, por quem ele ainda baba, sem perceber que a pestana postiça do olho esquerdo está caindo; tem melhor? Avisar, nem pensar: é um prazer legítimo, e Deus, se fosse mulher, compreendia e perdoava.

Gente que estuda com sacrifício e um dia consegue se formar -emprego depois é outra história-, não é o máximo? E gente que luta com um monte de concorrentes e consegue vencer, seja no esporte, seja no trabalho? Sim, porque o importante não é competir e sim vencer, quem não sabe?

Existem coisas muito boas na vida -umas importantes, outras bem bobas. Um copo de cerveja gelada tomada de um gole só, numa tarde de calor; cheiro do carro novo; a empregada nova, quando você percebe que ela acertou com o tempero; o resultado do exame que diz que sua saúde está ótima; são sensações maravilhosas, de tão boas.

Mas tem uma coisa idiota, que para mim é das melhores: é quando eu estaciono meu carro numa rua e aparece, vindo das trevas, o flanelinha, já com o polegar para o alto. De medo que ele arranhe o carro, eu, com ódio, retribuo com o mesmo gesto: está selado o contrato.

Duas horas depois, eu volto, não vejo ninguém, e quando vou saindo de fininho, rezando para ele não aparecer, ouço um assovio: é ele, o flanelinha, correndo pela rua para me alcançar.

Tudo bem, R$ 2 não vão me fazer mais pobre, mas é uma delícia, quando dá tempo de escapar. Quando me acontece, eu me sinto a mulher mais feliz do mundo.

domingo, 7 de junho de 2009


Valeu, Luiz! Sucesso sempre.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

do blog Querido leitor:

Tudo que eu preciso


O possível


Tentar fazer o melhor, sempre. Mas lembrar que só dá para fazer o que é possível. E que o resto fica no departamento de sonhos, esperanças e ilusões. Todos os dias eu olho minha agenda, minha caixa de emails, a bagunça no escritório e penso: não estou dando conta de tanta conta. Mas não desisto de tentar e vou tentando dar conta do que posso. Pelas minhas contas estou em débito com muita gente.
Peço desculpas por isso.
Mas é o fato de ser limitada que me torna humana e é o fato de ser humana que faz com que eu continue tentando.
Confuso, não? Como a vida!
Bom dia.

Rosana Hermann


Ainda bem que não sou só eu que estou assim. Eu já estava pensando que ia surtar. Xô onipotência, eu sou normaaaaaaaaaaaallllllll.

ML

terça-feira, 2 de junho de 2009

Um dia vc perde a paciência


Pois é, ontem, eu perdi. Melou. Sabe aquele dia que o ponteiro da bússola aponta norte e, de repente, você vai à direção sul? Sem alternativa. Relaxe. Deixe o mundo cair, virar pelo avesso. Esqueça. Corra porque o dia não é seu. Vá pra casa, tome um banho morno e vá para a TV esperar a novela. Are baba!
Um dia vou escrever uma odisséia: eu e meus pcs. Digo meus porque aqui em casa troca-se mais computador do que liquidificador. Eu fico sem querer gastar grana pra comprar um novo e tome stress! Até que um dia não agüento mais. Pronto. Comprei. Para não dizer que não sou moderna cometi a loucura de comprar pela internet na loja virtual da Wal Mart. Tome confusão. O troço é de uma tal de marca Qbex que é um trambique só. Vc não consegue se comunicar com ela e a Wal Mart faz propaganda enganosa vendendo uma coisa dizendo que tem garantia e não tem. Na hora do vamos ver, ela cai fora que o problema não é dela. Por esta lógica, qualquer um pode vender armas, drogas, mulher, criança, o que quiser. Se a polícia encontrar, o problema é de quem comprou e de quem fabricou mas nunca de quem vendeu. Se a moda pega...
Abstraí. Resolvo depois.
Fui à Oi reclamar de meu telefone fixo, mudo há mais de oito dias depois que eles fizeram um conserto na rede. Como o call center deles não atende e quando atende fica jogando com você, resolvi ir pessoalmente a tal loja que fica num lugar que é preciso boa vontade e fé para encontrar. Prestei a queixa, rodei a baiana. Quando cheguei em casa, o telefone estava funcionando.
Saio da Oi, já de ovo virado - apesar de não ter ovo - e vou ao Banco do Brasil. Aí, foi a glória! Gente, eu preciso contar porque vivem reclamando do SUS e não descobriram ainda que o SUS atende melhor que o Banco do Brasil. Fui com minha filha abrir uma conta universitária. Eram 2.30 da tarde e lá estava eu sentadinha com a minha senha na mão. 109. Mais ou menos às 5 horas da tarde, os funcionários se levantaram e ficou apenas uma moça no atendimento. Aguardamos e nada. Fui falar com o chefe do setor e ele me deu uma resposta primorosa:
- "Sinto muito, o horário deles acabou. Não posso fazer nada se a empresa não paga hora extra. Agora vocês vão ter que esperar que alguém de outro setor termine o que está fazendo para atender vocês."
Minha ficha era 109, já tinha sido distribuída até 124 e parou na 97. Ponto final. A bruxa já estava solta mesmo, eu chutei o pau da barraca. Dali mesmo liguei para a ouvidoria do banco, registrei a ocorrência, peguei o protocolo e pensei: o bicho vai pegar. Do Banco Central à DP, todo lugar é lugar. Pois não é que apareceu funcionário para atender!? Até gerente geral pintou no pedaço. Pena que grande parte dos clientes que esperaram a tarde inteira foram embora conformados e sem atendimento.
Chegando em casa, jantei, assisti a novela e fiz as pazes comigo mesma.
ML.