segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ENEM 2011


Quer dizer que quem estudou e acertou parte das perguntas que foram anuladas no ENEM vai pagar a conta dos que tiveram anteriormente informação privilegiada ?

Cine Ipaumirim: Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos

AVE MARIA OU MÃE DOS SERTANEJOS
Camilo Cavalcante. Doc. 35mm.12’. Cor. PE. 2009

Um registro poético do imaginário popular do Sertão, às 18 horas, quando toca na rádio a Ave Maria Sertaneja, interpretada por Luis Gonzaga.

FICHA TÉCNICA:
Roteiro: Alax Conceição, Avelino dos Santos,Betânia de Souza, Camilo Cavalcante, Carlinhos Martins,Cila Pinto,Heloysa Dayana, Janaina Bezerre, Jesebel Bezerra, Kelly Oliveira,Natiele de Terto, Renan Domingos,Reydievila Silva, Sônia Ferreira
Direção de Produção: Stella Zimmerman
Direção de Fotografia: Belo Martins
Montagem/Edição: Caio Zatti
Som Direto: Nicollas Hallet
Empresa Produtora: Aurora Cinema

PRÊMIOS:
-42° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – Melhor Filme, Melhor Fotografia e Melhor Som.
-5º. Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual-Melhor Filme, Melhor Fotografia e Menção Honrosa Don Quixote (concedido pela Federação Internacional de Cineclubes.

CONTATO:
auroracinema@gmail.com

31 de outubro: aniversário de Carlos Drummond de Andrade

Belíssimo

domingo, 30 de outubro de 2011

Mambo



Na casa do meu tio Luiz tinha um long play de Perez Prado que tinha essa música. Eu era criança e adorava escutar.

Vallenato colombiano

SONHOS! QUEM AINDA OS TEM?


A realidade tempo é uma só: o presente! O passado já veio e se foi, logo, não existe mais. O futuro ainda não veio, logo não existe ainda. Mas... faz mal sonhar com ele? Eu, particularmente, considero-me um sonhador. Desde criança, tenho sonhos mirabolantes para o futuro. Com fértil imaginação, faço planos e crio enredos rocambolescos, às vezes eróticos, dos quais sou sempre o protagonista. Luther King dise que tinha um sonho. Eu tive vários.

Meu primeiro sonho foi o de ser bailarino. Aos dez anos assisti, no cinema de meu pai, a um filme onde um cara dançou o Bolero de Ravel. Encantei-me. Minha mãe colocava na vitrola, um disco daqueles de 78 rotações que tocava uma música chamada “Num mercado persa” e eu começava a voltear, achando que era bailarino. Acho que eu estava mais para odalisca. Tinha também a suite de “O quebra nozes” e eu saia pela sala, volteando-me nas pontinhas dos pés, achando que era o Baryshinikov. Minha mãe, para quem todos os filhos eram gênios precoces, sempre que chegava alguma visita, punha para tocar o tal disco e fazia-me dançar, o que foi motivo de muita gozação de meus colegas na escola. Meu pai, como sempre sábio, fez-me desistir de tal sonho, mostrando-me que certas discrepâncias anatômicas, tais como pernas curtas e barriga avantajada, não se coadunavam com a artwe terpsicoreana. Desisti da dança e comecei a pensar em ser inventor. Na escola a professora tinha falado no Santos Dumont, mas quando eu soube que ele se suicidara, desisti logo.

Aos doze anos, achei lá nas estantes, alguns livros de Collete no original, herança de meu avô. Chéri foi o que gostei mais. Imaginando a vida daqueles parisienses descritos por Collete, comecei logo a sonhar em ser gigolô, mas outra vez, prevaleceu a sabedoria de meu pai, ainda com as tais discrepâncias anatômicas. Disse-me ele que haviam problemas dimensionais: excesso de centimetros na circunferência abdominal e falta dos mesmos nas partes íntimas. Disse-me ele que eu sofria de “ribeirismo”, peculiar caracterisica genética dos homens de nossa família. Desisti.

Já nos “teen”, fazendo o curso secundário em Uberaba, depois de ver Mário Lanza em o “Grande Caruzo” e Howard Keel em “Rosemary”, cismei de ser cantor lírico. Fui matricular-me no conservatório musical. Sonhozinho chocho este de ser cantor. Durou pouco. Assim que o professor ouviu minhas primeiras notas, fez-me desistir, dizendo que minha voz não servia nem para xingar juiz no futebol. Pensei também em ser autor e ator de sucesso, mas faltou talento. Cheguei a fazer certos papéis em algumas peças, quando pertenci a um grupo de teatro amador em Uberaba, mas surgiram outra vez aqueles probleminhas anatômicos. Meus colegas diziam que os papéis ideais para mim seriam Ricardo III ou Quasimodo.

Entre o penúltimo e o último ano meu na faculdade, quando vim passar as férias com os meus, tive sonhos fantásticos, fantasiosos e até libidinosos, que aconteceram comigo dormindo ou acordado. Nessa época, meus autores prediletos eram Pittigrilli e Zola. Anais Nin, andei lendo também. Quando cheguei, para as férias, notei que a casa em frente à nossa, estava ocupada por gente que eu não conhecia. Fiquei sabendo que era um professor de matemática novo, casado e com um filho ainda nenem. Uma tarde, estando eu sentado na cadeira do alpendre, senti ferir minhas narinas o adocicado aroma de sabonete. Olhei para a casa em frente, à uns 12 metros de distância e vi a mulher do homem, rindo e fazendo carinhos no bebê. Virgem santa! Que visão! Ela tinha acabado de sair do banho, ainda tinha os cabelos molhados, negros, sobre uma pele alva e lisa, uma sílfide!

Todos os dias, à mesma hora, ela repetia aquele ritual e eu lá, sentado com um livro na mão, fingindo ler e imaginando coisas. Foram dois meses de sonhos torpes, pecaminosos e dado às circunstâncias, impossíveis. Dormindo ou acordado eu imaginava aventuras e situações libidinosas que quase me enlouqueciam. Finalmente, acabaram-se as férias, voltei para Uberaba e desisti de tais anelos. Se desejar a mulher do próximo for realmente pecado, o inferno me aguarda Nunca tive os tais sonhos de consumo. Sendo adepto do existencialismo sartriano, valorizo mais o ser do que o ter, sempre considero propriedades e bens materiais, desnecessários. Mas bem que eu gostaria de ter um iate, uma cobertura na Vieira Souto, um castelo na Riviera Francesa. Meu maior sonho, ainda vive e tenho convicção que um dia vou realizá-lo: reger uma orquestra sinfônica! Mesmo sem nem saber onde se assina a clave de Sol ou o que é um bemol.

Euripedes Ribeiro de Sousa
Fonte: http://blogln.ning.com/profile/EuripedesRibeirodeSousa

Polêmica: Kit gay




Protocolos dos sábios do Sião, aqui, não!

Katarina Peixoto

Há uma grande conspiração em curso no Brasil. Trata-se da conspiração do PT e da esquerda em geral para assaltar o bolso das famílias, para imporem um modo politicamente correto de pensar, para censurarem o machismo, a homofobia, o sexismo e o nosso direito de andar armados. Essa gente quer assaltar os cofres públicos para nos fazer pagar impostos, com os quais eles só fazem roubar e enriquecer, enquanto eu me sinto vilipendiado e cada vez mais envergonhado. Nunca houve tanta corrupção neste país, nunca. É aquela coisa do pobre que jamais teve algo e que agora se lambuza, minha avó já dizia. Aqui, comediante é levado a sério, só porque é fascista, homofóbico, machista e age contra a lei, enquanto os políticos, ah, os políticos, esses seguem sem ser levados a sério. Por isso eu gosto mesmo é do Bolsonaro, inclusive. Ele vem sendo vítima do festival de autoritarismo e corrupção que assolam este país. Esses petralhas que estão mais preocupados em atacar a liberdade de imprensa do que em governar o país. Sim, porque o país só vai bem graças a Fernando Henrique, que não fosse ele, esses petralhas iam ver. O PT não faz nada que preste e só rouba o nosso dinheiro. O filho de Lula é milionário, Dilma sabe e acoberta Orlando Silva, aquele moleque safado que está podre de rico, caiu porque é culpado, óbvio.

Outro dia um jornal muito importante disse no seu editorial que o país precisava de uma limpeza ética! Eu concordo! Cresce no país a consciência de que chega de tudo isso que aí está! E ainda querem mais imposto para a saúde, e fraudam até provas de ensino médio, que são de alta importância para os nossos filhos! Como eles terão certeza de que entrarão por seus próprios méritos na Universidade? Não basta ter direitos negados pelas vagas dadas de presente – às nossas custas – a quem se diz negro (como se houvesse racismo no Brasil, ora essa!), aos desqualificados das escolas públicas e, pasmem, para indígenas. Chega! Está na hora da nossa marcha, da marcha pela dignidade, contra essa gente que quer mandar em nós, que quer controlar o nosso modo de pensar, que pretende ganhar dinheiro às minhas custas e fazer demagogia com os impostos que eu e minha família e você paga!


Diariamente a Carta Maior recebe comentários de leitores que compartilham o balaio de enunciados contraditórios acima. Essa babilônia de crenças incompatíveis, que não sobrevivem a um inquérito minimamente lógico a respeito da relação entre uma e outra reina na mídia e, até aqui, parece apavorar setores poderosos do governo. Trata-se de uma onda de depravação consciente e deliberada, que convida a barbárie para uma grande orgia semântica, voltada para criar uma farsa. Não porque é contra o PT ou o governo ou a esquerda. A farsa está na invenção de um inimigo a ser revelado e denunciado como responsável pelas ameaças e fragilidades que o poder vem enfrentando. Mas que poder? O da mídia, o do tal do PIG, o da CIA e do FMI? E que fragilidades?

O Protocolo dos Sábios de Sião é uma farsa criada por um serviçal do Czar Nikolai II para tentar, sem sucesso, enfrentar as ameaças ao seu poder. Essa farsa, da virada do século XIX para o XX, denuncia a existência de um grupo de judeus que se reúnem e deliberam como controlar o mundo. Eles traçam planos e estabelecem metas para a empreitada. O texto é tão autêntico que todo judeu denega a sua veracidade, revelando, assim, a sua força, dizem as sumidades de todo tipo que acreditam nessa mentira.

O modelo desse embuste é muito simples e imbecilizante: ele mobiliza o medo do lobo mau que habita as memórias infantis apontando um inimigo ao mesmo tempo genérico e específico que introduz, contamina e assegura a permanência de todo o mal na floresta, quer dizer, na sociedade. Na Rússia czarista, eram os judeus. Depois, no nazismo, eram os judeus comunistas, porque, como se sabe, a Revolução de 17 foi coisa de judeu, segundo nos disse Hitler, o sábio. Já na década de 30, quando as trevas do stalinismo assaltaram o Partido Comunista, os Protocolos foram recuperados, porque ali estariam claros os planos trostskistas – portanto judeus – para atacar o guia dos povos.

Quando os delinquentes argentinos que agora estão sendo condenados (finalmente) deram o golpe de estado em 1976, com a missão de exterminar a esquerda, usaram essa bíblia de oligofrenia e irracionalidade para levarem a cabo o extermínio de aproximadamente 30 mil pessoas. Talvez fosse o caso dizer que, no caso da Argentina dos anos Videla-Massera – com o auxílio de refugiados nazi –, da Alemanha nazista e da barbárie stalisnista os tais sábios de Sião tenham aumentado um pouco o número. Porque somando esse horrores se chega na casa dos milhões de “sábios”. Mas não é o caso dizer, quando se respeita a verdade e a razão que viabiliza o seu acesso.

A Política e a inocência são e devem ser inimigas desde a gestação. Disso obviamente não se segue que a Política seja coisa de bandidos; só as pedras são inocentes, disse Hegel, dessa vez com razão: disso se segue que a defesa da inocência é a defesa de uma quimera, não apenas do reino que seria próprio às coisas do poder, mas do da razão. A origem da reclamação de inocência e pureza no mundo está na crônica mítica do pecado original, a primeira corrupção que teve sua CPI vendida pelo governo de Deus, no caso em tela.

Até hoje há gente séria da teologia que debate se Adão levou a serpente a sério por curiosidade intelectual ou por desejo. A primeira vertente de interpretação defenderia que o livre arbítrio dos homens deriva da sua racionalidade; a segunda vertente, que deriva do seu desejo. Mas a coisa mais importante é que a liberdade dos homens, na qual, aliás, veio a se fundar a Política, não deriva nem pode derivar da inocência. Já na sua origem, a liberdade tem a ver com as condicionalidades da contingência.

É claro que não é por isso que o Ministro x ou y cai ou não; por isso se torna evidente, apenas, que a gritaria por inocência não é nem pode ser inocente: ou tem alguma racionalidade, ou tem um desejo incontrolável. Em ambos os casos, é o poder, e não a inocência e a pureza de intenções, que organiza a sua inteligibilidade.

Essas observações também vigoram quanto ao PT e aos seus aliados, em tempo. Não são poucos os que se lembram dos anos 90, no Brasil. Mas eu lembro como se fosse ontem do quanto me indignava com o PT, com o PCdoB e com muitos outros da oposição ao governo Fernando Henrique e Paulo Renato, no MEC de então, naqueles anos tristes. Enquanto a Vale do Rio Doce era entregue à iniciativa privada com financiamento do BNDES, enquanto a CSN e as companhias de energia elétrica eram entregues, enquanto bancos públicos estatais eram praticamente doados, enquanto tudo isso acontecia com o discurso de que era para se qualificar o Estado e este, no período em que o dinheiro das supostas vendas de patrimônio público deveriam estar entrando nos seus cofres, definhava, com os banheiros nas universidades fedendo e os professores doutores ganhando salários ridículos, o que fazia a esquerda, em geral?

Denunciava a corrupção e berrava por CPIs, no Congresso. Eram poucos os que, à esquerda, investigavam e buscavam, amiúde, diagnosticar a destruição que estava em curso no país e que apontavam as dificuldades que viriam pela frente, não apenas para um eventual governo do PT, mas para o país mesmo - este que não se resume ao bolso e ao imaginário classe média cuja vida é do tamanho do sábado com uísque e os amigos, para reclamar do que a revistinha semanal declara.

No início dos anos 2000 e no começo da primeira gestão de Lula na presidência ficou claro que essa tática tinha sido inconsequente: a destruição do Estado, o definhamento da República e o sequestro de seu financiamento pela política parasitária do sistema financeiro causaram uma gigantesca confusão em muitos que, como eu, tinham apostado na interdição do horror que assolou o país nos anos 90. A confusão não acabou, mesmo que muito daquele horror tenha sido revertido, pelo menos quanto ao futuro ou às gerações posteriores às dos beneficiários do Bolsa Família, quanto ao futuro da pesquisa, da Universidade, da ciência, do financiamento público-estatal por meio dos bancos públicos do Estado, do PAC, do Minha Casa, Minha Vida, da redução das desigualdades, enfim, de tudo isso que se tornou o Brasil, dos últimos 6 anos para cá, ao menos.

E qual é a inconsequência, mesmo? É trazer a farsa dos Protocolos dos Sábios de Sião para a cena Política. A inconsequência, que emergiu na mais regressiva e violenta campanha eleitoral da jovem democracia brasileira, em 2010, é convidar o adão de antes da maçã para juiz das coisas do poder. Pouco importa que ditadura alguma leve a sério a pesquisa e a universidade, como se leva a sério no Brasil, hoje. Não interessa à imbecilidade que não entendeu o que aconteceu há quinze anos, saber o que realmente aconteceu no Ministério dos Esportes hoje ou no do Planejamento, em 1995. Pouco importa que haja emprego e que as crianças pobres do Recife não expilam lombrigas pela boca nos sinais de trânsito. Nada importa que a abundância tenha se tornado regra até para a classe média, mesmo que nos cartões de crédito. Não se preocupam com o valor, sobretudo nas próprias vidas, do automóvel, desde que se angustiem com os impostos a pagar. Desde que os Sábios de Sião sejam os culpados.


É desnecessário e inútil dizer o quanto esse convite à orgia semântica dos Protocolos dos Sábios de Sião é depravado e perigoso. É desnecessário porque na mídia das oito famílias abundam declarações com documentos e atas das reuniões dos Sábios que conspiram para prejudicar as pessoas de bem deste país. E é inútil porque parte do PT aceitou esse convidado indecente, o adão de antes da maçã, para juiz da Política. Então, não é útil, aqui, lembrar que não adianta denunciar a mídia das 8 famílias, nem lembrar que houve, sim (mesmo que seja verdade), um gigantesco e brutal saque do erário no processo de privatização. Não se combate a criação de monstros com uma briga de arquibancada. Na melhor das hipóteses, a briga contra o tal do PIG enche o saco de quem pensa e quer saber o que diabos está acontecendo, até mesmo quando não se tem mais muita esperança de que se vai, afinal, ter alguma ideia do que realmente ocorreu com aquela licitação ou com aquela fraude declarada numa manchete daquele panfleto com papel jornal.

A história dos Protocolos dos Sábios de Sião não parece nem próxima do fim, mas isso não implica que o seu uso seja ou deva ser triunfante. Porque a única vitória dessa irracionalidade é a destruição e o empobrecimento, a morte e a barbárie. No início dos anos 2000, o Rio Grande do Sul foi sequestrado pelos profetas que denunciavam uma grande conspiração petista para destruir a propriedade, os valores das famílias de bem e as mentes das criancinhas. O que aconteceu aqui não se compara à tragédia argentina nem ao horror alemão e nem mesmo ao stalinismo, obviamente.

Mas é um bom exemplo de um estado que, “livre dos Sábios de Sião”, empobreceu, destruiu suas escolas, sucateou os serviços públicos, empobreceu no campo e dilacerou-se nas cidades, com o aumento da violência e do tráfico. É um exemplo de emburrecimento midiático, de estupidez cultural, de indigência literária, de depauperamento geral.

Não dá para dizer quem é o Nikolau II da vez, no Brasil. Quem está exatamente frágil e quem se sente ameaçado, porque a confusão não é pouca e porque o governo não parece estar contribuindo muito para elucidar o estado do que é racional e do que não pode sê-lo. Mas dá para dizer, e se deve dizer, que essa imbecilidade dos balaios de crenças contraditórias e incompatíveis deve ser combatida.


Aqui, na Carta Maior, essa farsa não tem vez.

Katarina Peixoto é doutoranda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fonte: www.cartamaior.com.br

sábado, 29 de outubro de 2011

Do blog de Claudiomar Rolim

À família Sobreira, os nossos sinceros pêsames


Cumpre-nos a obrigação de noticiar o falecimento do Dr. Dingo, no último dia 25, à véspera de se transformar em nonagério, um dos pioneiros dentistas de Cajazeiras. Nossos pêsames à Dona Gildete e filhos Ismenia e Talvane.

Dr. Dingo e a minhas lembranças

Quando passo em frente ao Estádio Higino Pires Ferreira e vejo na esquina o edifício da Cervarp, constato com tristeza a lembrança que me vem à memória que naquela casa morava Dr. Dingo Sobreira. Para quem não é cajazeirense não significa nada, até para os mais jovens cajazeirenses. Atrás da casa de Dr. Dingo era os fundos da casa Major Galdino com a sua vistosa e portentosa caixa d’água que me lembra os tempos que Cajazeiras não tinha água encanada.
Dr. Dingo, salvo se a memória não me falha, junto com Dr. Abdiel Rolim eram os únicos dentistas de Cajazeiras. Aliados a eles haviam vários práticos reconhecidos legalmente, coisa hoje inexistente por força da Constituição de 1988.
Antonio Dentista, Dudu, Valdeci e os mais novos como o Sinfrônio, Sinval e Zé Alme, entre outros, 3 pela força da profissão galgaram cadeira na Câmara Municipal. Dr. Abdiel por ser formado já foi mais longe, elegeu-se duas vezes vice-prefeito em candidaturas independentes, chegando a assumir interinamente a Prefeitura por doença do então prefeito Francisco Matias Rolim.
Claro que tudo escrevi anteriormente é uma homenagem aos nossos antigos Tiradentes, formados ou não, na pessoa do saudoso Dr. Dingo que marcou indelevelmente a profissão dos odontólogos. Tinha o seu consultório na Rua Tenente Sabino, defronte à tradicional barbearia do Fernando Simão. Lembro-me do seu consultório, uma casa residencial transformada no seu consultório. Na entrada a recepção e ao lado a salda onde ele atencia os clientes com suas três janelas com vitrais multicoloridos. Dr. Dingo era filho de um comerciante tradicional, Sr. Chico Sobreira, dono da tradicional Casa Moderna, loja de aviamentos, logo no início da Rua Juvêncio Carneiro defronte á Praça Coração de Jesus.

Sempre

Raridades

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

No kibe loco

Entre tapas e beijos


Após anúncio, equipe de Zezé Di Camargo e Luciano nega fim da dupla

Artista é assim mesmo, mata e morre por espaço na mídia.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vida de artista

Zezé Di Camargo & Luciano brigam e futuro da dupla é incerto. Veja vídeo de Luciano anunciando o fim da dupla


zeze di camargo e luciano-francisco-cepeda-agnews

Uma briga no camarim durante o show desta quinta-feira em Curitiba parece ter colocado fim à dupla Zezé Di Camargo & Luciano. O irmão mais velho subiu sozinho ao palco e pediu desculpas à plateia, explicando que havia se desentendido com o irmão no camarim. Logo depois, Luciano subiu para se explicar para os fãs e surpreendeu a todos dizendo que a dupla terminaria até o fim do ano. No entanto, minutos depois, o Twitter oficial da dupla garantia que tudo não passava de uma briga entre irmãos e o mal-entendido seria desfeito. Veja abaixo o vídeo do momento em que Luciano anuncia o fim da dupla: "A culpa é totalmente minha e de repente da minha saúde. Há muito tempo que venho brigando com isso".

Vi agora no Yahoo.com


SOCIÓLOGO NORTE-AMERICANO ANTECIPA QUE "O CAPITALISMO CHEGOU AO FIM DA LINHA"

19/10/2011 17:04,

Por Redação, com IHU

- de Washington

Aos 81 anos, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.


O capitalismo está derretendo

Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará
sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferentemente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.

Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”

É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.

As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas do sítio Outras Palavras, 15-10-2011.

Leia aqui a entrevista, na íntegra:

– Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?

– Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.

– Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?

– Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.

– Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?

– Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns 20, 30 ou 40 anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.

– Qual a sua visão?

– Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.

– Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?

– Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.

– Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?

– Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte. Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.

– Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?

– Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes. Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.

– O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?

– A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.

– Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século XXI?

– Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século XIX. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século XIX. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter
sido um pensador do século XIX; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século XX.

– Do século 21, agora…

– É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século XX, eu sinto que sou um produto do século XX. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.

– Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?

– Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século XX. Mais importante que a Revolução Russa e
mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.

– Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?

– Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.

– Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?

– Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.

– É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?

– É o que vemos há 500 anos.

Fonte: http://blogln.ning.com/profiles/blogs/soci-logo-norte-americano-antecipa-que-o- capitalismo-chegou-ao