domingo, 31 de janeiro de 2010

Depois da festa


Perguntam-me porque ainda não postei fotos e textos. Ontem, consegui organizar o primeiro bloco de fotos e pré-selecionar algumas. As minhas ficaram péssimas. Comprei câmara nova e ainda não aprendi a regular mas tenho fotos de outras câmaras e algumas capturadas em sites e orkuts. Essa semana, o blog, sempre que possível, vai se dedicar exclusivamente a Festa de São Sebastião e seus eventos. Se você tiver algo a publicar, pode enviar para o nosso e-mail.
Como todos os anos, a cada festa vai chegando gente que fazia tempo não andava por Ip. Isto é o resultado do esforço que a comunidade tem feito para melhorar o evento, da divulgação da festa e principalmente da hospitalidade dos que aí vivem que sempre recebem os filhos e amigos com muita alegria. Para mim, o ponto alto da festa é sempre reencontrar as pessoas. Ver a casa cheia de gente de todas as idades, família, amigos, conhecidos. Vi tanta gente que há anos não via, teve gente que nem vi mas sei que esteve lá. No fuzuê, a gente vai-se topando pelas calçadas e praças. Não há tempo de dar atenção a todos mas o importante é saber que nos reunimos para revisitar nossas origens, nosso jeito simples de ser. Eu diria que ver São Sebastião e Zenira já é metade da festa. São eles que nos agregam por sentimentos nobres: fé, gratidão e amizade. Precisa dizer mais alguma coisa?
A festa deste ano foi excelente. Pela primeira vez, eu percebi uma integração maior entre a igreja, o poder público, a ACRI e a comunidade. Isto não é fácil conseguir, é preciso habilidade para lidar com as divergências e interesses múltiplos. Foi perfeita? Claro que não. Mas a melhora foi expressiva em relação aos anos anteriores. Naturalmente, isto acontece sob as bênçãos de São Sebastião mas não por sua obra e graça. Sem articulação, foco e muito trabalho não há sucesso possível.
Tenho acompanhado a ACRI, por dentro quando lá estive e por fora quando passou meu tempo participando da diretoria executiva como secretária. A ACRI começou de forma efusiva e improvisada. Graças ao carinho que todos temos por Zenira, idealizadora do encontro, fomos chegando, um a um, atendendo ao convite. Foram seus primeiros tempos. Tempos de João Dino que não era láaaaaaa essas coisas mas atendia ao momento. Depois, foi criada a ACRI com o objetivo de sistematizar os trabalhos, planejar a festa que crescia a cada ano. Passada a fase inicial e os primeiros tempos da ACRI, confesso que temi pela sua continuidade. As festas seguintes foram fraquíssimas, pouco organizadas, uns conjuntos mixurucas tocando na praça e aquele clima de última hora que , por si mesmo, depõe contra qualquer iniciativa. Certo é que chegou a Blitz apostando alto - inclusive no dia 18 - mas não foi ela quem desanimou a festa. São públicos diferentes, objetivos diferentes. Tolice pensar que teria sido apenas concorrência ou disputa política. A intenção até pode ter sido mas eu acredito que não foi só isso. Era a indigência das festas que estava esvaziando os encontros. Ano passado, deu uma melhorada embora o conjunto ainda fosse fraquinho. Esse ano, a ACRI retoma com força o seu lugar e otimiza sua capacidade de produzir eventos de qualidade. Eu a considero consolidada embora mantenha uma postura crítica, clara e transparente sobre algumas questões que precisam avançar.
Este ano, ouvi críticas em relação a inserção de questões políticas e politiqueiras no contexto da festa. Deixo as questões politiqueiras para quem disso vive e prefiro ficar onde sempre estive: sem compromisso político-partidário. O importante , para mim, é a festa. A maioria vem pra festa, quer se divertir, rever os amigos. Todo mundo gosta porque a festa é gratuita mas, como se diz popularmente, “não existe almoço de graça”. Se a população presente e ausente não se mobiliza para colaborar, tem que partir para o patrocínio. A medida que a festa se amplia, vai ficando praticamente impossível realizar sua produção a partir de pequenas doações como era antigamente. As demandas se multiplicam e as despesas também. Quem produz eventos sabe que não dá para improvisar. Aliás, essa é uma das críticas que faço. Está na hora de contratar uma empresa especializada em produção de eventos. Gente que sabe captar recursos, conseguir parcerias, patrocínios, que já tenha um staff preparado para tocar o evento. A ACRI daria a pauta e supervisionaria as etapas. Profissionalizar é o caminho. Sempre mantive esta posição. Mas enquanto este tempo não chega, é preciso arrumar patrocínio. Traduzindo, no popular, patrocínio é grana. Patrocina quem pode e não há patrocínio sem interesse. Quem trabalha com marketing sabe disto e não há nenhum pudor. Vergonha seria se o dinheiro do patrocínio desaparecesse e a festa não se realizasse. Aí, sim, seria grave. Vamos botar os pruridos e os falsos julgamentos de lado e olhar a realidade como ela é.
A ACRI não tem renda. Não se faz uma festa deste tamanho sem dinheiro. Portanto, a conversa miúda é só um tititi de calçadas. Todas as contribuições e colaborações são bem recebidas inclusive daqueles que porventura falam mal. Festa é pra isso mesmo, pra ser boa e também pra se falar mal porque tem gente que detesta ser feliz.
Como estou falando da ACRI, vou começar a resenha da festa pelos eventos promovidos por ela. Não fui a todos, vou registrar os que assisti e alguns comentários que ouvi.

Casamento coletivo


Iniciativa bonita e bem conduzida. As autoridades locais prestigiaram o evento. Cerca de 83 casais participaram da cerimônia coletiva, na Praça da Matriz, realizada com a presença do juiz da cidade e do padre Sebastião que gratuitamente realizaram os casamentos. Após a cerimônia, um bolo - muito bem ornamentado- foi compartilhado entre todos que estiveram presentes. Tudo muito singelo e bonito. A cobertura fotográfica você vai encontrar no site do Ipfest.
Na praça bem ornamentada, por João Paulo Alves, deu gosto ver o respeito das pessoas pela cerimônia. Com tanta gente casando, o evento ultrapassou o horário previsto e a missa do Filhos e Amigos de Ipaumirim foi transferida para o dia seguinte.

Exposição centenária

Vi as fotos expostas na tenda ao lado da praça. Infelizmente eram poucas e sua disposição não ajudavam a chamar a atenção. A falta de legenda em algumas fotos dificultou a identificação dos personagens e dos eventos. Talvez um bem produzido banner exposto na praça ou a utilização do data show causasse mais impacto. Mesmo assim, cumpriu o propósito de apresentar os homenageados aos que não participaram da solenidade na Câmara de Vereadores.


Foto do Ipfest

Não estive na Câmara para a solenidade. Os comentários que escutei foram positivos mas uma observação é recorrente em Ip. A fuga da programação do cerimonial. O excesso de discursos podem até satisfazer aos falantes mas quase sempre são entediantes para o público. Deixemos à Sucupira, de Odorico Paraguassu, essa metodologia superada. Quanto mais focadas e mais enxutas, mais agradáveis são as cerimônias. O que saiu de gente reclamando do blá-blá-blá.....
Posso até ser leviana no comentário, afinal eu não estava lá, mas foi voz corrente entre os que aguentaram até o final porque outros saíram antes.
Ponto positivo para o ar condicionado na Câmara dos Vereadores. Muito discurso e ainda sem ar condicionado seria “demasiado matador”, como dizem os hispanos.
Estiveram presentes familiares dos homenageados: Dr. Arruda (Telmo Arruda, Marley Arruda e Ricardo Arruda), Ademar Barbosa (Chiquinho Barbosa e família)e Argemiro Felizardo (Aldeisio, Otoni, Anchieta, Lau e Lila e seus familiares). Lamentei porque Auxiliadora Barbosa, filha de Ademar, teve um contratempo de última hora e acabou confundindo a data. Chegou no dia 19, veio de João Pessoa com a família e eu sei o quanto ela ficou agradecida pela homenagem. Faltou na equipe organizadora alguém que se responsabilizasse em checar e confirmar as presenças com antecedência. As fotos com a cobertura fotográfica estão no site do Ipfest.

Festa na praça

Pela primeira vez, eu vi um conjunto à altura da proposta da festa. Som bem instalado, iluminação boa, sem exageros, repertório eclético e músicos muito simpáticos atendiam aos pedidos dos participantes. Parabéns Acri. E, sinceramente, obrigada Neto Nunes porque foi ele quem pagou. Eu não sou eleitora no Ceará, digo isso sem compromisso e sem constrangimento. A contribuição dos homenageados e de algumas outras pessoas foi fundamental para cobrir as despesas da festa – que não foram poucas - mas a festa da praça foi ele quem pagou. Custou 7.000,00 (sete mil reais) entre banda e infra-instrutura de palco. É preciso dar a César o que é de César. Nem vou discutir interesse político porque é uma discussão primária.
O show pirotécnico esteve bem bonito. Foi patrocinado pela Prefeitura Municipal e custou R$ 1.900,00 (hum mil e novecentos reais).
A produção da praça custou R$ 600,00. Teve gente que achou cara, eu não achei. Dá trabalho e só você não ficar na miudeza, tratando coisa por coisa, acho que foi justo. Afinal, foi casamento e festa.
O serviço de bar não foi de primeira mas, com certeza, estava bem melhor que nos anos anteriores. Sinal de que gente jovem tem competência para assumir responsabilidades. O atendimento foi muito bom e a bebida não estava geladíssima mas também não estava morna.
Foi bom ver na praça gente de todos os partidos, de todas as classes, de todas as idades, de várias cidades. Isso é fundamental para tirar aquele ranço doa que dizem que a festa é segregadora. Ela sempre foi e deve ser de todos que quiseram participar. Gente de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí. Que bom reencontrá-los. Vale salientar que foi no meio da semana e ainda assim a participação foi muito boa. Eu seria injusta citando nomes de gente que veio de longe, provavelmente eu esqueceria alguém. Mas foi show. E, olha lá, vocês me conhecem e sabem que eu sou cáustica nos comentários.
Animada e tranqüila, a festa foi sobretudo o encontro da família ipaumirinense, a oportunidade de rever tantos amigos que mesmo longe não deixam de fazer parte da nossas vidas. Tem coisa melhor que reencontrar amigos em clima de festa?
Parabéns Zê porque a idéia é sua. Parabéns a diretoria da ACRI pela organização. Parabéns aos participantes porque sem eles a festa não teria sentido.

Entrega de títulos de sócio benemérito e menção honrosa

Foto do Ipfest

O evento foi bem organizado, os convidados estiveram presentes, tivemos oportunidade de reencontrar vários amigos que há tempo não víamos. Também não vou citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém. A cerimônia foi bem conduzida mas aconteceram deselegâncias imperdoáveis.
Perderam o currículo de Luiz Leite da Nóbrega Neto e ainda cometeram a ingenuidade de passar recibo publicamente de tamanho descuido. Informaram que o currículo não chegou a tempo para sua apresentação. Chegou, sim. E por meu intermédio. Foi enviado para três diferentes endereços eletrônicos e nenhum voltou. Chegou, sim, e foi impresso porque minha mãe viu a cópia impressa. Foi enviado no dia 03 de janeiro. Além do mais, ainda que não tivesse chegado, houve tempo suficiente para entrar em contato com o próprio que desde sábado estava em Ipaumirim. Ficar tateando e dando informações desarticuladas como se as tivesse apanhado em qualquer esquina foi um momento desagradável. Além do mais, algumas equivocadas. Não sou partidária de textos laudatórios que beiram à bajulação, são inadequados e há muito caíram da moda. Mas o tratamento desigual foi mais do que deselegante. Foi constrangedor. Que sirva, pelo menos, de exemplo para que não se repita da próxima vez. Não estou creditando o percalço à má vontade, prefiro apostar na falta de habilidade em produzir solenidades harmônicas e adequadas aos seus propósitos explícitos.
Outro vexame foi o atraso de Maria Glaydson Araujo que chegou depois fazendo com que o evento retrocedesse. É preciso informar que ela já estava em Ipaumirim e não chegou atrasada por sua culpa. Ela foi informada que o evento só começaria após a missa. Essa informação também circulou lá em casa e não chegamos atrasados porque optamos pela solenidade. Muita gente estava na missa por conta da informação equivocada e não por desatenção. É preciso, em outras ocasiões, atentar para a uniformização das informações para evitar quebra de protocolo ferindo a formalidade exigida em solenidades desta natureza.
É por estas e outras que acredito que está na hora de considerar estratégias de trabalho que incluam a contratação de profissionais para trabalhar na produção das atividades festivas da ACRI.
Após o final do evento, houve a venda da revista produzida pela equipe do IPfest. Se houve lançamento, no dia anterior, eu não sei porque não estive presente. Lançamento é sempre uma coisa que acaba ficando pendente quando falta uma estratégia de apoio na divulgação. Isto acontece em vários lugares, fica uma coisa tipo cego em tiroteio, quase sempre fica perdida no meio da festa e não tem nunca a repercussão merecida.
Algumas reflexões que, acredito, precisam ser discutidas, a curto e médio prazo, pela ACRI:
- na próxima eleição, considerar a inclusão de outros nomes que poderão participar da composição da diretoria. É sempre bom renovar idéias e compartilhar com os outros a experiência acumulada.
- abrir espaços para outras atividades, sempre submetidas aos critérios explícitos da ACRI.
- preocupar-se com a formação de lideranças jovens que possam dar continuidade ao trabalho e propostas da ACRI no futuro.
- discutir a profissionalização da produção do evento contratando empresas especializadas.
Para finalizar, quero parabenizar a diretoria da ACRI, através do seu presidente Dr. Anchieta Nery, que fez uma festa bonita, organizada e bem concorrida. Falhas acontecem mas o tempo existe para corrigi-las.
Para fazer um painel do período, esta semana, dedicarei o blog às festividades.
ML
Recife, 31.01.2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vem aí uma geração de rapazes frustrados

Em quase todos os países ocidentais, os rapazes abandonam cada vez mais o ensino no final da escolaridade obrigatória. Têm capacidades para ir mais longe, mas as escolas poderão estar a avaliá-los mal, privilegiando as raparigas. Podemos estar a criar (ou já criámos?) uma geração de excluídos e uma nova classe baixa - a dos homens.
Por Clara Viana


Um calafrio: investigadores portugueses, ingleses e norte-americanos, entre outros, têm vindo a constatar que as mudanças introduzidas nas últimas duas décadas no sistema de ensino e de avaliação dos alunos estão a contribuir activamente para afastar da escola um número cada vez maior de rapazes.
Produziu-se uma inversão. O fenómeno, que é comum à maioria dos países ocidentais, Portugal incluído, está a alargar o fosso entre rapazes e raparigas no sistema educativo. As raparigas têm hoje melhores notas e vão mais longe; os rapazes desistem, muitos deles logo no fim da escolaridade obrigatória. Nos 27 países da União Europeia, só a Alemanha mantém, no ensino superior, valores equilibrados de participação dos dois sexos.
Para o director do instituto britânico de políticas para o ensino superior (HEPI, na sigla em inglês), Bahram Bekhradnia, estamos já numa corrida contra-relógio. "Penso que corremos o perigo de estar a criar uma nova classe baixa", constituída só por rapazes, diz, depois de um estudo recente daquele organismo ter confirmado a dimensão crescente do fosso entre raparigas e rapazes, e lançado algumas pistas inquietantes sobre os motivos que explicam o fenómeno.
O problema não são os bons resultados alcançados pelas raparigas, mas as fracas classificações obtidas pelos rapazes e aquilo que isso implica: a responsabilidade da escola nesta situação, o que isto está a provocar neles e nelas, e as consequências sociais do insucesso escolar masculino. "Vamos ter uma geração de rapazes frustrados e excluídos dos sistemas escolares e profissionais por incapacidade de rivalizar com o género oposto", prevê a socióloga da educação Alice Mendonça nas respostas que enviou, por e-mail, às questões do P2.
Em países como o Reino Unido e os EUA, mas não só, a questão já entrou na agenda política. Em Portugal não. Existe investigação sobre o tema, há estatísticas à espera de serem interpretadas e... muito silêncio. Alice Mendonça sublinha, porém, que "os pais têm de ser alertados para as consequências" do que se está a passar.
Isto está a acontecer não por os rapazes se terem tornado, de repente, mais estúpidos, mas em grande medida, avisam os investigadores, por eles estarem a ser ensinados e avaliados num sistema que valoriza as características próprias das raparigas e penaliza as dos rapazes.

Zero em comportamento

Nos últimos anos, Alice Mendonça, também docente na Universidade da Madeira, centrou a sua investigação, precisamente, no insucesso escolar na perspectiva do género. Percorreu todos os ciclos escolares. Sustenta que, para os professores, na sua esmagadora maioria mulheres, o modo como as raparigas se comportam e trabalham é "mais conforme com as suas representações do bom aluno ou aluno ideal" - o que poderá conduzir a uma "sobreavaliação" das alunas e a uma "discriminação" dos alunos.
Para a sua tese de doutoramento, a socióloga e investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, Teresa Seabra analisou, por seu turno, os resultados escolares de estudantes do 2.º ciclo do ensino básico (11-12 anos). Comprovou que "os resultados dos rapazes e das raparigas se igualavam quando excluía da amostra os alunos com problemas disciplinares", o que a leva a concluir, disse ao P2, que, "como o comportamento afecta de modo significativo o aproveitamento, a pouca conformidade às regras escolares estará na base dos piores resultados dos rapazes". A "atitude", o comportamento dos rapazes, estará a comprometer irreversivelmente os resultados da sua avaliação.
Especialista em assuntos de Educação, o sociólogo francês Christian Baudelot defende que, antes de mais, aquilo que é pedido pela escola é a interiorização das suas regras, mas que estereótipos sociais ainda dominantes valorizam nos rapazes o desafio, a violência e o uso da força - um verdadeiro "arsenal antiescolar". As raparigas, pelo contrário, são socializadas na família em moldes que facilitam a adaptação às exigências escolares: mais responsabilidade, mais autonomia, mais trabalho. "Trata-se de um conjunto de competências que as torna menos permeáveis à indisciplina", observa Teresa Seabra. No ano passado, em Espanha, 80 por cento dos alunos com problemas disciplinares eram do sexo masculino.
Alice Mendonça confirma que as raparigas, "mais conformes às regras escolares", ganham uma "vantagem decisiva" sobre os rapazes quando chega o momento da avaliação. Em Portugal, como também noutros países, o comportamento passou a contar para a contabilização da nota final atribuída aos alunos.
Teresa Seabra defende que se tornou indispensável lançar um debate sobre a actual forma de avaliar. "No momento actual, a escola é chamada a avaliar também o "saber ser", mas nem sempre foi assim e não tem que assim ser", argumenta.

Vida futura afectada

"É perverso que se avaliem instâncias cognitivas com base em comportamentos. Se um aluno indisciplinado aprende, a sua aprendizagem tem de ser reconhecida", sustenta Nuno Leitão, antropólogo, mestre em Ciências da Educação e director da cooperativa A Torre, um colégio de Lisboa que tem a sua matriz inicial no Movimento Escola Moderna, que propõe uma pedagogia alternativa àquela que é comum aos sistemas oficiais de ensino.
No Reino Unido, o estudo divulgado pelo HEPI, que esteve na base do alerta lançado por Bekhradnia, dá conta de que os alunos do sexo masculino poderão estar a ser vítimas da reforma do sistema de avaliação adoptada em 1982. Antes, para a conclusão da escolaridade obrigatória, eram determinantes as classificações obtidas nos exames finais. Depois de 1982, passou a vigorar um sistema misto, com os exames a contribuir apenas com uma parcela, sendo as outras derivadas do trabalho ao longo do ano na sala de aula e fora dela.
Após comparar os resultados antes e depois, o HEPI constatou que os rapazes começaram a ficar sistematicamente atrás das raparigas depois desta reforma. "É preciso reconhecer que o problema existe", alerta. E chama a atenção para o seguinte: "Se o fosso entre os sexos no final da escolaridade obrigatória (e as consequentes diferenças na participação no ensino superior) se deve em grande parte à mudança do tipo de exames e de avaliação - e existem provas de que esta mudança é, pelo menos, parte da razão -, então, nos últimos 20 anos, os rapazes têm alcançado menos do que eram capazes, e isso afectou a sua vida futura."
O dobro dos chumbos

Em Portugal, como em vários países, a entrada maciça do sexo feminino nas escolas e universidades é um fenómeno relativamente recente, tornado possível pela igualização das oportunidades de acesso. Hoje as raparigas são mais numerosas, valorizam mais os estudos, têm mais êxito. "A diferença de resultados entre rapazes e raparigas tem vindo a acentuar-se, aumentando exponencialmente à medida que acrescem os ciclos de escolaridade, e atinge o seu auge no ensino universitário", refere Alice Mendonça.
Logo aos 7 anos, no 2.º ano do ensino básico, há mais rapazes a ficar para trás. À entrada do segundo ciclo, no 5.º ano, as taxas de retenção masculinas têm quase duplicado as femininas. No 7.º, ano de estreia do 3.º ciclo do ensino básico, as percentagens de chumbos entre eles permanecem acima dos 20 por cento. Entre as raparigas, este é também o ano mais complicado, mas nos últimos tempos a taxa de insucesso não foi além dos 17 por cento.
No 9.º ano, o último da escolaridade obrigatória, as taxas de retenção das raparigas têm oscilado entre os 11 e os 16 por cento; as dos rapazes nunca estão abaixo dos 16 por cento e têm ultrapassado os 20 por cento.
Antes de entrar na Torre, em 1996, Nuno Leitão deu aulas no ensino oficial. Começou pelo 12.º ano, acabou no 2.º ciclo. Lembra-se de os ter à frente, alunos com 15 anos a marcar passo no 7.º ano. De como estavam magoados, encurralados: "Já não são repetentes, são resistentes à escola."

Mão-de-obra barata

Continuam a nascer mais rapazes do que raparigas (em cada 100 nascimentos, 105 são do sexo masculino). Por causa disso o seu número é superior nos primeiros anos de escolaridade. Mas, devido a taxas de retenção muito superiores às do género oposto, e também porque são largamente maioritários entre os jovens que abandonam precocemente a escola, em grande parte por causa da experiência de insucesso quando lá estão, em Portugal os rapazes começam logo a estar em minoria no 9.º ano.
Para além de ser uma resposta ao fracasso experimentado na escola, este abandono precoce, maioritário nos rapazes, é também fomentado, em Portugal, por um "mercado de trabalho que procura mão-de-obra barata (desqualificada), especialmente masculina", observa Teresa Seabra.
Pelo contrário, as raparigas vêem nos estudos "um modo de assegurar a sua independência enquanto adultas". É uma forma de emancipação. No conjunto do ensino superior, já representam mais de 50 por cento dos inscritos e ultrapassam os 70 por cento em cursos como os de Direito ou os que estão ligados à saúde. Entre os que conseguem chegar ao fim de um curso e obter uma licenciatura, 60 por cento são mulheres.
Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) confirmam que uma pessoa licenciada tem muito mais hipóteses de vir a auferir um rendimento superior ao de uma que o não seja. Em Portugal, no caso dos homens, aquela organização situou a diferença nos oito por cento.
Num artigo publicado no jornal britânico Observer, Bahram Bekhradnia lembra outras vantagens de ter um diploma: sabe-se que "a educação superior acarreta benefícios sociais e académicos", que "uma pessoa que esteve na universidade tende a apresentar uma melhor saúde física e mental", que esta formação e experiência têm "um enorme efeito socializante".
No passado, estes benefícios foram negados à maioria das mulheres. Agora, são os homens que, "ao não irem para a universidade em tão larga escala", estão a ser privados disto tudo. "Penso que é uma verdadeira desgraça", diz Bekhradnia.
No Reino Unido, para igualar a taxa de participação feminina, teria sido preciso que, s?? no ano passado, entrassem, nas universidades britânicas, mais 130 mil estudantes do sexo masculino.
Diferentes apetências

"Se os professores não aprendem a lidar com as diferenças, os alunos acabam por chumbar. E isto verifica-se sobretudo com os rapazes", avisou, numa entrevista à Visão, o filósofo norte-americano Michael Gurian.
Para além das diferenças entre os géneros que são culturalmente induzidas, vários estudos neurológicos têm demonstrado que as raparigas têm mais apetência para a comunicação verbal e para movimentos finos, "tarefas" a cargo do hemisfério esquerdo do cérebro, que se desenvolve nelas bem mais cedo do que nos rapazes. E os rapazes têm mais apetência para tarefas visuo-espaciais, uma vez que o hemisfério direito, "construtor e geómetra", é mais activo no sexo masculino. "Têm vias e tácticas diferentes para aprender o mesmo", disse ao diário espanhol El País o neurologista Hugo Liano.
O projecto PISA, lançado pela OCDE para medir a capacidade dos jovens, de 15 anos, na literacia em Leitura, Matemática e Ciências, demonstrou, com a série de três provas já realizadas nos 32 países-membros, que os melhores resultados a Matemática tendem a ser alcançados por alunos provenientes de famílias em que os níveis de educação e o status profissional são mais elevados. Mas, em média, foram os rapazes que apresentaram melhores resultados em Matemática e Ciências e as raparigas em Leitura.
Os exames nacionais do 9.º e 12.º ano têm, em Portugal, confirmado esta tendência. Mas no ano passado a média das raparigas nos exames de Matemática do secundário foi superior à dos rapazes. E esta inversão poderá não ser esporádica, avisa Alice Mendonça: "O aumento da discrepância na capacidade de leitura entre os sexos faz com que as raparigas comecem a ultrapassar os rapazes nestas matérias." Por enquanto, e apesar de maioritárias no ensino superior, elas continuam a ser franca minoria nos cursos de Informática, Arquitectura e nos de Engenharia Técnica.

Separá-los resulta?

Para conter a maioria feminina, em Portugal, há alguns anos, houve quem chegasse a propor a introdução de quotas para homens nas faculdades de Medicina. Em países onde o debate está lançado, há quem defenda o regresso às escolas separadas. Mas são mais os que propõem estratégias de ensino diferenciado que coabitem no mesmo espaço. Seja através de aulas separadas para as disciplinas onde as diferenças são maiores, seja através de reforços específicos de certos conteúdos pedagógicos.
Nos Estados Unidos, onde os rapazes estão a abandonar o equivalente ao ensino secundário a um ritmo superior ao das raparigas (em cerca de 30 por cento), as escolas oficiais foram autorizadas a abrir turmas diferenciadas.
No Reino Unido, as escolas do pré-escolar receberam instruções do Governo para, a partir deste mês, reforçarem os exercícios de escrita com "materiais engraçados", junto dos rapazes de 3/4 anos, de modo a reduzir as fortes diferenças entre os sexos na escrita e leitura, que se fazem sentir pouco depois, à entrada na primária.
Esta iniciativa está a ser contestada por especialistas de desenvolvimento infantil que chamam a atenção, entre outros factores, para o facto de muitas crianças, e especialmente as do sexo masculino, não terem ainda adquirido, nestas idades, as capacidades de motricidade fina necessárias ao desenvolvimento da escrita.
Alice Mendonça vê a adopção de estratégias diferenciadas nas escolas como "um novo desafio social" a que urge deitar a mão. Em Portugal, não fazem parte do programa do Governo. Resposta ministerial ao P2: "Não existe qualquer orientação expressa pelo Ministério da Educação sobre a abordagem diferenciada por género, como estratégia de aprendizagem."
O ministério lembra que a Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada em 1986, atribui ao Estado a responsabilidade de "assegurar a igualdade de oportunidade para ambos os sexos", e que, no ensino pré-escolar, "cada educador tem autonomia e responsabilidade para gerir o currículo", devendo "estimular o desenvolvimento da criança tendo em conta as suas características individuais".
Nuno Leitão concorda que, no geral, e não só no pré-escolar, os programas oficiais deixam um bom espaço de manobra: "É o professor quem decide, na sala de aula, a organização das aprendizagens. Pode fazê-lo optando pela que lhe dá mais jeito, mas também pode escolher, em vez disso, a que é melhor para os alunos."
Defende que os professores devem estar sensibilizados para as diferenças entre os dois géneros, mas não apoia a adopção de estratégias diferenciadas. Na sua escola, que funciona do pré-escolar ao 2.º ciclo, incentivam-se as perguntas dos alunos (uma "pedagogia preciosa"), o debate colectivo, as experiências feitas pelas próprias crianças (em vez de estarem a ver o professor a fazê-las), a curiosidade, a memorização. "Dá-se a oportunidade aos alunos de conseguirem, de forma autónoma, construir um sentido para as coisas, que é o que eles procuram antes de mais, criando assim uma motivação intrínseca que os leva a querer saber mais."
É quase uma ilha. E não só pelo facto de não se registar ali o hiato de resultados entre raparigas e rapazes que anda a sobressaltar meio mundo. Esse hiato, frisa Teresa Seabra, é também fomentado pelos modelos veiculados pelos media: "Ser bom aluno, sendo rapaz, funciona, em alguns grupos de pares, como um handicap."
Se os rapazes passarem a interiorizar, maioritariamente, a ideia de que desafiar a escola e ser mau aluno é "normal", estarão criadas as condições para que os homens sejam, amanhã, uma nova classe baixa das sociedades desenvolvidas ocidentais.

Comentário de Carla Hilário Azevedo:
Os rapazes na escola
A partir de uma reportagem de Clara Viana no Público ficámos a saber que, no mundo ocidental civilizado, são os rapazes os que hoje em dia mais abandonam a escola. De acordo com investigadores portugueses, ingleses e norte-americanos, o fenómeno acontece por causa da intolerância do sistema educativo em relação ao mau comportamento. Os rapazes, por norma irrequietos e estroinas, estarão assim a ser penalizados pela escola, que perdeu a paciência para os problemas disciplinares e passou a privilegiar a dedicação e a tranquilidade femininas. O mau comportamento reflecte-se nas notas e o bom comportamento ajuda à concentração. O mal não está, portanto, nas raparigas. Resta saber se haverá um mal nos rapazes, ou se não fará parte da natureza hormonal masculina uma certa parvoeira. Descrever as diferenças entre os sexos também passa por estas generalizações. Os rapazes a correr e as meninas a saltar. É diferente. As diferenças biológicas, que fazem parte integrante da espécie humana, em vez de serem encaradas com naturalidade, continuam a ser lembradas como pontos negativos em discussões infrutíferas sobre quem é melhor e em quê. Um presente em que tantas mulheres são discriminadas por serem mulheres é um mau presente. Um futuro em que os rapazes ficam para trás por serem rapazes não é um bom futuro. Nem para os homens nem para as mulheres. Um mundo de mulheres, só com mulheres, feito só para mulheres é um pesadelo para qualquer mulher. Por isso quem vai salvar os homens deste descalabro vão ser as mulheres, que não vão correr o risco de perder o que tanto custou a conquistar. Uma geração de homens sem qualificações é o pior que pode acontecer às melhores alunas. No limite, a convivência entre os sexos não será possível. As raparigas subiram a fasquia e fizeram muito bem. Agora há que estimular a competitividade nos rapazes e não deixar que cedam à preguiça ou ao medo. Existe uma inteligência feminina e uma inteligência masculina? As mulheres são mais competentes que os homens?
Fonte: http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20100129/

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Por falar em saudade...


"Meu querido amor da minha vida, e eu que tanto queria escrever-lhe uma carta que a acompanhasse, como um espécie de mapa que nos dissesse respeito, só a nós, para cada um de nós saber, a cada momento, onde é que o outro está e como está. Pensei, pensei, achei que não era capaz de lhe dizer aquilo que gostava de saber exprimir completamente por me transtornar de mais só de pensar em si, em termos que as palavras não conseguem formular, e também por me ocorrer que há vários dias que não nos vemos e que você também se dê conta de como isso é insuportável. Senti-me, sinto-me já tão amarrado a tristezas, mesmo antes de esses tempos começarem, que me parece às vezes que o melhor seria fazer um catálogo de saudades para que soubéssemos sempre situar-nos a partir delas e para que nos enternecêssemos com um exercício em que nos poderíamos recapitular, fosse de dia, fosse de noite. Tudo ponderado, se é que se pode dizer assim nestas minhas circunstâncias tão emotivas e tão desoladas, achei que temos e vamos continuar a ter várias saudades de diferente natureza que vou procurar descrever enquanto o meu carro avança como se seguisse sem destino e a vejo sorrir comovida, como só você sabe sorrir e comover-se, à medida que vai lendo e as vai sentindo tantas e tão fundas, tão lancinantes, como eu.

A primeira saudade é a de um bem-estar fulgurante e tranquilo, de uma sensação que inunda alma e corpo por dentro e que nos leva a sentir que nada está fora do seu lugar, que se está certo nesse lugar e certo na relação de um com o outro, que tudo é musical e luminoso, que a harmonia está numa compreensão íntima a vir de uma tensão permanente de ternura, inteligência, sensbilidade e desejo.

A segunda saudade é a de ver e ouvir, de perto, de se estar ao pé um do outro, de haver olhos que se olham, caras que se vêem, risos deslumbrados que se têm, palavras que se dizem ou é como se fossem ditas, gestos que se fazem ou apenas se esboçam, e de sentir que nisso se é naturalmente intensional nos recados que se dão por cada um desses meios, como se é naturalmente capaz de adivinhar e de decifrar tudo o que se quer realmente dizer.

A terceira saudade é a que se liga aos momentos mais importantes que se vivem, passeios e paisagens, deambulações, pessoas que se passam a conhecer, coisas que se contam, confidências repentinamente tornadas necessárias, sonhos e palpites, expressões que se surpreendem, efeitos de luz, flores, ruídos do campo e do mar, músicas tantas vezes ouvidas quando se atravessa a noite, cores e sabores, emoções em que o íntimo e o de fora se combinam de um modo único e partilhado como não se pode acreditar que a mais ninguém tenha acontecido, em que o que já se passou continua a estar presente e é cada vez mais intenso e activo.

A quarta saudade é a do contacto da pele: mãos que se apertam e percorrem, afagos que se aventuram, bocas que se encontram, sensações que se sabem de cor e se querem inesgotáveis, corpos à beira de explodir ansiosos, tanta fome e tanta sede, liberdade e pudor, impaciência e timidez, contenção e promessa, tudo a renovar-se e tornar-se ilimitado a cada momento, repassado de uma doçura que nenhumas palavras conseguem descrever.

A quinta saudade é a da vida prática do dia-a-dia, ideias e projectos, tentativas e certezas, coisas que têm conta, peso e medida, espessura, ritmo, existência concreta, efeitos reais, coisas que se vão criando porque se está a remar na mesma direcção e se tem consciência disso, coisas que são reciprocamente induzidas e aperfeiçoadas, combinações de risco e de bom senso que se sente que resultam graças a esse empenhamento e a uma alegria da seriedade com que são postas em andamento.

A sexta saudade é a que faz com que um esteja sempre a falar com o outro e a fazer parte dele, a respirar nele e a existir nele, veia a veia, fibra a fibra, tecido a tecido, músculo a músculo, a ter de dizer-lhe sempre do seu amor das maneiras mais variadas e a propósito das situações mais diversas, com efeitos de luz e sombra, veemência e desvario, ansiedade e contentamento, sem nunca querer ou ser capaz de distinguir esse amor da própria vida e a só conseguir ser feliz assim.

A sétima saudade é a mistura transbordante de todas as anteriores, criando uma dimensão em que cada uma delas leva a todas as outras e recupera todas as outras, como se estivesse a olhar um caleidoscópio, ou como se estivesse dentro dele e fosse parte activa desse universo de reflexos interactivos, de brilhos, jogos de espelhos, formas coloridas, tempos sempre em mutação, espirais alucinantes mas invariavelmente ancoradas no coração das coisas e no coração propriamente dito e uníssono: é uma saudade que funciona como uma espécie de cursor no tempo, deslizando para trás e para a frente, girando em todas as direcções, revivendo as anteriores, inventando as próximas, entrançando uma e outras, agarrando-se a esperanças, sobressaltando-se com acasos, e sofrendo, sofrendo, sofrendo, só de pensar que se pode estar a uma distância de dias ou de apenas umas horas."


Vasco Graça Moura in
“Meu amor, era de noite”

"Temos que ser a mudança que
queremos ver no mundo."
Gandhi

Evolução do ensino da matemática



Relato de uma Professora de Matemática

Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajuda-lá. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. O lucro é de R$20,00.
Está certo?( ) SIM ( )NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler,coloque um X no R$20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$20,00.
(Se você é afrodescendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder.)( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

ONU admite erro em dados sobre aquecimento global (por LUÍS NAVES)


A maior autoridade mundial em mudanças climáticas admitiu ontem que foram cometidos erros no cálculo das estimativas sobre um dos principais indicadores de aquecimento global: o desaparecimento dos glaciares nos Himalaias. Em comunicado, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) reconheceu que no seu quarto relatório, publicado em 2007, certos "padrões de provas não foram aplicados correctamente".
Esta admissão de erro surge semanas depois do fracasso da Cimeira de Copenhaga e após a polémica que ficou conhecida por Climategate. Esta controvérsia, que começou com a divulgação de e-mails pondo em causa dados científicos, afectou profundamente a posição dos defensores da tese do aquecimento global. A semana já tinha sido marcada por notícias contraditórias sobre os glaciares no Alasca. Embora estes glaciares tenham perdido 42 quilómetros cúbicos de água entre 1962 e 2006, esse valor é um terço inferior ao previsto.
Mas o erro sobre os Himalaias deverá ser politicamente mais sensível. Em 2007, o IPCC divulgou uma relatório onde se afirmava que estes glaciares podiam desaparecer até 2035. A informação foi citada em todo o mundo, incluindo pelo DN. No entanto, segundo o britânico Sunday Times, a previsão sobre 2035 foi baseada numa história publicada na revista New Scientist, que por sua vez citava um cientista indiano que entretanto afirma que tudo não passou de "especulação".
A situação é mais grave tendo em conta o que afirma o autor da peça jornalística da New Scientist. Ele diz ter entrevistado Syed Hasnain após ler um artigo num jornal indiano. O cientista referiu a data de 2035, apesar da não a incluir no relatório científico, na altura (1999) ainda não publicado em revistas especializadas. Nesse relatório, Hasnain mencionava que as suas observações diziam respeito a uma parte dos glaciares, não a toda a região. A parte mais inacreditável desta história é como informação tão pouco sólida se transformou numa posição do IPCC.
O artigo do Times que levou o IPCC a retractar-se cita um cientista britânico que faz contas muito simples em relação aos glaciares da região: alguns têm 300 metros de espessura e se derretessem a uma média de cinco metros por ano, o seu desaparecimento levaria mesmo assim 60 anos. Ora, eles estão a perder gelo a um ritmo de decímetros ou mesmo centímetros por ano. Apesar da data ser irrealista e haver acusações de que se tratava de "ciência vudu", o IPCC ignorou as críticas.
O eventual desaparecimento dos glaciares nos Himalaias teria consequências gravíssimas no abastecimento de rios que servem um sexto da população mundial. Há 15 mil glaciares na região dos Himalaias e a sua superfície total ronda meio milhão de quilómetros quadrados. O IPCC insiste que se trata apenas de um erro em 3 mil páginas.

A tortura e as feridas da alma (por Humberto)


Tortura, qual origem desta palavra? Significação?
Nao sei, não quero saber. Me recuso a pesquisar.
Fala! O que ?
Confessa! O que ?
A tortura comeca e termina neste terrivel monologo.
Quando voce fala ou confessa. O que quizerem.
Mas quando voce nao tem nada pra falar ou confessar?
Ela vai profundo, te atinge na mais delicada area do teu corpo. A mente.
Uma ferradura colocada na alma.
Filosofia da tortura: Atacar a existencia do ser. O pensamento.
Porque falar de tortura, agora?
Desculpe, é o Pesadelo.
De vez enquando ele vem. A noite passada ele veio com uma forca incrivel, depois de alguns anos ausente.
Nem sei se é pesadelo. É quase real. Como se meu pensamento estivesse separado do corpo. Conscientemente, me vejo deitado na cama, acompanhado ou nao, o quarto, tudo real, palpavel. Somente o pensamento esta horrorizado.
Incapacidade total de reacao.
Querer se movimentar, correr, mas as pernas nao reagem, preso.
Querer gritar mas a voz nao sai, é sufocada na garganta. Falta de ar.
A figura sinistra esta ali. Ele vem, se aproxima, ele entra em voce, ele estupra tua alma.
Se o grito saisse, alem de rebentar todas as cordas vocais, ele acordaria todos os vizinhos e minha mae se assustaria onde ela esta neste momento: no ceu.
Mas o grito nao sai. Segundos que duram uma eternidade.
Acordo. Nao consigo mais dormir. Amanhecendo chego a uma conclusao: é a mesma sensacao de uma sessao de tortura.
A Tortura me ferrou.
Se eu soubesse que seus efeitos durariam tanto tempo, juro que nao tinha fugido para me refugiar no norte. Teria buscado o mesmo caminho do Frei Tito.
Inventaram a Tortura, mas esqueceram de inventar um remedio para o torturado. Ou existe?. Dizem que pra tudo tem cura…
Se existir, por favor, eu quero. Preciso urgente.
Dizem que o choro é bom, alivia as dores. Talvez, mas eu teria que ter um mar de lagrimas, para me afogar.
Nao quero reparacao financeira como remedio, nem anistia como recompensa, porque nao perdi cargos, nem funcoes, muito menos salarios.
Quero minha alma sa, que um dia uns torturadores feriram, machucaram.
Quero dormir tranquilo, acordar sem dor.
Nada mais.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Valeu, Escola D.. Francisco de Assis Pires


O atual Núcleo Gestor da Escola Dom Francisco, já está colhendo frutos de uma gestão comprometida com o processo Ensino-Apredizagem. Dos 33 alunos que prestaram vestibular, 13 foram aprovados e 10 estão na lista dos classificáveis. A referida instituição está de parabéns e parabeniza esses alunos que fizeram a diferença.
Lista dos alunos aprovados no vestibular 2010
Manoel Josué Costa
Eliene Guedes Rolim
José Adriano Parnaíba da Silva
José Jairon Barbosa
Jeferson Ricardo Barbosa
Maria Anemeire de Souza
Maria Flávia Leite Pereira Dias
Pedro Antônio Neto
Cícero Pereira dos Santos
Geraldo Anderson Macena Lima
Claudiana Dantas Farias
Emanuela Barbosa Sales
Francisca Dyelly Ferreira da Silva
Fonte:http://escoladomfranciscodeassispires.blogspot.com/


Como a notícia foi postada dia 22.01 e só hoje saiu a lista da UFC, de repente, temos outros jovens de Ipaumirim que saíram vitoriosos. Seria interessante divulgar o nome de todos. Parabéns aos alunos e ao colégio.

Dinheiro pra que dinheiro?



PORTARIA Nº33/2010, de 19 de janeiro de 2010.
DISPÕE SOBRE A DIVULGAÇÃO, POR MUNICÍPIO CEARENSE, DAS QUOTAS PARTES DO ICMS, IPVA E IPI - EXPORTAÇÃO, RECEBIDOS E TRANSFERIDOS.
O SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais, CONSIDERANDO o que estabelece os Art.158, parágrafo único, inciso II e 162 da Constituição da República Federativa do Brasil, CONSIDERANDO o disposto no Art.200, parágrafo único, da
Constituição do Estado do Ceará, bem como o previsto na Lei nº12.612, de 07/08/96, e CONSIDERANDO, ainda, o que determina o Art.8º da Lei Complementar Federal nº63, de 11/01/90. RESOLVE:
Art.1º Dar conhecimento, na forma do Anexo Único desta Portaria dos valores a serem repassados aos Municípios cearenses, das quotas-partes do ICMS, do IPVA e do IPI - exportação, recebidos e transferidos, referentes ao mês DEZEMBRO/2009.
Art.2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
João Marcos Maia
SECRETÁRIO ADJUNTO DA FAZENDA

Código do município: 1415.0
Município: Ipaumirim
ICMS: 103.476,57
IPI: 611,46
IPVA:
Arrecadado: 10.102,10
Município: 5.051,05
Fonte: DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO CEARÁ - SÉRIE 3 - ANO II - Nº015 - FORTALEZA, 22 DE JANEIRO DE 2010, p. 48

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Porcaria dessa gripe suína (Ivan Lessa)


Eu estava quieto no meu lugar vendo televisão. Um resfriado pintando. No auge da frioreira que se abateu por este hemisfério norte que escolhi para passar a vida. Sete da noite. Hora do Channel 4 News, para mim o menos desequilibrado dos telejornais. Não mentirei. Gosto mais até – e que ninguém nos ouça – do que o jornal da noite da BBC. Verdade que o horário me libera para ver todas as séries americanas sobre mortes e detetives horrendos. Mas o que é a verdade se não uma variação pouca imaginativa da danada da realidade em que vivemos?
Filosofado isso, dentro dos melhores parâmetros de Paulo Coelho, voltarei a continuar na bica de um flu (de influenza, soa melhor) diante do Jon Snow, pois esse é o nome do apresentador que, nos Estados Unidos e no Brasil, em homenagem à Marinha, resolveram batizar de “âncora”. Seu sobrenome, para aqueles que não viram o desenho animado do Walt Disney, quer dizer “neve”. Muito adequado, penso nestes dias em que por ele e ela estou cercado, quase ilhado. E com olhos marejando e nariz pingando.
Daí vai que, entre uma reportagem sobre o primeiro-ministro da Irlanda do Norte, sua senhora e um garotão amicíssimo da primeira-dama, e outra sobre prostituição de menores no México, tudo em segmentos de pelo menos 10 minutos, tal como deve ser, o meu querido Jon Snow, de pé, que aqui é a última fashion, ou moda, de apresentar telenoticiários, mencionou a gripe suína. E o bestalhão aqui que já havia se esquecido dela, como se fora um OVNI, o Triângulo das Bermudas ou a Marly Tavares.
A humanidade é ingrata. Ou pelo menos eu sou. Acompanhei mediaticamente o desenvolvimento daquela que, descobri, era uma variante do vírus H1N1 e que passara veloz de emergência a pandemia. Pelo que a mídia me informava, no mundo inteiro gente que não acabava mais morria em casa, entre parentes aflitos e protegidos por máscara, e pelas ruas, tossindo sangue encostada no poste.
Devido a minha idade e minha hipocondria, ambas adiantadas, fui logo vacinado na clínica aqui no bairro onde estou registrado e, quando lhes dá na telha, cuidam de mim. Meu médico, que não me cobra um tostão, avisou antes de aplicar a vacinaçãozinha com nome de sobremesa italiana, algo assim feito tiramisu: “Olha, vai doer e você vai sofrer um sem número de efeitos colaterais.” Não doeu, não colaterei nada. Fiquei só urubuservando, da janela de casa, macabro que sou, os suíno-gripados sucumbindo pelas esquinas de meu quarteirão. Coisa alguma. Fez tudo forfait.
Resignado, voltei a minhas mazelas há nove anos habituais: enfisema, arritmia, o escambau.
Na segunda-feira, dia 11, quase de passagem, meu amigo Jon Snow (gozado como a gente pega intimidade com essa gente da televisão) falou que a danada da vacina vinha passando por uma pandemia de pedidos cancelados.
A Alemanha mandou os laboratórios pararem com a remessa. Três dias depois da França dar o blam! (é tiro) de partida. A ministra da Saúde francesa, Roselyne Bachelot, comunicara oficialmente ter dado uma brecada em 50 milhões de doses, o que é, e peço perdão pelo infame jogo de palavras, o que é dose.
Outros países estavam entrando na fila. Inclusive este aqui onde ouvi o noticioso. Fui catar mais informações na net. Blicas. Consegui apenas um dado que me parece importante. Wolfgang Wodarg, presidente da influente Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, convocou membros da Organização Mundial de Saúde para discutir, ou prestar contas, daquilo que chamou de “escândalo da falsa pandemia, um dos maiores de século”.
Não dou o nome do laboratório, ou laboratórios, que faturaram horrores ameaçando o resto do mundo com a pandemia. Ao que parece, com apenas o lucro em vista. Não dou o nome porque sei que eles vão na casa da gente e dão uma vacina que é, essa sim, tiro e queda. Depois viro filme com Julia Roberts fazendo meu papel na tela. O que me parece tão sem graça quanto a – dizem – “falsa” gripe suína.
Atchim! E agora lavem bem as mãos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

de Auxiliadora Barbosa



É com muita alegria que estamos organizando a viagem a Ipaumirim, para juntos comemorarmos a grande homenagem a Osvaldo Ademar Barbosa, grande benfeitor dessa cidade. Como já me comuniquei ha alguns meses com voce, sou Auxiliadora uma das filhas de Ademar Barbosa, que reside em João Pessoa.
Falei ontem com Chiquinho, (irmão mais velho) e ele confirmou também a sua ida, portanto, pelo menos uns 3 ou 4 filhos estarão presentes a tão feliz homenagem prestada ao nosso pai, o que muito nos honrou. Ipaumirim foi um grande sonho na vida dele, ser prefeito dessa cidade, para ele era motivo de muito orgulho e todos os filhos de Ipaumirim podem ter certeza, que Osvaldo Ademar Barbosa amou muito a essa terra.
Quero aproveitar a oportunidade,para lhe parabenizar pelo seu trabalho. Logo iremos nos encontrar. Um grande abraço,
Auxiliadora

Valeu Auxliadora, obrigada pelo estímulo mas o blog só existe porque conta com a colaboração de muita gente.
ML

DEPOIS NÓS É QUE SOMOS BURROS


Nossa cidade viveu há poucos dias um momento que, sabe-se lá por que, não vinha sendo celebrado como deveria. Ipaumirim completa mais um ciclo e ficamos contentes não só pela data, mas pelos festejos que envolveram esse período tão significativo para nossa história. É sempre bom comemorar, a gente só não pode é devanear.
Digo pelas modificações exageradas das quais fomos testemunhas, não que sejamos conservadores, até gostamos de Raul, mas mesmo as transformações precisam ter sua dose de coerência. Para muitos populares talvez este fato nem tenha importância ou diante da euforia da celebração tenha passado despercebido. Falamos da mudança em nossa bandeira, em parte nos rendemos, de fato a cultura do algodão foi extinta de nossas terras, e já há alguns anos nossa agricultura se vê órfã desse produto que tanto contribuiu para o desenvolvimento de nossa cidade. Mas qual a contribuição da cana-de-açúcar para o crescimento da cidade? Temos dois engenhos que se limitam ao distrito de Canaúna. Conversamos com funcionários da EMATERCE que se mostraram surpreendidos com a modificação, já que a cultura canavieira nunca foi referência no município, sendo este caracterizado, desde a derrocada do algodão, pela produção sazonal de milho e feijão. Esses sim, produtos que caracterizam a atividade agrícola em Ipaumirím.
Entender vem cada vez mais se tornando uma atividade árdua, não pelo que olhamos, mas pelo que nos mostram, e alertamos, a vocês que se iludem fácil não se animem, seus filhos irão continuar indo até o Estado de São Paulo e passando lá parte do ano se quiserem ganhar dinheiro com o corte de cana, a menos que os políticos que fizeram isso queiram a partir de agora cultivar o produto que predomina na nossa bandeira, é por isso que já desistimos e optamos pela comodidade de não entender. Imaginamos apenas o quão cômico seria se algum português pudesse ler o que acabamos de escrever, ele com certeza iria se perguntar, “Ora, pois, eles produzem milho e feijão e colocam estampado na bandeira a imagem de um galho de cana-de-açúcar. É... depois nós é que somos burros.”

(Thallysson Josué)
Metendo a colher:
Né por nada naum, sem querer fazer polêmica e respeitando o gosto de cada um mas essa de mudar bandeira me pareceu falta do que fazer. Sou mais Dalva de Oliveira. Bandeira branca amorrrrrrrrrrrrrr......
ML

Férias para que te quero!


Em merecidas férias a partir de amanhã, dia 14.01, estaremos postando sempre que puder mas sem o compromisso de estar presente todos os dias. Até o fim do mes de janeiro, quero minimamente ver o computador até porque não terei computador disponível no período. Agora, é arrumar as trouxas e me largar para a Festa de São Sebastião. Vejo vocês por lá.
Garanto que quando eu voltar contarei as news para quem não foi. Você também pode enviar imagens e textos sobre a festa e, de uma maneira geral, sobre Ip. Afinal, o olhar de cada um é singular. Seria legal contar vários olhares sobre a festa.
Até qualquer hora.
Beichuuuuuuuuuuuuuuuu
ML

Festa de São Sebastião - Programação religiosa


Romaria de São Sebastião - de 11 a 21 de janeiro de 2009
Ipaumirim-Ceará


DIA 11/01/2009 (segunda)

16:30h: Procissão com a imagem de São Sebastião da Pedra até a Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição;

18:00h:Hasteamento da bandeira de são Sebastião, novena e Missa (ao chegar na Igreja).
Responsáveis: Pastoral do Dízimo.
DIA 12/01/2009 (terça-feira)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Pastoral da Pessoa Idosa e Pastoral da Criança.
DIA 13/01/2009 (quarta-feira)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Grupos do Terço (terço dos homens e terço das mulheres).
DIA 14/01/2009 (quinta-feira)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Apostolado da Mãe Rainha e Comunidade Mãe Preta.
DIA 15/01/2009 (sexta-feira)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Pastoral da Catequese (batismo,1ª comunhão e crisma) e todas as crianças.
DIA 16/01/2009 (sábado)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Encontro de Casais com Cristo (ECC).
DIA 17/01/2009 (domingo)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Renovação Carismática Católica (RCC) e Pastoral da Juventude.
DIA 18/01/2009 (segunda)
19:00h: Novena e Missa
Responsáveis: Filhos e Amigos de Ipaumirim e ACRI.
DIA 19/01/2009 (terça-feira)
19:00h: Novena e Missa.
Responsáveis: Apostolado da Oração e Irmandade do Santíssimo Sacramento.
DIA 20/01/2009 (quarta-feira)
06:00h: Missa na Pedra de São Sebastião
Responsáveis: Missionários das Santas Missões Populares (SMP).
09:00h: Missa Solene na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Responsáveis: Missionários das SMP.
17:00h: Procissão com a Imagem de São Sebastião e Bênção do Santíssimo Sacramento.
Responsáveis: Todos os movimentos e pastorais.
DIA 21/01/2009 (quinta-feira)
16:00h: Missa na Igreja Matriz.
Responsáveis: Equipe de liturgia.
Em seguida, procissão com a Imagem de São Sebastião para a Pedra.

Da Redação do Portal Ipaumirim.
Fonte: http://www.ipaumirim.net/

Trair faz bem para o homem, defende psicóloga francesa

Maryse Vaillant, uma das mais famosas psicólogas francesas da atualidade, causou polêmica ao defender, em livro recém-lançado na França, que a infidelidade masculina faz bem para o relacionamento e para a autoestima do homem. Na publicação "Les hommes, l'amour, la fidélité" (Os homens, o amor, a fidelidade), a autora afirma que para a maioria dos comprometidos a infidelidade é quase inevitável e essencial para o funcionamento psíquico – e que apesar de pularem a cerca, eles não deixam de amar suas mulheres. A psicóloga não para por aí: “Os homens que não têm casos extraconjugais podem ser portadores de uma fraqueza de caráter, por negarem as suas vontades”.

Antes que você, homem, saia correndo para comprar o livro e justificar um possível flagra, é bom saber que a maior parte da mulherada não assina embaixo daquilo que diz a psicóloga. “Não faz o menor sentido, esse comportamento não está predefinido na testosterona, principal hormônio masculino. A traição não é compreensível só porque ele é homem. Se está compromissado, é porque escolheu estar com aquela pessoa. As pessoas têm o desejo, mas também têm o poder de controlá-lo”, opina Christina M*, advogada. Para a produtora fotográfica Simone Monteiro, os homens precisam saber de suas responsabilidades e dos reflexos negativos que a traição pode causar sobre a mulher enganada: “Se ele realmente gosta da sua companheira, não vai trair. É preciso ponderar que, caso ela descubra, as consequências psicológicas podem ser devastadoras”.

Mas a psicóloga não está sozinha na sua leitura pouco convencional do comportamento masculino. “Acredito que a sedução, o flerte, a conquista e, sobretudo, a variedade são um prazer para os homens. Intenso o suficiente para que sintam necessidade de trair. Neste aspecto, concordo: a infidelidade faz bem para a autoestima. Em contrapartida, acredito que só fará bem ao relacionamento se a infidelidade for casual, aquela que acontece por um motivo especial ou um mecanismo de afirmação sobre o que ele sente pela parceira fixa”, considera a jornalista Taís Lambert. Já a roqueira baiana Pitty, em fevereiro de 2009, deu a seguinte declaração: “Meu grilo não é o meu parceiro sentir desejo por outra pessoa. É o fato de eu não saber. Eu quero me sentir incluída. A mina é massa? É gostosa? Me leva junto!”.

O psicólogo especialista em relacionamento amoroso e professor do Instituto de Psicologia Experimental da USP (Universidade de São Paulo), Ailton Amélio da Silva, alerta que todos nós estamos sujeitos à traição amorosa, pois a infidelidade sempre acompanhou os relacionamentos amorosos em qualquer contexto e cultura – mesmo naquelas que tomaram medidas extremas para coibir. Com opinião conflitante à da psicóloga francesa, Amélio relata que a traição pode prejudicar o relacionamento: “Quando um parceiro se interessa fortemente por um terceiro, isto faz com que ele perca o envolvimento e a energia em relação ao parceiro oficial. O relacionamento se torna pouco estimulante, a atração sexual e romântica diminui muito e o clima negativo se instala, com quantidade excessiva de brigas”. Diferentemente do que ocorre com as mulheres infiéis, os homens são menos julgados. Seja por não engravidarem, seja pela anuência social, o fato é que eles ainda se sentem mais à vontade para se envolverem com outras. “Trair é o mesmo que enganar, seja na área afetiva ou sexual. Seja homem ou mulher, é preciso respeitar as relações”, opina o autor do livro “O mapa do amor” (Editora Gente).

O que eles dizem


As mulheres podem relatar diversas razões para infidelidade masculina. Mas o que eles podem dizer a respeito? A resposta é o tema do livro "The truth about cheating" ("A verdade sobre a traição", ainda inédito no Brasil), do terapeuta norte-americano M. Gary Neuman, que entrevistou 200 homens para descobrir os motivos para a infidelidade. Resultados:

Apenas 12% revelam ter traído as companheiras com mulheres mais atraentes
40% confessam que conheceram a amante no trabalho
48% dos homens relatam que o principal motivo para a traição é o infelicidade emocional
77% dos infiéis têm amigos que já traíram as companheiras – essa convivência faz com que os homens enxerguem a infidelidade como algo aceitável
67% se dizem arrependidos

(WILSON DELL'ISOLA
Colaboração para o UOL)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Heteroflexíveis

Flex a Nova Tendência
(materia retirada do site Galileu)

Uma nova tribo jovem já pode ser identificada nas baladas, nos bares e orkontros de todo o Brasil: são os heteroflexíveis, meninos e meninas que beijam pessoas do mesmo sexo para experimentar, fazer uma brincadeira ou mostrar certo ar de modernidade. Segundo a psicoterapeuta e sexóloga Mara Pusch, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), esse grupo é geralmente formado por adolescentes e jovens, na faixa dos 16 e poucos anos. Eles normalmente não se vestem de forma igual – como os emos – nem andam em grupo. Os heteroflexíveis gostam mesmo é de beijar e de tocar gente do mesmo sexo para testar sensações e ver como é. “Tem a ver com a curiosidade típica dessa faixa etária”, diz Mara. Segundo a sexóloga, não é que agora todo mundo tenha começado a beijar todo mundo do mesmo sexo. Esses beijos só estão mais explícitos. “Hoje em dia, há mais liberdade. A sociedade aceita muito mais esse comportamento”, analisa a psicoterapeuta. Apesar da experiência homossexual, do contato físico com uma pessoa do mesmo sexo, o heteroflexível não acredita ser gay, esclarece Mara, pois ele está apenas experimentando, e não vivendo intensamente uma relação homossexual. Só depois de provar e descobrir que gosta de pessoas do mesmo sexo, diz a sexóloga, é que é possível se sentir gay ou bissexual.

Abaixo Os Rótulos

Os integrantes desse grupo também são apelidados de bicuriosos – o nome já diz tudo – e de “total flex”, fazendo referência aos carros que rodam com álcool ou com gasolina. Mas, na verdade, eles preferem dispensar definições sobre a sua sexualidade. “Os rótulos de hétero, homo ou bi são muito restritos. Eu, por exemplo, gosto de gente”, dispara a estudante universitária Mafalda Maya, de 22 anos, uma heteroflexível que sempre namorou meninos, mas que beija meninas na boca. “É muito comum na faculdade”, diz. Quem quiser encontrar um heteroflexível é só freqüentar as boates mais descoladas da cidade. “Também é comum a gente fazer na balada. Quem é moderno, se diverte, mas os meninos caretas ainda ficam chocados ao ver duas meninas se beijando”, conta Mafalda. A brincadeira com o fetiche masculino de ter relação sexual com duas mulheres ao mesmo tempo é um dos motivos que levam as meninas a se beijarem, mas também gera reclamação.

Trilha sonora

A curiosidade dos heteroflexíveis tem até música oficial: é o hit “I kissed a girl”, da cantora norte-americana Katy Perry. A música da artista, que pode ser traduzida como “Eu beijei uma garota”, fala sobre a experiência de uma mulher beijar outra para ver como é. Na música, Katy diz que não planejava o beijo homossexual, mas que gostou da experiência. A cantora diz ainda que não pretende se apaixonar e espera que o namorado – sim, ela é heterossexual – não se importe com a travessura.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ânimo (Perseu Abramo)

(Coluna “Parem as rotativas”,
11/08/1988 –
“Folha da Tarde”)

O Desânimo agita a alma do povo. De norte a sul, de leste a oeste. Ou do Oiapoque ao Chuí, como se dizia antigamente. Não pode ser por escassez de problemas. Talvez por excesso.
É que há vários tipos de desânimo. Há o desânimo-indiferença, mal de que sofrem muitos cidadãos. Variante tanto-faz-como-tanto-fez. Tudo se passa como se cada um estivesse isolado dos outros. Como se o que acontece ao redor não afetasse todos, um a um.
Há o desânimo-ceticismo. Muita gente percebe os males do mundo, e também percebe parte desse mundo. Mas acha que não pode mudar.
Há o desânimo-indiferença. O cidadão até que gostaria de apostar nisso ou naquilo, nesse ou naquele. Mas já foi traído tantas vezes… Não quer arriscar de novo.
E há o desânimo-descrédito. O cara já participou, já votou, já elegeu, fez passeata, comício, abaixo-assinado, passou lista, vendeu bônus, entrou em greve, carregou faixa, pichou parede, propôs na assembléia, gritou, berrou, aplaudiu e vaiou. E tudo continua na mesma. Ou pior.
Há também o desânimo-raiva. Cuidado! Muitos estão com esse. Vontade de virar a mesa, botar tudo de pernas para o ar, chutar o pau da barraca, ver o circo pegar fogo. E raiva de não conseguir.
E há ainda o desânimo-desesperança, desânimo-impaciência, desânimo-inutilidade, desânimo-do-quanto-pior-melhor, desânimo-estou-em-outra, desânimo-burrice, desânimo-que-vantagem-eu-levo?
Mas quem leva vantagem com todo esse desânimo? Só os que estão por cima e querem continuar, imperando impunes sobre a geléia geral, a apatia generalizada, a descrença fatalista das multidões. Não é um desânimo natural, é artificial, sabor facismo.
Ânimo, pois. É preciso romper a inércia, desfazer os nós, separar o joio do trigo, explicar as diferenças, insistir nos detalhes, não se conformar, indignar-se, resistir, não se resignar, lutar, avançar.”

FONTE:http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

domingo, 10 de janeiro de 2010

Som do domingo

Tempo de homens frouxos (Xico Sá)


A prosa nada cabulosa da nossa távola redonda salta de mesa em mesa, entre cavalheiros e damas, naquela madruga na taberna:
“Pois saibam todos vocês, a teoria da moça ao lado está mais certa que boca de padre e mais justa do que boca de bode”, emenda Ailton, o garçom pernambucano, de prima, sem deixar a peteca fazer gracinha pelos ares.
“Antes mesmo um bom canalha, com pegada, do que um macho frouxo e vacilão”, exalta Carol, amplifica Maíra, declama Guta, acentua Luciana, amacia Beth e Clarice gagareja com sua caipirinha de frutas vermelhas.
Era a tese da hora, porque bebedeira só é boa mesmo com uma tese de costumes para a gente beliscar noite adentro.
Sem deixar um farelo de dúvidas sobre a mesa de acepipes, bar Filial, madrugada de São Paulo, as meninas, agora em coro, decretam:
“Paz na terra aos canalhas de boa vontade, eles merecem nosso crédito!”
No que o Coppola, o amigo calabrês sempre vestido de nuvens azuis em corte de camiseta pólo, manda o seu mr. Sinatra antes que os sabiás das quatro da matina se manifestem:
“Fly me to the moonLet me sing among those stars…”, canta, como sempre, depois do décimo chope.
As gazelas vão à lua e retornam divas mais radicais ainda para a saideira clássica sob a paisagem de cadeiras levantadas e água com sabão nos pés.
“Antes um bom canalha de ressaca do que um saudável bom moço perfumado com a boca sempre cheirando a antisséptico”, Guta vai mais longe ainda.
A tese ganha versões, puxadinhos semânticos, penduricalhos, novas frases refeitas:
“Mais vale um cafa na mão do que dois playboys vacilões”.
“Nesses tempos de homens frouxos, quando não se pede mais ninguém em namoro, a canalhice é o nosso parque de diversões”, Lu ataca novamente.
A tese se torna tão valiosa, uma obra aberta, que alguém anota em guadanapos, como se fosse a ata da bebedeira. Fica como “pindura” para a próxima farra.
“Mais vale um Paulo César Peréio na mão do que dois Tony Ramos com depilação definitiva”, manda uma ex-feia que acaba de se consagrar musa-mor da madruga.
Àquela altura não há mais ninguém feio no mundo. Nem mesmo um mal-diagramado pela natureza como este cronista, que aprendeu, com o seu ídolo Sérge Gainsbourg, que a beleza é passageira e a feiura é para sempre. Eis o nosso mantra eterno, amém.



Em compasso de espera

Foto de Henri Cartier Bresson
Tem dias que a gente fica no limbo, vero? Hoje. Eu tê assim. Nem pra lá, nem pra cá e nem no meio. Credo!
O dia está nublado, eu já lavei roupas e mais roupas, saí pra comprar comida porque não quero almoçar fora e nada. Liguei pra Deus e o mundo. E nada, tudo no ponto zero. Descartei convites, desmarquei compromissos, dei uma geral na internet e parei aqui.
Caio Josué, administrador do blog da Escola D. Francisco de Assis Pires, tem razão quando diz que tem dias que não tem notícias. Vou botar o que? Eu acho até que nem falta notícia: é falta de tesão mesmo. A gente procura, procura, procura e não acende a luz. A vida fica normal e, cá pra nós, quando a vida tá paradona ela fica chaaaaaaaata que dói.
Vamos considerar que estou em alfa, um intervalo entre coisas superinteressantes que estão acontecendo. A expectativa da festa de São Sebastião que é sempre um momento de muita alegria quando revejo todo mundo e cumpro o nosso ritual familiar herdado dos meus avós. Não tem natal, não tem ano novo, não tem carnaval. Para nós, enquanto família, a festa é a de São Sebastião.
Reencontrar as pessoas é impagável. Sempre aparece alguém que faz tempo não vai por lá. Desligar-se da complexidade da vida e refazer as energias no abraço, nas lembranças comuns, na simplicidade esquecida no alvoroço cotidiano. Claro que, de alguma forma, há interesse político de todos os lados. Não podemos esquecer que 2010 é um ano pesado. Isso é normal. Faz parte. Não há nenhum mal que seja assim.
O que sobressai é que a maioria vai por razões afetivas que vão da fé ao reencontro dos amigos, da família, daquele jeito de viver interiorano que contribuiu, de uma forma ou de outra, para sermos o que somos.
O sentido não é saudosista na intenção de resgatar o passado mas retomar os laços que fizeram de nós uma gente da mesma terra, da mesma cultura. Muita água rolou na vida de todos, o que é saudável e bom. Mas sempre fica impregnada alguma coisa na alma de cada um: uma rua, uma praça, uma conversa, um amigo, uma festa, uma brincadeira. E nessa hora, somos filhos e amigos do mesmo Ipaumirim. Com seus problemas, suas contradições, suas encrencas, sua alegria, suas lembranças individualizadas que, reunidas em conjunto, fazem um passado comum e podem fazer um futuro melhor.
Cada encontro é único. Não dá para perder.
Outra alegria que tive esta semana foi, digamos assim, inacreditável. Quase 100 anos depois que o meu bisavô, pai da minha avó Maria Nóbrega, saiu de São José do Egito para Alagoinha, a família reencontrou-se. De um tronco familiar de treze filhos, nós éramos o único elo perdido que foi reencontrado através do nosso blog. Foi um encontro comovente e agora toca a reconstrução dos laços, recompor, de grão em grão, o hiato centenário.
Vou compartilhar com vocês este caminho para estimular os que buscam reencontrar parentes e amigos desaparecidos. O inesperado é possível, a vida guarda surpresas que a internet pode viabilizar. Deixo com vocês a pintura da foto do avô da minha avó Maria Nóbrega, primeiro prefeito e líder político de São José do Egito- PE nos fins do século XIX e início do século XX. Para mim, é como se fosse ontem porque até então eu nada sabia. Gracias a la vida!

Felipe Pedro de Souza Leite
Avô da minha avó Maria Nóbrega
Felipe Pedro de Souza Leite foi o primeiro prefeito constitucional da cidade de São José do Egito - PE , tendo sido eleito e empossado logo após a Proclamação da República. Personalidade da política municipal, que aí plantou uma grande geração de 13 (treze) filhos, deixando uma grande descendência que já se espalha por todo o Estado de Pernambuco e outros Estados vizinhos.

Todo mundo lá!


Deu no blog Icó é notícia

CONSTRUÇÃO DE POÇOS EM UMARI E IPAUMIRIM - A Secretaria dos Recursos Hídricos, por meio da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), divulgaram a licença para a construção de poços tubulares, para a exploração de água, nos municípios de Umari (732/2009) e Ipaumirim (755/2009 e 772/2009). Os dados estão presentes no Diário Oficial do Estado, do dia 28 de dezembro de 2009.

CONSTRUÇÃO DE POÇOS EM UMARI E IPAUMIRIM - Os poços servirão para as comunidades das referidas áreas de Umari (Sítio Canto) e Ipaumirim (2 no Conjunto Alto Bandeirante) e tem um ano para que a construção seja concluída. A profundidade será de 84m a 100m, dependendo da localidade.