sábado, 29 de junho de 2013

MENSAGEM DA PROFESSORA ROSINEIDE BARBOSA

Rosineide Barboza
Rosineide Barbosa

Queridos Alunos da EEFM 


É tempo de despedidas! Vencemos mais uma etapa de nossas vidas, vivemos o que tínhamos que viver, passamos pelo o que tínhamos que passar, alguns momentos foram difíceis, mas muitos foram ótimos. Os momentos difíceis serviram para aprender, para amadurecer, para crescer e os momentos bons, serviram para comemorar, para nos alegrar e esses ficarão guardados para sempre na memória e no coração.
Sentirei muita falta das minhas crianças, recordarei com carinho de cada feito, as coisas engraçadas, as curiosidades, as dores de cabeça, as festas, enfim tudo o que realizamos juntos. Mas, o consolo é que estaremos por perto, e quando a saudade for muito grande, certamente darei uma escapadinha para vê-los, nem que seja só de longe, pois vocês crianças, já fazem parte de minha história, da minha vida e são muito especiais, cada um com o seu jeitinho. Amo vocês!
Aos pais fica o meu agradecimento, pela parceria, pela confiança e pelo carinho. Foi notável o apoio que recebi durante toda a gestão e isso jamais vou esquecer!
As despedidas geralmente são tristes, porém necessárias para o nosso crescimento pessoal, guardarei comigo em minha caminhada, momentos maravilhosos, estarei aqui sempre que precisarem, não se esqueçam disto. 

Um Abraço, 
Rosineide Barboza de Souza

quinta-feira, 27 de junho de 2013

AVISO

PC  na UTI. Espero voltar o mais rápido possível.
ML

quarta-feira, 26 de junho de 2013

IP para que te quero: Vem pra rua Ipaumirim


 
Minha filha e muitos outros jovens com os quais convivo diariamente ficaram um tanto quanto desapontados porque acharam que a grande maioria estava na manifestação, em Recife, como se estivesse numa festa. Outros alunos que aproveitaram a ocasião para realizar uma experiência de produção de radio  dentro  da própria manifestação  também  experimentaram o mesmo sentimento. Mas nenhum deles reclamou porque participou. Considerei positiva a atitude dos jovens. Pior é permanecer preguiçosamente sentado sem se dar conta do presente e ficar criticando quem participou.

Muitas questões e interpretações envolvem o momento político,  a cobertura viciada da mídia, o papel das redes sociais, a falta de foco, as características intrínsecas das multidões, a esperteza dos partidos políticos, os desdobramentos, os desvios, a falta de lideranças, o vandalismo infiltrado,  entre outros elementos dos quais se podem tirar uma lição ou uma compreensão sobre o que acontece.  Mas não é nosso propósito discutir as questões mais amplas no contexto nacional.

Prefiro refletir sobre o que representa para IP uma manifestação dessa natureza.  A situação é no mínimo curiosa e merece ser olhada alem da politicagem varejista que inunda o nosso município de um ranço eleitoreiro que resiste a qualquer abertura para mudanças e que não deixa as pessoas descerem  do palanque imaginário no qual se locupletam  de várias  maneiras concretas,  entre elas o empreguismo, as relações de compadrio, a troca de favores.  Essa estreiteza do olhar no qual até  as cores são vistas como incompatíveis não podem contaminar as manifestações. Seria ingenuidade imaginar que as questões políticas não passam pelos partidos políticos assim como seria uma insensibilidade democrática  proibir que os partidos marquem sua presença. Na minha modesta compreensão, isto quer dizer que eles apoiam a luta que nasce na insatisfação popular. Qual o problema? Podemos lutar pela democracia excluindo entidades, organizações, instituições ou qualquer outra forma de agregação de uma sociedade minimamente organizada?  Daí a permitir a manipulação deslavada há um caminho a percorrer. Prefiro ver esse matiz de uma forma positiva. Pelo que tenho visto no face, IP renega a paleta de cores com que a natureza nos presenteia. As cores podem até não combinarem mas elas existem e se há uma iniciativa popular não vejo porque discriminar a participação em função das diferenças das cores das bandeiras dos partidos. PelamordeDeus, não é hora pra isso.

O mais interessante é perceber que mesmo copiando por puro modismo– se esta é a critica – a iniciativa surgiu fora dos grupos hegemônicos da política local. E isso dói. Ah! Como dói reconhecer a presença da periferia! Incomoda, irrita, chateia. Anuncia quem tem mais alguém que acredita que a democracia lhe permite o direito de se manifestar, que é preciso encontrar um espaço de dialogo. Querendo ou não. Gostando ou não.  Há novos parceiros no ar. É insano acreditar que somos assim e seguiremos assim porque esta é a cultura local. Tolice. A cultura não aprisiona. Quem aprisiona é a ignorância.

Para sair da ignorância é preciso investir na educação. Foi a educação que nos permitiu abrir esta brecha, esta fresta, este arejamento no meio da aridez política local que tal como a seca não fertiliza solos, não alimenta a alma nem faz a vida mais leve.
ML

Do Ipaumirim.com


terça-feira, 25 de junho de 2013

PAUTA SIMPLIFICADA DE REINVINDICAÇÕES

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA MUNICIPAL

·         PRESTAÇÃO DE CONTAS DE FORMA SIMPLIFICADA À POPULAÇÃO;

SAÚDE

·         IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DO CAPS (POLO IPAUMIRIM, BAIXIO, UMARÍ);

·         CONTRATAÇÃO DE MÉDICOS ESPECIALISTAS : ENDOCRINOLOGISTA, CARDIOLOGISTA E DERMATOLOGISTA;

·         UTI MÓVEL.

EDUCAÇÃO

·         CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES COM QUALIFICAÇÃO MÍNIMA EXIGIDA A FORMAÇÃO ACADÊMICA NA ARÉA QUE IRÁ LECIONAR;

·         QUALIFICAÇÃO PERIÓDICA PARA O CORPO DOCENTE;

·         FUNCIOMANETO IMEDIATO DA CRECHE MODELO;

·         MERENDA DE QUALIDADE NAS ESCOLAS;

·         REVITALIZAÇÃO DO CVT;

CULTURA E TURISMO

·         IMPLANTAÇÃO DE UM ESPAÇO CULTURAL ;

·         INSTALAÇÃO DE UM MONUMENTO DE SÃO SEBASTIÃO NA PEDRA;

MAIO AMBIENTE E AGRICULTURA

·         DESATIVAR O LIXÃO DE IPAUMIRIM E RECUPARAÇÃO DA ÁREA;

·         PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AGRICULTOR PARA EVITAR O DESMATAMENTO;

·         ARBORIZAÇÃO DA CIDADE;

·         PROJETO QUE AMENIZE OS IMPACTOS DA SECA(ÁGUA PARA TODOS);
 

INFRAESTRUTURA

·         SANEAMENTO DO ALTO BANDEIRANTE E BAIRRO SÃO LUIZ;

·         SOLUÇÃO DO PROBLEMA DA AGUÁ DO BAIRRO FAZENDINHA;

·         ORGANIZAÇÃO DO TRÂNSITO DA CIDADE;

 GERAL

·         CRIAÇÃO DE ORGÃO PARA TRATAR DE FORMA ESPECÍFICA DOS PROBLEMAS DA JUVENTUDE;

·         CRIAÇÃO DE FÓRUNS DE DISCUSSÃO

·         ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

 

 

Protesto #vemPraRua Ipaumirim

(cobertura do ipaumirim.com)
 
A manifestação popular #VemPraRuaIpaumirim vem sido o foco de nossas publicações aqui no site.
A passeata não foi o protesto em si, mas sim o inicio do movimento que tem como objetivo mostrar para o governo municipal os principais problemas que assolam a comunidade, além de fiscalizar as ações de nossos gestores.
O protesto foi totalmente pacifico e contou com aproximadamente 200 pessoas, sendo sua grande maioria estudantes.
A passeata teve início em frente a E.E.F.M. Dom Francisco de Assis Pires e terminou na Câmara Municipal/Prefeitura passando pelas principais ruas da cidade.
Logo após, os organizadores do movimento tiveram uma reunião fechada com o Prefeito Wilson Alves (Puíca), a vice Flaucineide (Cineide), os secretários e os vereadores ali presentes (Joselba, Rosineide, Luciene, Jacaré, Bosco de Bidú e Junior Trigueiro).
A população que após a passeata ficou esperando na Câmara por uma reunião de portas abertas, reclamou pela “falta de transparência”, e ao ser questionado, o assessor de empresa do município Jotah Herre deixou bem claro que o prefeito iria para a plenária para que a reunião fosse de portas abertas mas que a comissão organizadora do evento preferiu que fosse de portas fechadas para que não houvesse falatório e coisas do tipo, logo após, membros da comissão confirmaram o fato.
Uma coisa que foi muito comentada pelas pessoas que acompanharam o evento, foi a visível presença das forças de seguranças do município. A polícia militar acompanhou os manifestantes durante todo o percurso enquanto a guarda municipal fazia a segurança da Câmara.
Outra coisa que gostaria de frisar, foi o fato que os manifestantes conseguiram provar que como haviam dizendo, o movimento não é à favor nem contra a atual gestão nem partidos.
Muitas pessoas queriam ter participado do protesto, mas quero lembrar que o protesto não é apenas ir pra rua, a Rádio Acaban transmitiu o evento ao vivo, com o repórter Anderson Josué (Derson), eu estou aqui publicando no site, e cada um que repassa as informações e reivindicações já está fazendo a sua parte.
 
Alguns cartazes:
 























 
 

 
 
Fonte: ipaumirim.com

sexta-feira, 21 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA

Por Renato Pompeu

Quando acusamos os parlamentares de corrupção, nem sempre lembramos que o Congresso é um espelho da sociedade, pois afinal foi eleito por todos nós, que constituímos a sociedade. Todos nós, costumamos em nosso cotidiano praticar, quase sem pensar. Pequenas ações inadequadas que redundam em maior ou menos prejuízo ao bem comum e que, a rigor, poderiam ser classificados como atos de corrupção.


Quem, dentre nós, jamais arriscou, por exemplo, um fezinha no jogo do bicho, ou jamais participou de uma rifa não registrada, ou dum poquerzinho inocente, mas nem tanto. Pois a dinheiro – tudo isso devidamente proibido a particulares, pois em nossa sociedade os jogos de azar com prêmios em dinheiro, como a Mega Sena, são monopólios do Estado?

Para exigir honestidade dos nossos representantes no Legislativo, nem nós, nem os médicos, os dentistas, os engenheiros, os arquitetos e os advogados deveríamos perguntar se queremos pagamento com ou sem recibo, isto é com preço maior ou menos conforme se paga o imposto de renda. Agindo assim criando um caixa 2 particular, que moral temos para exigir que todos os eleitores sejam “ficha limpa”?

E mais: até que ponto podemos garantir que nunca ultrapassamos o sinal vermelho, mesmo porque isso é até mesmo recomendado por altas autoridades, por exemplo, em cruzamentos “arriscados” alta madrugada? E alguém pode afirmar, sob juramento, sem incorrer em perjúrio, que nunca ultrapassou a velocidade máxima permitida, sem que o tenha feito por motivos de vida ou morte, o mais das vezes simplesmente por alta recreação?


Os “fura-filas” e a contramão


Não deixemos de incluir aqui os ímpetos que sentimos de furar a fila nos bancos, o que efetivamente fazemos às vezes. Também costumamos pedir para funcionário dar um “jeitinho” quando há alguma irregularidade em nossos pedidos, em nossa ações ou em nossos documentos. Isso acontece muito particularmente em casos de irregularidade no trânsito mas especificamente em casos de multas por estacionamento em local proibido.

Confessemos que às vezes até mesmo cogitamos de “molhar a mão” do funcionário para alcançar o chamado “jeitinho”, umidade manual oficialmente proclamada como “despesas necessárias para a execução do procedimento em tela”. E também quantas vezes não tentamos ultrapassar carros pela sua direita? Nunca pegamos o famoso “trechinho” na contramão para evitar dar um grande volta “desnecessária”? Não usamos o computador ou mesmo uma simples caneta fornecida pelo nosso empregador para fins nossos particulares durante expediente? Não levamos essa mesma caneta para casa, como se fosse de nossa propriedade? Não usamos o telefone da empresa ou de algum amigo, conhecido ou parente nosso, para fazer negócios em que ganhamos dinheiro, sem que remuneremos com parte disso quem está pagando a conta do telefones?

Nunca, mas nunca mesmo, nos recusamos a pagar a anuidade do túmulo de família que está em nosso nome, sob o pretexto de que quem está enterrado lá não são parentes nossos de sangue e de que os seus parentes de sangue é que deveriam pagar?

O chorinho e a “saideira”

O chorinho que pedimos para o garção colocar no nosso copo não é, afinal de contas. Uma forma de suborno? Sem contar que o próprio garção só acede ao chorinho porque espera com isso receber uma gorjeta mais generosa. Tanto assim é que tanto maior é o chorinho quanto maior seja a intimidade pregressa entre o freguês e o garção. Deveríamos aqui incluir os apelos para que nos seja servida. De graça, a “saideira”.

Em muitas cidades do país as posturas municipais proíbem, por exemplo, pôr roupas para secar em lugares que sejam visíveis da rua. Como as janelas ou fachadas, ou os chamados jardins. Quem obedece a isso?

Quem sempre lava os dejetos lançados na rua por seus pets? Se sei que muitos tomam cuidados com os dejetos sólidos desses queridos animais de estimação, mais, nunca, em tempo algum vi ou ouvi falar que alguém tenha lavado e desinfetado um poste urinado pelo nosso queridinho cãozinho ou nosso estimado canzarrão.

E aqui entre nós, não sentimos às vezes preguiça de caminhar até a faixa de pedestres e não atravessamos a rua diretamente de onde estamos para diretamente ir aonde queremos, ao invés de caminha até a faixa, atravessar, e voltar para outra calçada par onde queríamos ir?

Nossas declarações de renda obedecem rigorosamente às realidades de nossas rendas e de nossos gastos isentáveis? Quando temos certeza de que fontes pagadoras não vão de jeito nenhum declarar ao fisco o que pagaram para nós, não nos vem a coceirinha de, de nossa parte, também não declarar essas rendas? Declaramos valor de mercado dos bens de nossa propriedade?

Se praticamos a todas essas pequenas irregularidades, como podemos garantir que, se tivermos oportunidade de obter dinheiro grosso, vamos resistir à corrupção? Devemos usar como lema o ditado: “Ou haja moralidade, ou nos locupletemos todos”?

De todo modo, acima de tudo, não devemos ser como Demóstenes Torres, arauto anticorrupção por fora – e totalmente corrompido por dentro. 

* Revista Caros Amigos Especial, nº. 62
Fonte: http://bogdopaulinho.blogspot.com.br/

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O transporte coletivo e a riqueza das nações



No mais recente capítulo que se escreve desta era dos indignados, o pano de fundo da mobilização da juventude nos países latino-americanos – Chile, Colômbia, México e, agora, o Brasil – é a insatisfação crescente com o papel das grandes corporações privadas nas economias que, a partir de meados dos anos 1990, sob o pretenso argumento da ineficiência de gestão do Estado, passaram a aumentar a sua participação no provimento de serviços públicos de diversas naturezas, como saúde, educação, segurança, água, eletricidade. Mas é talvez no segmento do transporte coletivo que as contradições aparecem de forma mais evidente: é impossível negar nas últimas décadas a correlação entre o aumento da participação do setor privado no setor de transportes urbanos e a piora na mobilidade nas grandes cidades.

Devemos a essas mobilizações a retomada da discussão sobre a natureza do sistema de concessões para o setor privado na área de transportes urbanos. Na realidade, a origem do sistema público de transporte estatizado se confunde com a própria constituição do Estado de Bem Estar, no pós-segunda Guerra Mundial. A crise dos anos da depressão nos países centrais resultou na nacionalização do setor, sob o argumento de seu caráter estratégico tanto para garantir o bem-estar dos indivíduos, como a eficiência econômica das nações, na medida em que um transporte público barato e de qualidade libera tempo e recursos para serem alocados pelos consumidores, e no limite pelo próprio Estado, em gastos mais produtivos.

Agência Efe
São Paulo terá nesta segunda-feira (17/06) o quinto ato contra o aumento das tarifas do transporte público


Privatização do setor começou a ocorrer na década de 1970, nos Estados Unidos

Ao longo do tempo, observou-se que o transporte coletivo massificado depende do Estado para ser implementado e traz como principais vantagens a redução de poluentes atmosféricos e do trânsito nas grandes cidades, além da maior qualidade de vida para a população em geral. Naturalmente, a opção por um modelo estatizado, ou com grande participação de empresas estatais, tem um custo elevado que tende a ser financiado pela coletividade sob o princípio tributário da progressividade nos países centrais: quanto mais rico, mais se paga relativamente à sua renda.

O setor de transporte público urbano conhece duas ondas de privatizações desde a crise do keynesianismo, a partir do final dos anos 1970.  Nos EUA, a origem da privatização do setor remonta à era Reagan, quando, no início dos anos 1980, por incentivo direto do presidente, diversos centros urbanos governados por republicanos passaram a estimular a entrada de empresas privadas, especialmente na rede de ônibus urbanos. Ao mesmo tempo, o Reino Unido inicia um amplo programa de privatizações com Margaret Thatcher que atinge também os transportes urbanos, inclusive o de Londres.

Contudo, a maior parte das capitais da Europa ocidental resistiu a essa primeira onda liberal, mantendo, essencialmente, o provimento estatal do serviço, como acontece em Paris, Berlim, Roma e Bruxelas, bem como na maioria das aglomerações urbanas dos países escandinavos. Londres faz exceção a esta regra, mas a participação privada ali ainda hoje é alvo de grandes controvérsias. Mais recentemente, experiências localizadas de concessões a empresas privadas para implementar sistemas de bondes em cidades de porte médio na França têm sido estimuladas, como aconteceu recentemente em Bordeaux e Reims. No outro extremo do continente, proliferaram estratégias privatistas impostas no período de grande fragilidade política ao longo da transição dos antigos países socialistas ao capitalismo, especialmente nas ex-repúblicas soviéticas, e na Bulgária, Bósnia, Albânia, Polônia, além da própria Rússia.

Existem, na atualidade, estudos em curso para forçar uma reorientação neste que é um dos últimos bastiões de resistência ao capital no velho continente, aproveitando a submissão dos países mais gravemente afetados pela crise às políticas de austeridade. Portugal, por exemplo, anunciou um ousado plano de privatização do sistema público de transportes urbanos de Lisboa e do Porto no início deste ano. Ao mesmo tempo, encontra-se em estágio avançado as discussões para a liberalização do setor também em Madri. Na Grécia, a privatização do setor ferroviário nacional, que é responsável em parte pelo transporte nos grandes centros urbanos, foi anunciada em abril. Nem é preciso comentar que essas medidas não são consideradas legítimas por boa parte da população, que procura resistir ao contragolpe liberal nos países do mediterrâneo europeu.

Com raras exceções, na América Latina tem crescido nas últimas décadas a participação do setor privado no serviço de transporte público urbano, nas grandes metrópoles, como são os casos das cidades do México, Buenos Aires, Bogotá, e na maioria das capitais brasileiras. São Paulo e as metrópoles brasileiras estão, porém, na contramão do modelo privado que se implementou nos países avançados, pois praticamente excluiu  suas empresas públicas da oferta do serviço municipal de transporte.

A natureza do sistema aqui adotada dá provas de enorme ineficiência na aplicação das receitas do setor, cuja destinação não tem sido visivelmente para a melhoria e inovação da rede. Muito pelo contrário, predominam carros com tecnologia antiquada na frota (na realidade, carrocerias de caminhões disfarçados de ônibus, altamente poluentes, sem conforto e segurança para o usuário), linhas irregulares e em número insuficiente para atender a demanda. Ademais, o sucateamento do serviço que resulta do processo de privatização, estimula a migração de parte dos usuários ao transporte individual (carros e motos, essencialmente). O lobby das grandes montadoras para evitar maior participação e regulação do Estado no setor é fato comprovado por inúmeros estudos nos EUA – não há motivo para que não seja este o caso da América Latina também, tendo em vista o fortalecimento do papel econômico das multinacionais automotivas nas últimas décadas no subcontinente.




O argumento em defesa da privatização é que setor privado poderia operar com mais eficiência, introduzindo inovações no sistema de prestação de serviço de transportes urbanos. Ora, nada mais falacioso, tendo em vista a realidade que se vive no Brasil. Não apenas o setor privado não tem investido na melhoria do sistema, como há indicações de desvio de recursos para outras aplicações, externas a seu ramo econômico (basta lembrar que uma das grandes companhias de aviação do Brasil se constitui com capitais do setor de transportes).

Um modelo com plena propriedade, ou mesmo de amplo controle, do Estado não necessariamente precisa ter lucro, mas a experiência de outros países mostra que a operação do sistema pela coletividade pode gerar excedente. O caso da RATP, na França, é emblemático: a empresa pública dá lucro e reinveste em melhorias constantes no sistema, aplicando inclusive parte dos recursos na participação em sistemas de transporte em outras cidades do planeta. Note que estamos tratando aqui de uma das regiões mais densamente habitadas da Europa, com cerca de 10 milhões de pessoas, e que opera com uma receita anual de cinco bilhões de euros, financiados exclusivamente pela venda dos bilhetes e subsídios públicos.

Se o setor privado falhou em sua promessa, e as indicações são de eficiência na gestão pública do setor ao redor do planeta, a pergunta que não quer calar é: por que não investir em empresas públicas de transporte os bilhões entregues como subsídio à iniciativa privada, que em contrapartida nos fornece um transporte urbano de péssima qualidade nas grandes cidades brasileiras? Assim como a concorrência com empresas públicas mostrou-se salutar no setor financeiro do Brasil nestes últimos anos, aumentando a oferta de crédito e reduzindo o seu custo, algo semelhante poderia acontecer no sistema de transporte urbano do país. Tal como está, o modelo nacional de transporte coletivo revela-se profundamente injusto, prejudicando a maioria dos usuários, não-usuários (que podem pagar pelo transporte individual, porém com mobilidade cada vez mais restrita) e contribuintes.

O movimento social que toma as ruas das metrópoles do Brasil expressa na luta pela redução das tarifas do transporte urbano a insatisfação crescente da população contra um sistema cuja face mais reveladora de sua ineficiência é a disparidade crescente entre o preço cobrado e a qualidade do serviço entregue às cidades. Porém, é a natureza mais profunda do modelo de transporte implementado no país que está em debate. Transformá-lo não será tarefa fácil, mas foi dado um primeiro passo ao questionar-se a legitimidade do papel do setor privado em uma atividade econômica estratégica para garantir a riqueza e o bem-estar das nações, e ao ousar levantar-se contra o argumento oficial que insiste em ressaltar os custos do sistema, pagos por todos, mas que se recusa a admitir os cada vez mais escassos benefícios, apropriados por poucos.

(*) Professor da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (EPPEN-UNIFESP). Doutor em Economia pela Universidade de Paris 3-Sorbonne Nouvelle. Editor do blog Outra Economia
Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/29497/o+transporte+coletivo+e+a+riqueza+das+nacoes.shtml

É Hora de Defender o MPL


por Lincoln Secco e Antonio David, especial para o Viomundo

Foto: Marcello Camargo/ABr
 
Em célebre imagem do Manifesto Comunista Karl Marx mostra um feiticeiro que perdeu o controle dos poderes subterrâneos que ele mesmo despertou. As manifestações de segunda-feira foram o ponto de virada do Movimento Passe Livre.
Quando o movimento se massificou, isto não aconteceu sob a bandeira do MPL, mas depois de uma convocação de parte da grande imprensa. Sendo assim, as justas demandas iniciais se juntaram a manifestações de direita. O que explica a metamorfose?
Em primeiro lugar, lembremos que este movimento atual é seguramente importante e de massas, mas muito menor do que outros passados. Basta pensar nas Diretas Já que colocavam milhões nas ruas numa era sem redes sociais. Mais fraco e sem uma direção tradicional, ele tem que aprender no calor da luta a recuar para avançar depois.
O segundo aspecto do momento atual reside no fato de que antes as pessoas comuns iam às ruas depois de ouvirem o chamado que passava pela palavra impressa e esta dependia de organizações previamente estabelecidas que podiam arcar com  custos de edição de revistas, jornais etc. As redes sociais permitem que indivíduos falem diretamente entre si sem a mediação de organizações, salvo o mercado virtual.
Pessoas assim podem partir para a ação e expor ingenuamente os seus preconceitos e sua “coragem” (sic) escondida no anonimato da rede.
O terceiro aspecto que merece consideração é que a grande imprensa televisionada continua muito importante e, ao mesmo tempo, totalmente fora de controle democrático. Na Venezuela, Chavez enfrentou manifestações e tentativas de golpe reduzindo o papel da televisão.
Organizações na forma de “rede” existem desde que Marx criou seu círculo de correspondência londrina ou antes. Decerto os meios atuais potencializam infinitamente uma teia assim. O que o MPL pode aprender com seu magnífico movimento inicial é que organizações horizontais não deixam de ter pessoas provisoriamente na  liderança. Mas os líderes devem obedecer às bases e podem ser trocados. E as bases não são as pessoas nas ruas simplesmente, mas aquelas que comprovam real participação nas tarefas decididas. O MPL tem sim o direito de vetar atos que os seus membros orgânicos não decidiram previamente.
Para os partidos está dado o recado: está havendo um ensaio de algo diferente que poderá suscitar organizações de tipo novo à direita e à esquerda, assim como existem partidos verticais de direita e de esquerda. A juventude deve invocar o tumulto. É seu direito. É seu dever. Depois, estudar, estudar e estudar. Só assim se aprende. Primeiro nas ruas, depois se reorganizando. Não tenham medo. Continuem na luta. Mas saibam mudar a tática e desarmar o adversário. Ele tem nome: os fascistas que o discurso de direita disfarçado de combate à corrupção despejou nas ruas.
É possível que passeatas atrás de carros de som e líderes rotativos do próprio MPL no comando sejam a solução imediata que sindicatos mais à esquerda podem emprestar ao movimento, pois as atuais manifestações carecem deste elemento básico: o direcionamento conferido por quem fala mais alto.
Mas a saída estratégica passa por São Paulo e pela prefeitura. O MPL não quer e nem poderia influenciar o quadro eleitoral que ainda está distante. Mas precisa de uma saída digna para eliminar a gordura indesejada do movimento. A saída é o prefeito quem deve oferecer: baixar a tarifa e abrir um diálogo permanente sobre mudanças estruturais nos transportes.
Lincoln Secco é Professor de História Contemporânea na USP
Antonio David é Pós Graduando em Filosofia na USP

Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/secco-e-david-ao-mpl-saibam-mudar-a-tatica-e-desarmar-o-adversario.html

Para pensar


terça-feira, 18 de junho de 2013


Sobre o que dizem as ruas

Por Assis Ribeiro
Da Carta Maior

Seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições. Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiras uma capacidade de mobilização que ela não possui. Refutar a ideia de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das "elites" é o primeiro passo para não cair em um erro elementar.

Por Vinicius Wu

A forma menos adequada de buscarmos a compreensão de um fenômeno social complexo é a simplificação. Não encontraremos uma única motivação para os recentes protestos que se espalharam pelas principais cidades do país, se o procurarmos. Temos questões mais gerais e universais ao lado de outros muitos temas locais e setoriais. Há aspectos que aproximam os manifestantes de São Paulo aos do Rio e de Porto alegre e, outros tantos, que os distanciam. 
O papel da internet e das redes sociais é central e, em geral, os políticos e formadores de opinião não o tem compreendido minimamente. Buscar algum grau de compreensão do atual fenômeno, a partir do ponto de vista de uma esquerda que se coloca diante do dificílimo desafio de governar transformando, é o objetivo desse breve artigo. 
O que se pode dizer preliminarmente é que estamos diante de uma expressão política do novo Brasil. A revolução democrática, levada a termo pelos governos Lula, redefiniu a estrutura de classes da sociedade brasileira, incluiu milhões de brasileiros à sociedade de consumo e possibilitou a emergência de novas expressões culturais e políticas. Mas o inédito processo de inclusão social e econômica ainda é imperfeito, inconcluso e contraditório. As dinâmicas políticas decorrentes do processo massivo de inclusão social em curso ainda são imprevisíveis, mas algumas pistas são visíveis e exigem da esquerda brasileira uma reflexão mais adensada.
As conquistas sociais dos últimos anos vieram acompanhadas da despolitização da política, de uma onda conservadora que constrange o Congresso Nacional e paralisa os partidos de esquerda, distanciando, ainda mais, a juventude da política tradicional. Lembremos que, recentemente, tivemos manifestações espontâneas, em todo o país, contra a indicação de Marcos Feliciano à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional. Na oportunidade, nenhum manifestante propunha o fechamento do Congresso ou a criminalização dos políticos. E o que fez nosso Parlamento enquanto Instituição? Nada. Esperou solenemente o movimento se dispersar. Frente à onda conservadora que estimula a homofobia, o racismo e a violência sexista, o que têm feito os partidos políticos? Os ruralistas de sempre se organizam no Congresso Nacional para anular os direitos dos indígenas e o que dizem nossos parlamentares progressistas?
Os dez anos de governo de esquerda no país nos deixam um legado de grandes conquistas, entretanto, há incerteza e imprecisão quanto aos próximos passos. Demandas históricas não atendidas carecem de respostas mais amplas. Além disso, novas questões sempre se impõem num cenário de conquistas sociais e políticas. Pois, se é verdade que os governos do PT incluíram milhões e possibilitaram acesso a inúmeros serviços antes inacessíveis, também é verdade que temos, em diversas áreas, serviços de baixa qualidade e, fundamentalmente, caros. 
O transporte nas grandes cidades é um drama cotidiano para milhões de brasileiros. Temos pleno emprego em diversas regiões metropolitanas do país e, no entanto, ainda temos um oceano de precariedade e informalidade. E aqueles que ingressaram na sociedade de consumo nos últimos anos, legitimamente, querem mais: anseiam por cultura, lazer, mais e melhores serviços, educação de qualidade, saúde, segurança e transportes. São os efeitos colaterais de toda experiência exitosa de redução das desigualdades sociais e econômicas.
Evidentemente, há ainda o afastamento e o desencantamento com a política e os políticos. A denominada "crise da representação" não é um conceito acadêmico abstrato. O déficit de democracia e de legitimidade das Instituições políticas colocam em xeque a capacidade dos atuais representantes em absorver e compreender as novas dinâmicas sociais e políticas que se expressam nas ruas do país. Nossa jovem democracia corre o risco de caducar precocemente, caso não tenhamos êxito em ressignificá-la e reaproximá-la dos setores sociais mais dinâmicos.
Essas seriam algumas das questões mais gerais que aproximam os movimentos do Sul, sudeste e nordeste. Mas há ainda temas locais que incidem sobre dinâmicas especificas e mobilizam pessoas a partir de questões mais sensíveis a partir de sua vivência concreta nos territórios.
O Rio de Janeiro, por exemplo, se tornou uma das cidades mais caras do mundo. Há uma reorganização em grande escala do espaço urbano e há setores sociais que se sentem completamente alheios (e marginalizados) ao processo de "modernização" da cidade. Em São Paulo, temos uma polícia orientada para o uso desmedido e desproporcional da força e da violência – e isso não diz respeito somente aos dias de protestos. Também há ali um tipo de violência estrutural contra homossexuais e mulheres sem que o Poder Público organize qualquer resposta mais contundente. Poderíamos estender a lista. 
Por fim, cumpre registrar que seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições. Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiras uma capacidade de mobilização que ela não possui e jamais possuirá. Refutar a ideia de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das "elites" é o primeiro passo para não cair em um erro elementar que seria bloquear qualquer possibilidade de dialogo com esses novos movimentos. 
Melhor acreditar que é possível extrair do atual momento elementos para a renovação da agenda da esquerda brasileira e reforçar os laços que unem os governos progressistas da América Latina a todas as lutas contra as diversas formas de privatização da vida. É hora de reforçarmos nossa capacidade de dialogo, de escuta, e ouvir a voz nada rouca das ruas – a mesma que nossos adversários sempre buscaram silenciar. Estamos diante de uma oportunidade singular para renovarmos nossos discursos e nossas práticas, projetando o próximo passo da Revolução Democrática no Brasil com base na força sempre renovadora das mobilizações da juventude.

(*) Secretário-geral do governo do Estado do Rio Grande do Sul

Ideia terrorista

 


(Janio de Freitas)

Manifestações como as atuais ficam sujeitas à classificação de ato de terrorismo, na definição desse crime proposta pelo relator Romero Jucá na comissão especial do Congresso que prioriza a legislação da segurança em vista dos eventos esperados no Brasil.

Há duas barbaridades nessa concepção, que retorna ao conceito praticado pela ditadura - embora, a bem da verdade, lançado pelo "Jornal do Brasil" para alegria dos militares, que o viram adotado por todos os meios de comunicação como fundamental para a propaganda contra a oposição.
Do ponto de vista técnico, a essência do terrorismo é o propósito de aterrorizar, antes de quaisquer outros, como o nome já indica. Não é esse o propósito de manifestações de protesto ou de reivindicação. Nem da chamada criminalidade urbana, à maneira da que se agravou em São Paulo com o objetivo de roubo ou, nas chacinas, de disputas criminais.
A surpresa -do ato, do alvo ou do modo- é fundamental na técnica do terrorismo. O que confunde, por exemplo, arrastões e assaltos com atos terroristas. Mas nem essa confusão tem vez no caso das manifestações de reivindicação (como o Movimento dos Sem-Terra) ou de protesto, que são públicas por definição.
Sub-relator, o deputado Miro Teixeira discordou de parte do relatório e, com isso, forçou o adiamento da votação. É o trecho em que atos geradores de pânico ou terror se tornariam terrorismo por haver, de fato ou por circunstâncias, "motivo ideológico, religioso, político ou de preconceito racial ou étnico".
Outra vez, manifestações como as atuais se tornariam atos terroristas. São manifestações que se contrapõem ao governo estadual e à administração municipal, e já por isso são atos políticos. E, na prática, também reflexos ideológicos, no mínimo. Os atos públicos coletivos que escapariam dessa condição não seriam muitos.
Do ponto de vista político, portanto, a proposta do senador Romero Jucá é nitidamente incompatível com os direitos de expressão e da cidadania assegurados pela Constituição. E, mesmo que só por descuido, presta inaceitável homenagem à memória da ditadura militar.
CRÉDITOS
Se adotado no Brasil o conceito, agora aprovado no Equador, de "linchamento midiático" contra informações em meios de comunicação com o propósito de desacreditar empresas ou pessoas, Eike Batista e Daniel Dantas multiplicariam seus patrimônios graças às indenizações. E alguns outros enriqueceriam.
SERIEDADE
O senador Aloysio Nunes Ferreira diz que "a polícia de São Paulo é a mais bem preparada do Brasil". De onde tirou tal afirmação? Ah, sim, da onda de crimes que perpassa a vida paulista e da habilidade técnica com que a PM de São Paulo atacou manifestantes civis, desarmados e em passeata pacífica. Ou pessoas que nem eram manifestantes.
PARA PENSAR
Escrevo antes de poder comentar as passeatas de ontem. Mas não antes de poder sugerir que comecemos reflexões mais complexas sobre o que está acontecendo. É muito, muito menos simples, como expressão atual e como perspectiva, do que se tem dito. 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Cine Ipaumirim: XXY

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    O florescer da sexualidade pode ser abordado de muitas formas pelo cinema, mas este filme - co-produzido entre Espanha e Argentina - encontra uma forma única de abordar um drama desse gênero ao explorar de forma delicada como uma menina de 15 anos é capaz de enfrentar o fato de ser hermafrodita.

    Alex (Inés Efron) vive num povoado de pescadores no Uruguai. Seus pais, Suli (Valeria Bertuccelli) e Kraken (Ricardo Darín, de Nove Rainhas), moravam em Buenos Aires (Argentina), mas, com o nascimento da filha hermafrodita, resolveram mudar-se para o povoado a fim de manter-se longe dos olhos preconceituosos da sociedade. A de XXY ação tem início quando Erika (Carolina Pelleritti), amiga de Suli, viaja ao Uruguai acompanhada por seu marido médico Ramiro (Germán Palácios) e o filho adolescente Alvaro (Martín Piroyansky). A visita da família tem como objetivo definir de vez o gênero de Alex: com os dois órgãos sexuais, ela tem de decidir se quer ser homem ou mulher, escolha concretizada por meio de uma cirurgia.

    Ao invés de explorar o drama que envolve a protagonista por conta da escolha, XXY prefere tratar a situação de uma forma sincera e honesta, abordando os tipos de problemas que qualquer outro adolescente teria: o sexo, a vergonha em relação ao próprio corpo, a insatisfação com a vida. Claro que todos esses problemas são únicos em relação a Alex por conta de sua situação. O filme se passa muito próximo ao mar, onde existem espécies naturalmente hermafroditas, como os cavalos marinhos, como uma forma de aproximar a personagem à "normalidade".

    Todos os dramas do longa são tratados de forma digna, como se os personagens sofressem sempre sozinhos. Por isso, sua boa interpretação é crucial para que o espectador emocione-se de forma quase que involuntária. XXY passa longe de qualquer tipo de sensacionalismo que o tema poderia acarretar e esse é um dos grandes méritos do filme, dirigido por Lucia Puenzo. Tudo é desenvolvido tendo como base a situação psicológica de cada personagem; por isso, são todos muito bem-desenvolvidos, com destaque para a atuação fria e contida de Ricardo Darín, que dá a densidade necessária ao seu papel.

    Fonte:http://www.cineclick.com.br/falando-em-filmes/criticas/xxy

domingo, 16 de junho de 2013

Copa de 1950: Espanha x Uruguai



                       

sábado, 15 de junho de 2013

O que significa a vaia que Dilma levou

(Paulo Nogueira)

Os brasileiros estão profundamente desencantados com a política e os políticos.

Estava na cara


Alguma surpresa na vaia que Dilma levou na estreia do Brasil na Copa das Confederações?
Nenhuma.
Os recentes protestos país afora mostram que os brasileiros vivem um outono do descontentamento.
Estão desencantados com a política de um modo geral.
Não respeitam o modo como as coisas são feitas no universo dos partidos. E como estranhar quando eles vêem fotos de Lula e Haddad com Maluf, ou Serra com Silas Malafaia, ou lêem falas de Marina favoráveis a Feliciano?
Também não anima nada ver a forma como Dilma trata os índios. Nunca tem tempo para eles, mas se encontra com ruralistas com irritante frequência.
E sem falar nos eternos sócios do poder, como Sarney.
As palestras milionárias de Lula — para não falar no lobby ‘patriótico’ de empreiteiras brasileiras para ganhar negócios na África — também não elevam a taxa de popularidade dos políticos.
Há um enorme cansaço com a política convencional, e não apenas no Brasil.
Na Itália, um comediante, Beppe Grillo, obteve uma votação extraordinária renegando a política tradicional.
Na Islândia, um humorista se elegeu prefeito da capital Reiquijavique tendo na plataforma itens como garantir toalhas de banho gratuitas nos banhos de piscina.
A ojeriza planetária à política e aos políticos que estão aí é uma disciplina que já vem sendo estudada por especialistas.
As vaias de Dilma se enquadram nesse desencanto geral.
Em termos eleitorais, isso significa pouco, apesar da vibração dos conservadores brasileiros: nenhum dos rivais de Dilma teria escapado dos apupos.
Aécio, por exemplo, teria provavelmente ouvido vaias ainda mais demoradas.
Verdade que Dilma poderia ter evitado ir ao estádio fatídico. O estado de espírito dos brasileiros não está para aplausos a políticos.
A Copa das Confederações foi cercada de denúncias de remoções forçadas de gente pobre que, como os índios, não tem quem a defenda — nem um governo pretensamente popular.
Estádio cheio, câmaras transmitindo a cerimônia de abertura para o mundo todo: Dilma poderia ter contornado uma situação de alto risco.
Ela não merecia ser socorrida por Sepp Blatter, o controvertido presidente da Fifa. “Cadê o respeito e o fair play?”, perguntou Blatter.
As vaias aumentaram de tom com a tentativa de sabão coletivo de um estrangeiro petulante ligado a João Havelange.
Mas, ainda que Dilma tivesse prudentemente descartado um compromisso que poderia expô-la a um embaraço internacional, os fatos não mudariam.
Os brasileiros estão descrentes de seus políticos. Há uma desconexão entre as duas partes.
Os vinte centavos apenas deixaram isso claro.
Evocar 1964 com protestos arquiconservadores estimulados pelos golpistas daqueles dias é tolice. Os protestos que varrem o Brasil são, ao contrário de então, essencialmente anticonservadores.
Aqueles entre os políticos que entenderem a mensagem e buscarem respostas tenderão a se dar bem no futuro.

Os que acharem que o povo é que está errado, bem, a lata de lixo está aí para eles.

Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-significa-a-vaia-que-dilma-levou/

quinta-feira, 13 de junho de 2013


Agradecimento de Tata, Diretora eleita para a Gestão da Escola Dom Francisco 2013/2017.


 
Ser eleita para dirigir os destinos da Escola Dom Francisco no quadriênio 2013/2017 é uma grande responsabilidade. Primeiro pelo voto de credibilidade que me foi dado pela comunidade escolar: alunos, professores, funcionários e pais. Segundo pela torcida e apoio que recebi da comunidade extra escola. E a maior responsabilidade de todas, é estar recebendo a Escola Dom Francisco de uma Diretora que é mais que comprometida com a causa educacional. Substituir uma Diretora ruim com certeza seria bem menos difícil, mas substituir a professora Rosineide Barboza é um grande desafio que pretendo abraçar estreitando meus laços de afetividade, responsabilidade e trabalho efetivo na escola, onde fui aluna, professora, coordenadora escolar, diretora designada e agora diretora eleita pela comunidade escolar.
Sei que contei com a parceria de muita gente, por isso quero agradecer em domínio público a todos aqueles que de uma forma direta ou indireta contribuíram para a minha tão vitoriosa eleição. Sei que muito foi armado, mas desde que passei na primeira prova das quatro que tive que fazer para estar no Banco de Diretores aptos à candidatura uma força superior me dizia que havia chegado a minha hora de dirigir a Escola Dom Francisco. A princípio, fiquei receosa com a responsabilidade que me aguardava, mas Deus me dizia que ele não me daria uma cruz que eu não pudesse carregar. Essa força superior é a divina, Deus sempre esteve comigo na decisão que tomei que deveria continuar essa gestão que está dando certo, candidatando-me à Direção da Escola Dom Francisco e Deus me dizia que seria eleita.
Fui apoiada por muitas pessoas e a credibilidade que a comunidade colocava na atual gestão foi muito significativa para fazer crescer o apoio que recebia a cada dia que se aproximava das eleições. Por isso quero agradecer, a priori, a Deus, esse grande aliado, ao desafio e responsabilidade que devo abraçar com amor, dedicação e trabalho. Obrigado, meu Deus! E obrigada a todas as pessoas que você colocou no meu caminho antes e durante a campanha para que eu conseguisse sair vitoriosa com uma maioria que mediante os fatos ocorridos considerei bastante expressiva. Ao criador de todas as coisas, muito obrigada! “Tudo posso naquele que me fortalece!” Forças foram medidas, mas o trabalho sério da Gestão d’aqual sou parte, “Planejamento e ação por uma boa educação”, fez a diferença para a minha eleição pela comunidade escolar e nenhuma força é maior do que a de Deus. Ele sim é o todo poderoso! Por isso, em nome Seu quero agradecer a toda comunidade escolar.
Maria de Fátima Josué Dias - (TATA)