quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz ano novo

“Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.” Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível...” Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural. Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce...”(Rubem Alves)

Recebi a mensagem acima de Leonor Cordeiro. Gostei tanto que repasso a todos.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Adeus, juventude


(Danuza Leão)

DOIS CASAIS muito jovens me telefonam na mesma semana para dizer que vão ter um bebê. Um deles, mesmo com pouca grana, vai se mudar para um apartamento que comprou na planta e, quando o filho nascer, já estará instalado. O outro, com menos grana, vai ter que se mudar de onde mora de aluguel para um maior, para que o bebê tenha um quarto só para ele.
Num primeiro momento me enterneço; sei que esses dois casamentos foram por amor de verdade, que tanto eles como elas são pessoas do bem, que acreditam nas coisas, que têm as melhores intenções a respeito do futuro, e me emociono pensando no momento de felicidade que estão vivendo. A chegada do primeiro filho, para um casal apaixonado, é tão importante, tão cheio de alegrias -lembra? É tão bom começar a vida, com esperanças e certezas quanto ao futuro.
Mas ao mesmo tempo me dá uma certa pena pensar que por melhor que tudo corra e que esses casais sejam felizes para sempre, a vida vai mudar. Em alguns pontos, até para melhor, mas vai mudar. E o gosto da irresponsabilidade, essa coisa tão prazerosa, estará perdido para sempre. Adeus pegar a estrada e se mandar no fim de semana, levando uma mochila só com um repelente e um filtro solar. A sacola vai ter que ser maior -isso se enfrentarem o fim de semana, o que é improvável- e cheia de fraldas, mamadeiras, latas de leite em pó, sapatinhos, casaquinhos, mantinhas e nem sei mais o quê. E a ilusão de que vão jantar tomando vinho não vai passar de uma ilusão, porque crianças pequenas parece que adivinham a que horas ficar inquietos e chorar com fome.
O bebê vai crescer e logo entrar numa creche, para que a mãe possa voltar a trabalhar. E depois vai ser o colégio, que custa caro. Para fazer frente às novas despesas -tênis, skate, aula de judô, escolinha de futebol, natação (isso sem falar do pediatra, da dor de ouvido, da tosse noturna, do xarope de duas em duas horas). O pai vai arranjar um bico para aumentar a renda familiar e começar a chegar em casa mais tarde, mais cansado. A mãe vai abrir mão das mechas no cabelo, e talvez até da manicure, por falta de tempo e para economizar e poder levar seu filho à Disney. Mas a vida continuará um mar de rosas até chegar aquele momento de que nenhum pai e mãe escapam: a adolescência.
Tudo pode acontecer, até mesmo do garoto ser um adolescente tranqüilo e estudioso, mas segundo as estatísticas, é bom não contar com isso. E se em vez do garoto, for uma menina, aí as preocupações se multiplicam. As baladas, as noites em claro esperando que eles cheguem (sempre mais tarde do que a hora que foi estipulada), o medo do trânsito, dos assaltos, das drogas, da Aids, da gravidez inesperada. É claro que quando você, recém-casado, abriu o envelope do exame e leu POSITIVO não pensou em nada disso, até porque nessa idade não se pensa nessas coisas.
Mas corta meu coração saber que ao ter o primeiro filho eles estão deixando para trás a juventude, que não tem nada a ver com a idade; juventude é ser dono e responsável apenas por si mesmo, aos 20 ou aos 80. Porque depois que se é mãe ou pai, mesmo que os filhos estejam casados e felizes, já com seus próprios filhos, nunca mais se vai a lugar nenhum sem deixar com cada um deles o lugar onde poderá ser encontrado "se acontecer alguma coisa", e nunca mais, mesmo tendo ido a uma festa e dormido às 6h da manhã, vai ter coragem de desligar o telefone, de medo que "aconteça alguma coisa" e você não possa ser encontrada.
Nunca mais, nunca mais, se dorme em paz; mas não sei o que seria de mim sem os meus.

Fonte:

sábado, 27 de dezembro de 2008

VII ENCONTRO DOS FILHOS E AMIGOS DE IPAUMIRIM

CONVITE


A Associação Cultural e Recreativa de Ipaumirim - ACRI - convida V.Sa. e família para participarem da Festa dos Filhos e Amigos de Ipaumirim nos dias 18 e 19 de janeiro de 2009.

PROGRAMAÇÃO

Dia 18 de janeiro de 2009

19h - Missa em Ação de Graças
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
20.30h - Homenagem aos poetas e escritores filhos e amigos de Ipaumirim
21h - Festa Dançante
Local: Praça da Matriz
Banda Arquivo (Juazeiro do Norte)
Marcos Rogério (Cajazeiras)
23h - Show Pirotécnico
24 h- Grande Carnaval da Saudade

Dia 19 de janeiro de 2009

19h - Entrega de títulos beneméritos aos agraciados
Local: Câmara Municipal de Ipaumirim
21h - Coquetel na Câmara Municipal de Ipaumirim

Presidente de Honra: Maria Zenira Gonçalves Gomes
Presidente da ACRI: Dr. José Nery Vieira

Pequenos gestos fazem um mundo mais solidário

Uma bênção
(d0 blog de Cleidinha)


D. Socorro (Ip)


Auri e Fátima Leão (SP)


"Depois de vários meses sem nada postar no blog de Ipaumirim, aqui estou eu de volta!Primeiramente, peço desculpas pelo sumiço e pelas fotos que não tive como postar para atender as pessoas que me enviaram um e-mail e fizeram seu pedido, pois, por motivo de força maior, não tive mesmo como dedicar-me a está página nesses últimos meses.
No entanto, a postagem que trouxe nesse fim de ano para vocês é bastante emocionante e especial: trata-se das fotos de duas irmãs aqui do nosso município que perderam o contato há mais de 40 anos e, que possivelmente se reencontrarão em 2009.
Tudo começou há dois meses quando Fátima Leão, funcionária de um asilo em São Paulo procurou na internet alguma informação sobre o município de Ipaumirim e, deu de cara com esse blog e com meu endereço de eletrônico daí, enviou-me um e-mail e disse que estava a procura dos familiares de uma senhora chamada Maria Auri dos Santos, que reside nesse asilo e que tinha um sonho de encontrar seus parentes que segundo ela, moravam, ainda aqui.
Fátima, por ser uma pessoa bastante sensível e humana, decidiu ajudar a dona Auri na realização desse objetivo, nisso, ela pedia através da correspondência, que eu enviasse telefones da Prefeitura, Rádio, Secretaria da Igreja, para ver se os três irmãos da dona Auri apareceriam.Tentei chegar à Ematerce, Funerária e nos sindicatos a possibilidade de encontrar pessoas com o sobrenome enviado por ela, mas parecia algo muito vago... falei então, com algumas pessoas e não tive sucesso, daí, pensei em falar com Geraldo de seu Josa (Diretor da ACABAN – FM) para anunciar sobre o caso, pois, de repente, alguém ouvir o anúncio e vir até mim com a boa notícia.
Antes de assim fazê-lo, falei com Cícero Pereira (radialista da ACABAN – FM) e ao mencionar os nomes dos possíveis irmãos da dona Auri, ele acrescentou-me:
- Sei quem são essas pessoas e sugiro que você as procure antes de anunciar algo na rádio.Perguntei onde as mesmas residiam e ele me falou, então, fui lá constatar e, era verdade sim! Dona Socorro Victor do Santos, seus irmãos, José Vicente e Antônio, moram nas imediações da rua da Cagece e são mesmo irmãos da dona Auri.
Há menos de 15 dias, elas se falaram por telefone e para honra e glória de Deus, não perderão mais o contato.
Agradeço aqui a Fátima, que teve uma atitude muito digna, a Cícero Pereira que foi usado por Deus para indicar-me a residência da dona Socorro e, enfim a todos que ficaram na torcida. Valeu mesmo!
Valeu Cleidinha!!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

2008: a hora e a vez do sapato


Além de Bush, minhas principais sapatadas iriam para muita gente que não cumpre as leis e nem zela pelo bem estar do brasileiro. Para ficar no contexto mais próximo, os meus alvos seriam:
1. No vexame da diplomação em Ipaumirim que ridicularizou o município diante do Brasil.
2. Na prestação de contas de campanha e declaração de bens de candidatos brasileiros às eleições 2008.
3. No abandono em que se encontra Ipaumirim.
°°°

Que 2009 seja um tempo de mudanças positivas !
°°°

E vc, em quem atiraria o sapato? Selecione e envie para o blog (luiza_ipaumirim@yahoo.com.br ) que publicaremos.

2009 chegando...


SE FOR PARA ESQUENTAR ... QUE SEJA AO SOL.
SE FOR PARA ENGANAR ... QUE SEJA O ESTÔMAGO.
SE FOR PRA CHORAR ... QUE SEJA DE ALEGRIA.
SE FOR PARA MENTIR ... QUE SEJA A IDADE.
SE FOR PARA ROUBAR ... QUE SE ROUBE UM BEIJO.
SE FOR PRA FUGIR ...QUE SEJA DO ÓCIO.
SE FOR PARA PERDER ... QUE SE PERCA O MEDO.
SE FOR PARA SUAR ... QUE SEJA A DOIS.
SE FOR PARA PASSAR APERTO ... QUE SEJA DE ABRAÇOS.
SE FOR PARA CAIR ... QUE SE CAIA NA FOLIA!
SE FOR PARA EXISTIR GUERRA ... QUE SEJA DE TRAVESSEIROS.
SE FOR PARA EXISTIR FOME ... QUE SEJA FOME DE VIVER.
SE FOR PARA MORRER ... QUE SEJA DE AMOR!
SE FOR PRA SER FELIZ ... QUE SEJA O ANO TODO.



Mensagem enviada por Flávio Lúcio para os filhos e amigos de Ip. Vc também pode enviar suas felicitações de ano novo através do nosso blog. Basta enviar seu texto para luiza_ipaumirim@yahoo.com.br

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Operação Conjunta Anti-desmonte



O resultado da fiscalização realizada no município de Ipaumirim está disponível no site do TCM CE:



É só entrar no endereço acima e clicar em Ipaumirim. Como o relatório é longo, não vamos publicá-lo mas está disponível na íntegra para consulta de interessados.

Poema de natal


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL


O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão somente
Para querer bem
°°°
Nasceu sobre as palhas
O nosso menino
Mas a mãe sabia
Que ele era divino
(Manuel Bandeira)


Feliz Natal !!!
São os votos do alagoinha.ipaumirim.blogspot.com

F E S T A D A S L U Z E S



Tereza Halliday

(Artesã de textos)


O milagre foi assim: o templo, lá na Judéia, havia sido profanado por invasores. Graças a Judas Macabeu e seus irmãos, os hebreus conseguiram botar o exército greco-sírio para correr. Está na Bíblia: Livro I, Macabeus. Depois da profanação, o templo precisava ser purificado e re-consagrado. A cerimônia ocorreu na noite do 25º dia do mês de Kislev, no calendário hebraico. Era o ano 165 a.c. Naquela noite, só havia um tiquinho do óleo de oliva sagrado, combustível bastante para manter a chama do Templo acesa apenas por um dia. Mas a candeia luziu milagrosamente por oito dias. Narrativas de milagres consolam a Humanidade sofredora desde o começo do “ouvi contar...”

O milagre da multiplicação do azeite e a vitória dos resistentes judeus sobre seus opressores são comemorados até hoje nas sinagogas e residências dos que mantêm as tradições judaicas. Em belíssimo candelabro de nove hastes – a menorah - oito velas são acesas sucessivamente, a cada dia. A quinta vela, no centro, chamada “a servidora”, é usada para acender as demais. Segundo a tradição, o lampadário deve ficar perto de uma janela ou porta aberta, “a fim de divulgar o milagre”. Quitutes, cantos, doação de moedas às crianças e troca de presentes realçam o evento, nutrido pela memória ancestral. É a Festa das Luzes - Hanukkah ou Chanukah (pronuncia-se ranucá). O termo significa inauguração, consagração, ato de dedicar. O dicionário Houaiss o registra aportuguesado: chanucá.

A Festa das Luzes sempre acontece no mês de dezembro do calendário cristão. Em 2008, começou no dia 21. Não é por acaso que as celebrações de Hanukkah e do Natal de Jesus (não confundir com o natal das lojas) combinem suas alegrias numa mesma época. O cristianismo é cria do judaísmo. Como todas as crias, cresceu e assumiu idéias próprias. Jesus era judeu de quatro costados, com formação judaica. Sua última ceia (considerada, na simbologia cristã, o momento da instituição da Eucaristia) era a ceia da Páscoa Judaica, que ele, como bom judeu, celebrava. Maria, sua mãe, reverenciadíssima pelos católicos, era judia, do time das mulheres fortes que a precederam: Rute, Judite, Ester. Os doze primeiros apóstolos eram todos judeus.

Não dá para os cristãos negarem suas raízes judaicas. E os judeus podem orgulhar-se de que um dos seus, Jesus de Nazaré, pregando amor, compassividade e concórdia, tornou-se a maior celebridade de todos os tempos, com o mais alto status perante Deus e os que vieram a chamar-se “cristãos”. Em visita à França este ano, o papa Bento XVI afirmou: “Quem é anti-semita, é anticristão”. Acrescento: e vice-versa.

Impossível não encantar-se com estas duas celebrações dezembrinas: Chanucá e Natal. Que, a cada ano, o clarão da menorah e o lume da Estrela de Belém se reencontrem. O mundo está muito precisado de um mutirão de Luz.

Fonte: Diário de Pernambuco, 22/12/2008, p.A-11

domingo, 21 de dezembro de 2008

som do domingo: Chico Buarque e Tom Jobim

Do algodão de fibra longa à maconha: um percurso compartilhado

algodão de fibra longa

"Sertanejo do norte

Vamos plantar algodão

Ouro branco que faz nosso povo feliz

que tanto enriquece o país

Um produto do Nosso Sertão. "

(Algodão, Zé Dantas e Luiz Gonzaga)


Eu nasci no tempo em que Ipaumirim vivia entre duas expectativas: o inverno e a colheita do algodão. Feira no domingo, loja cheia de fregueses comprando para pagar depois da safra. Nem todo mundo era bom pagador, tinha os caloteiros de sempre mas a grande maioria honrava seus compromissos. Anotadas em um livro, as dívidas esperavam a colheita. Ruas e calçadas amontoadas de fardos de algodão processado, na época, por Souza Fernandes & Cia.
Tempos de cadeiras nas calçadas e quase nenhum carro na rua. Tudo tão simples, a forma de vestir, os hábitos alimentares, a arquitetura das casas, as festas religiosas, os bailes, o natal com o mercado aberto durante a noite com as banquinhas vendendo miudezas. Coisas que são do domínio das lembranças e lá devem ficar para não permitir comparações ingênuas.
A produção de algodão acabou e o município desde então nunca recebeu um olhar do poder público que buscasse novas alternativas de sobrevivência. Sem gerar riquezas, a atividade comercial entrou em decadência. O município passa a viver das eventuais frentes de trabalho, do empreguismo público e, nos últimos tempos, das aposentadorias dos idosos. Uma comunidade sem tradição de organização e participação, pouca disposição para discutir o seu destino, uma politicagem de favorecimentos fulanizados, baixo IDH, muito desemprego, nenhuma importância econômica e/ou política. Aí está o cenário adequado para aventuras desastrosas.
Acontece que este pobre município tem uma localização estratégica. Fica praticamente às margens da BR 116, próximo a rodovia BR 230, fronteira com a Paraíba, oferece vias alternativas de tráfego dentro e fora do estado, em várias direções, fica próximo da região mais complicada de Pernambuco, tem um solo adequado a plantações que não demandam exigentes tratos culturais e uma comunidade exposta ao descaso. O que é que precisa mais?
Por outro lado, os jornais mostram todo dia que há uma política de expansão das drogas e que uma das estratégias seria financiar campanhas políticas em cidades interioranas do Nordeste inclusive elegendo quando possível seus próprios representantes. Essa discussão não é nova, ainda no inicio da campanha a mídia registrou alguns casos, salvo engano, na Paraíba. Também não é novidade que o tráfico tem além do segmento mais brutalizado que dá conta do serviço pesado, um segmento empresarial que faz a lavagem do dinheiro e um segmento político composto por representantes do povo com o qual é bastante generoso no financiamento das campanhas. Já está tão banalizado que nem surpreende mais. De norte a sul do país não faltam exemplos. É só ler os jornais.
O que existe de novo, no caso de Ip, é que as portas foram escancaradas e não dá mais para fazer de conta que o problema não existe. As noticias nos jornais, nos burlescos programas policiais nos envergonharam, desmoralizaram a campanha política municipal e fragilizaram o PTB local.

Fonte: miseria.com.br

Em que pese a opinião de cada um de ser ou não favorável à liberação do uso das drogas, o problema está posto. E não é só problema da polícia. Cabe ao governo municipal encarar a situação buscando estratégias para afastar os jovens da sedução das drogas. Escola integral, escola profissionalizante, alternativas ocupacionais, esporte, atividades saudáveis. Cabe a Câmara de Vereadores – tão ridicularizada e levada à chacota pela mídia nacional - propor, exigir, fiscalizar uma política voltada para a juventude. Cabe as famílias olharem mais para os seus filhos impondo limites e ensinando-os a respeitarem as normas e as pessoas. A escola precisa se envolver nesta luta. Cabe a polícia zelar pela segurança da comunidade. É preciso não medir esforços para tentar reverter o percurso. Nem produtor nem consumidor deve ser a luta de todos. Onde há drogas há violência e ninguém quer ver seu filho ou filha submetidos às regras deste jogo.
Da maconha ao crack, o limite é tênue. E o crack é o fim da linha e um caminho sem volta.
ML

sábado, 20 de dezembro de 2008

Álbum da semana

Vanessa (filha de Vânia Maria)


Gente jovem de Ip

Lana

Zé Lúcio e Lucy


Josélia Almeida e seu filho

Festa das crianças em IP

Papai Noel em Ip - Dezembro de 2008


Paulinha (filha de Geysa)


Jarisvalda e Valquíria Gonçalves


François e Luana


Glorinha e Zé Ramos


Diplomação dos prefeitos em IP
Juiz, Glorinha (Baixio), não sei quem é,
Geraldo (Ipaumirim) e Fransquim (Umari)

Mulheres na política de Ip
(Joelma, Francineide, Socorro Olímpio,
Mércia Gonçalves e Joselba)

Vereadora Cineide Vieira

A importância da vocação



Por Cairo Arruda
(Membro da ACI e ACEJI)


A formação do caráter do ser humano começa, fundamentalmente, segundo os especialistas, no periodo de 0 a 7 anos, fase em que os seus pensamentos e sentimentos precisam ser cuidadosamente avaliados e valorizados, pois os seus sentidos são muito aguçados, e captam tudo que se passa ao seu redor, seja positivo ou negativo.
Outro fator igualmente importante e necessário em relação ao futuro da criança, é que haja unidade de pensamento na ação dos pais, quanto à orientação que lhe é transmitida, sem se falar na indispensabilidade do bom exemplo, partindo de ambos. Não adianta
aconselhar o filho para e bem, e na prática, fazerem diferente.
Um outro ponto que temos a considerar, também de grande significação, é o ligado à vocação, às aptidões.
Hoje, devido, principalmente, às dificuldades de ordem material, e da competitividade, boa parte dos pais se preocupa mais no sentido de que os filhos abracem profissões de maior retorno financeiro, sem, muitas vezes, levarem em conta o lado vocacional dos descendentes.
A prole dos meus saudosos genitores é constituida de 8 rebentos – 5 homens e 3 mulheres.
A atividade do meu pai, (que tinha vocação para medicina), logo que se casou, aos 21 anos, era o comércio de farmácia, negociando em Tururú, então distrito de Uruburetama, na região Norte do Ceará. Todos os partos de minha mãe, foram acompanhados por ele, sem precisar ir à maternidade, até por que naquela época, tinha-se que se recorrer às parteiras curiosas, e, só em casos mais graves, era-se obrigados a procurar hospital, a considerável distância.
Nos idos de 1950, já residindo em Barro-CE, mesmo tendo optado por fundar e dirigir um pequeno educandário, ao invés de instalar uma farmácia (para não competir com um seu amigo, proprietário do único estabelecimento farmacêutico), dados os seus conhecimentos nessa área, ele era chamado para prestar assistência a doentes, tanto da cidade como da zona rural do municipio, tendo, nas mais das vezes, que se deslocar a cavalo, pois veiculo era fruta rara naqueles tempos.
Certamente, reconhecendo que eu tinha uma certa vocação para essa atividade, sempre me levava de carona (garupa), o que muito me contentava, pelo passeio e até mesmo, por curiosidade, em vê-lo curar os enfermos, na maioria, pessoas carentes, desprovidas de condições materiais de buscar médicos em centros mais adiantados, com enorme distância daquela localidade. Por conta disso, deixou alí inúmeros compadres e afilhados.

Moral da história: abracei no futuro, onde permaneci por 25 anos, (havendo um certo interregno), o comércio de farmácia, como prático e gerente. Mas, quero chegar mesmo ao caso da minha secretária doméstica, Ana Lúcia, (quarentona, mãe e avó), que estuda à noite, cursando o 3º ano do EJA, poetisa de vocação, que recentemente participou de um concurso de poesias intercolegial, sendo contemplada com o 1º lugar, na Escola Estadual Wanderley Ferreira de Resende.

Ip sai da obscuridade e estreia em grande estilo no mundo do crime

Apreendida 1,5 t de maconha

Maconha vendida: a droga foi levada para a delegacia avançada da PF em Juazeiro do Norte e deverá ser destruída. A Polícia continua a operação na Região Sul

Droga foi encontrada em Ipaumirim. Quatro traficantes foram presos e outro acabou morrendo em tiroteio com a Polícia
Uma tonelada e meia de maconha apreendida, três pessoas presas e uma morta. Este foi o resultado de uma operação conjunta realizada pelas polícias Federal e Militar na Região do Cariri (Zona Sul do Estado). A ação policial teve como objetivo reprimir o tráfico de entorpecentes entre os Estados do Ceará e Pernambuco.

Veja detalhes no site:

http://diariodonordeste.globo.com/materia

Ip também é reportagem de capa do jornal O POVO

Vereador
Mais de uma tonelada de droga encontrada em sítio

Vá ao site: http://www.opovo.com.br/opovo/ceara/

Ipaumirim - CE - Maconha renderia aos traficantes cerca de R$ 270 mil

Maiores detalhes no site:

http://www.miseria.com.br/

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

E ainda tem gente que reclama da vida...

Imagem divulgada hoje pelo Unicef mostra foto de Alice Smeets, ganhadora do prêmio de Foto do Ano promovido pela entidade. A fotografia, que mostra uma menina no subúrbio de Porto Príncipe, no Haiti, foi tirada em julho de 2007
Fonte: blog Querido leitor

A farra dos vereadores

Folha de S. Paulo

Um par de sapatos seria pouco. Se um cidadão exaltado quisesse reagir à altura, nada menos do que 58 senadores haveriam de ser o alvo de projéteis semelhantes aos atirados pelo jornalista iraquiano Muntader al Zaidi contra o presidente norte-americano George W. Bush, em episódio de vasto apelo midiático.
Foram 58 os votos favoráveis, numa sessão do Senado que se estendeu noite adentro, à emenda constitucional que aumenta o número dos vereadores em atividade -se cabe o termo- nos municípios brasileiros.
Como se não bastassem os mais de 50 mil que já existem, o Senado apoiou, por ampla maioria, a criação de mais 7.343 cadeiras nas Câmaras Municipais de todo o país.
Não apenas os fisiologistas contumazes do PMDB e os seus cúmplices da base governista se associaram nessa expedição de assalto aos interesses do contribuinte e à credibilidade das instituições democráticas. Dos santarrões da oposição, foram poucos os que não viram nesse inchaço artificial das tropas legislativas uma oportunidade para acomodar novos e velhos correligionários. Apenas seis senadores (cinco votos contrários e uma abstenção) não quiseram endossar a medida.
A emenda já constituía um insulto quando foi aprovada, dias antes, pela Câmara dos Deputados. No Senado, decidiu-se ir além, retirando um dispositivo que previa -pelo menos- limitar os gastos que a medida fatalmente haveria de provocar.
A própria Mesa da Câmara, considerando que o Senado modificou o teor da emenda, resolveu submetê-la a nova avaliação. Não será, portanto, promulgada agora -o que pelo menos impedirá que a medida entre em vigor na legislatura a ser iniciada no mês que vem. Ganha-se algum tempo, e ninguém perde os seus sapatos. Artigo de valor, sem dúvida, nos dias que correm.

Da adolescência à “evelhescência”

Por Cairo Arruda
(membro da ACI e ACEJI)

Desde a adolescência, (quando aluno da saudosa Escola Agro-Técnica Vidal de Negreiros, sediada em Bananeiras-PB, onde estudei, juntamente com os manos Marley e Télámon, por três anos, em sistema de internato), venho acompanhando as atividades e a conseqüente evolução dos Correios, a hoje Empresa de Correios e Telégrafos – ECT.

Naquela época, década de 50, - os nossos pais moravam em Barro-CE. - , essa Empresa era uma espécie de bom Papai Noel para nós, ao transportar mensalmente, as gulozeimas para as nossas merendas, e um dinheirinho para algumas despesas extras, pois a antiga Escola (atualmente “estadualizada” e sem aquele conceito e eficiência de outrora), nada deixava a desejar em matéria de disciplina, aprendizagem e assistência a seu alunado.

Àqueles tempos, eu já era um admirador do trabalho dessa Estatal, dada a sua utilidade, presteza e segurança, e cito até algumas estorinhas jocosas, envolvendo-a: um colega cujos pais residiam numa cidade do interior paraibano, assim se expressou num telegrama – “Papai estou usando cabeleira envie brilhantina glostora urgente”. Um outro, enviou ao genitor este despacho telegráfico:”Papai estou sem merenda envie banana caçuá correio”.

Hoje, já “envelhescente” (termo que está em voga entre os idosos da elite), considero os Correios, uma das empresas brasileiras que mais tem evoluído, quanto à eficiência, dinamismo, seriedade, confiabilidade e segurança, em suas atividades dentro e fora do território brasileiro, competindo em pé de igualdade com as congêneres de paises de primeiro mundo.

Um dos serviços que presta, também digno de muito elogio, é o de SEDEX, atendendo pontualmente aos seus usuários, seja pessoa física ou jurídica, de leste a oeste, de norte ao sul do País.

Uma outra tarefa que a ECT desempenha com sabedoria e presteza, é a de Representante do BRADESCO, o conhecido Banco Postal, com expediente diferenciado dos demais estabelecimentos bancários, ou seja, das 9 às 17 horas, atendendo a empresas e cidadãos, pronta e eficientemente, em horário elástico.

Na parte social, contribui de maneira admirável, para com as crianças carentes de até 12 anos de idade, promoção denominada Papai Noel dos Correios, iniciada há mais de 10 anos, que atua dos grandes centros populacionais até os mais distantes grotões do Brasil, e que consiste em arrranjar patrocinadores para presentear aqueles gurís-remetentes de cartinhas solicitando presentes, por ocasião do Natal.

Por tudo isso, e outras coisas tantas, da adolescência à “envelhescência”, continuo sendo um grande simpatizante e modesto usuário dos Correios, pelo excelente e profícuo trabalho que presta a todas as classes sociais brasileiras.

E-Mail: cairomiri@yahoo.com.br

Concordando com Lula



Lula: Brasil não precisa de mais 7 mil vereadores


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou nesta sexta-feira a decisão do Congresso Nacional de aprovar a criação de mais 7.343 vagas de vereadores. Durante café da manhã com jornalistas, o presidente observou que, apesar de não dever se intrometer nas decisões tomadas pela Câmara ou pelo Senado, a determinação de se...ampliarem as cadeiras nas assembléias legislativas não resolve os atuais problemas enfrentados pelas cidades. "Não vejo necessidade de mais sete mil vereadores. Não tenho o direito de interferir nas decisões da Casa legislativa, mas não vejo necessidade. Não serão mais sete mil vereadores que irão resolver os problemas das cidades", comentou. Ontem, a mesa diretora da Câmara dos Deputados barrou a tentativa do Senado de confirmar um aumento de 14,1% no número de vereadores do país sem previsão de corte de gastos. O projeto havia sido aprovado pelos senadores em uma sessão durante a madrugada, mas Câmara se recusou a promulgar a proposta de emenda à Constituição, barrando o aumento dos cargos, por considerar que o texto aprovado pelos deputados havia sido modificado. Condenando a "hostilidade" provocada pela iniciativa dos deputados, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), anunciou que pretende recorrer do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Do Terra

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ip ridicularizado


Quem teve tempo e interesse de ver a cobertura das cerimonias de diplomação pelo Brasil também teve chance de ver como Ip foi ridicularizado pela mídia.

Chora Ipaumirim!!!!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cristão no mundo miserável

Leonardo Boff



João Pombo Barile

O teólogo Leonardo Boff completa hoje 70 anos de idade. Para comemorar a data, a editora da UFMG e Fundação Perseu Abramo acabam de lançar, pela coleção Intelectuais do Brasil, o volume "Leituras Críticas sobre Leonardo Boff" (R$ 36). No volume dedicado ao pensamento de Boff, nomes como Juarez Guimarães, João Batista Libanio, Patrus Ananias e Juan José Tamayo analisam a obra de um dos mais importantes pensadores dos últimos 50 anos.

Colunista do jornal "O TEMPO", Boff conversou com exclusividade com o Magazine. Na entrevista, ele fala entre outros assuntos, da Teologia da Libertação, de sua relação com o atual papa Bento XVI e dos rumos do mundo contemporâneo.

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O senhor certa vez afirmou: "Fato curioso; a Teologia da Libertação nasceu simultaneamente em vários países da América Latina, sem que houvesse um contato dos vários teólogos entre si. Como se o Weltgeist hegeliano nos tivesse tomado e irrompesse na forma de um discurso articulado. Nunca ouvira falar em Gustavo Gutiérrez". Gostaria de começarmos a entrevista por ai. Poderia lembrar aqueles anos em que o senhor formulou a Teologia da Libertação?
R - Todas as diferentes fases de minha teologia correspondem a crises intelectuais pelas quais passei. Assim entrou na minha vida a teologia da libertação. Eu voltei da Europa em fevereiro de 1970. Em julho fui pregar retiro a padres e freiras que trabalhavam no coração da floresta amazônica. Comecei minhas palestras, quatro por dia, apresentando os vários temas teológicos dentro do marco teórico da teologia progressista européia. Falava do Jesus da história e do Cristo da fé, da relação entre fé e secularização, como entender a Igreja dentro do mundo moderno da tecno-ciência etc. Mas eu percebi nos olhos dos ouvintes que as palavras não chegavam a eles. Até que alguém perguntou: como vou anunciar a ressureição de Cristo a indigenas que estão sendo exterminados por seringueiros? Como falar da mensagem cristã aos ribeirinhos que estão sendo afetados pelos materiais pesados dos garimpos que matam os peixes tiram o sustento deles? Como viver a fé cristã num mundo de pobres e miseráveis como nós do Brasil e da América Latina? Me dei conta então de que devia mudar de teologia, partir das questões deles. Partir das opressões para chegar à libertação. Foi assim que ao voltar a Petrópolis e ao retomar as aulas em agosto, lecionei a doutrina sobre Cristo numa perspectiva de libertação. Dai nasceu no final do ano o livro "Jesus Cristo Libertador". E nascia aqui entre nós a Teologia da Libertação. E tive que me esconder por 10 dias porque os órgãos de repressão me buscavam pois a palavra "libertação" era oficialmente probida.

Em 1970, o senhor voltou da Alemanha depois de ter concluído seu doutorado segundo o senhor "sob os auspícios do teólogo Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI". Gostaria, se possível, que o senhor falasse um pouco desta relação entre a sua obra e o teólogo Ratzinger. Alguns teólogos, apontam Ratzinger como um dos teóricos mais importantes para responder a Teologia da Libertação. Poderia falar um pouco disto?
R - Nunca fui aluno direto de J. Ratzinger. Ouvi muitas palestras dele quando estudava em Munique. Nelas fazia criticas ao centralismo romano e e a rigidez doutrinária da teologia oficial. Somente a partir de 1969 me aproxmei dele por ocasião da publicação da minha tese. Ela era muito grande, quase 600 páginas e não achava editor. O prof. Ratzinger leu e fez grandes elogios a ela a ponto de por iniciativa própria arranjou uma editora e disponibilizou, acho de alguma fundação, cerca de 14 mil marcos para que pudesse ser publicada. Depois tive encontros esporádicos em Roma e na Alemanha. Certa vez na fila de cumprimentos ao Papa João Paulo ele me viu, tirou-me da fila e me apresentou pessoalmente ao Papa com palavras elogiosas. Foi ai que o Papa disse que estava se preparando para vir ao Brasil - isso foi em 1979. O papa me disse: "Estou lendo um livro de você, devagar, devagar". É que estava treinando seu português. Depois tive que encontrá-lo por ocasião da inquirição nos espaços da Congregação para a Doutrina da Fé sobre o meu livro "Igreja: carisma e poder". Devo dizer que ele sempre foi extremamente gentil. Mesmo fazendo críticas a certas posições teológicas minhas, quando interrogado pelos jornalistas, sempre teve palavras antes elogiosas que críticas, chegando a dizer em Bolonha que eu era um homem piedoso e inteligente e que, um dia, iria reencontrar meu caminho de fidelidade doutrinal à cátedra de Pedro. Os dois documentos que escreveu sobre a Teologia da Libertação, um negativo e outro positivo, no meu modo de ver nunca revelaram que tivesse entendido no fundo o que estava em jogo com a Teologia da Libertação. Mais que uma reflexão teórica é uma prática de amor e de solidariedade com o destino trágico dos pobres que na América Latina são simultaneamente oprimidos e cristãos. Portanto, algo que nasce profundamente da experiência cristã. A nossa questão era e continua sendo: pode a fé cristã que está no povo ser mais do que mera resignação e unicamente resistência e fazer-se uma inspiração para a indignação e para a libertação? Nós cremos que a segunda possibilidade é a mais adequada e verdadeira pois está na herança de Jesus que não aceitou o mundo como estava e teve uma atuação libertadora. Não foi em vão que morreu na cruz e não de velho na cama, cercado de disciípulos. E nós o fazíamos a partir da prática de Jesus e não do marxismo. Dizer o contrário é caluniar a maioria dos teólogos que dedicaram o melhor de suas vidas e alguns foram até martirizados em nome desta opção evangélica. O que mais me dói é que irmãos persigam outros irmãos exatamente por uma causa que nos deveria unir: a paixão por Deus unida à paixão pelos últimos da fila, os condenados e ofendidos da Terra.

Seus textos sempre serviram de base para as novas gerações de teólogos latino-americanos. Senão vejamos: o senhor publicou "Jesus Cristo Libertador" em 1972. A partir dai, seus textos começaram a servirem de base para novas gerações de teólogos latino-americanos. Em 1984, foi punido a um "silêncio obsequioso" e proibido de se manifestar publicamente, por um ano por causa do seu livro "Igreja, Carisma e Poder" (1981).Em 1992, voltou a ser condenado e resolveu então deixar a Ordem dos Frades Menores. Poderia contar um pouco de como foi esta decisão de deixar a Igreja?
R - Eu nunca deixei a Igreja. Deixei de exercer uma função, a de padre, dentro da Igreja. Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes. Ocorre que na vida de um teólogo podem ocorrer situações em que suas opiniões teológicas nem sempre coincidem com as opiniões oficiais do magistério. Pertence à tarefa do teólogo pensar a realidade a partir da fé e não simplesmente repetir a doutrina estabelecida. Isso é cômodo e até preguiçoso. O teólogo deve avançar e atualizar a mensagem face aos desafios atuais para que ela continue boa notícia. Ela não é boa notícia simplesmente pelo fato de ser conservada e recitada. Ela deve trazer luz para a vida, partindo das situações concretas. No fundo, o evangelho deve ser uma coisa boa e não um pesadelo para a humanidade. Eu tentei fazer isso e continuo fazê-lo pois vivemos apenas uma única vez neste mundo e deve valer a pena viver e pensar aquilo que achamos o mais adequado para o momento atual. Caso contrário, fazemos do cristianismo um recipiente de águas mortas e não uma fonte de águas vivas. Curiosamente quase todos os teólogos que foram um dia condenados, depois, mais tarde, quando nem estavam mais vivos, foram reabilitados. E a instituição procura então se apropiar das contribuições que trouxeram, fazendo-as suas quando, na verdade, ela as condenou. Quando tivermos a devida distância histórica e os conflitos tiverem perdido sua atualidade então veremos que no céu de nossa fé brilharão estrelas como Dom Pedro Casaldáliga, Dom Heldér Câmara, Gustavo Gutierrez, Ivone Gebara, José Comblin, João Batista Libanio só para falar dos nossos que foram colocados sob suspeita e até condenados. Eles serão considerados os testemunhos qualificados da fé nas turbilências dramáticas de nosso tempo. Gostaria de estar entre eles. Mas isso pertence à história e não ao meu desejo.

Uma das mais interessantes características de sua obra é que o senhor consegue ser profundo e, ao mesmo tempo, ser um fenômeno de vendas. É realmente popular, pelo menos para os que tem acesso ao livro no Brasil. Qual o segredo de conseguir ser profundo e ao mesmo tempo tão claro?
R - Eu escrevo para mim mesmo, para resolver as questões que eu sinto e com elas padeço. Ocorre que quando sintonizamos com o nosso tempo, estas questões doloridas não são apenas pessoais. São de toda uma geração ou da condição humana vivida nas atuais situações. Escrevo, claro, porque devo entender eu mesmo as questões e suas eventuais respostas. Um autor só é lido quando consegue estabelecer um elo com o profundo das pessoas. Quando as pessoas se sentem sintonizadas com ele e exclamam: ele diz aquilo que eu pressentia e gostaria tambem de ter dito. Fazer isso não constitui nenhum segredo. Basta ser sincero consigo mesmo e honrar a realidade assim como ela se apresenta e não escamoteá-la, edulçorá-la ou distorcê-la.

O senhor se formou em Petrópolis e estudou inclusive com Frei Boaventura Kloppenburg na década de 60. Entrevistei, certa vez, o falecido Padre Vaz que, por estes anos, morava e dava aula em Petrópolis. Ele então me contou a sua influência na Ação Popular (AP). Primeiro gostaria de saber se o senhor teve aula com ele. E se ele algum dia, os senhores conversaram sobre suas obras respectivas.
R
- Eu nunca pertenci à AP. No tempo em que ela era mais atuante eu estava estudando na Europa. Com referência ao padre Vaz devo dizer de minha profunda admiração e reconhecimento por sua lucidez e alta qualidade intelectual. Estimo mesmo que é a nossa cabeça filosófica mais brilhante. Não só dos nossos dias mas de nossa história. Não temos, lamentavelmente, uma tradição filosófica consistente. Ele sobressai como uma palmeira real soberana por sobre a floresta de nossos pensadores. Dominava toda a tradição a começar pelos gregos, passando pelos medievais e culminando em Hegel e os modernos. Sua reflexão é feita em cima das fontes. Ele se mede com os gigantes e não com os comentaristas, embora os conhecesse e os citasse nos rodapés. Mas discute com Aristóteles em cima dos textos gregos da metafísica ou com Hegel em sua "Fenomenologia do Espírito" em alemão. Se ler é sempre reler e se pensar é sempre interpretar, então Vaz é um mestre do pensamento, da releitura e da interpretação atualizadora. Vale revisitá-lo com frequência. Sempre se aprende com ele. Apenas lhe faço uma pequena restrição. Ele se movia com grande desenvoltura dentro do paradigma grego e ocidental. Mas quem vem do conflito das interpretações e da emergência de novos paradigmas, como eu pretendo vir, se sente um pouco sem ar. Pode-se ir além do canon ocidental. Temos muito que aprender de outras formas de aproximação filosófica da realidade. Mas isso em nada diminui minha admiração pelo mestre, apenas constato que nenhum pensamento diz tudo e que toda reflexão tem limites embora com grande alcance como a extraordinária aventura intelectual dos gregos.

Qual foi a importância que Dom Hélder Câmara teve para sua vida?
R - Dom Helder foi o verdadeiro fundador da Teologia da Libertação. Foi ele que, entre nós, por primeiro, deu centralidade aos pobres. Foi ele que fez as primeiras críticas ao modelo desenvolvimentista que era um desenvolvimento do subdesenvolvimento. Foi ele que disse nos meados dos anos 60 de século passado, numa reunião dos bispos latino-americanos no Uruguai que deveríamos buscar a libertação integral. Os profetas e ele era um dos grandes, sempre se antecipam aos teólgos. Além de profeta, era um bom pastor e um fino poeta. Sempre guardarei com carinho o bilhete que mandou entregar a mim e a meu irmão também teólogo, Clodovis:" Quando de madrugada levanto para rezar e penso nos irmãos Boff então canto e danço". Só esse louvor me santifica ou pelo menos faz Deus ter misericórdia de todos os erros que tiver cometido no campo da teologia. Guardo com infinita ternura a última frase que me disse uma semana antes de partir para o Pai: "Nós fomos sempre amigos, muito amigos".

Gostaria que o senhor falasse um pouco de uma de suas maiores preocupações atuais: a Ecologia. Nos seus artigos para O TEMPO o senhor sempre toca neste ponto.
R
- Já nos anos 80 do século passado me dei conta de que a Teologia da Libertação não devieria escutar apenas o grito dos pobres, mas tambem o grito da Terra, dos animais, das florestas, das águas, pois estão sendo terrivelmente oprimidos e até exterminados. Só auscultando os dois gritos, a Teologia da Libertação seria integral. Dai nasceu o meu livro mais importante dos últimos tempos: "Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres". Hoje devemos tomar absolutamente a sério o que os cientistas nos revelaram: que não estamos indo ao encontro do aquecimento global senão que já estamos dentro dele e que não podemos parar a roda, apenas diminuir-lhe a velocidade. Este fato representa em termos ecológicos uma devastação, pois grande parte das espécies vivas não dispõe do tempo suficiente para adaptar-se e começarão a desparecer. Também milhões de seres humanos, dependendo de onde vivem, poderão estar ameaçados. E se nada fizermos a própria espécie humana corre risco de desaparecer. Então a opção-Terra é central. Se não salvarmos a Terra, liquidamos as bases que possibilitam qualquer outro projeto humano. Na verdade, o problema não é a Terra, pois ela pode continuar sem nós. Nós somos o meteoro rasante que pode prejudicar profundamente a biosfera e nos varrer deste planeta. Aqui se impõe uma mudança rápida nas formas de produção e de consumo, poupando os recursos escassos e repartindo-os com um mínimo de equidade entre os seres humanos e os demais seres da comunidade de vida. Temos pouco tempo e nos falta sabedoria. Podem ocorrer grandes dizimações. Mas creio que o instinto de vida é mais forte que a pulsão de morte. Acabaremos por sobreviver porque, feitos de pó estelar, nossa vocação é brilhar.

Nas últimas semanas o senhor tem escrito sobre a crise financeira internacional. O senhor está otimista com os rumos que a humanidade vai tomando? Esta crise vai mesmo ensinar ao ser humano alguma coisa?
R - Creio que chegamos a uma crise terminal. Quer dizer, assim como está, não podemos mais continuar. O paradigma que formou o Ocidente nos últimos quatro séculos e que foi globalizado não dispõe mais de virtualidades internas para oferecer uma solução aos problemas que ele mesmo criou. O veneno não pode ser o remédio. Muitos analistas já o disseram: ou mudamos ou vamos ao encontro da escuridão. Temo muito que os "cappi" do sistema e os donos do poder econômico e militar (em último termo é este que conta, quer dizer, a capacidade de matar e de pôr fim ao projeto planetário humano) não se advirtam da gravidade dos riscos e pensem que devemos incentivar mais do mesmo. A solução seria ter ainda mais capitalismo, mais mercado, mais competição e principalmente mais produção e mais consumo. Então vamos perceber que a Terra não aguenta mais esta voracidade. O limite do sistema é o limite da Terra que já foi superado em 30%. Estamos num impasse final. Somos obrigados a reinventar a economia, a política, a ética societária e uma espiriualidade que nos devolvam esperança e assim nos garantam um futuro para nós e para a Casa Comum, nossa velha e querida Mãe Terra.


'Estamos numa crise terminal'


O senhor chegou a ser elogiado por Bento XVI?
R - Mesmo fazendo críticas a certas posições teológicas minhas, quando interrogado pelos jornalistas, ele sempre teve palavras antes elogiosas que críticas. Certa vez, em Bolonha, ele disse que eu era um homem piedoso e inteligente e que, um dia, iria reencontrar meu caminho de fidelidade doutrinal à cátedra de Pedro. Os dois documentos que escreveu sobre a Teologia da Libertação, um negativo e outro positivo, no meu modo de ver, nunca revelaram que tivesse entendido no fundo o que estava em jogo com a minha tese. Mais que uma reflexão teórica é uma prática de amor e de solidariedade com o destino trágico dos pobres que na América Latina são simultaneamente oprimidos e cristãos. Portanto, algo que nasce profundamente da experiência cristã. A nossa questão era e continua sendo: pode a fé cristã que está no povo ser mais do que mera resignação e unicamente resistência e fazer-se uma inspiração para a indignação e para a libertação? Nós cremos que a segunda possibilidade é a mais adequada e verdadeira, pois está na herança de Jesus, que não aceitou o mundo como estava e teve uma atuação libertadora. Não foi em vão que morreu na cruz e não de velho na cama, cercado de discípulos. E nós o fazíamos a partir da prática de Jesus e não do marxismo. Dizer o contrário é caluniar a maioria dos teólogos que dedicaram o melhor de suas vidas e alguns foram até martirizados em nome dessa opção evangélica. O que mais me dói é que irmãos persigam outros irmãos exatamente por uma causa que nos deveria unir: a paixão por Deus unida à paixão pelos últimos da fila, os condenados e ofendidos da Terra.

Em 1984, o senhor foi punido a um "silêncio obsequioso" e proibido de se manifestar publicamente, por um ano por causa do seu livro "Igreja, Carisma e Poder". Em 1992, voltou a ser condenado e resolveu então deixar a Ordem dos Frades Menores. Poderia contar um pouco de como foi essa decisão de deixar a Igreja?
R - Eu nunca deixei a Igreja. Deixei de exercer uma função, a de padre, dentro da Igreja. Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes. Na vida de um teólogo podem ocorrer situações em que suas opiniões teológicas nem sempre coincidem com as opiniões oficiais do magistério. Pertence à tarefa do teólogo pensar a realidade a partir da fé e não simplesmente repetir a doutrina estabelecida. Isso é cômodo e até preguiçoso. O teólogo deve avançar e atualizar a mensagem face aos desafios atuais para que ela continue boa notícia. Ela não é boa notícia simplesmente pelo fato de ser conservada e recitada. Ela deve trazer luz para a vida, partindo das situações concretas. No fundo, o evangelho deve ser uma coisa boa e não um pesadelo para a humanidade. Eu tentei fazer isso e continuo a fazê-lo, pois vivemos apenas uma única vez neste mundo e deve valer a pena viver e pensar aquilo que achamos o mais adequado para o momento atual. Caso contrário, fazemos do cristianismo um recipiente de águas mortas e não uma fonte de águas vivas. Curiosamente quase todos os teólogos que foram um dia condenados, depois, mais tarde, quando nem estavam mais vivos, foram reabilitados. E a instituição procura então se apropriar das contribuições que trouxeram, fazendo-as suas quando, na verdade, ela as condenou. Quando tivermos a devida distância histórica e os conflitos tiverem perdido sua atualidade então veremos que no céu de nossa fé brilharão estrelas como dom Pedro Casaldáglia, dom Helder Câmara, Gustavo Gutierrez, Ivone Gebara, José Comblin, João Batista Libanio só para falar dos nossos que foram colocados sob suspeita e até condenados. Eles serão considerados os testemunhos qualificados da fé nas turbulências dramáticas de nosso tempo. Gostaria de estar entre eles. Mas isso pertence à História e não ao meu desejo.

Qual a importância de dom Hélder Câmara para sua vida?
R - Dom Hélder foi o verdadeiro fundador da Teologia da Libertação. Foi ele quem, entre nós, por primeiro, deu centralidade aos pobres. Foi ele quem fez as primeiras críticas ao modelo desenvolvimentista que era um desenvolvimento do subdesenvolvimento. Foi ele quem disse nos meados dos anos 60, numa reunião dos bispos latino-americanos no Uruguai, que deveríamos buscar a libertação integral. Os profetas, e ele era um dos grandes, sempre se antecipam aos teólogos. Além de profeta, era um bom pastor e um fino poeta. Sempre guardarei com carinho o bilhete que mandou entregar a mim e a meu irmão também teólogo, Clodovis: "Quando de madrugada levanto para rezar e penso nos irmãos Boff, então canto e danço". Só esse louvor me santifica ou pelo menos faz Deus ter misericórdia de todos os erros que tiver cometido no campo da teologia. Guardo com infinita ternura a última frase que me disse uma semana antes de partir para o Pai: "Nós fomos sempre amigos, muito amigos".

Sobre a atual crise financeira internacional. Como o senhor vê o futuro da humanidade?
R - Creio que chegamos a uma crise terminal. Quer dizer, assim como está, não podemos mais continuar. O paradigma que formou o Ocidente nos últimos quatro séculos e que foi globalizado não dispõe mais de virtualidades internas para oferecer uma solução aos problemas que ele mesmo criou. O veneno não pode ser o remédio. Muitos analistas já o disseram: ou mudamos ou vamos ao encontro da escuridão. Temo muito que os "cappi" do sistema e os donos do poder econômico e militar (em último termo é este que conta, quer dizer, a capacidade de matar e de pôr fim ao projeto planetário humano) não se advirtam da gravidade dos riscos e pensem que devemos incentivar mais do mesmo. A solução seria ter ainda mais capitalismo, mais mercado, mais competição e principalmente mais produção e mais consumo. A Terra não aguenta mais essa voracidade. O limite do sistema é o limite da Terra que já foi superado em 30%. Estamos num impasse final. Somos obrigados a reinventar a economia, a política, a ética societária e uma espiritualidade que nos devolvam esperança e assim nos garantam um futuro para nós e para a Casa Comum, nossa velha e querida Mãe Terra.

Publicado em: 14/12/2008
Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=98388

MPF ABRE FISCALIZAÇÃO DE CONTAS DOS PREFEITOS DERROTADOS

Por: Antonio Oliveira

Depois da Operação Anti-desmonte, desencadeada pelo Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que investigou desmandos dos prefeitos derrotados nas eleições, agora é a vez do Ministério Público Federal abrir os olhos para os atuais administradores municipais. O MPF vai fiscalizar as Prefeituras para saber quem deixou de aplicar corretamente os recursos federais. Essa decisão foi anunciada no final da tarde de hoje, como você pode ler outros detalhes com informações da assessoria de imprensa do Ministério Público Federal.

MPF/CE vai fiscalizar prestação de contas de prefeitos que estão deixando o cargo

Em período de transição de administrações aumenta demanda no Ministério Público Federal envolvendo ausência de prestação de contas
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) vai fiscalizar e acompanhar a prestação de contas dos prefeitos que entregarão o cargo em janeiro de 2009. Com essa finalidade, estão sendo instalados, no âmbito da instituição, procedimentos administrativos para cada município em que o dirigente não teve o mandato renovado.Serão fiscalizadas as prestações de contas relacionadas a convênios, contratos de repasse e instrumentos correlatos envolvendo recursos federais que venceram durante o mandato dos dirigentes, bem como o resguardo da documentação necessária para que o sucessor na prefeitura apresente a devida prestação de contas a vencerem após 31 de dezembro de 2008.De acordo com o procurador da República Alessander Sales, “muitos dos prefeitos que entregam o cargo não apresentam as prestações de contas que venceram no seu mandato”. Em períodos como esse, de transição nas prefeituras, cresce a demanda no MPF envolvendo ausência de prestação de contas. Iniciativas semelhantes a essa adotada no Ceará estão sendo desenvolvidas em outros estados brasileiros por unidades do Ministério Público Federal.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Som do domingo: Marcha da Folia (1980) - Quinteto Armorial

Fim de ano em ritmo de Formula 1


O mês de dezembro é insuportável. Parece que tudo entra na velocidade da luz enquanto espera o apocalipse. Para tirar férias em janeiro, você precisa se esborrachar para cumprir prazos, enfrentar um trânsito infernal, cumprimentar o mundo, comprar presentes em ruas e shoppings superlotados, participar de reuniões de trabalho, etc, etc, etc... Enfim cumprir uma agenda de estresse que deixa qualquer um à porta da exaustão.
Alguma coisa precisa falhar. No meu caso, o sacrificado, entre outras coisas, foi o blog. Não foi desatenção a ausência de parabéns no aniversário de Ip. Eu tinha planejado uma homenagem bonita em nosso blog. Mas nem isso. Hoje, entrei só para marcar presença.
Publico o artigo de Cairo. Felicito aos aniversariantes da semana. Compartilho a alegria dos que tiveram filhos aprovados no vestibular porque tive essa felicidade. Torço para os que ainda estão fazendo as provas e para aqueles que esperam resultados. E volto aos meus afazeres para encerrar o ano sem sensação de que fiquei devendo alguma coisa. Espero na próxima semana estar mais aliviada e conseguir entrar em 2009 com a saúde mental razoável porque este ano foi pra deixar de miolo mole. Bom domingo para todos.


ML

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Aos Irmãos Catarinenses

Por Cairo Arruda
(Membro da ACI e ACEJI)


“ A lei de causa e efeito ou lei do carma, pode ser sintetizada na conhecida frase: ‘o homem colhe o que semeia’.
Segundo essa lei, as ações, os sentimentos e os pensamentos produzem efeitos que retornam a quem os gerou a curto, médio ou longo prazo. Assim, o que é vivido hoje determina o futuro, e por isso em alguns idiomas pouco filosóficos costuma-se empregar a palavra destino para traduzir o termo sânscrito Karma ou Karman, embora ela não seja adequada, pois o termo sânscrito engloba conteúdos mais amplos como, por exemplo, o impulso ao surgimento da moral.
Pela sua precisão e clareza, a lei do carma é sobremaneira simples, tanto de compreender como de levar em conta em nossa vida diária. Foi uma das primeiras apresentadas à humanidade. Podemos ver um dos seus aspectos mais primários na Bíblia, quando Moisés afirma: ‘Olho por olho e dente por dente.’
A lei do carma nada mais é que um aspecto material, de uma lei abrangente: a Lei do Equilíbrio, que rege a inteira existência.
Para o homem comum, a lei do carma é um instrumento de purificação e a ‘escola’ em que aprende a usar o livre-arbítrio.
Enquanto o ser humano tenta às cegas construir sua existência terrena, a lei do carma o acompanha como um mestre de infinita sabedoria; enquanto desvasta áreas do Planeta; maltrata e mata animais em proveito próprio, e inconscientemente se lança ao prazer e ao deleite, a dor e o sofrimento – agentes da lei do carma – são os meios mais adequados para o seu ensinamento.”
Não é por acaso, que a própria natureza se encarrega de lhe dar a resposta, na forma de terremotos, ciclones e temporais, como acaba de ocorrer em Santa Catarina; catástrofe que comoveu a todos os brasileiros, pela sua gravidade e conseqüencias.
Em se fazendo uma profunda reflexão , pondo-se de lado o emocional, sobre o que ali vem ocorrendo, em termos de flagelo provocado pelo excesso de chuvas – em que dezenas de vidas foram exterminadas, muitos se encontram desalojados e desabrigados, e outros tantos, tudo perdendo materialmente – podemos chegar à triste conclusãode que aquela gente está sendo vítima da ação negativa de uma parte da população que desconhece a lei do carma coletivo e a quem só interessa o lado material.
Para quem não sabe, é em Santa Catarina que se registra a maior matança legalizada de animais, em comparação com outros Estados, através de empresas que exploram a atividade frigorífica.
Já tivemos o ensejo de aqui afirmar, como citação de terceiros: “De certo modo representamos para os animais o que Deus representa para nós”. Existe uma relação espiritual muito estreita e forte entre os reinos Humano e Animal, que deve ser respeitada.
Lamentamos profundamente a situação por que passam os nossos irmãos catarinenses, e com eles nos solidarizamos neste momento de aflição e de dor, na esperança de que o Divino Mestre atue com clemência sobre os portadores de espírito pouco evoluido, para que passem a pensar mais no bem-estar do povo catarinense do que nos seus interesses materiais!

E-mail: cairomiri@yahoo.com.br

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Atenção radialistas de IP e região


Abertas inscrições para curso
de radialismo em Cajazeiras


Estão abertas, até o próximo dia 20 de Dezembro, as inscrições para o preenchimento de vagas na Capacitação Técnica de Radialismo e Qualificação Profissional em Rádio e Televisão.

Os interessados em participar do Curso, que é promovido pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba e pretende formar profissionais para atuar nas mais diversas áreas do radialismo, desde emissoras de rádios, televisões e produtoras de áudio e vídeo, devem se inscrever até o dia 20 de Dezembro, prazo final, na recepção da Rádio Oeste da Paraíba, ou entrar em contato com os organizadores através do telefone 91279726.

O curso atende a uma demanda da comunidade pela expansão do mercado de trabalho na área de Radialismo em todo o país. A idéia é capacitar e profissionalizar radialistas para trabalhar nas áreas de gestão, produção e operação nas emissoras de rádio e TV comerciais, comunitárias e alternativas a cabo, produtoras e estúdios de gravações, podendo estes exercer mais de 90 funções, dentre elas: locutor, apresentador, animador e entrevistador; operador de áudio; cinegrafista; editor de imagem e produtor executivo.

No ato das inscrições os candidatos devem apresentar os seguintes documentos: declaração/encaminhamento da empresa; carteira de trabalho (original) com foto carimbada pelo MTB; carteira de identidade (cópia autenticada); CPF (cópia autenticada); comprovante de residência (cópia autenticada); cartão do Pis (cópia autenticada); e 2 Fotos 3x4. A taxa de inscrição é de R$ 300,00.

Da redação do Diário do Sertão

Quem te viu, quem te vê

Pátio do Colégio Agrícola
LAVRAS: ESCOLA AGROTÉCNICA ABANDONADA
NA TERRA DE EUNÍCIO OLIVEIRA
Por: Tarso Araújo

Responsável pela formação de milhares de estudantes da Região do Cariri, a Escola Agrotécnica Federal Professor Augusto Lima, em Lavras da Mangabeira, é o retrato do descaso, da indiferença e da falta de zelo das autoridades governamentais. Desde 2001, a escola está abandonada, embora durante dois anos, a Prefeitura do Município tenha ocupado um dos prédios como sede da Secretaria de Agricultura. Esta matéria é o principal destaque da edição desta semana do Jornal do Cariri.

Localizada na cidade berço do deputado federal Eunício Oliveira (PMDB), a Escola Agrotécnica foi fundada em 1955, formou milhares de estudantes, se transformou em centro de atenção das cidades próximas a Lavras da Mangabeira, mas, hoje, se encontra em ruínas, com paredes e telhados destruídos, equipamentos depredados, terras invadidas e indiferença dos políticos do Município. Os cupins, as formigas e os morcegos habitam, atualmente, o que foi uma das escolas mais importantes para a história do ensino técnico agrícola do Cariri.
O professor José Ivan de Figueiredo, que acompanhou a reportagem do Jornal do Cariri na visita às dependências internas do colégio, não esconde a revolta e emoção diante de tanto abandono. ‘’Uma escola como esta, que chegou a ter 1.200 alunos, com 500 estudantes internos, não era para estar abandonada como se encontra hoje. Vejo tudo isso com muita tristeza, com sofrimento, lamento e revolta’’, afirma indignado o professor José Ivan que, entristecido, tem os olhos molhados com as lágrimas que ameaçam descer ao rosto diante da revolta que sente por se deparar com o descaso.


Segundo José Ivan, parte dos 300 hectares de terras, que pertencem a escola, era ocupada com atividades agrícolas, com o cultivo de goiaba, manga, banana, com a criação de suínos, gado, frango e coelhos. Um viveiro de plantas, com mudas comercializadas na região, era mantido como mecanismo de ensino e formação para os estudantes. ‘’Em 1979, cheguei como estudante e comecei a trabalhar na escola. Aqui, a riqueza era muito grande. Hoje, somente tristeza, destruição e desmatamento’’, acrescentou José Ivan, que ainda dá aula de educação ambiental e mantém um apiário no lugar.
O relato do professor José Ivan de Figueiredo mostra que a Escola Agrotécnica Federal Professor Augusto Lima passa à margem das preocupações dos Governos Municipal, Estadual e Federal. Ao longo dos últimos oito anos, a Escola Agrotécnica não recebeu atenção da prefeita reeleita Dena Oliveira (PMDB), nem do deputado federal Eunício Oliveira, que, mesmo tendo a oportunidade de apresentar emendas ao Orçamento da União para recuperá-la, não o fez nos últimos oito anos.
‘’Toda a estrutura física do colégio está deteriorada, está precisando de socorro. É um absurdo todo este patrimônio estar entregue as baratas. Não se viu mais ninguém desde este abandono’’, acrescenta José Ivan, esperançoso de um dia ver a história e a escola reconstruídas em Lavras da Mangabeira.


O deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) disse, ao ser procurado pelo Jornal do Cariri, que já conversou com o Governo do Estado para transformar a Escola Agrotécnica em CEFET (Centro Federal Tecnológica). Eunício disse ter sido aluno da escola, assim como o vice-governador Francisco Pinheiro, e, em 2009, o CEFET será uma realidade. A prefeita de Lavras da Mangabeira, Dena Oliveira (PMDB), foi procurada, mas não atendeu, nem retornou as ligações da nossa reportagem.


Colaboração Amaury Alencar
Fonte: http://www.cearaagora.com.br/index.htm
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EDITORIAL DO JORNAL DO CARIRI
ESCOLA AGROTÉCNICA: EDUCAÇÃO EM RUÍNAS
Por: Antonio Oliveira

O símbolo mais perturbador da ruína do sistema educacional público vem de Lavras da Mangabeira. O JC, nesta edição, traz a denúncia do abandono, físico e político, da tradicional Escola Agrotécnica Professor Augusto Lima, fundada na metade do século passado, com milhares de formados, dentre os quais muitos dos filhos da elite da cidade. As lágrimas do professor José Ivan Figueiredo sintetizam o abandono do local. Cupins, morcegos e formigas correm a estrutura física.

Antes dessas pragas, outras, que atacam a alma, já corroeram o espírito dos dirigentes políticos de Lavras da Mangabeira, tornando-os cegos e inertes ante a destruição de um dos antigos modelos da velha educação pública brasileira. O caso da Escola Agrotécnica é retumbante. Silencia qualquer explicação. Desmonta qualquer desculpa. Revela a mentalidade das lideranças sociais e políticas de Lavras.

Para que conservar uma escola pública, quando nossos filhos podem estudar na capital, em instituições privadas? Para que investir em um local que serviu ao passado, mas agora só interessa às famílias mais humildes, cuja consciência é - segundo pensam - comprável a cada eleição? Terra de um político nacionalmente conhecido, o deputado Eunício Oliveira, cuja irmã é a prefeita, já no segundo mandato, Lavras da Mangabeira convive com a situação vergonhosa da invasão da escola por posseiros, além do desvio na estrutura e na finalidade da agrotécnica.
Nenhum voz se ergueu, até agora, para expor o problema ou apresentar soluções. Os deputados estaduais, a prefeita Dena Oliveira e seu irmão, o deputado Eunício Oliveira, têm agora a oportunidade concreta de adotar medidas, ou exigir de quem as possa providenciar, em favor da recuperação desse antigo símbolo da educação no Cariri. Admitindo-se, é claro, que uma situação dessa gravidade era desconhecida desses influentes atores políticos.

Ao menos se agirem agora, ficarão apenas com a responsabilidade pelo desinteresse em acompanhar a realidade de Lavras. O que importa é a resolução imediata das causas desse abandono, que deixou o professor José Ivan Figueiredo no estado de prostração descrito na reportagem.

Lavras é um município com elevados índices de pobreza e baixos patamares de desenvolvimento humano. A vocação agrícola foi determinante para a criação da Agrotécnica nos anos 1950. Ainda hoje essa realidade persiste. O que não se entende é como se atingiu esse nível de abandono.

Mais do que a própria incompreensão com esse estado de coisas, deve-se investigar suas causas e punir seus responsáveis. Não se concebe que a escola haja chegado a esse nível de deterioração sem que quaisquer providências concretas hajam sido tomadas para interromper esse processo degradante. Sempre se argumenta que a educação é a solução dos problemas nacionais. As verbas para o setor são continuamente aumentadas. Mas, uma constatação singela do episódio da Escola Agrotécnica de Lavras é a distância entre o discurso fácil, proferido de tribunas dos parlamentos e dos palanques políticos nas eleições, e a postura efetiva de enfrentamento das deficiências do setor.

Os efeitos desse descaso, que agora se refletem na própria estrutura de uma escola, são maiores e diretos na vida de milhares de jovens, cujo futuro estará irremediavelmente comprometido pela supressão de uma fonte de acesso a uma vida melhor. Lavras não pode deixar sua escola de formação de técnicos agrícolas morrer. Nem Lavras, nem a Prefeitura, o Governo do Estado e o Governo Federal. A responsabilidade é de todos. O desastre foi constatado.

O abandono é notório. Não há desculpas. Não há remendos. A situação demanda ação. Ação concreta, imediata e efetiva. O JC, com essa matéria, presta um serviço não somente a Lavras, cujos líderes políticos parecem não levar tanto em consideração como deviam, mas a todos os municípios do Cariri. Quantas Escolas Agrotécnicas não existem em nossa região, abandonadas e esquecidas? Esse é um caso ímpar, pelo elevado grau de depauperação e descaso. Mas, como ele, outros devem existir e estão a merecer a ação concreta das autoridades. A morte de uma escola é a condenação ao futuro de jovens. As futuras gerações serão as maiores vítimas dessa omissão deliberada cometida nos dias de hoje. A Escola Agrotécnica de Lavras precisa de socorro.
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FAMÍLIAS OCUPAM ÁREA DA ESCOLA AGROTÉCNICA
DE LAVRAS DA MANGABEIRA
Por: Antonio Oliveira

Abandonada pelo poder público e com a sua construção sendo destruída, ao poucos, pela ação da natureza, a Escola Agrotécnica Federal Professor Augusto Lima tem 72 famílias que ocupam boa área de suas terras. Algumas famílias ocupam parte dos prédios. Outras, que residem na sede do Município, estão produzindo arroz, feijão e milho.
Famílias que perderam tudo nas enchentes deste ano, também, encontram nas terras da Escola Agrotécnica um abrigo e um meio de garantir renda para se sustentar. O professor José Ivan manifesta outras preocupações senão houver a intervenção do poder público. "Estão surgindo freqüentes roubos porque até arames das cercas retiram e levam para vendê-los. Se eu não tivesse uma ação enérgica até um dos transformadores que estava em um dos postes da rede elétrica tinha sido roubado", expôs José Ivan, ao dizer que, em 2001, quando a escola ficou abandonada a Coelce suspendeu o fornecimento de energia. Hoje, a energia está religada porque cada posseiro é responsável pelo próprio consumo. José Ivan relata, ainda, que durante muito tempo a água de um dos açudes da propriedade era retirada para alimentar a produção de capim, enquanto moradores da cidade eram abastecidos com carro pipa.
Com as chuvas deste ano, segundo ele, o nível da água aumentou e os posseiros criam peixe que os permite um completo de renda. Ele cita, também, que um trator velho, que está no pátio do colégio, é o exemplo do abandono.
A posseira Maria Nilza da Silva que, sem ter onde morar passou a ocupar um dos galpões da Escola Agrotécnica, disse, ao conversar com a nossa reportagem,que passou a morar nas terras do colégio porque tudo estava abandonado. `´Não tinha para onde ir e como o governo está com uma área desta sem nenhuma utilidade, resolvi me apossar.
Aqui estou pelo menos garantindo um teto para morar porque eu perdi tudo que tinha em minha casa na cidade com as fortes chuvas deste ano´´, afirma dona Maria Nilza, ao dizer passa dificuldades para se alimentar com o marido e os dois filhos, mesmo plantando milho e feijão.