sábado, 20 de dezembro de 2008

A importância da vocação



Por Cairo Arruda
(Membro da ACI e ACEJI)


A formação do caráter do ser humano começa, fundamentalmente, segundo os especialistas, no periodo de 0 a 7 anos, fase em que os seus pensamentos e sentimentos precisam ser cuidadosamente avaliados e valorizados, pois os seus sentidos são muito aguçados, e captam tudo que se passa ao seu redor, seja positivo ou negativo.
Outro fator igualmente importante e necessário em relação ao futuro da criança, é que haja unidade de pensamento na ação dos pais, quanto à orientação que lhe é transmitida, sem se falar na indispensabilidade do bom exemplo, partindo de ambos. Não adianta
aconselhar o filho para e bem, e na prática, fazerem diferente.
Um outro ponto que temos a considerar, também de grande significação, é o ligado à vocação, às aptidões.
Hoje, devido, principalmente, às dificuldades de ordem material, e da competitividade, boa parte dos pais se preocupa mais no sentido de que os filhos abracem profissões de maior retorno financeiro, sem, muitas vezes, levarem em conta o lado vocacional dos descendentes.
A prole dos meus saudosos genitores é constituida de 8 rebentos – 5 homens e 3 mulheres.
A atividade do meu pai, (que tinha vocação para medicina), logo que se casou, aos 21 anos, era o comércio de farmácia, negociando em Tururú, então distrito de Uruburetama, na região Norte do Ceará. Todos os partos de minha mãe, foram acompanhados por ele, sem precisar ir à maternidade, até por que naquela época, tinha-se que se recorrer às parteiras curiosas, e, só em casos mais graves, era-se obrigados a procurar hospital, a considerável distância.
Nos idos de 1950, já residindo em Barro-CE, mesmo tendo optado por fundar e dirigir um pequeno educandário, ao invés de instalar uma farmácia (para não competir com um seu amigo, proprietário do único estabelecimento farmacêutico), dados os seus conhecimentos nessa área, ele era chamado para prestar assistência a doentes, tanto da cidade como da zona rural do municipio, tendo, nas mais das vezes, que se deslocar a cavalo, pois veiculo era fruta rara naqueles tempos.
Certamente, reconhecendo que eu tinha uma certa vocação para essa atividade, sempre me levava de carona (garupa), o que muito me contentava, pelo passeio e até mesmo, por curiosidade, em vê-lo curar os enfermos, na maioria, pessoas carentes, desprovidas de condições materiais de buscar médicos em centros mais adiantados, com enorme distância daquela localidade. Por conta disso, deixou alí inúmeros compadres e afilhados.

Moral da história: abracei no futuro, onde permaneci por 25 anos, (havendo um certo interregno), o comércio de farmácia, como prático e gerente. Mas, quero chegar mesmo ao caso da minha secretária doméstica, Ana Lúcia, (quarentona, mãe e avó), que estuda à noite, cursando o 3º ano do EJA, poetisa de vocação, que recentemente participou de um concurso de poesias intercolegial, sendo contemplada com o 1º lugar, na Escola Estadual Wanderley Ferreira de Resende.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei seu texto. parabens galerinha de uberaba