sábado, 31 de janeiro de 2015

ÁLBUM DA SEMANA

Seleção Master de Ipaumirim

 (???) e Olga

Doca Moreira
Laura Nóbrega Gonçalves
Garotas 90 de IP - Zenira e D. Maria de Dino
Gerlane Lemos
Gesilda Morais

Evandro de Maria de Afonso
Ana Luiza Gonçalves da Nóbrega
Titica, Mércia e Jarismar Gonçalves
João Castelar e Dona Zefinha
Ronaldo Sarmento, Rita Vieira e filhos
Luciene e Pedro Jorge
Scorro Vieira, Salete Vieira,  Conceição e Luzanira

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A volta do pêndulo e os tempos de pré-Collor


O grande músico e mestre Hans-Joachim Koellreutter dizia que a história é como uma espiral: sempre volta-se para o mesmo lugar alguns degraus acima.
De certo modo a espiral brasileira remete para 1989.
O primeiro ponto em comum é o desencanto, o fim das utopias e a gravidade das crises que se prenunciam.
Lá, havia a interrupção do sonho da redemocratização e dos pacotes econômicos e o fantasma da hiperinflação; aqui, o desencanto com o sonho do desenvolvimento com equidade social e o fantasma da crise da água.
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O segundo ponto é a decepção com as instituições públicas. Aliás, nos dois momentos, o raio-x nítido das razões porque o país sempre se fez tão lentamente: a pobreza das instituições públicas, partidos políticos, três poderes e mídia; a imensa dificuldade em pensar grande, em desenvolver uma visão estratégica.
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O terceiro, a ausência de figuras referenciais. Lá, a desmoralização da oposição com a enorme caça ao butim que se seguiu à posse de Sarney. Aqui, a falta de propostas do governo e da oposição e a pobreza de lideranças.
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Em cima desse quadro, nos próximos anos se enfrentará a crise de água, problemas econômicos, radicalização social, a crise do velho modelo de articulação da informação, com o advento das redes sociais e, principalmente, a falta de perspectivas.
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Dependendo do desenrolar da crise, estarão feridos de morte os dois partidos que dividiram a hegemonia política brasileira nas últimas décadas: PT e PSDB. A paciência do eleitor não suportará por tanto tempo o discurso do “mal menor”.
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De quem é o protagonismo político?
Do lado do governo, da presidente Dilma Rousseff. Nas últimas eleições Dilma foi premiada com a segunda oportunidade – uma tradição no jogo político brasileiro, mas que tornará o eleitor muito mais exigente – e com a extraordinária fragilidade do seu opositor, o PSDB.
Indicou um Ministério político para se defender das tentativas de impeachment que virão, mas terá que desenhar um projeto de país para se defender do alastramento do anti-petismo e do anti-governismo.
Terá os próximos meses para mostrar a cara de seu governo.
O balanço do primeiro governo não sugere uma obra à altura dos desafios atuais de um país convivendo com múltiplas crises. Até poderá emergir uma nova Dilma, com uma estatura política até agora impressentida. Mas seria uma surpresa.
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O PT tornou-se um partido político sebastianista, agarrado à imagem de Lula. Lula de 2018 será como Getulio de 1950: novos tempos, novas circunstâncias com o peso da idade contando.
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Do lado da oposição, vai sobrar quem? Mesmo que mantenha os votos do antipetismo, Aécio Neves não demonstrou fôlego para assumir a empreitada de liderar a oposição. A crise de água irá expor em toda intensidade o nível do provavelmente mais medíocre governador da história moderna de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Entre as lideranças alternativas, Marina Silva tem a consistência de uma libélula perdida.
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Em 1989 surgiu a surpresa Fernando Collor, embalado nas ideias de Margareth Tatcher.
Agora, não apenas o Brasil mas o mundo está perdido na ausência de propostas.
Vem tempos bicudos pela frente.
Fonte:  http://jornalggn.com.br/noticia/a-volta-do-pendulo-e-os-tempos-de-pre-collor

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

"A Arte da Vida", por Bauman

"No mundo pós-romântico", como assinalam Ehrenreich e English,  em que os antigos vínculos não mais se sustentam, tudo que interessa é você: você pode ser o que quiser; você escolhe sua vida, seu ambiente, até mesmo sua aparência e suas emoções. ... As velhas hierarquias de proteção e dependência não existem mais, só existem contratos abertos, rescindidos livremente. O mercado, que há muito tempo se expandiu para incluir as relações de produção, agora se expandiu para abarcar todos os relacionamentos. 

 "A cultura do sacrifício está morta", declarou bruscamente Gilles Lipovetsky no posfácio de 1993 a seu estudo pioneiro, de dez anos antes, sobre o individualismo contemporâneo. "Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver em nome de qualquer coisa que não nós mesmos." 
Não que tenhamos ficado surdos às nossas preocupações com os infortúnios de outras pessoas, ou com o triste estado do planeta, nem que tenhamos deixado de ser sinceros sobre tais ansiedades.  

Também não deixamos de declarar nossa disposição de agir em defesa dos oprimidos, assim como na proteção do planeta que eles compartilham conosco, nem de atuar (ao menos ocasionalmente) a partir dessas declarações.  

O oposto parece ser o caso: a ascensão espetacular da auto-referencialidade egoística, paradoxalmente, caminha de par com uma crescente sensibilidade à miséria humana, a execração da violência, dor e sofrimento que afligem o mais distante dos estranhos, e as erupções regulares de caridade focalizada (terapêutica).  

Mas, como Lipovetsky corretamente observa, esses impulsos morais e essas explosões de magnanimidade são casos de "moralidade indolor", moralidade privada de obrigações e sanções executivas, "adaptada à prioridade do Ego". Quando se trata de agir "em nome de outra coisa que não de si mesmos", as paixões, o bem-estar e a saúde física do Ego tendem a ser tanto as considerações preliminares quanto as derradeiras. Também tendem a estabelecer os limites do caminho que estamos preparados para percorrer em nossa disposição de ajudar.  
Via de regra, as manifestações de devoção àquele "algo (ou alguém) que não nós mesmos", ainda que sinceras, apaixonadas e intensas, não chegam ao auto-sacrifício.  

Por exemplo, a dedicação à causa verde dificilmente chega a ponto de se adotar um estilo de vida ascético, ou mesmo uma forma parcial de abnegação. Com efeito, longe de estarmos prontos a renunciar a um estilo de vida caracterizado pela tolerância consumista, frequentemente relutaremos em aceitar o menor inconveniente pessoal.  

A força-motriz de nossa indignação tende a ser o desejo de um consumo superior, mais protegido e mais seguro. No resumo de Lipovetsky, "o individualismo disciplinar e militante, heroico e moralizante" deu lugar ao "individualismo à la carte", "hedonista e psicológico", que "faz das realizações íntimas o propósito principal da existência".  Parece que não sentimos mais que temos uma tarefa ou missão a desempenhar no planeta, e aparentemente não há nenhum legado que nos sintamos obrigados a preservar, por termos sido nomeados seus guardiões. 

A preocupação com a forma como o mundo é administrado deu lugar à preocupação com a “auto-administração”. Não é a situação do mundo, juntamente com seus habitantes, que tende a nos incomodar e a nos deixar preocupados, mas sim aquilo que é de fato um produto final da reciclagem de seus ultrajes, futilidades e injustiças em desconfortos espirituais e inconstâncias emocionais que prejudicam o equilíbrio psicológico e a paz de espírito do indivíduo interessado.  

Isso pode ser, como Christopher Lasch foi um dos primeiros a observar e articular, o resultado de transformar "queixas coletivas em problemas pessoais suscetíveis à intervenção terapêutica".   
"Os novos narcisistas", como Lasch memoravelmente chamou os "homens psicológicos" capazes de perceber, esmiuçar e avaliar a condição do planeta unicamente através do prisma dos problemas pessoais, são "assombrados não pela culpa, mas pela ansiedade". Ao recordarem suas experiências "interiores", eles "procuram não fornecer um relato objetivo de um fragmento representativo da realidade, mas seduzir outros" a lhes darem "sua atenção, aplauso ou simpatia", e assim sustentar seu inseguro senso de eu [self]. A vida pessoal tornou-se parecida com a guerra e tão cheia de estresse quanto o próprio mercado. O coquetel "reduz a sociabilidade ao combate social". 
 Sem muito mais em que basear a ansiada segurança de sua posição social, ressoando como autoconfiança e autoestima, exceto os ativos pessoais de propriedade pessoal ou a serem adquiridos pessoalmente, não admira que as demandas por reconhecimento, como diz Jean-Claude Kaufmann, "inundem a sociedade". "Todo mundo busca ansiosamente a aprovação, a admiração ou o amor nos olhos dos outros." E observemos que as bases para a autoestima fornecidas pela "aprovação e admiração" de outros são notoriamente frágeis. Como se sabe, os olhos se movem, e as coisas sobre as quais eles recaem ou pelas quais deslizam são conhecidas por sua propensão a virar e revirar de maneiras impossíveis de prever, de modo que o impulso e compulsão de "observar atentamente" na verdade nunca cessam. O calor da vigilância atual pode muito bem transformar a aprovação e aclamação de ontem na condenação e no ridículo de amanhã.  

sábado, 24 de janeiro de 2015

Falando do que vi



Fonte da imagem: FB Pedra de São Sebastião

Uma semana  numa cidade pequena, por mais que  vc a conheça, não é o bastante para mergulhar na sua rotina mas alguma coisa percebe-se  com relativa facilidade. Há quatro anos eu não ia pra festa de São Sebastião por vários motivos principalmente de natureza profissional.

Após esse tempo, algumas coisas permanecem absolutamente iguais porque estão cristalizadas na cultura local e acho difícil que mudem. Sua transformação só chegaria por milagre, por  alguma coisa de muito impacto e efeitos duradouros ou muito lentamente de forma que três ou quatro gerações adiante talvez pudessem fazer esse registro.

A questão da melhora considerável nas condições de habitação já era uma informação que eu tinha visto no último Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil com os resultados do PNUD. Mas, uma coisa é ler um gráfico ou tabela que nos oferece dados sobre o real, outra coisa é ver e sentir a realidade pulsante no cotidiano das pessoas. Não andei em todos os bairros mas passei por muitas ruas e pude ver como as casas, em geral, estão melhores, mais bem cuidadas. Observa-se uma preocupação com o bem estar. Isso representa qualidade de vida, cidadania e um aporte positivo para a saúde principalmente se, paralelamente, existe uma incorporação de hábitos mais saudáveis de higiene e alimentação. Também é preciso esclarecer que essas iniciativas são de natureza privada embora saiba que muitas ações do Governo Federal propiciaram os avanços.

No que diz respeito à limpeza urbana, a cidade está muito limpa  mas o lixão a céu aberto permanece no mesmo lugar de sempre. Precisei ir ao hospital e também encontrei-o muito limpo porém em condições precárias de funcionamento. Paredes arrebentadas pelo salitre, mobiliário antiquado, instalações hidráulicas precárias, janelas muito pequenas e altas não permite a ventilação adequada aos ambientes. Sinceramente, são da altura de janelas de cadeia. Só falta tirar os vidros e botar as grades. Não sei quem construiu o hospital mas qualquer um que tenha sido não observou questões fundamentais. Talvez um bom mestre de obra fosse mais atento à algumas demandas que ajudariam muito a tornar o ambiente mais arejado. Mesmo nas precárias condições, o atendimento é bom, os funcionários são atenciosos e isso já é alguma coisa positiva. A minha indagação é: por que o Posto de Saúde da Fazendinha não funciona? Não vi por dentro mas por fora as instalações aparentam ser muito boas. Ainda que não fossem ideais mas um posto de saúde fechado numa comunidade com uma população instalada que necessita de assistência é algo a ser explicado de forma convincente.

Na prefeitura,  me surpreendeu a qualidade do atendimento. Muito bom, pelo menos no setor que precisei resolver algumas coisas. A máquina burocrática entretanto ainda é muito limitada e há uma desorganização na atualização de dados à disposição da população. Creio que uma revisão geral modernizando o setor seria importante. No século em que a informação é tudo, é fundamental aproveitar a tecnologia disponível para facilitar a vida de todos, tanto funcionários quanto usuários. Não é um site apenas que altera essa realidade cotidiana mas um investimento significativo na modernização dos processos de informação oferece melhores condições de trabalho e agilidade na resolução das demandas internas e externas. Numa prefeitura de um município de mínimo porte acredito que não demandaria altos investimentos para atualizar a estrutura burocrática bastante emperrada. Um dia, as pessoas descobrirão que transparência, competência e marketing são coisas diferentes embora possam estar juntas em alguma ocasião.

Há algum tempo atrás,  estive na biblioteca pública de IP e vi que haviam excelentes livros, uma infra estrutura mínima e me animei bastante. Dessa vez, precisava de um livro que me informaram que lá existiam alguns exemplares disponíveis para consulta. Procurei a biblioteca como quem busca uma agulha no palheiro. Não achei. Fui na antiga casa de Jerônimo Jorge, no antigo prédio lá na praça do posto, na prefeitura, na secretaria de cultura que estava fechada e ainda num departamento não sei de que - ali mesmo no prédio da CVT - procurando a biblioteca. Todas as pessoas me atenderam muito bem mas ninguém sabia onde estava a biblioteca pública.  A biblioteca Zenira Gonçalves Gomes deve ter sido abduzida porque nem mesmo os órgãos oficiais responsáveis sabem dela. Isso é um retrocesso inaceitável. Já não se investe em cultura e, pra completar, até a biblioteca some?

O comércio cresceu um pouco com a instalação de pequenas lojas de artigos diversificados predominando o setor de vestuário disponibilizando produtos de bom gosto e qualidade. Em compensação,  o mercado público está literalmente acabado. No interior, há uma desorganização geral e uma infraestrutura destruída. As edificações ao redor da parte central estão desafiando o mínimo conceito de harmonia e bom gosto. Cada um faz o que quer, uns prédios em forma de caixotes em superposição, um diferente do outro, descaracterizaram totalmente a construção original e não trazem nada em troca nem em inovação nem em qualidade estética. O mau gosto e o descaso dinamitou a única construção antiga da cidade. Agora, vai ficar como está, talvez ficará pior quando todos resolverem colocar mais um caixote em cima do prédio original.

A administração das prefeituras, ao longo dos anos em que o processo de descaracterização do mercado vem acontecendo, é responsável pela incompreensão da importância de preservação de monumentos públicos. Modernização fora de hora e lugar é tolice. Na minha modesta compreensão, isso tem a ver principalmente com duas coisas: o desconhecimento do conceito de público e privado e de como estas duas áreas podem se relacionar civilizadamente e, por outro lado,  a politicagem que não bota ordem nas coisas com medo de perder votos.

Outra coisa que me impressionou foram os preços nas lojas de vestuário onde passei, com exceção daquelas  voltadas exclusivamente  ao comercio popular. As roupas estão a preços de shoppings das grandes cidades. Tudo bem, cada um é livre para consumir o que deseja mas o que me espanta é a relação contraditória entre os preços que eu vi e as informações sobre trabalho e renda apresentados no último PNUD divulgado. Isso pode ser um indicador de um  endividamento aguçado, o que parece particularmente complicado diante de  um ano que não promete muita coisa. O fetiche do consumo estimulado pela mídia e pela publicidade me impressiona porque está cada dia mais associado à inclusão social, poder e qualidade de vida em detrimento de coisas essenciais que não apresentam resultado imediato e sequer se prestam à ostentação ingênua como forma de distinção social.

A tentativa de organizar o trânsito é uma coisa positiva principalmente em tempos de excesso de veículos trafegando pela cidade. As motos são insuportáveis e não respeitam nem automóveis nem pedestres, em qualquer lugar está assim. A própria localização do DETRAN é inadequada porque não há espaço para a demanda de veículos tornando o trânsito naquela área mais congestionado e desordenado. Isso repercute na mobilidade principalmente de idosos e crianças que ficam mais expostos à ousadia irresponsável de condutores apressados.

Agora junte: a movimentação do trânsito com seu barulho característico + os carros de som que madrugam gritando histericamente seus anúncios e recados no mais alto volume + a difusora da igreja + som de carros que passam em altíssimo volume. Fechando o circuito, as bandas nas festas noturnas não deixam ninguém dormir enquanto a festa não acaba. Quando não tem banda, tem o relógio da igreja que invariavelmente, de meia e meia hora, toca uma sequencia de sons desnecessários. Isso é Ipaumirim. Vai ver a biblioteca sumiu porque ninguém consegue mesmo ler com aquela barulheira sem controle nenhum. Quem é mesmo o órgão responsável pela ordenação e controle da poluição sonora? Já que civilidade passou longe, pelo menos, devia existir  algum órgão que normatizasse esse descontrole prejudicial ao conforto e a saúde de todos.  O processo civilizador nunca foi bonzinho em nenhum lugar do mundo. Para viver em sociedade é preciso regras que disciplinam e enquadram os excessos que prejudicam coletivamente. Para isso o poder público tem instrumentos à vontade e não usa se não quiser.

O dia 18 foi um dia insuportavelmente barulhento. Se tivesse algum aparelho para medir os decibéis com certeza teria estourado, pelo menos naquela área em volta da praça e da igreja. A orgia sonora absoluta e soberana reinou o dia inteiro.

Falar no dia 18 é falar  do abortamento da iniciativa mais saudável que IP conheceu nos últimos tempos. Implodiram a ACRI e a sua proposta idealizada por Zenira, com o apoio de filhos e amigos de Ipaumirim, quando da sua fundação como uma organização que agregaria a todos. Se a coisa começou assim, não seguiu assim. Se alguém lembrar das críticas que fiz no blog há algum tempo atrás vai saber exatamente quando as coisas começaram a degringolar e a politicagem miúda, varejista, barateira e míope acabou afastando as pessoas que efetivamente gostavam e encaravam a festa como um espaço de todos. Desde essa época, a ACRI teve a sua morte anunciada. Saiu da iniciativa dos amigos e caiu no esgoto da politicagem. Daí, o destino era ir ladeira abaixo mesmo. Pra mim, naquele momento a ACRI foi abortada. Não foi nessa festa chinfrin de 2015 com essa bandinha bate estaca que a ACRI acabou. Ela acabou quando perdeu a sua razão de ser que era exatamente ser uma festa de todos para todos.  Até uma banda que tocou na praça, de tarde, foi infinitamente superior a banda da noite. Manter uma festa no nível que foi essa última para desqualificar cada vez mais uma iniciativa já defunta é um escárnio.

As outras festas públicas devem ter sido ótimas até porque acabaram bem tarde mas eu não posso falar do que não vi.

Dia 20, dei umas voltas pelas áreas de maior movimento onde ficam o comercio informal e o parque. Vale salientar que o parque melhorou um pouco. As instalações ainda são precárias, tanto dos brinquedos quanto na parte elétrica, mas eu seria injusta se não reconhecesse que estão infinitamente melhores que as últimas que eu vi por lá em anos anteriores. O comercio informal continua muito bagunçado e, ano após ano, ninguém toma uma providência para melhorar as condições da romaria. Esse ano, eu não vi nenhuma equipe de apoio e informação instalada na praça do posto, o que muito facilitaria a vida dos romeiros.  Pra um evento  popular onde não se conhece investimento, nem na infraestrutura turística nem na divulgação, além do mais acontecendo durante a semana, a festa religiosa foi de bom tamanho. A procissão foi muito bonita e bem organizada. Não foi das melhores que eu  vi em temporadas passadas mas teve muita gente.

O setor de alimentação avançou um pouco com a instalação de  pizzarias, restaurantes e alguns bares mesmo os mais distantes. É preciso valorizar e estimular essas iniciativas não só porque são lugares de divertimento mas porque dão ocupação a várias pessoas. A praça do posto parece que já se consolidou como um local de encontros sociais.

Uma juventude bonita e bem cuidada circulou pela cidade, de lá mesmo e/ou visitantes. 
Houve a festa da Família Gonçalves bastante concorrida com muita gente de fora vindo especialmente para o evento. 
Durante o período da festa, fiquei com pena porque não vi muita gente que estava na cidade  e que eu gostaria imensamente de ter encontrado.

O melhor é que ocorreu tudo em paz com exceção de um grave  acidente de moto com duas vítimas fatais. 
Até a politicagem que rolou, ficou bem apagadinha. Não deu pra impressionar porque as pessoas estavam atentas a coisas mais interessantes.
ML