domingo, 28 de setembro de 2014

Aniversário: Brigitte Bardot, 80 anos depois


 
Bardot, a mulher que Deus criou e que o homem levou à fama mundial. A 28 de setembro de 1934 nascia BB, a "primeira mulher moderna", segundo Andy Warhol, e uma atriz antes do tempo.
 
BB em 1960
 É uma lenda viva, muito embora deteste a expressão, que diz não compreender. Mais do que atriz, com participações em obras cinematográficas de revelo (O DesprezoA Verdade e Vida Privada), é, nas palavras de Andy Warhol, a primeira mulher moderna. Os Beatles adoravam-na, a escritora Marguerite Duras chamou-a de “Rainha Bardot” e milhões de homens adormeceram a sonhar com ela – é o que garante a edição francesa da Vogue. Já o Paris-Match descrevia-a, em 1958, de “imoral, da cabeça aos pés”. Já lá vai o tempo. Este domingo, Brigitte Bardot celebra 80 anos.

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Brigitte Bardot in "A Very Private Affair", 1961


“BB”, como ficou conhecida, virou as costas aos holofotes antes de completar 40 anos. Trocou a passadeira vermelha e a perseguição constante de paparazzi por uma vida dita normal. Corria o ano de 1973. A carreira de atriz não foi propriamente das mais longas – há quem diga que se retirou do meio no auge da beleza. E, de facto, é pelo rosto de boneca, lábios carnudos e figura ampulheta que muitos se recordam dela.
Diz a imprensa internacional que a francesa nunca seguiu os ditames sociais. Ao invés, criava as próprias regras, longe da imagem polida das estrelas de Hollywood. E ao contrário de algumas companheiras de profissão, como Sophia Loren (que também completou 80 anos este mês), não pertencia à classe trabalhadora. Bardot vinha de uma família burguesa e católica; vivia num apartamento com sete quartos, localizado no 16º arrondissement, em Paris. Não muito longe da Torre Eiffel.

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Brigitte Bardot, 1955

Ainda jovem, estudou ballet por três anos, no conservatório parisiense, onde desenvolveu a postura elegante que, depressa, encantaria o mundo. Mas as piruetas e os pliés foram abandonados em detrimento da vontade de arriscar nas lides da representação: Bardot estreou-se no grande ecrã em 1952, no filme Le trou normand. Mais tarde, com apenas 23 anos, fazia história ao participar na longa-metragem E Deus criou a mulher (Et Dieu… Crea La Femme, 1956), do realizador Roger Vadim – o primeiro dos quatro homens com quem BB esteve casada. Uma das cenas mais famosas da película mostra a protagonista a dançar, descalça e com o cabelo solto, numa espécie de transe sensual, o que à época era considerado ousado. Resultado? O escândalo voou além-fronteiras.

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Et dieu…créa la " incarnée par Brigitte Bardot http://bit.ly/1nnvRFz  Bon à toutes!
Por terras norte-americanas, gerentes cinematográficos foram processados por permitir a divulgação do filme, que chegou a ser banido em alguns estados do país. Houve, inclusive, artigos de jornais que denunciavam a “depravação” registada em tela. A situação que se gerou em torno da película fez dela um êxito ainda maior do que o previsto – os resultados nas bilheteiras tiveram igual eco. “E o furor viajou de volta para a Europa”, escreve o jornal britânico The Guardian. A publicação espanhola La Vanguardia acrescenta: “Numa semana, BB é a alternativa europeia de Marilyn Monroe”. A bailarina que virou atriz transformava-se na sensação de lentes fotográficas.

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BB anos 60
Dona de um sex appeal descontraído, Bardot fascinou, pelo menos, duas gerações. Diz o Guardian: “Porque Bardot comportava-se, na vida privada, como um homem. Ela não tinha restrições. (…) Ela não era nem esposa nem mãe. Tentou as duas [coisas], esteve casada quatro vezes e teve uma criança, e decidiu que não estava talhada para aquilo”.
BB não representava por rebeldia, era apenas uma forma de estar na vida. Até hoje, leva no currículo cerca de 50 filmes e 80 discos (o amor pela música fez com que editasse vários discos na década de 1960 e 1970). Que não haja dúvidas, o cinema foi sempre o seu principal foco de atenções. Chegou a ser nomeada para um prémio Bafta por melhor atriz estrangeira, no filme de 1965 Viva Maria!, mas despediu-se do grande ecrã na longa-metragem Se D. Juan fosse mulher, onde contracenou ao lado da cantora britânica Jane Birkin – a cena lésbica protagonizada pelas duas é, até hoje, (re)lembrada pela imprensa internacional.

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Jane Birkin e Brigitte Bardot, em Don Juan de Roger Vadim, 1973.
O adeus ao mundo do cinema significaria o regresso, tão desejado, da privacidade. No entanto, as coisas não correram como planeado. Brigitte vive hoje como uma reclusa e dedica a energia que lhe sobra à defesa dos direitos dos animais – tem, inclusive, uma fundação em nome próprio. A biógrafa Marie-Dominique Lelièvre explica ao Guardian que, após décadas a viver como uma reclusa nas duas propriedades que tem em St. Tropez, BB desenvolveu uma visão distorcida do mundo. Também o Daily Mail citava, no final de 2013, Jane Birkin a propósito do estado de saúde da atriz francesa: “Ela ainda me escreve. (…) Os postais que recebo dela são sempre algo tristes. (…) Embora ela tenha uma vida privada dúbia, com pessoas suspeitas, ela fez com que as pessoas tivessem uma espécie de consciência moral [a propósito da defesa dos animais]“.

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Bardot no Brasil: no mês em que Brigitte faz 80 anos, Ricardo Amaral lembra como foi recebê-la http://glo.bo/1qbcnCx 

Mas esta não é a única razão para que o nome Brigitte Bardot vá aparecendo, de vez em quando, nos jornais. Entre 1997 e 2008, a estrela enfrentou os juízes franceses por cinco vezes acusada de “incitamento ao ódio racial”, sendo que na última ocasião foi obrigada a pagar uma multa de 15 mil euros. Também a relação que tem com a Frente Nacional dá azo a conversa, tendo manifestado em vezes anteriores não só a admiração como a amizade que sente por Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa.
Apesar disso, explica Marie-Dominique Lelièvre, Bardot é um ícone a quem celebridades como Kate Moss e Amy Winehouse devem muito, pelo estilo pessoal e não só – Bardot contribuiu igualmente para que a pequena vila de St. Tropez se tornasse num famoso destino de férias, além de, ao longo da vida, ter definido modas e tendências.
É ainda considerada, pelos franceses, um exemplo de beleza nacional, embora a fama e o sex appeal tenham cruzado fronteiras há muito tempo. De outra forma não seria de esperar, não fosse Brigitte Bardot, aos 80 anos, uma lenda viva. Mesmo que não goste da expressão.

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Only idiots refuse to change their minds.- Brigitte Bardot

Fonte: http://observador.pt/2014/09/27/brigitte-bardot-80-anos-depois/


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

NOSSOS VIZINHOS: O AÇUDE GRANDE DE CAJAZEIRAS

Açude Senador Epitácio Pessoa, 100 anos de Glória e decadência

por: José Antonio de Albuquerque


No próximo ano, 2015, em 16 de abril, uma quinta-feira, o Açude Senador Epitácio Pessoa, conhecido popularmente como Açude Grande, inicialmente denominado de Açude Cajazeiras, completará 100 anos de existência. No local onde foi construído já existia um velho açude em terras pertencentes à família Rolim, formado por duas barragens, nos braços do Riacho Caieira, pouco abaixo da junção dos Riachos Boi-Morto e Casemiro, que completam a bacia hidrográfica do açude. Quase no centro destas duas barragens estava a casa da fazenda dos pais do Padre Rolim, fundadores da cidade, Vital de Sousa Rolim e Ana de Albuquerque, que foi destruída para dar lugar ao que é hoje o Cajazeiras Tênis Clube.

A seca de 1915 obrigou autoridades locais a se mobilizarem no sentido de dar serviço a cerca de mil flagelados. E foi diante do quadro triste e desolador da seca, que arrastava consigo um inseparável quadro de miséria, uma multidão de famintos, maltrapilhos, seminus, magros, anêmicos e caquéticos formavam um quadro dantesco e cruel, que no dia 27 de dezembro de 1915 foram iniciadas as obras do Açude Grande.

Dom Moisés Coelho, que nascera no dia 8 de abril de 1877, ano de outra grande seca, acabava de tomar posse na recém criada Diocese de Cajazeiras, como seu primeiro bispo, em 29 de junho de 1915. Defrontou-se com esta grande seca e começou a tomar as providências no sentido de minorar a situação aflitiva dos flagelados da seca. Dirigiu-se a diversas autoridades, dentre elas o Presidente da República e aos bispos e padres amigos de diversas regiões do País. O clamor do Bispo foi ouvido pelo Vigário Geral da Diocese de Fortaleza, Monsenhor Melo, que enviou ao Bispo de Cajazeiras para socorro aos famintos cinco contos seiscentos e um mil reis (5.601$000); a Associação Comercial da Paraíba enviou trezentos mil reis (300$000) e o Bispo do Ceará mandou quatro contos, quinhentos e sessenta e cinco mil duzentos e noventa reis (4.565$290). Estes donativos foram distribuídos pelas paróquias e o restante foi reservado para melhoria no Açude de Cajazeiras. 

Cajazeiras, em 1915 era considerada uma das mais importantes cidades do interior, não só pelo comércio, mas principalmente pela sua população que já atingia cerca de 4.000 habitantes e já possuía 458 casas. O governo não podia fechar os olhos para uma cidade onde se aglomeravam muitos flagelados.

Muito embora não existissem estudos e projetos mais profundos na “Inspetoria de Obras Contra as Secas” para construção de um açude em Cajazeiras a única maneira que encontraram para solucionar o problema foi aproveitar o velho açude cujas paredes eram de terra, mal construída e já em péssimas condições, com um comprimento de 150 metros com 5 metros de altura e outra construída de alvenaria de pedra e cal, que servia de sangradouro, que fechava o braço direito do riacho.

A Câmara Municipal, na Sexta legislatura, (1913-1917) composta dos vereadores Joaquim Gonçalves de Matos Rolim, Juvêncio Vieira Carneiro, Emídio Assis, Joaquim de Sousa Rolim Peba, Henrique Gomes Leitão, Emídio Tomaz de Aquino, Martinho José Barbosa, Emiliano de Oliveira e Sousa e Joaquim Lima de Sousa Madeira também se engajou na luta pela construção do açude para dar amparo aos flagelados da seca.

Depois de muitos estudos, no dia 18 de novembro de 1915 foi formada uma comissão construtora, tendo como chefe o engenheiro José Francisco Coelho Sobrinho, que hoje é nome de uma das mais antigas ruas da cidade, conhecida como Rua Dr. Coelho. A comissão só conseguiu chegar a Cajazeiras no dia 25 de dezembro, para no dia 27 serem iniciados os trabalhos. Dos mil flagelados foram alistados apenas 300. 

O projeto inicial foi substituído e trouxe uma vantagem, pois aumentou consideravelmente a sua capacidade para 2.599.600 metros cúbicos d’água. As duas barragens ficaram com 453,5 metros de comprimento e seu sangradouro ficou com 36 metros de comprimento, cuja fundação é assentada em rocha firme. A famosa escadaria da Avenida Presidente João Pessoa, foi construída como “gigante”, na administração de Antonio José de Sousa, nomeado interinamente prefeito de Cajazeiras, em março de 1947, e reformado na administração de Otacílio Jurema, no seu primeiro mandato (1951-1955), para dar sustentação a muralha. Conclusão: a parte mais funda do açude se encontra logo após a Praça Presidente João Pessoa.

O custo do açude

Um fato incrível, se fosse nos dias de hoje. O orçamento para a construção foi de 76:244$096, só que foi gasto 73:201$425, quase 3 contos a menos do que foi programado. As despesas foram efetuadas nos seguintes itens: pessoal técnico administrativo, operários, desapropriações, ferramentas, utensílios, objetos de escritórios e materiais de construção. Hoje em dia os aditivos são tantos que geralmente todas as obras têm seus orçamentos dobrados. Todos os recursos foram originados do Tesouro Nacional.

Carta aberta de Luiz Alberto Moniz Bandeira a Roberto Amaral

Moniz Bandeira



Estimado colega, Prof. Dr. Roberto Amaral
Presidente do PSB,
A Sra. Marina Silva tinha um percentual de intenções de voto bem maior do que o do governador Eduardo Campos, mas não conseguiu registrar seu partido – Rede Sustentabilidade – e sair com sua própria candidatura à presidência da República.
O governador Eduardo Campos permitiu que ela entrasse no PSB e se tornasse candidata a vice na sua chapa. Imaginou que seu percentual de intenções votos lhe seria transferido.
Nada lhe transferiu e ele não saiu de um percentual entre 8% e 10%. Trágico equívoco.
Para mim era evidente que Sra. Marina Silva não entrou no PSB, com maior percentual de intenções de voto que o candidato à presidência, para ser apenas vice.
A cabeça de chapa teria de ser ela própria. Era certamente seu objetivo e dos interesses que representa, como o demonstram as declarações que fez, contrárias às diretrizes ideológicas do PSB e às linhas da soberana política exterior do Brasil.
Agourei que algum revés poderia ocorrer e levá-la à cabeça da chapa, como candidata do PSB à Presidência.
Antes de que ela fosse admitida no PSB e se tornasse a candidata a vice, comentei essa premonição com grande advogado Durval de Noronha Goyos, meu querido amigo, e ele transmitiu ao governador Eduardo Campos minha advertência.
Seria um perigo se a Sra. Marina Silva, com percentual de intenções de voto bem maior do que o dele, fosse candidata a vice. Ela jamais se conformaria, nem os interesses que a produziram e lhe promoveram o nome, através da mídia, com uma posição subalterna, secundária, na chapa de um candidato com menor peso nas pesquisas.
O governador Eduardo Campos não acreditou. Mas infelizmente minha premonição se realizou, sob a forma de um desastre de avião. Pode, por favor, confirmar o que escrevo com o Dr. Durval de Noronha Goyos, que era amigo do governador Eduardo Campos.
Uma vez que há muitos anos estou a pesquisar sobre as “shadow wars” e seus métodos e técnicas de “regime change”, de nada duvido. E o fato foi que conveio um acidente e apagou a vida do governador Eduardo Campos. E assim se abriu o caminho para a Sra. Marina Silva tornar-se a candidata à presidência do Brasil.
Afigura-me bastante estranho que ela se recuse a revelar, como noticiou a Folha de São Paulo, o nome das entidades que pagaram conferências, num total (que foi, declarado) R$1,6 milhão (um milhão e seiscentos mil reais), desde 2011, durante três anos em que não trabalhou. Alegou a exigência de confidencialidade. Por que a confidencialidade? É compreensível porque talvez sejam fontes escusas. O segredo pode significar confirmação.
Fui membro do PSB, antes de 1964, ao tempo do notável jurista João Mangabeira. Porém, agora, é triste assistir que a Sra. Marina Silva joga e afunda na lixeira a tradicional sigla, cuja história escrevi tanto em um prólogo à 8a. edição do meu livro O Governo João Goulart, publicado pela Editora UNESP, quanto em O Ano Vermelho, a ser reeditado (4a edição), pela Civilização Brasileira, no próximo ano.
As declarações da Sra. Marina Silva contra o Mercosul, a favor do subordinação e alinhamento com os Estados Unidos, contra o direito de Cuba à autodeterminação, e outras, feitas em vários lugares e na entrevista ao Latin Post, de 18 de setembro, enxovalham ainda mais a sigla do PSB, um respeitado partido que foi, mas do qual, desastrosamente, agora ela é candidata à presidência do Brasil.
Lamento muitíssimo expressar-lhe, aberta e francamente, o que sinto e penso a respeito da posição do PSB, ao aceitar e manter a Sra. Marina Silva como candidata à Presidência do Brasil.
Aos 78 anos, não estou filiado ao PSB nem a qualquer outro partido. Sou apenas cientista político e historiador, um livre pensador, independente. Mas por ser o senhor um homem digno e honrado, e em função do respeito que lhe tenho, permita-me recomendar-lhe que renuncie à presidência do PSB, antes da reunião da Executiva, convocada para sexta-feira, 27 de setembro. Se não o fizer – mais uma vez, por favor, me perdoe dizer-lhe – estará imolando seu próprio nome juntamente com a sigla.
As declarações da Sra. Marina Silva são radicalmente incompatíveis com as linhas tradicionais do PSB. Revelam, desde já, que ela pretende voltar aos tempos da ditadura do general Humberto Castelo Branco e proclamar a dependência do Brasil, como o general Juracy Magalhães, embaixador em Washington, que declarou: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”
Cordialmente,
Prof. Dr. Dres. h.c. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira
Reilinger Str. 19
68789 St. Leon-Rot – Deutschlan
Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/moniz-bandeira-roberto-amaral-recoemnde.html

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Cine Ipaumirim: Depois das nove


Informações
Gênero: Ficção
Subgênero: Drama
Diretor: Allan Ribeiro
Elenco: Rafael Primo, Selma Lopes
Duração: 15 min     Ano: 2008     Formato: 35mm
País: Brasil     Local de Produção: RJ
Cor: Colorido
Sinopse: Rafael vive com sua avó em um apartamento em Copacabana. Depois de alguns incidentes, ele percebe de forma diferente o mundo a sua volta. 
 
Ficha Técnica
Fotografia: Pedro Faerstein
Roteiro: Allan Ribeiro, Douglas Soares
Som Direto: Felippe Mussel
Direção de Arte: Julia Pina, Paula Gurgel
Edição de som: Ives Rosenfeld
Figurino: Marcelle Darrieux
Direção de produção: Angelo Defanti, Eduardo Ades
Assistente de Direção: Douglas Soares
Produção Executiva: Angelo Defanti, Eduardo Ades
Assistente de Produção: Júlia Vanini, Pedro Perazzo, Renata Furtado
Assistente de Fotografia: Daniel Bustamente, Vladmir Mancebo
Continuidade: Sônia Muller
Montagem: Allan Ribeiro
Eletricista: Lerr
Música: Luis Claudio Pfeil
Making Of: Bia Marques
Participações: Bia Marques, Cecília, Douglas Soares, Eduardo Ades, Eliane Ribeiro, Marcelo Dias

Prêmios
Melhor Curta no Festival de Varginha em 2008
Prêmio do Júri Jovem no Festival Internacional de Cortometrajes de Punta del Este em 2009
Prêmio Especial do Júri no Festival de Brasília em 2008
Prêmio Gato da Vez no Mostra Miau em 2009
Prêmio Moviemobz no Festival Internacional de Curtas de São Paulo em 2008
Fonte: http://portacurtas.org.br/filme/?name=depois_das_nove

domingo, 21 de setembro de 2014

Chega ao Planalto o concorrente do IBOPE.

 

 Montenegro deixou o Datafalha com a brocha na mão.


Segundo a agenda oficial da Presidenta, representantes da Rede TV, Band e Rede Record estiveram com a Presidenta Dilma para anunciar que contrataram os serviços de medição de audiência da empresa alemã GfK.
O ansioso blogueiro soube que o objetivo da audiência foi mostrar à Presidenta que o Brasil passa a contar com um novo modelo de aferição de audiência “para sair da ditadura do IBOPE”, aqui também conhecido pelo cognome “Globope”.
Até onde é possível captar o movimento dos astros, “ela gostou” do que ouviu.
Clique aqui para ler “como os ‘analistas do mercado’ garantem o bônus de Natal com o vazamento das ‘pesquisas’ eleitorais”.
Como se sabe, a audiência da Globo caiu vertiginosamente depois que as concorrentes da Globo anunciaram o fechamento do contrato com a GfK.
O que se pode explicar, também, com a possibilidade de o Globope ter corrigido alguma imperfeição que se teria consolidado há décadas: conferir à Globo uma audiência que o GfK não confirmará …
Por essas e outras, o Fintástico passou a dar 13 e o jornal nacional foi para a casa dos dez.
E treze pontos do Fintástico e o jn na casa dos dez não pagam as contas dos jatinhos da Globo Overseas, aquela que mereceu tantos elogios do Garotinho e do Lula, em Porto Alegre.
Com essa audiência, vai para o saco o modelo de negócio dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio.
A menos que a Dilma perca – o que está fora das cogitações do DataCaf e da Vox.
Porque se a Dilma perdesse, os bancos estatais – esses que a Bláblá quer sufocar – iam fazer da Globo um “vencedor” !
Outra notícia muito interessante é a que está na Keila Gimenez, da Fel-lha (*), na seção “Televisão”.
A família Montenegro vendeu todo o IBOPE à WPP, o maior conglomerado de mídia do mundo.
Nasceu na Inglaterra, expandiu-se nos Estados Unidos, a WPP no Brasil controla as agências de publicidade Ogilvy, Newcomm e Wunderman.
Trata-se, portanto, de uma empresa de reputação global, submetida ao rigor da transparência, que, lamentavelmente, não se aplica ao “negócio” de “pesquisas” de intenção de voto, no Brasil.
Por exemplo, este ansioso blogueiro soube que, num importante Estado do Nordeste, um candidato a Governador foi o único que se interessou por pagar quase R$ 200 mil por uma “pesquisa” de famosa instituição. 
Pagou, mas decidiu não publicar.
Preferiu guardar para mais adiante, na campanha.
Ou seja, a pesquisa não tem qualquer caráter informativo. 
Embora assim pareça, quando sai, anabolizada,  no PiG (**) – nacional e estadual …
Dificilmente uma empresa como a WPP correrá o risco de se meter nas arapucas desse “mercado”.
O que tem outro significado importantíssimo.
A WPP vai deixar a Datafalha com a brocha na mão.
Vai acabar essa tabelinha segura-no-meu-que-eu-seguro-no-seu entre o Globope e a Datafalha, acasalados no jornal nacional.
A Datafalha vai ficar de brocha na mão.
O Montenegro tira o time de campo e deixa o Otavinho na chuva…
Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Fonte: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/09/19/chega-ao-planalto-o-concorrente-do-ibope/

sábado, 20 de setembro de 2014

O medo que nos tolhe



Os medos cuja origem sabemos identificar podem perturbar-nos e geralmente conseguem-no, mas transportam consigo o seu próprio antídoto. Conhecendo as suas causas, identificando o seu rosto, podemos então aprender a resistir-lhes, suavizando o seu embate ou, pelo menos, estabelecendo com eles um pacto de reconhecimento e alguns momentos de tréguas. No final dos anos 70, o historiador Jean Delumeau mostrou como é possível compreender a vida coletiva de um longo período do passado apenas pela observação do modo como aqueles que o habitaram souberam lidar com os seus temores, convivendo com eles mas fazendo por enfrentá-los. A opressão, a fome, a doença, os desastres naturais, a insegurança, a guerra, aterravam os humanos, mas geralmente tinham um rosto reconhecível, anunciavam a sua chegada e sabia-se como atuavam. Por isso podiam ser, se não enfrentados, pelo menos aceites.
Os piores medos, porém, não têm rosto. Aparecem associados a esse sentimento difuso, pouco claro, ambíguo e desarmante, que experimentamos sempre que somos confrontados com algo que não sabemos identificar, ver ou prever, reduzindo por isso a margem de manobra diante do perigo que se pressente. É esta espécie de medo que nos acompanha poderosamente por estes dias, quando somos forçados a conviver com uma imprevisibilidade que começa nas palavras e nos atos desencontrados daqueles que agora nos governam e que ousam falar em nosso nome. Como poderemos dormir descansados, como podemos não experimentar o medo, quando os primeiros a ameaçar-nos, a escalar as paredes das nossas casas e a entrar sem aviso são justamente aqueles que foram por nós eleitos para cuidar da nossa existência e gerir a paz das nossas noites? Já não os reconhecemos e por isso os tememos tanto.
Fonte: http://www.aterceiranoite.org/

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Demaiiiiiiiiiiiiisssssssssss



VIRGÍLIO PROFETIZOU NO PASSADO O QUE SE REPETE COMO TRAGÉDIA NO PRESENTE.

Foto: VIRGÍLIO PROFETIZOU NO PASSADO O QUE SE REPETE COMO TRAGÉDIA NO PRESENTE.

Virgílio Távora, na vida terrena, foi nosso vibrante governador do Ceará, Senador da República e, numa análise responsável, muito mais do que isso.

Conquistou muitos seguidores; se fez amado; percorreu o Ceará em cada um de seus recantos, vilas e lugarejos, do campo à cidade; presente, até os dias atuais, por verdadeiros discípulos que o mantém vivo na memória da história política cearense, a quem chamamos no jargão partidário de “Virgilistas”.

Da dureza do olhar, como se fosse uma Fortaleza, surgia um homem vocacionado à vida pública; humorista sem riso; amigo sincero; e um grande “feitor de frases para o futuro”.

Dum atento ledor deste canto de página e deste escriba, um dia, registrou que VT foi admoestado por um repórter que circulava envolto as suas andanças pelo interior cearense e, de inopino, foi ao encontro de nosso governador, com gravador às mãos, para tomar alguma palavra, frase ou gesto.

Ei-lo: 

- Governador Virgílio Távora, qual sua definição de política? Perguntou nosso empolgado radialista.  

VT, animado não dobrou a curva e respondeu no ato: “Meu caro, política é uma mulher sedutora, infiel e cara. Sedutora por que é apaixonante, infiel porque é traiçoeira e cara por que só se faz com dinheiro”.

Virgílio Távora continua vivo e, sua máxima, profetizada no passado, se repete como tragédia no presente.

(Texto de Fabrício Moreira da Costa).
 
Virgílio Távora, na vida terrena, foi nosso vibrante governador do Ceará, Senador da República e, numa análise responsável, muito mais do que isso.

Conquistou muitos seguidores; se fez amado; percorreu o Ceará em cada um de seus recantos, vilas e lugarejos, do campo à cidade; presente, até os dias atuais, por verdadeiros discípulos que o mantém vivo na memória da história política cearense, a quem chamamos no jargão partidário de “Virgilistas”.

Da dureza do olhar, como se fosse uma Fortaleza, surgia um homem vocacionado à vida pública; humorista sem riso; amigo sincero; e um grande “feitor de frases para o futuro”.

Dum atento ledor deste canto de página e deste escriba, um dia, registrou que VT foi admoestado por um repórter que circulava envolto as suas andanças pelo interior cearense e, de inopino, foi ao encontro de nosso governador, com gravador às mãos, para tomar alguma palavra, frase ou gesto.

Ei-lo: 

- Governador Virgílio Távora, qual sua definição de política? Perguntou nosso empolgado radialista. 

VT, animado não dobrou a curva e respondeu no ato: “Meu caro, política é uma mulher sedutora, infiel e cara. Sedutora por que é apaixonante, infiel porque é traiçoeira e cara por que só se faz com dinheiro”.

Virgílio Távora continua vivo e, sua máxima, profetizada no passado, se repete como tragédia no presente.
Fonte: http://www.fabriciomoreira.com/

Sem ostentação: agora é moda ser normal; entenda a tendência "normcore"



Danielle Cerati /Do UOL, em São Paulo 

Da esquerda para direita, Jennifer Aninston, Candice Swanepoel, Gwyneth Paltrow e Carolina          Ferraz exibem looks básicos e neutros

Uma pessoa comum, conhecida por sua falta de preocupação com a moda e a maneira normal de se vestir, pode nem saber, mas está por dentro de uma das últimas tendências: o estilo "normcore". O termo surgiu nas ruas de São Francisco, nos Estados Unidos, para identificar não apenas uma forma casual de se vestir, mas, também, uma atitude autêntica de viver a vida, sem se preocupar com tendências nem com marcas famosas. "É a combinação das palavras 'normal' e 'hardcore', para se referir a um estilo em que as pessoas não querem se destacar na multidão por terem roupas extravagantes, diferentes e um visual superproduzido", explica a consultora de moda Paty Montagn.


Neutralizar a aparência

A conduta de neutralizar a aparência de uma forma "cult" é uma reação ao consumismo frenético que o mercado fashion impõe. "O 'normcore' se manifestou no mundo da moda, quando o coletivo percebeu que é possível se vestir com conforto e de um jeito sustentável, sem precisar de muito para estar charmoso", completa Virgínia Nigro, estilista e consultora de moda.
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Agora a moda é ser normal; veja guia de compras para eles e elas 

 

Moletom, camiseta básica e jeans é o uniforme oficial de um "normcore" 

Esse estilo surge para quebrar um padrão, já que, com o surgimento de tantas tribos ao longo dos anos, criou-se a necessidade de todos estarem inseridos em um determinado grupo. "Como protesto a essa necessidade de inclusão surgiu o 'normcore', em que conforto e praticidade estão em primeiro lugar", acrescenta a consulta de moda Camy Filgueiras. 

Sendo assim, esse grupo se expressa sem ser obrigado a ter roupas para afirmar a sua posição na sociedade. "Acredito que a tendência tem mais a ver com atitude do que com a roupa em si. Tem a ver com a conduta com a qual o indivíduo encara a vida e o dinheiro. É o tipo de pessoa versátil, que consegue se encaixar e se adaptar em circunstâncias diversas. É um estilo unissex, de quem se veste com camisetas básicas e lisas, moletons, calças jeans e peças 'oversized', normalmente sem ostentar marcas ou logotipo", acrescenta o stylist e produtor de moda Eduardo Iscaro.

Resgate dos anos 1990

O estilo tem um perfume nostálgico, que remete aos anos 1990, período em que o 'street style' e o minimalismo ganharam mais força. Nessa época, usar apenas um jeans confortável e camiseta branca eram sinal de bom gosto. Com uma produção despretensiosa e sem afetação, combinações de jeans e moletom eram muito vistas na época. Um exemplo disso são os seriados norte-americanos que se passaram naqueles anos, como "Seinfeld" e "Friends", em que os personagens exibiam looks despretensiosos.  
Quem estiver buscando inspiração, entre os nomes que são unânimes representantes dessa tendência hoje em dia estão famosos como James Franco, Wagner Moura, Jerry Seinfeld, as gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen, que são constantemente fotografadas usando produções bem confortáveis, e até o presidente dos EUA, Barack Obama. As atrizes Gwyneth Paltrow, Jennifer Aninston e Carolina Ferraz, no dia a dia, também adoram exibir looks neutros. 

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Peças feitas com materiais orgânicos mesclam tendências e sustentabilidade

Tecidos naturais e orgânicos são aqueles feitos a partir de plantas que não utilizam agrotóxicos ou aditivos químicos no cultivo.
Fonte: http://mulher.uol.com.br/moda/noticias/redacao/2014/09/18/sem-ostentacao-agora-e-moda-ser-normal-entenda-a-tendencia-normcore.htm

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Conheça as propostas dos candidatos à Presidência para a área de saúde


Todos os 11 candidatos à Presidência da República apresentam propostas para a área de saúde. As principais promessas recaem sobre o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), criado há 25 anos, e estratégias como a do Saúde da Família e sobre políticas de prevenção de doenças.
Conheça as propostas dos candidatos à Presidência para saúde:
Aécio Neves (PSDB) promete um cadastro nacional único e investimento público para viabilizar o Cartão-Cidadão Saúde que irá garantir a gestão dos serviços de saúde com centrais de agendamentos e contínua assistência técnica, teleconsultas, telemonitoramentos, avaliação e solução para problemas de diagnóstico e tratamento a distância. Segundo ele, o novo modelo de gestão será baseado na criação de redes assistenciais integradas de saúde. O candidato tucano quer instituir a carreira nacional de médico e garantir a oferta de cursos preparatórios a médicos estrangeiros para permitir a realização do exame Revalida. Ele promete aprimorar o programa Mais Médicos e criar programas de valorização e qualificação dos profissionais de saúde. Aécio ainda defende a integração do sistema de saúde suplementar com o SUS e a retomada da política de produção de medicamentos genéricos e apoio aos laboratórios oficiais na produção desses medicamentos.
Dilma Rousseff (PT) promete mudar o patamar de qualidade e ampliar o atendimento dos serviços em saúde com a expansão do Programa Mais Médicos, a ampliação da rede de unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para atendimento de emergências de baixa e média gravidade, a extensão das redes de atendimento especializado, com a qualificação dos serviços hospitalares, o fortalecimento e a universalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a ampliação do acesso da população a medicamentos. Segundo ela, a melhoria no atendimento e o aumento da rede de saúde vai depender de uma “rediscussão federativa” para evitar superposição de investimentos e planejar com mais eficiência a distribuição dos serviços de saúde públicos. Dilma se comprometeu com o fortalecimento e aprimoramento do SUS e com a extensão dos serviços previstos no sistema. A candidata à reeleição ainda apontou resultados de ações adotadas em seu governo e destacou o Mais Médicos, o Programa Aqui Tem Farmácia Popular e o Programa Brasil Sorridente.
Eduardo Jorge (PV) prometeu criar uma carreira nacional para profissionais de saúde envolvendo, na primeira etapa, as pessoas que atuam no programa Saúde da Família, como agentes comunitários, enfermeiras e médicos. Segundo ele, seria uma carreira nacional, mas não federal, o que permitiria que os profissionais de estados e municípios pudessem aderir. Eduardo Jorge destaca que o orçamento do setor dará ênfase aos aspectos de educação para promoção e prevenção na saúde e defendeu que políticas públicas de outras áreas também contemplem a saúde como prioridade, como a redução da poluição do ar proveniente de veículos que usam diesel e gasolina. O ambientalista afirmou que suas prioridades estarão voltadas para problemas como hipertensão, diabetes, obesidade, vida saudável para os idosos, poluição do ar, violência e dependência de drogas legais ou ilegais e garante o planejamento familiar como um direito básico que precisa ser ofertado “extensa e generosamente a todas as pessoas”.
Eymael (PSDC) se compromete a garantir acesso universal e real à saúde. No programa de governo apresentado à Justiça Eleitoral, Eymael afirma que vai assegurar o acesso a partir do desenvolvimento e da aplicação efetiva do Sistema Único de Saúde e de um programa de saúde pública com foco na prevenção. “A saúde chegando antes que a doença impedindo que ela se instale, promovendo assim ganho de qualidade de vida e economia de recursos públicos”, destaca.
Levy Fidelix (PRTB) define a saúde como prioridade absoluta de seu plano de governo e garante que os maiores investimentos serão concentrados na duplicação de postos de atendimento ambulatorial de emergência e prontos socorros em todos os municípios brasileiros com aquisição de milhares de ambulâncias e novos equipamentos médicos. Fidelix ainda promete implantar serviço odontológico obrigatório “tendo como base os recursos orçamentários de 1% do pré-sal que iremos instituir”.
Luciana Genro (PSOL) criticou o “subfinanciamento e sucateamento da área” e prometeu ampliar “radicalmente” os investimentos públicos em saúde. Ela destaca que vai promover a retomada global das funções originais do SUS, garantindo atendimento integral a todos de forma gratuita e com qualidade.
Marina Silva (PSB) se compromete com o fortalecimento do SUS e diz que apoia a bandeira do Saúde+10. Segundo ela, seu governo vai implementar em quatro anos, a proposta do projeto de lei de iniciativa popular de vincular 10% da receita corrente bruta da União ao financiamento das ações de saúde e rejeitar qualquer Desvinculação de Receitas da União para assegurar a manutenção das fontes orçamentárias da Seguridade Social. A ex-senadora ainda promete construir 100 hospitais para o atendimento regional, criar procedimentos para a contratação de leitos com os prestadores de serviços e construir 50 maternidades. Além disso, a candidata promete dotar cada uma das 435 regiões de saúde de uma policlínica regional para atendimento de média complexidade, universalizar o Programa de Saúde da Família e estabelecer um programa de alimentação saudável inserindo profissionais de nutrição nas equipes de apoio do Saúde da Família e nas unidades Básicas de Saúde. Marina também defende a valorização dos profissionais de saúde e dos laboratórios oficiais de produção de medicamentos e outros insumos estratégicos.
Mauro Iasi (PCB) resume suas propostas para a área afirmando que promoverá saúde pública e SUS 100% público, estatal e gratuito. Ele também defende a proposta de “um país sem manicômios”.
Pastor Everaldo (PSC) promete extinguir tributos que recaem sobre a área e criar mecanismos de eficiência, como plano de metas, para melhoria do setor de saúde e para premiar financeiramente hospitais e médicos por bons resultados. O candidato ainda defende a desburocratização e abertura de mercado para operadoras de planos de saúde e incentivos para aumentar o número de vagas nas universidades de medicina. Everaldo também promete estimular a descentralização na gestão de hospitais, valorizar profissionais de saúde, revisar a tabela do SUS e combater o tráfico de entorpecentes.
Rui Costa Pimenta (PCO) defende, em seu programa, a descriminalização do aborto e o atendimento dos casos pela rede pública de saúde e destaca medidas para garantir a saúde para a população negra com atendimento aos portadores de doenças etno-raciais pelo SUS. Segundo ele, há índices oficiais que indicam que as três principais causas de óbito da população negra são o alcoolismo, a pressão alta e a anemia falciforme e que as mortes ocorrem por falta de um diagnóstico correto. O candidato é contrário à privatização da saúde. Pimenta promete que vai garantir a realização de exames laboratoriais nos recém-nascidos para diagnóstico de anemias falciformes e leucopenia, atendimento público e de boa qualidade em todas as áreas da saúde, um plano nacional de emergência para combater as endemias e epidemias e um planejamento para garantir saneamento básico e moradia a toda a população.
Zé Maria (PSTU) quer assegurar que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) seja investido na área. “A saúde pública definha no país. Existe hoje um duplo processo de precarização e privatização dos serviços, expressão da falta de investimentos públicos no setor”, destacou em seu projeto de governo. Segundo ele, o país gasta apenas o equivalente a 3,5% do PIB com saúde enquanto o mínimo necessário para um serviço público universalizado seria o dobro desse percentual. Zé Maria afirma ser possível atingir 10% do PIB se o país usar recursos do pagamento da dívida pública.

Fonte:http://jornalggn.com.br/noticia/conheca-as-propostas-dos-candidatos-a-presidencia-para-a-area-de-saude

domingo, 14 de setembro de 2014

Som do domingo


Renato Janine Ribeiro: "A intolerância cresceu brutalmente na política"

 

(Renato Janine Ribeiro, filósofo e professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo)


Em meio à violência de opiniões que pauta colunistas à esquerda e à direita no jornalismo nacional, o filósofo Renato Janine Ribeiro se mantém como um farol de sensatez. Não significa, em momento algum, que lhe falte contundência.Professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo, o paulista de 64 anos enfileira críticas tanto ao governo petista quanto ao projeto tucano sem poupar também a nova roupagem de Marina Silva, mas consegue apontar virtudes nas três direções. Porque sua maior reprovação refere-se a uma crescente intolerância, visível não só na imprensa, mas também na agitação das redes sociais. Talvez por isso Janine sinta-se à vontade para abrir seu voto em Dilma Rousseff. Nesta entrevista, o colunista do caderno PrOA, de Zero Hora – para o qual escreve crônicas sobre temas diversos, como ética e vida digital –, e do jornal Valor Econômico apresenta análises que vão do cenário eleitoral a novas angústias da contemporaneidade.

É gritante nas redes sociais, ainda mais em época de eleição, uma absoluta intolerância às opiniões divergentes. Por que um ambiente que reúne milhões de pessoas parece, às vezes, mais desagregá-las do que uni-las?

Renato Janine Ribeiro - As pessoas têm à disposição um instrumento para o qual, ao menos até agora, não estão preparadas. É como se você colocasse um carro superpotente nas mãos de uma criança. Ela não terá noção do poder daquela máquina. As redes sociais deram voz a uma multidão que não tinha voz, o que é fantástico: há 10 ou 15 anos, o único meio de tornar pública qualquer informação era a imprensa. Mas quem recebeu esse direito à palavra faz péssimo uso dele. O nível do debate é baixo, o nível da educação é baixo, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Em resumo, o instrumento – o Facebook, por exemplo – é superior ao usuário. O pior de tudo isso é que as pessoas estão se fechando.

Como assim?

Petista só tem amigo petista, tucano só tem amigo tucano, evangélico só tem amigo evangélico. Os usuários, irritados, param de seguir no Facebook quem pensa diferente. É uma tendência clara. Portanto, um instrumento fabuloso para você aprender, para você refletir sobre novas visões, acaba sendo apenas uma ferramenta de reiteração do que você já acredita. Isso reduz ainda mais o nível do debate. O próprio Facebook, percebendo essa tendência, utiliza algoritmos que povoam a linha do tempo dos usuários apenas com posts de amigos que pensam de maneira semelhante à deles. No fim das contas, não faz muita diferença. Porque, quando as pessoas leem algo do qual discordam, respondem com violência.

E em relação às posições políticas, a intolerância cresceu no Brasil?

Brutalmente. Em especial depois da cisão entre o PT e o PSDB. O PT bateu muito nos tucanos durante o governo Fernando Henrique, acusando-os de corruptos o tempo todo. Quando os petistas chegaram ao poder, o PSDB retribuiu a gentileza. O resultado, hoje, é um clima de ódio que vai muito além das pessoas diretamente envolvidas na política. Há uma multidão com aversão total ao PT. Por outro lado, a intolerância dos petistas a outras formas de ver o mundo é muito grande. Não se pode negar que os propagandistas do PT demonizaram a classe média, que tem suas razões para estar indignada. O retorno dos impostos pagos por ela é muito baixo.

Aécio Neves, o candidato do PSDB à Presidência, tem batido nessa tecla.

Claro, mas, por outro lado, o PSDB não tem o que propor no que se refere a políticas sociais. Toda a plataforma dos tucanos é estritamente economicista. Que discussão se pode ter? Temos um partido que não vence a barreira da classe média, que é o PT, e outro partido que só dialoga com empresários, sem nenhum projeto concreto para os pobres, que é o PSDB. O principal assunto entre os tucanos é a economia das grandes empresas. Ora, eles poderiam, por exemplo, erguer a bandeira do empreendedorismo, propondo vitaminar o Sebrae, propondo a criação de 1 milhão de pequenas empresas por ano. Seria uma política digna para um partido liberal.

E qual é o papel de Marina Silva, candidata à Presidência pelo PSB, em meio a esse antagonismo?

Não há dúvida de que Marina é a candidata com maior carga de ideias próprias. Mas são ideias que ainda precisam ser esclarecidas. A ecologia deixou de ser a bandeira mais evidente, embora se mantenha como elemento central no projeto econômico de Marina. Ela agora defende uma economia que, em boa parte, é semelhante à preconizada pelos tucanos. A Rede (grupo liderado por Marina cujos militantes se filiaram ao PSB após o registro da sigla ser negado pelo TSE) caminha para ser o verdadeiro partido liberal do Brasil. Não estou fazendo uma crítica, apenas acho um pouco estranha essa mudança de postura em uma pessoa que forjou sua trajetória nos movimentos sociais.

Que ideias precisam ser melhor explicadas por Marina Silva, por exemplo?

A Rede tem um projeto de mudar o mundo. Os manifestos do partido apresentam um plano ambicioso – e também muito decente, sem aquelas divagações do tipo “vamos agradar a todo mundo”. Não faz parte do ideário da Rede, por exemplo, incentivar a compra de carros para ativar a indústria e desenvolver a economia. Para eles, o custo ambiental disso é maior do que o ganho de curto prazo. Querem mudar o formato da produção, da economia, mas até agora não disseram como farão isso. Que papeis terão as indústrias, a agricultura, a energia e o minério nisso tudo? É toda uma forma de repensar o mundo dentro do esquema capitalista ainda pouco explicitada.

E por que o senhor votará em Dilma Rousseff?

Bom, primeiro, nenhum dos três principais candidatos é um desastre. Creio que atingimos um momento interessante na democracia: hoje é possível conviver com governantes de posições divergentes sem que isso represente uma tragédia ou uma ameaça às liberdades conquistadas. E o Brasil atravessou séculos de governos arbitrários. Vou votar em Dilma Rousseff porque admiro e acredito nos atuais programas de inclusão social, ainda que todos eles – Bolsa Família, ProUni, sistema de cotas, Mais Médicos – sejam projetos emergenciais. De qualquer forma, existe uma política social no PT. No PSDB e no PSB, as propostas nesse campo me parecem muito vagas.

O senhor costuma dizer que há uma escassez de ideias nas campanhas eleitorais, em especial no campo da economia. Que exemplo concreto de ideia o senhor teria?

Hoje existem, por exemplo, condições técnicas para reduzir consideravelmente o tempo de trabalho das pessoas. E os governos poderiam estimular esse avanço, que, além de combater o desemprego, impulsionaria um mercado gigantesco voltado ao lazer. As empresas obtiveram um ganho de produtividade enorme com as máquinas e com a informática. Nas últimas décadas, em praticamente todos os setores, a produção cresceu de duas a três vezes, mas a carga horária permaneceu igual – e o reflexo sobre os salários não foi tão grande. Se, em vez de cinco dias por semana, as pessoas trabalhassem quatro, o que é perfeitamente viável na maioria dos setores, haveria um aumento de 50% no tempo de lazer semanal. Afinal, seriam três dias de folga, e não dois, como hoje.

Essa medida que o senhor propõe, com os funcionários trabalhando um dia a menos na semana, beneficiaria inclusive os empregadores?

Os funcionários iriam precisar de teatro, de cinema, de música, de opções de lazer criativo. Não pense que o Faustão daria conta. Teríamos uma sociedade na qual a cultura, o lazer e a atividade física representariam um mercado muito robusto, o que seria bom tanto para os trabalhadores quanto para os investidores. Ricardo Semler (sócio-majoritário do Grupo Semco, reconhecido mundialmente pela moderna gestão empresarial) me disse que, dentro da carga horária atual, a produtividade dos funcionários cai pela metade nos últimos 20% do horário de trabalho. Quer dizer, se as pessoas trabalhassem quatro dias na semana, e não cinco, não haveria perda de produtividade de um dia inteiro, e sim de apenas meio dia. Some-se isso ao ganho inestimável na qualidade de vida dos funcionários, e a queda na produção seria bem pequena.

Em colunas recentes, o senhor criticou a postura egocêntrica do brasileiro, que tem o mau hábito de parar no acesso à escada rolante, na porta de saída, no meio da calçada, sempre bloqueando a passagem do outro. Por que somos assim?

Não é por maldade. Não é necessariamente uma conduta hostil, e sim uma dificuldade em perceber a existência do outro. Me parece um problema cultural agravado por uma gestão administrativa – seja pública ou privada – de péssima qualidade. Por exemplo: a venda de ingressos para um espetáculo está anunciada para começar às 8h da manhã. As pessoas formarão fila a partir das 5h30min. E, às 8h, não há jeito de abrirem a droga da bilheteria! Vão abrir às 8h15min, 8h30min, 9h. Por quê? Porque o funcionário vai chegar, vai perceber coisas fora do lugar, vai procurar os carimbos, vai arrumar o sistema que saiu do ar. A essa altura, com o horário estourado, tem gente que começa a formar fila paralela, todo mundo vai se apinhando, as pessoas ficam histéricas, desconfiam de que não haverá ingresso suficiente.


E a relação cotidiana se transforma em um martírio...

Exatamente. Há uma série de situações em que o convívio com o outro, no Brasil, é um episódio tenso. Na Europa ou nos EUA, na hora em que abre o comércio, você compra qualquer coisa com uma nota de US$ 20 ou de 50 euros, e o atendente lhe dá o troco. No Brasil, você entra na loja, no ônibus ou no táxi, no início do dia, e ninguém tem troco. O taxista sai de casa para trabalhar sem um centavo no bolso, sem o capital de giro básico. E, se o cliente só tem R$ 50 para pagar uma corrida, ele fica furioso. Nos acostumamos a enxergar o outro como um estorvo. Essa relação só não vira guerra porque a gente, defensivamente, evita o outro, ignora a existência do outro, o que explica as pessoas pararem no meio do saguão atrapalhando todo mundo. Você só percebe a existência do outro quando ele te incomoda.


Em um plano mais geral, não apenas no que se refere ao Brasil, qual é o grande dilema ético contemporâneo?

É justamente o laço social. Estamos vivendo um período no qual nunca houve tanta independência no mundo, tanta liberdade. Posso mencionar exemplos aparentemente tolos, como a invenção do microondas, que permite que cada membro da família jante no horário em que quiser, sem a necessidade de uma reunião familiar. Ou a multiplicação dos televisores, liberando as pessoas para assistir sozinhas ao que quiserem em quartos separados. Ou a pílula anticoncepcional, emancipando o sexo sem o risco da gravidez. Há também o telefone celular, as redes sociais, permitindo que você fale de onde quiser com quem quiser a qualquer momento. Essa liberdade toda individualizou muito as pessoas. Não se presta mais contas a ninguém, praticamente.

Existe um lado positivo nessa individualização da sociedade?

O avanço maior é que, hoje em dia, não somos mais obrigados a preservar um relacionamento conjugal horroroso. Por outro lado, quando surgem os primeiros problemas no convívio, a tendência é trocar de parceiro sem grandes considerações, afinal há gente interessante e disponível por todo lado. As pessoas estão de tal forma convictas de que podem – e de que devem – buscar o prazer, que as obrigações em relação ao outro se enfraqueceram. Isso também se reflete nas relações entre pais e filhos. Começa a ficar difícil, atualmente, ver um filho se dispondo a cuidar de uma mãe velhinha, resistindo à ideia de colocá-la em um asilo. Aparentemente, nunca houve sociedade com laços sociais tão fracos como a nossa, e esse será um grande desafio dos próximos tempos. As pessoas vão ficar muito desconfiadas umas das outras. Afinal, que confiança terei em alguém que pode me largar a qualquer momento?

Fonte:http://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-intolerancia-na-politica-por-renato-janine