Tenho acompanhado e até me
posicionado no face book sobre a partidarização da eleição para diretor do
colégio. O fato não representa uma
estranheza aos hábitos de IP. O que surpreende é a incapacidade de refletir e
agir de forma a ultrapassar o restrito, atrasado e ultrapassado modelo de
pensar o município.
Chegar ao limite de aprisionar a
educação a um universo tão estreito é um desvario imperdoável. Grosseiramente
comparando é como se eu tivesse disponível um aeroporto de última geração numa
cidade mínima aonde a evolução do tráfego chegou apenas no horizonte da
bicicleta.
Minha posição não tem nada a ver
com candidatos A, B, C ou quem quer que seja. O que discuto - porque acho perniciosa - é a resistência
dos métodos que nunca comprovaram sua eficácia além dos interesses
particulares, eleitoreiros e ocasionais.
Se não mudamos a mentalidade, é
ilusório qualquer sonho de mudar para melhor. Já sabemos que os processos locais não se justificam sequer sob o manto da ideologia dos partidos porque se
assim fosse as pessoas não trocariam de partidos como trocam de roupa. Não há
sequer uma sintonia com um modo de pensar mais amplo que oriente os
comportamentos. É o puro ranço da politicagem local que também não se sustenta
nem nunca se sustentou por uma proposta ideológica clara que definisse
princípios e procedimentos. Vivemos ao sabor de interesses menores e não são só
os políticos de plantão que estão nessa. Estão também os apaniguados, os
papagaios de pirata, os bajuladores que chafurdam nas sobras das vantagens politiqueiras locais.
Que diálogo, que posição, que
reflexão provocou na comunidade os resultados desastrosos na educação em IP publicados
recentemente nos jornais? Nenhum. Sabem por quê? Por que não sabemos ir além do
que o nosso interesse menor alcança. É
um desastre e uma irresponsabilidade deixar essas marcas nas novas gerações
utilizando-se da educação como se fosse mais um palanque das minúsculas guerras
partidárias locais.
Estamos caminhando na contramão
dos tempos. Não sabemos crescer com as oportunidades. Se, mesmo com problemas,
já foi um avanço exigir a avaliação da capacitação das competências e
habilidades dos candidatos a diretor da escola, por que não aproveitar este
passo fundamental para refletir nossas escolhas a partir de um parâmetro estabelecido
que só vai qualificar – ou pelo menos deveria – a gestão escolar? Se quisermos
melhorar, não temos como inverter esse processo.
Com candidatos aprovados em
concursos públicos, estamos num patamar adiante do critério do dedo apontador
que define quem é e quem não é, quem pode e quem não pode exercer cargos e
funções públicas. Precisamos agir afirmativamente estimulando os candidatos a
apresentarem programas de trabalho, fiscalizar, cobrar e, sobretudo contribuir
para o sucesso do trabalho daquele que a comunidade acha que oferece a melhor
proposta. Não interessa de que partido ou de qual escola.
A luta é por fazer valer o
critério da competência e estimular a busca de soluções criativas. É um
desatino impor à educação e ao futuro a prevalência de métodos que já provaram
no passado que nunca serviram para nada. Ou melhor, serviram sim. Ao atraso, à
migração, a viver de pires na mão, a não proporcionar alternativas de emprego e
renda e a manter uma dualidade partidarista que envergonha a história política
do município.
ML
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