quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quando o motivo é nobre e a guerra é pobre


Tenho acompanhado e até me posicionado no face book sobre a partidarização da eleição para diretor do colégio.  O fato não representa uma estranheza aos hábitos de IP. O que surpreende é a incapacidade de refletir e agir de forma a ultrapassar o restrito, atrasado e ultrapassado modelo de pensar o município.
Chegar ao limite de aprisionar a educação a um universo tão estreito é um desvario imperdoável. Grosseiramente comparando é como se eu tivesse disponível um aeroporto de última geração numa cidade mínima aonde a evolução do tráfego chegou apenas no horizonte da bicicleta.
Minha posição não tem nada a ver com candidatos A, B, C ou quem quer que seja. O que discuto - porque acho perniciosa - é a resistência dos métodos que nunca comprovaram sua eficácia além dos interesses particulares, eleitoreiros e ocasionais.
Se não mudamos a mentalidade, é ilusório qualquer sonho de mudar  para melhor. Já sabemos que os processos locais não se justificam sequer sob o manto da ideologia dos partidos porque se assim fosse as pessoas não trocariam de partidos como trocam de roupa. Não há sequer uma sintonia com um modo de pensar mais amplo que oriente os comportamentos. É o puro ranço da politicagem local que também não se sustenta nem nunca se sustentou por uma proposta ideológica clara que definisse princípios e procedimentos. Vivemos ao sabor de interesses menores e não são só os políticos de plantão que estão nessa. Estão também os apaniguados, os papagaios de pirata, os bajuladores que chafurdam  nas sobras das vantagens politiqueiras locais.
Que diálogo, que posição, que reflexão provocou na comunidade os resultados desastrosos na educação em IP publicados recentemente nos jornais? Nenhum. Sabem por quê? Por que não sabemos ir além do que o nosso interesse menor alcança.  É um desastre e uma irresponsabilidade deixar essas marcas nas novas gerações utilizando-se da educação como se fosse mais um palanque das minúsculas guerras partidárias locais.
Estamos caminhando na contramão dos tempos. Não sabemos crescer com as oportunidades. Se, mesmo com problemas, já foi um avanço exigir a avaliação da capacitação das competências e habilidades dos candidatos a diretor da escola, por que não aproveitar este passo fundamental para refletir nossas escolhas a partir de um parâmetro estabelecido que só vai qualificar – ou pelo menos deveria – a gestão escolar? Se quisermos melhorar, não temos como inverter esse processo.
Com candidatos aprovados em concursos públicos, estamos num patamar adiante do critério do dedo apontador que define quem é e quem não é, quem pode e quem não pode exercer cargos e funções públicas. Precisamos agir afirmativamente estimulando os candidatos a apresentarem programas de trabalho, fiscalizar, cobrar e, sobretudo contribuir para o sucesso do trabalho daquele que a comunidade acha que oferece a melhor proposta. Não interessa de que partido ou de qual escola.
A luta é por fazer valer o critério da competência e estimular a busca de soluções criativas. É um desatino impor à educação e ao futuro a prevalência de métodos que já provaram no passado que nunca serviram para nada. Ou melhor, serviram sim. Ao atraso, à migração, a viver de pires na mão, a não proporcionar alternativas de emprego e renda e a manter uma dualidade partidarista que envergonha a história política do município.

ML

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