Cidades não alcançaram proficiência
05/13/2013
Seis municípios do Ceará, inclusive Fortaleza, ainda não constam com o índice desejável pelo PAIC
Apesar de alguns avanços gradativos da
educação no Estado, através do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC),
seis municípios cearenses, incluindo Fortaleza, ainda não conseguiram atingir o
nível desejável de proficiência de alfabetização. Além da capital cearense,
estão na lista das cidades com menor pontuação Jaguaretama, Jaguaribara,
Parambu, Várzea Alegre e Ipaumirim. Especialista pondera que o desafio é ampliar
o aprendizado na idade certa para as séries mais avançadas, de modo a garantir
monitoramento mais amplo desses resultados.
O último levantamento
estadual, utilizado inclusive na propaganda televisiva do Governo do Estado,
ainda se refere ao balanço de 2011 feito pelo Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica (Spaece-Alfa), que avaliou estudantes do segundo ano do Ensino
Fundamental da rede pública. A coordenadora de cooperação dos municípios da
Secretaria da Educação (Seduc), Lucidalva Bacelar, garante que a nova avaliação,
relativa ao ano de 2012, deverá ser divulgada até o final de maio.
De
acordo com a pesquisa de 2011, 178 municípios apresentaram padrão desejável de
alfabetização, ou seja, "alunos com esse padrão de desempenho conseguem
identificar o assunto de um texto, o que indica que já estabelecem ligações
entre as suas partes para chegar ao sentido global" e apresentam uma leitura
mais autônoma.
Suficientes
Por sua vez, os
municípios que constam abaixo dessa média estão classificados no índice
"suficiente", que significa que esses estudantes "podem ser considerados
alfabetizados, embora ainda dependam de apoio de um parceiro mais experiente em
leituras mais extensas. As intervenções pedagógicas para esse grupo de alunos
devem favorecer a familiaridade com textos de gêneros variados e com situações
sociais nas quais esses textos são utilizados".
Conforme tem sido
divulgado pelo Governo Estadual, até 2007, apenas 40% das crianças que concluiam
o segundo ano do ensino fundamental estavam alfabetizados, saltando, em 2011,
para 81,5%. Para Lucidalva Bacelar, da Seduc, os números apresentados pelo
Spaece-Alfa ressaltam o evolutivo do cenário do Estado. "A prova reflete, sim, o
resultado da avaliação das crianças em leitura". E explica: "um aluno
alfabetizado é aquele que consegue ler um pequeno texto com
compreensão".
Questionada sobre a situação da cidade de Fortaleza, que se
equipara, nos resultados obtidos, a municípios bem menores, como Várzea Alegre,
a coordenadora de cooperação dos municípios da Seduc pondera que é necessário
que seja considerada a especificidade da Capital, tendo em vista a complexidade
da rede de ensino, que abriga "quase 40% da matrícula do Estado e precisa de uma
política consistente. O que funciona mais rapidamente numa rede menor, às vezes,
tem que ser triplicado na Capital para acompanhar os
resultados".
Passos lentos
Na avaliação de
Lucidalva Bacelar, "Fortaleza vem melhorando, mas a passos muito lentos". De
acordo com a coordenadora, são necessárias ações complementares na metrópole
para que ela acompanhe o desempenho dos demais municípios, como política de
formação de diretores, movimento de reordenamento da rede, seleção de diretores,
formação complementar que atinja um maior número de professores e regularização
do calendário escolar.
A despeito do reconhecimento do PAIC, que chegou a
inspirar o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, do Governo Federal,
a coordenadora de cooperação dos municípios da Seduc, Lucidalva Bacelar, avalia
que ainda restam desafios para se garantir uma educação pública mais avançada.
Uma dessas iniciativas, explica, seria o monitoramento desse aprendizado escolas
nas séries superiores, e não apenas da alfabetização.
A doutora em
Educação Eloísa Vidal ressalta que alguns estudos já têm avaliado o "efeito
metrópole", que leva em conta as especificidades das grandes cidades. "São redes
grandes, escolas situadas em contextos socioeconômicos diversos e apresentam
variáveis muito mais heterogêneas de um município pequeno", analisa.
A
especialista alerta que o desempenho de Fortaleza no Spaece-Alfa é um fenômeno
que se repete em capitais e cidades grandes de outros estados. "Uma regional de
Fortaleza tem muito mais escolas do que muitos municípios, que muitas vezes só
possuem 20, 30 colégios", acrescenta.
Deu no Diário do Nordeste.
Cá comigo
Só gostaria de fazer uma pergunta: Como os responsáveis explicam esse resultado?
As pessoas vivem no mundo da fantasia, na superficialidade, no individualismo exacerbado que as orientam para o mais fácil, o mais ligeiro, para a esperteza, para a vitrine onde são expostos ao julgamento dos seus pares. Gente que se conforma com migalhas, esmolas. Mundo que vive no universo dos títulos tolos de "melhor isso", "melhor aquilo", "destaque" tal e qual ofertados, na maioria das vezes, por institutos sem a menor credibilididade que vive de extorquir a tola vaidade dos políticos às nossas custas, é claro.
Enquanto a síndrome da celebridade cabocla faz a cabeça dos desavisados e dos incautos, os resultados técnicos das administrações não resistem a um teste de qualidade.
Se as pessoas em vez de fuxicarem nas calçadas, exigissem qualidade das escolas e responsabilidade dos políticos, não estáriamos com nossos alunos sem saber ler. Isso, sim, é muito preocupante. A indiferença não pode ser companheira da indolência a pretexto de pequenas benesses individuais.
Merecemos respostas compatíveis com o alto custo dos impostos que pagamos.
Não dá para fechar os olhos e fazer de conta que isso não existe.
Queremos boas escolas, bons profissionais e bons resultados. Não podemos brincar com o futuro.
Este tipo de problema é que deve pautar as discussões nas eleições para a direção das escolas e não a briguinha da esquina, o tre-lê-lê ultrapassado do partidarismo local.
Que vença aquele que tenha mais condições de melhor exercer as responsabilidades, independente de quem seja.
ML
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