sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Depois de derramado... o leite, só nos resta chorar



Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Vamos então fazer o possível para não deixar a jarra encher de mais ou cair e quebrar?
Domingo é dia de eleições. Dia de escolher os prefeitos e os vereadores dos municípios de nosso Brasil. Às vezes é bom frisar esse NOSSO Brasil, posto que há políticos que pensam que o país é deles e que nós apenas fazemos parte da paisagem. Quer dizer, paisagem pagante.
A essa altura, antevéspera de domingo 5 de outubro, data do primeiro turno destas eleições de 2008, imagino que todos já tenham escolhido o candidato a prefeito que vão sufragar. Assim mesmo, nunca é demais lembrar que vamos escolher o administrador mais próximo de nós, aquele que vai cuidar (ou descuidar...) da cidade onde moramos, trabalhamos, e criamos nossa família. Não se trata, que fique bem claro, de um campeonato, longe disso. Trata-se de escolher aquele homem ou aquela mulher em quem confiamos plenamente, aquele candidato que não vai trair o voto recebido.
Tenho muita pena quando vejo o brasileiro acreditar em certas promessas, por exemplo, que fulano governará para os pobres, que sicrano governará para os idosos, que beltrano governará para as mulheres. Isso, evidentemente, é impossível, e trata-se de uma promessa ridícula. O prefeito de um município, se fizer seu trabalho como deve, governará para todos os habitantes daquele município, sem distinção de classe, cor, sexo ou idade. Quanto mais ele servir a todos, mais estará servindo a cada um de nós individualmente.
Mas o prefeito não governa sozinho. Tal como o presidente da República, que é um dos três poderes da Nação, a Prefeitura é um dos três poderes do município, junto com o Legislativo e com o Judiciário.
Precisamos escolher muito bem os membros da Câmara de Vereadores de nossos municípios. São eles que farão as leis e são eles que deverão fiscalizar os atos da Prefeitura. E a nós cabe fiscalizá-los e exigir que cumpram seus deveres. Quantas vezes elogiamos ou nos admiramos com países onde as cidades parecem cidades de boneca, limpas, floridas, com os serviços municipais funcionando como relógios de alta precisão. Seus habitantes serão seres superiores, ou apenas cidadãos instruídos, politizados, que sabem que é o seu dinheiro que proporciona aquilo tudo e que portanto é de seu interesse zelar e exigir que as instituições municipais funcionem muito bem?
Confesso que nunca me preocupei devidamente com os candidatos a vereador. Era a última de minhas preocupações nos dias que antecediam as eleições. Dois nomes apenas ficaram em minha memória como sufragados por mim para vereadores. O que, convenhamos, na minha idade, é muito pouco, é pouquíssimo.
É uma confissão da qual me envergonho. Erro que pretendo sanar agora, no domingo que vem. Tenho plena confiança em meu candidato, mas é preciso que eu, sua eleitora, colabore com ele escolhendo para vereador um cidadão de bem, que comungue com ele dos mesmos princípios de ética e moralidade, e que o ajude a levar avante seu projeto de governo. Já escolhi e espero ter acertado na escolha. E prometi a mim mesma que vou ficar de olho e cobrar, cobrar sempre.
E você? Já escolheu seu candidato a vereador? Está com dificuldade na escolha? Sabe que para vereador pode votar na legenda? Dê a essa escolha o mesmo cuidado que deu na escolha de seu candidato a prefeito. A importância é a mesma.
Nós só seremos um país de primeira linha quando tivermos municípios fortes e bem administrados. E isso depende de nossa escolha e de nossa atuação como cidadãos exigentes. Vamos deixar esse Fla-Flu em que se transformou o debate político nacional para as reuniões de família, as conversas com amigos, as discussões na esquina, a hora do bendito cafezinho.
Ali, na hora da verdade, vamos votar pensando em NOSSO Brasil, que é composto pelos municípios cuja sorte começa a ser decidida em 5 de outubro de 2008.
Lembrem-se: todo o cuidado é pouco! Quem alerta amiga é, além de eleitora que já errou na escolha e se amargura até hoje.

Nenhum comentário: