segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ciência e Tecnologia

Sony desenvolve monitor transparente, dobrável e orgânico
Joana Duarte,
Jornal do Brasil
SÃO PAULO

Pesquisadores da Sony, em colaboração com físicos do Instituto alemão Max Planck, divulgaram nesta edição da revista Journal of Physics o desenvolvimento de um visor OLED (sigla para diodo orgânico emissor de luz, em tradução livre) dobrável e transparente, abrindo as portas para a criação de jornais digitais, notebooks ultraleves e grandes televisões capazes de serem enroladas como um cartaz e carregadas no bolso.
- Demonstramos, pela primeira vez, um monitor transparente, versátil, a cores e completamente orgânico, afirmaram pesquisadores, em comunicado.
Segundo o estudo, em breve veremos uma revolução tecnológica no campo de monitores de exibição. As telas dobráveis terão alta resolução e emitirão luz própria, consumindo, assim, muito menos energia do que os atuais modelos que requerem iluminação de fundo.
A tecnologia OLED, desenvolvida pela Kodak em 1980 com a promessa de telas mais finas, traz várias vantagens em relação aos modelos LCDs.
Tela transparente
Por ser orgânica, a tela pode ser transparente, permite projeção em alta resolução e um ângulo de visão de cerca de 180 graus – o que significa que um telespectador poderá ver a tela de praticamente qualquer ângulo confortavelmente. O tempo de resposta é também até 10 vezes mais rápido que nos LCDs.
Tentativas anteriores de criar OLEDs dobráveis – a Sony, por exemplo, tinha anunciado o desenvolvimento de um protótipo em 2006 – não passaram de esboços pelas limitações nos tamanhos, na resolução, e a distorção das imagens produzidas nos compostos orgânicos utilizados na época.
A colaboração da Sony com o Instituto Max Planck superou esses obstáculos por combinações distintas de compostos orgânicos, com uma matriz viscosa e polimétrica.
OLED, sigla para “Diodos orgânicos emissores de luz” são semicondutores que geram luz quando uma corrente elétrica passa por eles. São compostos por duas ou mais substâncias metálicas ou cristalinas que têm um ou mais elétrons em sua composição. A nova tecnologia segue a mesma estrutura básica do LED, mas usa materiais plásticos ou de estrutura cristalina, o que permite uma tela mais leve, muito mais fina, e, em breve, flexível.
Até então, a capacidade de se fabricar o frágil chip de silício requerido nas telas orgânicas era limitada e, portanto, impedia a produção em massa de grandes telas flexíveis.
Mas, segundo o estudo, em breve será possível obter e armazenar telas orgânicas em minúsculos espaços. Consumidores poderão utilizar a tecnologia para visualizar jornais através de dispositivos móveis que permitirão o upload dos noticiários diretamente na tela versátil, a qualquer hora do dia.
As vantagens do monitor orgânico em relação aos dispositivos tradicionais de projeção de imagens são principalmente sua transparência e maleabilidade.
– A tecnologia é confiável, mas como começamos a trabalhar nos monitores há pouco tempo, ainda precisamos definir a durabilidade e estabilidade das telas – disse a pesquisadora do Instituto Max Planck e co-autora do estudo publicado no Journal of Physics, Tzenka Miteva. – Um dos problemas é que usamos, nos monitores, tinturas orgânicas que são sensíveis a oxigênio e umidade, portanto, são bem suscetíveis.
Como a tecnologia ainda está em fase de pesquisas, a Sony não definiu ainda uma data para sua comercialização.
– Mas quando chegar, não creio que custará muito, pois o processo de fabricação é bem eficaz – sugere Tzenka.

Fonte: http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/10/13/

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