quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Nossa terra, nossa gente: Ipaumirim também fez nome no futebol cearense

(Geraldino Saravá, capa da revista do Fortaleza)
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Nascido em Ipaumirim, filho de Altair Ferreira de Souza e Marieta Olímpio, desde criança jogava suas peladas nos campos improvisados da terra natal. Foi o maior artilheiro do Castelão com 98 gols, nenhum de bola parada, Jogou no Icasa, Ceará, Ferroviário, Tiradentes e Guarani de Sobral. Foi levado para o Guarani, em 1972, pelo técnico João Erivaldo Queiroz Damasceno.

(Geraldino, seu irmão Nena e Garrincha)
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Foi no Fortaleza onde ficou mais tempo que fez uma carreira vitoriosa com vários títulos. Centroavante nato, participou do quadrado de ouro do famoso Moésio Gomes onde participavam Pedro Basílio, Amilton Melo, Lucinho, Artuzão, Chinesinho, Louro e Zé Carlos, jogadores que marcaram época no futebol cearense e brasileiro. Moésio revolucionou o esquema tático do futebol brasileiro implantando o quadrado de ouro, esquema que protegia a subida dos laterais.


(Geraldino recebendo o troféu de maior artilheiro do Castelão com 98 gols.)

Entre outros recordes, Geraldino foi um jogador que fez cinco gols numa só partida nenhum de bola parada, foi artilheiro do campeonato cearense em 1979 com 28 gols, foi considerado o maior artilheiro do Castelão com 98 gols, maior artilheiro do Romeirão com 72 gols, Foi campeão cearense, como treinador, pelo ICASA, em 1992. Seu nome consta na lista dos ídolos do Fortaleza no site do clube http://www.fortalezaec.net/idolos
Atualmente, reside em Juazeiro do Norte onde exerce as funções de professor de educação física e ensina futebol para a garotada.

Fontes: Orkut de Geraldino Saravá
http://www.fortalezaec.net
http://www.vozao.com.br/
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ADEUS, “SEU” ALBERTO!
(Marcos Rodrigues)

Saudade é uma palavra muito particular, que só pode ser encontrada nos Dicionários da língua portuguesa. Não é que só brasileiros e portugueses sintam saudade, mas é um sentimento que parece ser mais intenso entre nós. Nós sentimos mais os efeitos da saudade. Para nós ela pode ser linda, doce ou amarga. No meu caso, nesse instante, ela é amarga. Amarga porque a saudade que sinto agora é de uma das figuras mais importantes da minha história de vida. A saudade que toma conta do meu peito ao escrever estas linhas é da terna presença do poeta e historiador Alberto Alexandre Viana de Moura ou, simplesmente, Alberto Moura.
Sei, pela breve convivência que tive com ele, que o poeta e prosador considerava como um tesouro de inestimável valor os livros de sua biblioteca, dos quais tinha um ciúme tão grande que nem consigo mensurar. “Seu” Alberto, como eu o tratava, raras vezes deixava que alguém se aproximasse de seus preciosos volumes. É aqui onde entra a importância dele na minha formação educacional.
Um dos poucos orgulhos que admito sentir é o de ter gozado da confiança de “seu” Alberto. Menino pobre, sem condições de ter acesso às fontes de informação da época, posso dizer com orgulho; não o da soberba, maligno por natureza e que desprezo, mas o da altivez, o sentimento de dignidade pessoal, que tinha livre acesso aos livros da biblioteca particular de Alberto Moura.
Alguém pode imaginar o que isso significa? Eu tinha permissão para levar pra ler em casa qualquer um dos exemplares do acervo de “seu” Alberto! Ainda hoje me emociono quando essa lembrança me vem à mente. Foi na biblioteca de “seu” Alberto que conheci e aprendi a gostar de Malba Tahan, escritor e matemático brasileiro cujo nome de batismo era Júlio César de Melo e Sousa. Através de seus romances, Malba Tahan foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil.
Ah, “seu” Alberto! Algumas pessoas merecem viver para sempre. E o Senhor, com certeza, é uma delas. Apesar de “um tanto esquisito e reservado por temperamento, sempre procurando fugir de homenagens e elogios à sua pessoa”, Ipaumirim precisa imortalizar a figura de um de seu maiores estudiosos, para que as futuras gerações possam tomar conhecimento do seu legado de dedicação e amor pela terra adotiva que tanto amava, defendia e idolatrava através de suas composições poéticas. Até breve, Alberto Moura. Um dia nos encontraremos na Biblioteca do Senhor, onde tenho certeza de que o senhor está trocando idéias com os intelectuais que o inspiraram na sua caminhada aqui na terra.

Cajazeiras, 25.12.2007

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