Memória de família
Como é bom homenagear pessoas que já amamos e hoje sentimos saudades. Em destaque os meus pais: Jerônimo Jorge e Irinea Jorge.
Jerônimo Jorge da Silva, nascido em Ipaumirim no dia 30 de outubro de 1907, filho de José Jorge Batista e Ana Maria da Conceição. Onde tiveram 7 filhos, ficando viúvo casou-se pela segunda vez com Raimunda Morais Jorge e teve mais 3 filhos. O meu pai foi um filho muito dedicado que quando seu pai faleceu ajudou a criar seus irmãos mais novos.
Irinea Pereira Jorge, nasceu em Antenor Navarro – Paraíba, no dia 4 de dezembro de 1914, filha de Luis Pereira e Francisca Maria da Conceição, onde tiveram 6 filhos. Seus pais faleceram deixando 2 filhos menores e a minha mãe foi quem os criou, destes irmãos apenas uma é viva, mora no Rio de Janeiro, mas mantém contato com os sobrinhos.
Os dois se conheceram em uma festa no Icozinho, sendo que o meu pai já era noivo e ela não sabia. O meu pai marcou a data do casamento, foi aí que ela soube, ficando muito triste. No dia do casamento ele já todo arrumado para ir a igreja, foram buscar a noiva, quando chegaram, ela já tinha desistido do casamento. Então um dos padrinhos Ademar Barbosa disse: “e agora, o que vamos fazer”? e ele, com muita tranqüilidade, disse: “amigo, agora mesmo vou pra Paraíba, que o meu amor está é lá”. Então chamou sua irmã Joana e viajaram. Chegando lá, foi expulso por minha mãe. A irmã dele esclareceu o ocorrido, os pais da minha mãe a chamaram para conversar, daí ela aceitou e em poucos meses casaram. Parte da vida deles moraram no sítio Marco e após vários anos se mudaram para a cidade.
(Residência da família Jorge em Ipaumirim, na Praça Padre Cícero, foto gentilmente cedida por Caio Josué e Cleidinha)
Foram exemplos para os seus 14 filhos legítimos e 2 adotivas: Lindalva, João e Socorro (filhos falecidos), Adauta (filha adotiva falecida); continuando Geraldo, Fransquinha, Gerôncio, Aurina, Luíz, Lindalva, Joaquim, Salete, Zeneide, Antônio, Fátima e adotiva Francisca. Todos constituíram famílias e sempre seguem seus ensinamentos.
O meu pai foi agricultor, comerciante e político, a vida no campo era para ele maravilhosa, principalmente, os sítios (Marco e Umburana); a minha mãe era uma católica praticante, de muita fé, onde foi presidente do Coração de Jesus por muitos anos, muito dedicada com os padres que vinham para a cidade, inclusive tinha o padre Clairton como um filho e ele a considerava como uma mãe. Também tinham carinho por Zenira, como a grande educadora de seus filhos e ainda hoje, temos por ela muito respeito e admiração. Essas duas criaturas foram amáveis com seus filhos, genros, noras, netos, bisnetos e todos os parentes que os procuravam.
Eram tão unidos que todas as noites, quem por ali passava os via sentados na varanda de sua residência. Em uma manhã do dia 23 de novembro de 1979, fomos surpreendidos com o falecimento do meu pai. A nossa mãe não queria mais sentar como era acostumada. Foi quando Vanda Gonçalves, chegou e disse que havia sonhado com ele, pedindo pra minha mãe continuar sentando todas as noites no lugar de sempre pra ele ficar mais feliz onde estava. Ela voltou a sentar, até o dia 5 de abril de 1991, quando a mesma faleceu.
A história deles, que hoje guardo na lembrança com muita saudade, se fosse narrar daria um livro, pois era um casal que soube criar seus filhos e educar, fazer amigos e conservar. Por sinal em datas comemorativas nos reunimos conservando a tradição familiar. Quero finalizar esta homenagem agradecendo a todos que fazem o blog alagoinha.ipaumirim pela iniciativa de estarmos falando de pessoas que foram e são importantes em nossa vida.
Texto de Lindalva Jorge, filha do casal.
Fortaleza, novembro de 2007
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