sexta-feira, 10 de abril de 2009


Caírbar Schutel

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque serão fartos.” (Mateus, V, 6.)
Bem-aventurados os que se revoltam contra a injustiça, mas são resignados e calmos. Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covardes, dos servis, que em proveito próprio aplaudem a injustiça!

Há muita diferença entre a resignação e a indiferença. A resignação é a conformidade ativa nos inevitáveis acontecimentos da vida.

A indiferença é a submissão passiva às injustiças deprimentes. A resignação é cheia de amor, de sentimentos nobres, de elevadas paixões.

A indiferença nulifica o amor, aniquila a nobreza d’alma, destrói as virtudes e deprime a moral. A resignação nas provas é obediência aos decretos de Deus. A indiferença nos sofrimentos é dureza de coração e ausência de submissão à vontade divina.

O resignado é santo, porque a resignação nasce da paciência, e a paciência é filha dileta da Caridade. O indiferente é um anormal: tem cérebro e não pensa; tem coração e não sente; tem alma e não ama.

O resignado não aparenta sofrimento, porque conhece a Lei de Deus e a ela se submete com humildade. O indiferente também não mostra sentir a dor, mas, orgulhoso e alheio aos ditames celestes, repele de si a idéia do sofrimento.

A resignação é excelente virtude, que precisamos cultivar; a indiferença é manifestação do egoísmo, que precisamos extirpar. A resignação é a coragem da virtude. A indiferença é a covardia da paixão vil. Aquela eleva, dignifica, enaltece, santifica. Esta deprime, desmoraliza, deprava e mata.

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos."
Bem-aventurados os que não se submetem às injustiças da Terra, nem pactuam com os opressores, os vossos turibulários das altas posições!