quinta-feira, 16 de abril de 2009

Todo mundo na ciranda


Poupança pode ter limite de aplicação de até R$ 5 mil

O governo vai mesmo mudar em breve as regras da caderneta de poupança para evitar a migração do dinheiro hoje depositado nos fundos de investimentos. Na expectativa de novos cortes na taxa básica de juros, a Selic - que podem variar entre 2 e 2,5 pontos porcentuais até junho deste ano -, a equipe econômica estuda agora a possibilidade de limitar as aplicações na mais popular aplicação do País até o nível de R$ 5 mil. Motivo: com a queda dos juros, hoje em 11,25% ao ano, a rentabilidade da poupança tende a ficar muito maior do que a dos fundos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado de que 92% dos depósitos da poupança não ultrapassam a faixa de R$ 5 mil. Uma das hipóteses avaliadas pelo governo é limitar as aplicações a este valor, mas a ideia ainda não é consenso. Em conversas reservadas, auxiliares do presidente dizem que o teto deve ser aplicado apenas a novos depósitos, para evitar contestações na Justiça. "Ninguém vai confiscar a poupança", garantiu um ministro que conversa diariamente com Lula. "Vamos explicar os mecanismos de proteção ao pequeno poupador, porque é preciso evitar a migração de outros investimentos para a caderneta." Na prática, o governo teme que essa migração provoque desequilíbrios no sistema financeiro. O argumento usado pela equipe econômica é que, na crise, esse movimento pode diminuir ainda mais a oferta de crédito no País, pois os fundos de investimento, como DI e de Renda Fixa, são as principais fontes de recursos para os empréstimos dos bancos.


Fonte AE