sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sábado em queda livre

Elementos para uma análise da atual conjuntura política de Ipaumirim
e sua crítica a partir das relações de poder em Foucault

Compreender amplamente os novos fatos, alguns destes, acontecimentos políticos, que se manifestam atualmente em Ipaumirim é necessário ter compreensão lato e stricto sensu do jogo das relações de poder da cidade considerando como postulado que o homem em suas relações é um fabricante de poder. É irresistível e sedutor discutir a inquestionável sucessão de Dr. Luiz Alves – prefeito de mandatos. Pode-se, entre tantas coisas, dizer algo discutível: o cargo é cobiçável mais pelo o que representa – poder constituído– que pelo puro exercício da cidadania.
Estudando, em Cajazeiras-Pb, a disciplina mais nova nos cursos de Direito, Antropologia Jurídica, nos deparamos com a complexa lógica do pensamento de Michael Foucault. Reconhecemos que recorrer ao seu pensamento como fundamentação crítica das relações de poder e analisar a atual conjuntura de Ipaumirim é falar para um grupo de pessoas restritas ao conhecimento de saber acadêmico. Àquelas de conhecimento vulgar – realistas ingênuos – dadas à opinião ficarão a mercê – aí já é uma relação de poder – da compreensão do outro que sabe não só ler, mas compreender a mensagem com seus pressupostos. Na grande massa de desafortunados do saber há o ávido por este e pode tentar, quem sabe, chegar a uma boa compreensão do texto. Levemos isso em consideração: ao decodificar o texto tenha sempre a atenção voltada às palavras chaves, categorias por assim dizer: poder, ator, intercessão social – relação social ou de força – e cenário.
Deixaremos você com estas categorias para pensar com critérios não mais apoiado na mera opinião. Tais categorias servirão, também, para os atores implicados no processo, por exemplo, os doutores Luiz Alves, Vivaldo, Miraneudo e Geraldão, prefeitáveis em potencial; vereadores e futuros candidatos ao legislativo. Fez-se uma pergunta sobre um ator bem conhecido e bem discutido: “Dr. Anchieta seria uma carta fora do baralho?" Digo que ainda não! Sua inteligência política ainda não está fora de moda e não foi ainda superada.
O cenário onde os atores representam e desempenham papeis, travam os seus confrontos pelo executivo é a sede, nunca seus distritos. Olho d´Água foi por muito tempo cenário de vice candidaturas em que os atores Arthur Costa, Chico Felizardo – o mais eletivo –, Zezé Dias, Felizardo, Cineide e Joelma eram cobiçados segundo os interesses da sede com suas composições político-partidárias.
Para analisar a atual conjuntura municipal devemos ater-se mais a sede porque tudo flui para a sede. O distrito Olho D´Água mais expressivo que o de Canaúna sempre teve, como este, uma conjuntura não independente permanecendo ainda politicamente sob o medieval sistema ptolomaico – De Revolutionibus Orbium Celestium – cujo centro, a terra, é o centro do universo e sobre si giram os planetas. Os elementos serão necessários para se compreender o que está se passando politicamente em Ipaumirim. Percebemos acontecimentos, cenários, atores, relações de forças e, o mais significativo, articulação: a ponte necessária entre a estrutura e conjuntura.
Um acontecimento é um fato aquilo que ocorre em todos os momentos. Porém, um fato pode ser um acontecimento. A marginalização de Dr. Anchieta, em 1993, do partido de Dr. Miraneudo não foi um fato, mas um acontecimento político naquela sucessão que determinou a reeleição de Dr. Luiz Alves como prefeito. A saída de Joelma da coligação dos “Bola” não foi só um fato, mas um acontecimento na vida política dela. Ela poderia compor o governo atual como vereadora ou vice-prefeita. A saída de Dr. Strauss da liderança da oposição não foi um fato apenas, mas um acontecimento. Com efeito, devemos a partir dos exemplos ilustrados, analisarmos os fenômenos que ocorrem no bojo da sucessão distinguindo os fatos dos acontecimentos. Uma conjuntura pode ser boa ou péssima para algum ator: a renúncia de Raimundo Nazário em favor de Leylton para vice de Dr. Luiz foi boa para os três. A saída de Zuca, Dr. Anchieta e Zezé do partido de Dr. Luiz Alves não foi boa para eles.
A trama política acontece no meio social se desenvolve em determinados espaços chamados de cenários. Aí se dá o jogo das tensões e eles podem influenciar o desenvolvimento da luta. É importante para um articulador escolher um cenário onde ele possa influir ou tirar vantagens. Ao atrair Dr. Anchieta, Zuca e Zezé na política passada, Cineide não cedeu à lógica mecânica de Dr. Anchieta. Naquele cenário da vivenda Chico Felizardo, seu campo de ação, ela com mais força submetera oportunamente a antiga máquina produtora de contra-política da vivenda – a festa julina Arrasta-pé que é contra-quadrilha e somada ao Tabako Fumaçando diz da força da vivenda. Podemos ver nessa fusão manifestação de força e poder disfarçado em aliança ou união.
Mais uma categoria, os atores – são aqueles que encarnam um papel dentro de um enredo de relações, às vezes uma idéia, uma oposição ferrenha, um projeto, uma denúncia etc. João Coragem, simples agricultor do município, tornou-se um ator através de um discurso em torno da corrupção. Temos no distrito atores que estão no up: Cineide, Dr. Anchieta, Zuca, Dr. Omar e coadjuvantes. Um sindicato, uma associação, uma igreja, podem ser atores. Há atores cuja ascendência é breve e saem no segundo ato da peça. É o caso de João Coragem. Jacaré foi o ator ascendente mais expressivo na ala jovem de Ipaumirim.
As relações sociais ou de força se mostram por grupos de atores que estão em relação uns com os outros. Tais relações podem ser de confronto ou de cooperação e estarão sempre revelando uma relação de força, de domínio, igualdade ou de subordinação. A surpreendente derrota do quarteto inabalável Zuca, Zezé, Anchiêta – o vértice desse triângulo – e Cineide nas urnas revelou as relações de força composta por Dr. Omar, Vicente de Zeca, Gerrim, Felim, Badoque etc. Daquela composição sem militância somente Cineide tem o front.
O estudo das relações de forças é complexo. Como premissa admite-se como ponto de partida que elas não são estanques, não são dados imutáveis, sofrem mudanças e é por isso que a cada política sucessória aparecem nas novas composições e com outra roupagem.
Os acontecimentos e a ação dos atores políticos gerando uma nova conjuntura não se darão no mais cristalino interesse comunitário, mas como disputa interna e externa pelo poder executivo. Essa contenda de interesse duvidável tem implicações históricas e sociais, econômica e política que durará quatro ou oito anos. É bom perceber o conjunto de forças e problemas que estão por detrás dos acontecimentos, mais importante quanto apreender o sentido dos acontecimentos é descobrir quais os vetores, os movimentos e as contradições que os geraram. Para ler essa situação podemos partir de um ponto de vista dominante, que é funcionalista, cuja finalidade é manter o funcionamento do sistema – nada de re-ordenamentos – amainar as querelas particulares internas que são fluxo de poder. Ou, partir do ponto de vista do grupo contrário ao poder constituído – pensamos ilusoriamente ser bem coeso – que tem como objetivo inventar realmente uma derrota para Dr. Luiz. Essa trama é tão complexa quanto à outra e cheia de disputa interna.
Grosso modo, à maneira foucaultiano, os fatos, os acontecimentos as relações se dão nas interrelações marcadamente pelo confronto de idéias e marcadamente estigmatizadas pela a luta do poder. Até mesmo entre as varredeiras de rua do município existe o jogo de luta do poder.
Para Foucault, as condições políticas, econômicas e sociais são processos por meios dos quais se formam os sujeitos e as relações de poder. Àqueles que se acham surpreendidos com a popularidade de Jacaré, recomendamos paralelamente Nietzsche: as coisas, para ele, nascem em um dado momento e são inventadas por obscuras relações de poder. Portanto, a verdade tem um espaço, tem um tempo e um contexto político permeado por domínios de poder. O domínio do poder não é só aquele conhecido nas esferas dos gabinetes administrativos dos governantes, mas, também é aquele que se dá nas relações mais simples no dia-a-dia entre amigos, sala de aula etc. Foucault chamou essa manifestação de poder de microfísica do poder.


Ms. Luiz Antonio Gonçalves
lantogone@yahoo.com.br>




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CONEXÃO IP

Dr. Josemar Felinto de Sousa

Superintendente da Unimed Vale do Jaguaribe


Josemar Felinto de Sousa, nasceu no dia 11 de Março de 1946, na cidade de Ipaumirim-Ce. Iniciou e concluiu seus estudos primários no Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires, em sua cidade natal, Ipaumirim-Ce. Em Fortaleza, veio a concluir os cursos: Ginasial e Científico no Ginásio Brasil e Liceu, respectivamente. Concluiu o curso superior em 1973, pela Universidade Federal da Paraíba. Em 1974, ingressou na Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP), hoje FUNASA. Realizou curso de Especialização em Saúde Pública na Escola de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Foi Estagiário da Maternidade Odete Valadares de Belo Horizonte, durante 04 meses. Estagiou também no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP) em Recife-Pe.
Durante sua carreira profissional, exerceu os seguintes cargos:
• Direção do Hospital do SESP por 08 anos em Limoeiro do Norte-Ce;
• Diretor Regional do IPEC, Diretor Financeiro da Unicred Vale do Jaguaribe;
• Ex-secretário Municipal de Saúde de Limoeiro do Norte no período 2002/2003.
Exerce atualmente as seguintes funções:
• Médico Auditor da 10ª CERES;
• Diretor Clínico da Fundação São Lucas de Morada Nova-Ce;
• Superintendente da Unimed Vale do Jaguaribe.

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ANIVERSARIANTES DA SEMANA:


18 de fevereiro - Cemárly, filha de Marcos e Celinha
20 de fevereiro - Josecy Almeida
20 de fevereiro - Núbia Bezerra, esposa de Sebastião Leite da Nóbrega Filho
22 de fevereiro - Marcos Rodrigues
Aos aniversariantes, nossos votos de paz, saúde e muitos anos de vida.

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Mexidinho da Paraíba
Chef Carlos Ribeiro


Ingredientes:
- 200g de feijão verde ou de corda cozido na água e sal
- 150g de arroz cozido na água e sal
- 150g de jerimum em cubos cozido na água e sal
- 100g de queijo de coalho em cubos
- manteiga de garrafa o quanto baste
- 4 dentes de alho picados
- 1 cebola roxa grande
- 4 colheres de sopa de cachaça
- 600g de lombo suíno em cubinhos
- coentro
- sal
- pimenta dedo de moça

Modo de Fazer:
Numa panela coloque a manteiga, a cebola picada, a pimenta e o alho e deixe dourar. Em seguida frite o lombo suíno em cubinhos em fogo baixo. Ao final coloque a cachaça e deixe evaporar e reserve. Nesta mesma panela acrescente o feijão, o arroz, o jerimum e refogue bem. Acrescente o queijo de coalho (e se quiser mais um pouquinho de manteiga de garrafa) e misture bem rápido. Corrija o sal, junte o coentro e tampe a panela por uns cinco minutos. Está pronto para servir.

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