terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

QUARTA VIA

Educação desde o berço
31/01/2008


Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) confirmam: quanto mais cedo a criança entra na escola, mais chances ela tem de se capacitar profissionalmente e de ganhar melhores salários. O que pouca gente sabe é que esse "cedo" inclui a creche e a pré-escola. Estima-se que, em média, cada ano de pré-escola pode acrescentar 6% na remuneração profissional.
O acesso a creches e pré-escolas de qualidade garante, principalmente para crianças de camadas mais pobres da população, uma alimentação mais equilibrada, um ambiente de socialização e um desenvolvimento educacional que pode contribuir para o seu sucesso profissional, no futuro.
Em matéria de oferta de vagas na Educação Infantil (EI), o Brasil ainda engatinha. Existem hoje, segundo o IBGE, mais de 20 milhões de crianças de 0 a 6 anos, mas apenas 7 milhões freqüentam creches e pré-escolas.
A falta histórica de políticas públicas para a EI contribuiu para isso. Só a partir da Constituição de 1988 é que se reconheceu o valor dessa fase educacional. Em 2007, a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) incluiu a EI, o que significa um grande avanço em investimentos na área.
Foco na qualidade do ensino
Em 2006, pelo menos 86% das crianças de 0 a 3 anos não estavam em creches. Na pré-escola, o quadro melhora bastante: cerca de 29 % das crianças de 4 a 6 anos ainda não eram atendidas. Para a professora Sonia Kramer, coordenadora do curso de especialização em EI, do Departamento de Educação da PUC-Rio, o Brasil já melhorou muito o atendimento educacional às crianças pequenas: "Na década de 70, das 23 milhões de crianças que existiam, apenas 3,5% recebiam algum atendimento. Com o Fundeb, pela primeira vez há uma política efetiva de investimentos para esse nível de ensino. Mas é preciso avaliar que escola infantil é essa que queremos." Para ela, não basta garantir o acesso -- até porque freqüentar a creche e a pré-escola não é obrigatório por lei --, é preciso prioritariamente investir na qualificação do professor. "A interação da criança com outras crianças e com educadores bem preparados envolve uma produção cultural que pode trazer possibilidades maiores de aprendizado. Quanto melhor for a qualidade da Educação Infantil, mais efetivo será o desenvolvimento humano da criança", afirma.
Um direito humano
Num país desigual como o Brasil, o acesso à Educação Infantil não é apenas um direito constitucional. Para Sonia, é um direito humano: "Em regiões muito pobres do país, o acesso à creche pode significar, principalmente, uma chance de sobrevivência."
Outro obstáculo que pode explicar a pouca oferta e a baixa freqüência de crianças nas creches é a desinformação: "Muitos pais acham que a criança pode ficar em casa até os 3 anos, que não faz diferença. Mas faz, e muita, quando a creche é de qualidade. É preciso que a sociedade se mobilize e exija dos governos mais atenção para isso. E que não se perca nunca de vista a busca pela qualidade, não só na Educação Infantil, mas em todos os outros níveis de ensino."

Patrícia Costa - editora de jornalismo do programa Nós da Escola, da Multirio.
http://www.opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=14369
Aproveitando o embalo, fui buscar no site do IBGE algumas informações sobre ensino fundamental e pre-escolar em Ipaumirim. Encontrei os dados abaixo relacionados que recortei de uma tabela mais ampla que compreende todas as etapas formais da educação. As informações são de 2006 visto que ainda não estão disponíveis os dados sobre 2007 mas acredito que quase nada mudou entre os dois anos. Quem sabe, de repente, alguém se anima a cruzar essas informações com outras e faz uma melhor leitura sobre a questão da pre-escola e do ensino fundamental em nosso município. É certo que se interessar sobre a educação dos filhos dá um pouco mais de trabalho que vender o voto mas se você quer fazer do seu filho um cidadão é bom pensar sobre o assunto. O futuro agradece.

Ipaumirim - CE
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2006

MATRÍCULAS

ENSINO FUNDAMENTAL

Ensino fundamental - escola pública estadual - 2006 (1) - 409
Ensino fundamental - escola publica municipal - 2006 (1) - 1.754
Ensino fundamental - escola privada - 2006 (1) - 129
Total de alunos matriculados em 2006(1) - 2292


ENSINO PRÉ-ESCOLAR
Escola pública municipal - 2006 (1) - 539
Escola privada - 2006 (1) - 90
Total de alunos matriculados em 2006(1) - 629

Docentes
DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL
Ensino fundamental - escola pública estadual - 2006 (1) - 18
Ensino fundamental - escola pública municipal - 2006 (1) - 80
Ensino fundamental - escola privada - 2006 (1) - 10
Total de docentes no ensino fundamental - 108


DOCENTES NO ENSINO PRE-ESCOLAR
Escola pública municipal - 2006 (1) - 38
Escola privada - 2006 (1) - 7
Total de docentes no ensino pr-e-escolar - 45

ESCOLAS
N° de Escolas - Ensino fundamental - 2006 (1)

Escola pública estadual - 2006 (1) - 1
Escola pública municipal - 2006 (1) - 8
Ensino fundamental - escola privada - 2006 (1) - 2
Total de escolas de ensino fundamental - 11



N° de Escolas - Ensino pré-escolar - 2006 (1)
Escola pública municipal - 2006 (1) - 13
Escola privada - 2006 (1) - 2
Total de escolas - 15
(Fontes: (1)Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo Educacional 2006; (2)Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP Rio de Janeiro: IBGE, 2007. Fonte: (1)Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo Educacional 2006. Fonte: (2)Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP.)

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