O cenário desse texto não é um campo de futebol, um clube, um salão de beleza, ou um barzinho ,mas uma calçada, não uma qualquer, a da Igreja de Ipaumirim.
Eu nasci no dia 16 de julho de 1946. Nessa data teve inicio a participação da calçada da igreja na minha vida. Nesse dia pratiquei o primeiro ato imprudente, mamãe pediu a papai que fosse buscar mãe Petronila, para me ajudar a nascer, só que quando ele saiu, resolvi não esperar e nasci sozinha. Na volta quando ele já vinha, sabe onde? É isso aí acertou! Já ouviu o choro e mãe Petronila apenas cortou o umbigo.
Crianças ali ensaiaram os primeiros passos, entre elas estavam: Eu, Maria Luiza, Maria José, Geysa, Antonio, meu irmão e José Strauss, ambos de saudosa memória. Até porque quando as crianças demoravam a andar, as mães levavam seus filhos para a calçada da Igreja, pegavam nas duas mãozinhas e diziam: Vamos pra missa! E iam até entrar na casa do Senhor.
Eu nasci no dia 16 de julho de 1946. Nessa data teve inicio a participação da calçada da igreja na minha vida. Nesse dia pratiquei o primeiro ato imprudente, mamãe pediu a papai que fosse buscar mãe Petronila, para me ajudar a nascer, só que quando ele saiu, resolvi não esperar e nasci sozinha. Na volta quando ele já vinha, sabe onde? É isso aí acertou! Já ouviu o choro e mãe Petronila apenas cortou o umbigo.
Crianças ali ensaiaram os primeiros passos, entre elas estavam: Eu, Maria Luiza, Maria José, Geysa, Antonio, meu irmão e José Strauss, ambos de saudosa memória. Até porque quando as crianças demoravam a andar, as mães levavam seus filhos para a calçada da Igreja, pegavam nas duas mãozinhas e diziam: Vamos pra missa! E iam até entrar na casa do Senhor.
Quem dos arredores dessa localidade nunca brincou ou brigou na calçada da Igreja? Luís Carivaldo, Maria Luiza, Sônia, Chaguinha, Socorro Ribeiro, Rosa Maria, Vilani, Cícero ou Aristóteles, Graças, de Senhor Damião, Flaucides, Escolástica, Fátima Lemos, Faquito, Célia de Dedé, Antocildo,Vanda, Valquiria, José Mujica, Anchieta, Sebastião(Lau), Geraldo, Eraldo de Centor e outros mais. As brincadeiras e os brincalhões ainda se estendiam até dentro da Igreja. Inúmeras vezes, Maria Lourenço e Madrinha Beatriz nos deram broncas por estarmos correndo dentro da casa de Deus. Neli Cassiano cedo da noite ia rezar o terço, também não poupou os “pssius” e repreensões, dizendo: deixe de brincadeira dentro da igreja, menino! Espero que não se ofendam os citados e os que não foram citados também.
E a primeira missa à noite? Perdeu quem não estava lá. Tenho certeza que tinha mais gente na calçada da Igreja do que dentro, cada um que cochichava, que fazia comentários interessantes: quem já viu missa de noite é o fim do mundo; outro respondia: missa tem que ser em latim, o padre de costas para o povo e às 6:00Hs da manhã; outros acrescentavam nunca mais assisto missa!
E a primeira missa à noite? Perdeu quem não estava lá. Tenho certeza que tinha mais gente na calçada da Igreja do que dentro, cada um que cochichava, que fazia comentários interessantes: quem já viu missa de noite é o fim do mundo; outro respondia: missa tem que ser em latim, o padre de costas para o povo e às 6:00Hs da manhã; outros acrescentavam nunca mais assisto missa!
Na Semana Santa os curiosos e curiosinhos, inclusive eu e meu irmão Antonio, ficávamos na calçada da igreja esperando Julinha e sua amigas(mulheres de vida livre)muito bem vestidas de trajes preto virem assistir as cerimônia da Quinta Feira Santa.
Quem lembra o carnaval dos anos 50 em Ipaumirim? Na minha infância três carnavalescos me marcaram: Mundinho, filho de Raimundo Paulo, com trajes de bebê, João Bosco Macedo, com a bicicleta toda enfeitada, o chapéu com dizeres: ou casa de Noca ou mamãe sem nora e Jader(Bereco) que não ficava atrás. E qual seria o melhor local para vê-los passar? A calçada da igreja.
E os hipnotismos do padre Juarez, tinha crianças que bastava ver o padre, já fechava os olhos e começava a sorrir: vendo nossa Senhora ou entrava em desespero vendo o fogo do ínferno. Cícero ou Aristóteles, ao ser hipnotizado chorava vendo a mãe dele e nós, crianças ficávamos comovidas, chorando também, porque fazia pouco tempo que a mãe dele havia morrido. A meninada, logo cedo pela manhã, ao meio dia ou à noitinha já estava sentada na calçada da Igreja, em frente a casa de Zé Macedo.
Quem lembra o carnaval dos anos 50 em Ipaumirim? Na minha infância três carnavalescos me marcaram: Mundinho, filho de Raimundo Paulo, com trajes de bebê, João Bosco Macedo, com a bicicleta toda enfeitada, o chapéu com dizeres: ou casa de Noca ou mamãe sem nora e Jader(Bereco) que não ficava atrás. E qual seria o melhor local para vê-los passar? A calçada da igreja.
E os hipnotismos do padre Juarez, tinha crianças que bastava ver o padre, já fechava os olhos e começava a sorrir: vendo nossa Senhora ou entrava em desespero vendo o fogo do ínferno. Cícero ou Aristóteles, ao ser hipnotizado chorava vendo a mãe dele e nós, crianças ficávamos comovidas, chorando também, porque fazia pouco tempo que a mãe dele havia morrido. A meninada, logo cedo pela manhã, ao meio dia ou à noitinha já estava sentada na calçada da Igreja, em frente a casa de Zé Macedo.
Acredito, que não houve manifestação maior do que a passagem da imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, talvez tenha sido o maior acontecimento neste local, houve muita emoção, muito choro, acenos com lenços brancos, até pombas deram show.
As missões de Dom Francisco de Assis Pires, também trouxe muita gente para a calçada da Igreja, me lembro de um incidente, que se não fosse trágico, seria cômico, uma mulher passou mal, durante a pregação devido o amontoado de pessoas e o calor, algumas pessoas correram para socorrer e o povo sem entender nada, sem saber o que estava acontecendo corria sem rumo e sem direção. O missionário começou a gritar: Calma, foi um ataque e quanto mais o frade gritava, foi um ataque, mas se entendia foi uma tapa, eu fui escapar na casa de Antonio Dantas, nesse corre corre saiu gente machucada.
Seria interessante citar os nomes dos namorados, dos anos 50 que participaram da história da calçada da Igreja, só que como há muito tempo sai de Ipaumirim, não sei quem casou com quem, então para evitar constrangimentos prefiro abrir espaço para que eles contem suas historias. Citarei algumas travessuras, sem contar os travessos, pois prometi guardar segredo. Na época moça decente, isto é, direita como chamavam os mais velhos, namorava sentado ao lado um do outro e aquele que sentasse muito próximo do namorado, as más línguas das “Caindinhas” ficavam ocupadas por um longo tempo. Nas festas da Igreja havia 2 partidos: azul e vermelho, quem era do azul usava lacinho azul, quem era do vermelho, lacinho vermelho e isso facilitava alfinetes e broches nas mãos da gurizada e a turma começava a brincar correndo, rodeando os casais, muitos desses se sentiam incomodados, o que eles não sabiam era que “os santinhos do pau oco” estavam unindo os casais com broches ou alfinetes e o nosso divertimento era observar quando eles se levantavam.
Espero que o(a) mentor (a) dessa astúcia escreva um novo texto contando com mais detalhes.
As missões de Dom Francisco de Assis Pires, também trouxe muita gente para a calçada da Igreja, me lembro de um incidente, que se não fosse trágico, seria cômico, uma mulher passou mal, durante a pregação devido o amontoado de pessoas e o calor, algumas pessoas correram para socorrer e o povo sem entender nada, sem saber o que estava acontecendo corria sem rumo e sem direção. O missionário começou a gritar: Calma, foi um ataque e quanto mais o frade gritava, foi um ataque, mas se entendia foi uma tapa, eu fui escapar na casa de Antonio Dantas, nesse corre corre saiu gente machucada.
Seria interessante citar os nomes dos namorados, dos anos 50 que participaram da história da calçada da Igreja, só que como há muito tempo sai de Ipaumirim, não sei quem casou com quem, então para evitar constrangimentos prefiro abrir espaço para que eles contem suas historias. Citarei algumas travessuras, sem contar os travessos, pois prometi guardar segredo. Na época moça decente, isto é, direita como chamavam os mais velhos, namorava sentado ao lado um do outro e aquele que sentasse muito próximo do namorado, as más línguas das “Caindinhas” ficavam ocupadas por um longo tempo. Nas festas da Igreja havia 2 partidos: azul e vermelho, quem era do azul usava lacinho azul, quem era do vermelho, lacinho vermelho e isso facilitava alfinetes e broches nas mãos da gurizada e a turma começava a brincar correndo, rodeando os casais, muitos desses se sentiam incomodados, o que eles não sabiam era que “os santinhos do pau oco” estavam unindo os casais com broches ou alfinetes e o nosso divertimento era observar quando eles se levantavam.
Espero que o(a) mentor (a) dessa astúcia escreva um novo texto contando com mais detalhes.
A calçada da Igreja tinha outra turma cativa: papai, Maria Abreu Adautiva, Auta, esposa de Zé Maria, Socorro e Dorinha Duarte, Socorro Nóbrega, Maria Luiza, Vilani, Blandina, Miriam, Socorro Vieira, Luizete, Maria Gonçalves, Maria de Sousa, Olga, Ilca, Jandira, Anita... os assuntos variavam desde quem seria eleitos: Virgilio Távora ou Parsifal Barroso, até as paqueras ou “Flerts” hoje “ficas” das senhoritas Ipaumirinenses.
Tem muito o que se contar da calçada da igreja: a festa do dia das mães; os filmes do padre Argemiro, a espera das aulas de Socorro Pontes, na sala de Carlota, a chegada dos noivos, batizados, anjos e defuntos, a reunião dos moradores do sitio são Pedro no final da feira, aguardando o caminhão, a comemoração da emancipação política; e a espera de uma das visitas mais ilustres de Ipaumirim Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda, meu padrinho de batismo, a quem tenho um profundo respeito à sua memória.
Tem muito o que se contar da calçada da igreja: a festa do dia das mães; os filmes do padre Argemiro, a espera das aulas de Socorro Pontes, na sala de Carlota, a chegada dos noivos, batizados, anjos e defuntos, a reunião dos moradores do sitio são Pedro no final da feira, aguardando o caminhão, a comemoração da emancipação política; e a espera de uma das visitas mais ilustres de Ipaumirim Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda, meu padrinho de batismo, a quem tenho um profundo respeito à sua memória.
Vi da calçada as procissões e as via sacras, os anúncios dos espetáculos do Circo Araujo, a peregrinação de Raimundo Rocha e Joana Doida, o abalroamento de bicicleta em Fátima Lemos, e o namoro de Heitor e Adalgisa, escondido de Dona Glória.
Quem conheceu Luiz Nóbrega, líder político, coerente, firme, hospitaleiro, fiel e Paizão? Não era somente seus filhos Dr. Luiz Filho, Sebastião Nóbrega, Maria Eunice, Maria Luiza, e Vilani, tinha seus filhos de coração Socorro Nóbrega, Maria das Dores e Socorro Duarte, dedicava amor paternal a Maria Abreu, Maria Henrique, Maria Lourenço, tinha outros adotivos: meia centenas de moradores do sitio São Pedro e a comunidade infantil de Ipaumirim. Seus filhos não dependiam de cor, sexo idade ou religião, porque seu coração enorme. Quem da minha idade não teve o afeto e o carinho de papai Lalá? Eu sim e louvo a Deus ,por isso. Mas realmente quero registrar o choro incontido de papai Lalá, na calçada da igreja, quando ele viu em 58, se não me engano, um grande número de pessoas faminta, de sacos vazios nas mãos em busca de alimentos para saciar a fome dos filhos. Imediatamente, após o choro, ele firme e decidido disse: ninguém fecha o comércio enquanto eu for vivo e providenciou alimentos para todos.
Um fato muito triste também aconteceu na minha vida, quando eu estava na calçada da Igreja, minha mãe suicidou-se jogando querosene e ateando fogo a seguir. Talvez tenha sido por isso que as lembranças da calçada ficaram durante tanto tempo em minha memória.
Como a vida é uma sucessão de alegrias e tristezas e uma seqüencia de fatos, a calçada da Igreja continua fazendo parte da minha historia.
Em 1998, após 50 anos, meu filho Pablo Sávio, portador de medalhas de artes marciais na categoria de Kung-fu, fez uma apresentação em meio a multidão e tendo como palco a calçada da Igreja, não sabendo ele nem os presentes que era mais um fato na participação da calçada da Igreja na minha vida. É isso aí...
Quem conheceu Luiz Nóbrega, líder político, coerente, firme, hospitaleiro, fiel e Paizão? Não era somente seus filhos Dr. Luiz Filho, Sebastião Nóbrega, Maria Eunice, Maria Luiza, e Vilani, tinha seus filhos de coração Socorro Nóbrega, Maria das Dores e Socorro Duarte, dedicava amor paternal a Maria Abreu, Maria Henrique, Maria Lourenço, tinha outros adotivos: meia centenas de moradores do sitio São Pedro e a comunidade infantil de Ipaumirim. Seus filhos não dependiam de cor, sexo idade ou religião, porque seu coração enorme. Quem da minha idade não teve o afeto e o carinho de papai Lalá? Eu sim e louvo a Deus ,por isso. Mas realmente quero registrar o choro incontido de papai Lalá, na calçada da igreja, quando ele viu em 58, se não me engano, um grande número de pessoas faminta, de sacos vazios nas mãos em busca de alimentos para saciar a fome dos filhos. Imediatamente, após o choro, ele firme e decidido disse: ninguém fecha o comércio enquanto eu for vivo e providenciou alimentos para todos.
Um fato muito triste também aconteceu na minha vida, quando eu estava na calçada da Igreja, minha mãe suicidou-se jogando querosene e ateando fogo a seguir. Talvez tenha sido por isso que as lembranças da calçada ficaram durante tanto tempo em minha memória.
Como a vida é uma sucessão de alegrias e tristezas e uma seqüencia de fatos, a calçada da Igreja continua fazendo parte da minha historia.
Em 1998, após 50 anos, meu filho Pablo Sávio, portador de medalhas de artes marciais na categoria de Kung-fu, fez uma apresentação em meio a multidão e tendo como palco a calçada da Igreja, não sabendo ele nem os presentes que era mais um fato na participação da calçada da Igreja na minha vida. É isso aí...
Depoimentos
"O que lembro da calçada da igreja na minha época é que era o ponto de encontro de muita gente e um lugar maravilhoso pra ficar assistindo as festas de Nossa Senhora da Conceição. Nossa que tempo bom! E também lembro que eu fugia de casa pra alugar a bicicleta de Lairtinho de seu Antonio Ribeiro e o ponto de encontro era lá. Um dia eu peguei a bicicleta sem freio e descí em rumo aquele beco de seu Antonio Correia e o freio foi um montão de jurema que tinha lá. Nesse dia deixou de ser segredo, cheguei em casa toda ensanguentada. Mas valeu, aprendí a andar de bicicleta que era um sonho pra mim na época!" (Vânia Maria)
"O que lembro da calçada da igreja na minha época é que era o ponto de encontro de muita gente e um lugar maravilhoso pra ficar assistindo as festas de Nossa Senhora da Conceição. Nossa que tempo bom! E também lembro que eu fugia de casa pra alugar a bicicleta de Lairtinho de seu Antonio Ribeiro e o ponto de encontro era lá. Um dia eu peguei a bicicleta sem freio e descí em rumo aquele beco de seu Antonio Correia e o freio foi um montão de jurema que tinha lá. Nesse dia deixou de ser segredo, cheguei em casa toda ensanguentada. Mas valeu, aprendí a andar de bicicleta que era um sonho pra mim na época!" (Vânia Maria)
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"Quando eu era criança que ia pra casa de minha vó Adalva, em Ipaumirim, toda tarde eu e minha irmã íamos brincar na praça da igreja e sempre quando o relógio batia seis horas eu sentava num banco e começava a chorar, pois sempre durante alguns dias eu sentia saudades da minha mãe que só ia nos deixar pra passarmos férias, aí ela tinha que voltar porque eu todo dia chorava! Isso ficou marcado e sempre lembro como parte da minha infância. Que bom!!!! vovó ainda dizia: chore mais pra ver se ela volta! Era bom demais!!!!!!" (Brenda)
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"VENDO ESSAS RECORDAÇÕES DA PRAÇA DA IGREJA, EU LEMBREI QUE MINHA VÓ ME LEVAVA PRAS MISSAS, E EU QUANDO ELA SE DISTRAIA,CORRIA PRA CALÇADA, PARA VER AS PESSOAS PASSEANDO NA PRAÇA. ADORAVA QUANDO TINHA CASAMENTOS E EU FICAVA ALI, ADMIRANDO AS NOIVAS E FALAVA PRA MIM MESMA:QUANDO CASAR EU JAMAIS COLOCAREI UMA ROUPA DESSAS, MERO ENGANO,QUANDO CRESCEMOS SONHAMOS COM UM BELO VESTIDO. TINHA AINDA FOTOS DA MINHA PRIMEIRA COMUNHÃO NA CALÇADA DA IGREJA TODA DE BRANCO, PARECIA UMA NOIVINHA, SÓ QUE COMO ERA MONÓCULO, SE EXTRAVIOU." (Gildacy)
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"Lembranças da Praça da Igreja? Bem, tenho algumas, sim!!!
Em 1981, eu tinha 08 anos e, todas às tardes ficav insistindo com minha mãe Rosa) para que ela me deixasse ir para casa dos meus avós maternos (Cecília Ribeiro e Manoel Gomes In Memorian), que moravam ali vizinhos ao Dr. Anchieta, na casa da esquina, pois a intenção era apenas uma: brincar de correr, de esconde-esconde e outras brincadeiras legais lá na praça, o que representava uma chateação para vovó, mas... minha mãe deixava!
Para mim, era uma alegria só encontrar meus primos de Baixio-CE (filhos da tia Zélia) na casa de vovó, fazíamos muitas estripulias... e acontecia sempre a mesma coisa: vovó pedia ao vovô que fosse pelo amor de Deus, me deixar em casa e dizer para a minha mãe que estava fazendo: passando por dentro da Igreja, subindo naquele busto que fica no centro da praça, etc, etc...
Depois de uma semana de castigo, lá estava eu novamente para me divertir... (risos).
Lembro-me que fim do ano havia uns dias de festas na praça que era conhecido por “xililique”, eu amava dormir na casa dos meus avós nesses dias...
Lembro-me também quando o Dr. Anchieta deu um carrão de brinquedo para o seu filho Argemiro e todas as tardes ele dava volta na praça se divertindo e muitas crianças estavam curiosas, ali reunidas para ver aquele maravilhoso e sofisticado brinquedo da época... tempos bons aqueles!" (Cleidinha)
A calçada da igreja......... quantas histórias... de amor, da vida alheia passada a limpo na espera do aracati. Histórias ditas, mal-ditas, reuniões informais de homens em negociação e conchavos políticos, reduto feminino onde se tece o cotidiano das mulheres enquanto as crianças brincam e correm na volta da igreja. Nas noites quentes e festivas funciona como o point da madrugada de quem passa voltando das festas. Versátil, nos últimos tempos, descobriu sua vocação de motel a céu aberto. Sentar e ficar olhando quem passa, assistir festas religiosas, bailes populares, tirar dois dedos de prosa, ver a cidade amanhecer. Espaço lúdico, religioso, profano, os frequentadores vão mudando de acordo com os horários e com as intenções. Situada no centro das residências das antigas lideranças políticas tradicionais, o entorno da igreja congregava religião e poder, presenciava o loteamento dos redutos eleitorais, centralizava a vida social da comunidade. Veio a energia, a tv, o ensino noturno, a mudança de hábitos mas as crianças ainda estão lá, no doce alarido que só elas sabem fazer quando brincam em bandos. Tantas histórias, quantas lembranças.
2 comentários:
SINTO MUITAS SAUDADES DE IPAUMIRIM, E DESSA PRAÇA PRINCIPALMENTE QUE ERA O NOSSO POINT. DEPOIS DE TER VISTO AS FOTOS DA IGREJA E DA PRAÇA FIQUEI COM MUITO MAIS SAUDADES, ESTA PRAÇA MIM FAZ RECORDAR ÓTIMAS LEMBRANÇAS DO MEU TEMPO DE JUVENTUDE JUNTO DE MEUS AMIGOS E AMIGAS EM ÉPOCAS DE FESTAS QUE ERAM MARAVILHOSAS POR SINAL.ABRAÇOS A TODO MEU POVO QUERIDO DE IPAUMIRIM. EDINALDO LEANDRO
Parabéns, Luiza!
Sua força e determinação tem nos feito participar e apreciar mais as pequenas ( e importantes)coisas e ocasiões da nossa amada cidade.
Beijos no coração!
Valeu mesmo!
Cleidinha
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