sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O alcoolismo em IP


O alcoolismo tem muitos nomes: desesperança, rejeição, falta de domínio próprio e muitos outros que podem estar associados à traumas, a problemas familiares, psicológicos, financeiros e por aí segue uma longa lista de fatos que podem inclinar alguém para tal vício.
Sabemos que há pessoas que começam a provar o álcool por curiosidade, outros por influência de amizades, mas se fizermos uma pesquisa sobre a vida da maioria dos alcoólatras, descobriremos que o álcool (assim como outros vícios) surgiu em suas vidas com válvula de escape para suprir uma necessidade em determinada circunstância.
A realidade de vida de alguns alcoólatras que conheço é a seguinte: são desempregados, alguns não têm pais e outros são pessoas recatadas e com dificuldade de se relacionarem, há também os que tiveram seus lares destruídos por consumirem álcool.
Bem, esse é apenas o relato da observação de alguém que conhece de perto pessoas que são muito sofridas por conta desse problema social tão real em nosso meio.Aqui em Ipaumirim, tenho conhecimento de alguns casos desde a minha adolescência, uns já faleceram, outros, parece até que já esperam por isso de forma conformada...(?)
Os vejo aqui pelas ruas, prestando alguns pequenos serviços a outras pessoas, muitas vezes em troca de “uma meiota” ou de uns trocados. É comum ao entardecer, vê-los na calçada do comércio, e quando passo dois deles, falam comigo e perguntam pelo meu pai:
- Ei, cadê João Arruda?
Aquilo me corta o coração, eles gostam do meu pai, me conhecem e fico me perguntando: Deus, eles estão condenados a uma cirrose, a algum tipo de paralisia e nada fazemos por eles?
Muitas vezes me indignei ao ver gente “recompensando” essas pessoas com um litro de aguardente, mas depois de uma reflexão, conclui: na realidade, não há uma consciência a respeito disso, e quem faz isso, não acha que teve uma atitude errada, afinal, também não tem nem idéia do que poderia fazer de diferente para ajudá-los.
No ano passado, fiquei sabendo que houve um encontro no C.R.A.S. da nossa cidade com pessoas envolvidas com o trabalho dos A.A. (alcoólatras anônimos), gostaria de ter sido convidada, perguntei a outras pessoas aqui se elas receberam o convite e todas disseram que não... bem, não sei se tivéssemos sido convidados e participado da reunião, se estaríamos nos importando ainda mais com esse problema, porque às vezes temos a mania de criticar certos fatos e vivermos na hipocrisia, de braços cruzados sem nada fazermos para mudar a realidade do que julgamos ser errado ou injusto.
Não muito raro, quando vou até a casa do meu irmão, passo por um “ponto de apoio” onde alguns alcoólatras se recolhem à tarde (fica ali próximo ao “23”, perto do riacho que dá acesso ao Sítio Marco)... uns estão tão embriagados, que nem percebem quem passa ali por perto. Eles não são desordeiros, pelo contrário, são até pacatos, retirando a parte dos monólogos alterados e sem nexo que eles têm quando bebem, as outras atitudes são suportáveis, ou pelo menos, indiferentes aos nossos olhos.
Podemos fazer algo por eles? O quê, então? Bem, eu não sei, uma vez que o vício já é algo bastante arraigado em suas vidas, mas sei que podemos fazer algo para que “novos alcoólatras” não venham a ingressar nessa triste maneira de vida.
É preciso que um trabalho sério de conscientização seja feito nas escolas, um projeto, quem sabe? Sei lá, seja o que for, mas algo precisa ser feito... eu faço: espiritualmente, oro pela libertação daquelas pessoas, pois creio que por trás disso tudo há influência de espíritos malignos que destroem tais vidas, também, converso sobre isso com muita gente e agora tomei a iniciativa de escrever esse texto com a intenção que mais pessoas também sejam despertadas a pensarem sobre o assunto.
Disse Jesus: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos tenho amado”.

Amemos, então!Deus abençoe a todos!


Francisca Cleide (Cleidinha)
Fonte: http://ipaumirim.blogspot.com/


Comentário

Vc tem razão, Cleidinha. O vício é uma doença e precisa ser cuidada. Se as coisas coisas continuam como estão e as pessoas continuarem falando atrás das portas sem enfrentar o problema, daqui a pouco tudo vai ficar muito pior com a disseminação das drogas. Políticas públicas voltadas para os jovens, mais atenção dos pais com os filhos e compromisso da comunidade já ajudariam muito. O efeito devastador ds drogas compromete a sociedade e não apenas os seus consumidores.

ML