dom, 21/12/2014 - 08:33
Atualizado em 21/12/2014 - 08:37

Segundo
instituto, 60% acham que governos Lula e Dilma foram mais rigorosos do
que FHC (11%) contra corrupção. E dois terços dos entrevistados
consideram que há pessoas de todos os partidos enroladas na estatal
São
Paulo –Uma pesquisa feita pelo instituto Vox Populi entre os dias 5 e 8
de dezembro apurou que, para 69% dos entrevistados que se consideram
informados sobre a crise na Petrobras, as irregularidades na estatal vêm
de antes dos governos do PT. Para 7% dos entrevistados, só o PT teria
gente envolvida no escândalo e outros 18% responderam que o PT e os
partidos da base governistas. Já para dois terços dos pesquisados “todos
os partidos, incluindo o PSDB, o PSB e o DEM”, estariam envolvidos,
segundo o diretor do instituto, Marcos Coimbra, em artigo publicado na
revista Carta Capital desta semana.
Coimbra
revela ainda que a pesquisa pediu a opinião sobre qual dos três últimos
presidentes da República “mais combateu a corrupção”: 31% responderam
Lula, 29% Dilma e 11% Fernando Henrique Cardoso, enquanto 29% disseram
“não saber” ou não responderam. “Feitas as contas, 60% escolheram um
governante do PT, enquanto FHC nem sequer atinge um quarto do eleitorado
que votou no PSDB em outubro”, escreve o analista. A pesquisa
entrevistou 2.500 pessoas em 178 municípios. Leia a seguir o artigo
completo de Marcos Coimbra na Carta Capital.
A Petrobras e a Opinião Pública
Por Marcos Coimbra, na Carta Capital n˚ 831.
Por Marcos Coimbra, na Carta Capital n˚ 831.
Para
quem acompanhou o carnaval da “grande mídia” em torno das pesquisas em
2014, soa estranho o silêncio atual a respeito da crise da Petrobras.
Seus veículos trombeteiam o assunto há 3 meses, mas não dedicaram a ele
uma única e escassa pesquisa. Exagero. Houve uma, realizada pelo
Datafolha no início de dezembro. Ficou famosa pela extravagante manchete
gerada a partir da leitura das informações pela Folha de S.Paulo, dona
do instituto: “Brasileiro responsabiliza Dilma por caso Petrobras”.
Nenhum
outro levantamento foi encomendado. Como se aquele resolvesse a questão
e o resultado bastasse. Como se não fosse tão questionável que até a
ombudsman do jornal criticaria a despropositada matemática usada pelos
editores ao noticiá-la.
Tamanha
parcimônia contrasta com o exuberante investimento em pesquisas que a
mídia corporativa fez neste ano. Embora tenha sido quase todo bancado
pela TV Globo, que financiou as empresas menores, foi uma tal
superoferta de pesquisas que, na reta final da eleição presidencial, o
cidadão mal conseguia respirar antes de um novo levantamento ser
divulgado.
A
abundância tinha a ver, é claro, com a torcida para Dilma Rousseff cair
nas intenções de voto. Tantas pesquisas refletiam o desejo dos donos de
jornal (e seus funcionários) de crescimento de uma das candidaturas a
ponto de suplantar a petista. Como sabemos, gastaram dinheiro em vão.
Algo
semelhante acontece com as oposições partidárias. Atravessamos o ano a
ouvir os líderes oposicionistas citando resultados de pesquisa a torto e
a direito: O “desejo de mudança”, a “rejeição ao PT”, a “reprovação do
governo”. Seu discurso atual a respeito da crise na Petrobras prescinde,
no entanto, de quaisquer referências à opinião pública.
É
pena. Todos ganharíamos se ouvíssemos mais e mais frequentemente os
cidadãos. Saberíamos o que pensam e compreenderíamos melhor suas
manifestações, especialmente as mais importantes, como os resultados
eleitorais. Evitaríamos equívocos de interpretação e erros de tomada de
posição.
Entre
os dias 5 e 8 de dezembro, o Vox Populi fez uma ampla pesquisa
nacional, com 2,5 mil entrevistas, distribuídas em 178 municípios.
Tratou de vários assuntos e incluiu perguntas sobre a Petrobras.
Ao
contrário da tese de alguns próceres tucanos e dos muitos mal
informados na sociedade, para os quais a vasta maioria da população
ignora o que se passa no Brasil, apenas 13% dos entrevistados não tinham
ouvido falar das denúncias de irregularidades na empresa. Em outras
palavras, 86% da população as conhecia, sem variações significativas
segundo os níveis de escolaridade: 85% entre aqueles com ensino
fundamental, 87% no ensino médio e 89% no nível superior.
Entre
quem tinha ouvido falar no assunto, 69% acreditavam que “as
irregularidades na Petrobras vêm de antes do PT (chegar ao governo
federal)”. Dos restantes, 23% disseram achar que “começaram com o PT” e
8% “não sabiam”. Sobre quais partidos estariam “envolvidos nas
irregularidades”, 7% dos entrevistados responderam “só o PT” e 18%
cravaram “o PT e os partidos da base aliada, como PMDB, PP etc”. Os dois
terços restantes disseram que “todos os partidos, incluindo o PSDB, o
PSB e o DEM”.
Como
se vê, a percepção da grande maioria da opinião pública conflita com o
noticiário da mídia hegemônica, que não se cansa de apresentar o PT como
o grande vilão no caso. E não poupa as lideranças tucanas, na contramão
da imagem de paladinos da moralidade que imaginam possuir.
Aliás,
quando a pesquisa pediu a opinião sobre qual dos três últimos
presidentes da República “mais combateu a corrupção”, as respostas foram
Lula 31%, Dilma 29% e Fernando Henrique Cardoso 11% (os restantes 29%
disseram “não saber” ou não responderam). Feitas as contas, 60%
escolheram um governante do PT, enquanto FHC nem sequer atinge um quarto
do eleitorado que votou no PSDB em outubro.
Por
que a mídia prefere não fazer pesquisas sobre o tema? Por que os
líderes da oposição se permitem falar ignorando a imagem real que
possuem? Hipótese: no fundo, eles não dão o menor valor para o que pensa
o cidadão comum.
Fonte: http://jornalggn.com.br/fonte/rede-brasil-atual
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