terça-feira, 9 de outubro de 2012

Day after

Imagem: do FB de Wescley
 
Agora,  passadas as eleições é tempo de comemoração para os que ganharam e de desapontamento para os que perderam. Democracia é assim. Depois, a vida volta ao normal, nada muda para a grande maioria independente de ser ganhador ou perdedor.
Para quem é afeito à reflexão, há muito o que observar. Para os demais, o destino dos próximos quatro anos está traçado e basta. Para estes, fica  a possibilidade de pequenas vinganças, um legado de decepções e essas coisas menores que povoam o mundo e se exacerbam particularmente nos momentos de confronto. 
 
De qualquer maneira, com todas as falhas, nada é melhor que a democracia. Mas existe um hiato profundo entre a liberdade  de escolher candidatos  e a compreensão do que é ser um cidadão livre.
 
É saudável que a prefeitura mude de “mãos” a cada quatro anos. Em princípio, não sou partidária de reeleições. IP já nos mostrou que eles ficam cada vez menos interessados no município a cada vez que assumem de novo a sua gestão.
 
O complicado é que a mudança de nomes de candidatos não implica  necessariamente em renovação. Em todos os costados continuamos na velha política, nos abomináveis métodos e, pior ainda, o povo não cansou do velho clientelismo. E é por esta razão que os políticos são o que são e o município continua exatamente onde sempre esteve. É neste quadro que se explica o atraso e o abismo que o separa de um futuro melhor.
 
Com uma proposta absolutamente démodé , as alianças massacraram a possibilidade  de florescer alternativas dentro dos pequenos partidos. Estes, por sua vez, se acovardaram diante do rolo compressor do conservadorismo que a qualquer custo não quer abrir mão dos seus guetos eleitorais.
 
Abocanhar  o espaço de manifestação para os que não concordam com essa dualidade política em IP foi  o pecado capital da campanha 2012. Aparentemente  localizado  e inofensivo, este pecado tem muitos desdobramentos a curto, médio e longo prazo. Por ele, pagarão todos. Vencedores e vencidos.  
 
A campanha já anunciou que não surpreenderia desde quando as candidaturas foram lançadas. Qualquer resultado traria em si o ranço do conservadorismo político responsável pelo atraso do município há muitos e muitos anos. Mas isto não parece ser problema de candidatos, isto é problema de um povo que abdicou do seu presente e procrastinou   o futuro das novas gerações.
Aguardamos a publicação das metas do novo governo para sabermos efetivamente o que se pretende fazer com o município.
 
No mais, é desejar um bom trabalho aos vencedores, prefeito e vice, e que a Câmara de Vereadores seja menos politiqueira,  mais atuante e que todos se comprometam a atravessar de forma sensata os  próximos quatro anos.
 
ML


Nenhum comentário: