Imagem: do FB de Wescley
Agora, passadas as
eleições é tempo de comemoração para os que ganharam e de desapontamento para
os que perderam. Democracia é assim. Depois, a vida volta ao normal, nada muda
para a grande maioria independente de ser ganhador ou perdedor.
Para quem é afeito à reflexão, há muito o que observar. Para
os demais, o destino dos próximos quatro anos está traçado e basta. Para estes,
fica a possibilidade de pequenas vinganças,
um legado de decepções e essas coisas menores que povoam o mundo e se exacerbam
particularmente nos momentos de confronto.
De qualquer maneira, com todas as falhas, nada é melhor que a
democracia. Mas existe um hiato profundo entre a liberdade de escolher candidatos e a compreensão do que é ser um cidadão livre.
É saudável que a prefeitura mude de “mãos” a cada quatro anos. Em
princípio, não sou partidária de reeleições. IP já nos mostrou que eles ficam cada
vez menos interessados no município a cada vez que assumem de novo a sua gestão.
O complicado é que a mudança de nomes de candidatos não implica
necessariamente em renovação. Em todos os
costados continuamos na velha política, nos abomináveis métodos e, pior ainda,
o povo não cansou do velho clientelismo. E é por esta razão que os políticos
são o que são e o município continua exatamente onde sempre esteve. É neste
quadro que se explica o atraso e o abismo que o separa de um futuro melhor.
Com uma proposta absolutamente démodé , as alianças
massacraram a possibilidade de florescer
alternativas dentro dos pequenos partidos. Estes, por sua vez, se acovardaram
diante do rolo compressor do conservadorismo que a qualquer custo não quer
abrir mão dos seus guetos eleitorais.
Abocanhar o espaço de
manifestação para os que não concordam com essa dualidade política em IP foi o pecado capital da campanha 2012. Aparentemente
localizado e inofensivo, este pecado tem muitos
desdobramentos a curto, médio e longo prazo. Por ele, pagarão todos. Vencedores
e vencidos.
A campanha já anunciou que não surpreenderia desde quando as
candidaturas foram lançadas. Qualquer resultado traria em si o ranço do
conservadorismo político responsável pelo atraso do município há muitos e
muitos anos. Mas isto não parece ser problema de candidatos, isto é problema de
um povo que abdicou do seu presente e procrastinou o
futuro das novas gerações.
Aguardamos a publicação das metas do novo governo para
sabermos efetivamente o que se pretende fazer com o município.
No mais, é desejar um bom trabalho aos vencedores, prefeito e
vice, e que a Câmara de Vereadores seja menos politiqueira, mais atuante e que todos se comprometam a atravessar
de forma sensata os próximos quatro anos.
ML
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