domingo, 6 de janeiro de 2008

A propósito da feira


As frutas e verduras eram vendidas na feira no largo onde hoje está a Praça Pe. Cícero. A família Estolano (pai e filhos) também vendiam frutas dentro do mercado, entre as lojas de José Josué e Luis Barbosa. Os utensílios de barro eram comerciados na entrada do "Beco do Custódio". O Zé do Bigodão tinha um "tapia" (pessoa que se passava por jogador e sempre ganhava prêmios pra engabelar e estimular os bestas) que se chamava Edmundo. Foi criança no meu tempo e tinha o cabelo grande, como menina, por promessa da mãe dele. Na parte de baixo do prédio da Difusora funcionou, em tempos mais remotos, a bodega de seu Isidro Nery e posteriormente vários bares, inclusive o de Sebasto Barbosa que tinha sinuca. No local, hoje funciona o mercadinho de Dino (recentemente falecido). De fato, a feira do Domingo era uma festa. Ouvi muitos romances (Pavão Misterioso, Os Doze Pares de França, etc.) e descrição de fatos importantes da época (verdadeiras reportagens sobre desastres de trem, assassinados) cantados pelos vendedores dos livretos através megafone. No meio da leitura eles paravam e diziam: "quem quiser saber o final, compre o livro".
Flávio Lúcio.
Fortaleza, 06 de dezembro de 2008

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