Foto de Erivando Teles
NOVENA
Dia 17.01
Sexto Dia
Reflexão:
São Sebastião, padroeiro da agropecuária. Tradicional devoção entre os brasileiros considera São Sebastião padroeiro da agropecuária. Têm-no como o defensor dos campos, e principalmente dos rebanhos. Existe até em muitos lugares o costume de oferecer ao Santo bezerros e porcos com o pedido de que ele defenda os animais contra as epidemias e doenças. Não se sabe essa tradição e o motivo dessa particular devoção dos nossos homens do campo. Seria, por ventura, porque São Sebastião sofreu o martírio numa floresta, amarrado a um tronco de árvore? Ou em alguma época, particularmente difícil para rebanhos, se alcançaram, por intercessão de São Sebastião, especiais graças e milagres de proteção aos bens do homem da roça? De qualquer modo que seja, muitos asseguram ter colocado sob a proteção deste Santo seus rebanhos e ter obtido, por essa forma, sua ajuda miraculosa. Deus pode ter querido secundar o espírito de fé dos roceiros, aceitando como Padroeiro da lavoura e da pecuária este glorioso mártir. Invoquemo-lo, pois, nesta qualidade, implorando sua ajuda para todos os trabalhadores da roça, para suas criações e suas lavouras.
Oração:
Poderoso São Sebastião, a quem reconhecemos singular bondade para com todos os que estão no árduo trabalho da lavoura e no meio de animais; nós vos pedimos, confiantes, por todos os pecuaristas e roceiros, por seus rebanhos e plantios. Obtende de Deus as chuvas para as regiões mais secas, que estão sofrendo. Afastai de todos os rebanhos as doenças e a morte. E fazei com que não falte jamais o pão e a saúde aos que trabalham ganhando o alimento no suor do próprio rosto. Por nosso senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém. Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai. São Sebastião rogai por nós !
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Trecho do poema em prosa escrito por Yukio Mishima, do livro Confissões de uma Máscara, inspirado em uma reprodução do quadro São Sebastião, de Guido Reni (séc XVII), do Museo Palazzo Rosso de Gênova (reproduzido abaixo). Tradução de Jacqueline Nabeta.
"(...) Contam os anais do martírio que, nos anos seguintes à posse de Diocleciano, quando ele sonhava com o poder sem limites, desobstruído como o vôo de um pássaro por céu aberto, um jovem capitão da Guarda Pretoriana foi acusado e preso por ter adorado um deus proibido. Seu corpo maleável lembrava o de um famoso escravo do Oriente por quem o imperador Adriano se apaixonara, e seu olhar era tal qual o de um conspirador, despido de emoções feito o mar. Era de uma arrogância encantadora. Levava no elmo um lírio branco, oferecido todas as manhãs pelas donzelas da cidade. Enquanto descansava de intensos treinamentos, a flor acompanhava as curvas de seus cabelos viris, e a forma graciosa como pendia lembrava a nuca de um cisne.
Não havia uma só pessoa que soubesse seu local de nascimento, de onde viera. Mas todos pressentiam algo. Que aquele jovem com um físico de escravo e feições de príncipe estava ali de passagem. Que aquele Endimião era um pastor de ovelhas. Que ele, mais do que ninguém, fora escolhido como guardador de rebanhos do mais verde dos pastos, de que não havia igual.
Por outro lado, algumas donzelas acalentavam a certeza de que ele viera do mar. Porque de seu peito podia-se ouvir o bramido das ondas. Porque em seus olhos pairava o horizonte misterioso e inextinguível que o oceano deixa como lembrança no fundo das pupilas daqueles que nasceram na costa e de lá precisaram partir. Porque seu hálito era quente como a brisa do mar no auge do verão, e exalava o odor das algas lançadas à praia.
A beleza que exibia Sebastião, o jovem capitão da Guarda Pretoriana, não estaria destinada à morte? E as robustas mulheres de Roma, com seus cinco sentidos aguçados pelo sabor da boa bebida, de estremecer os ossos, e pelo gosto da carne gotejante de sangue, não teriam elas logo percebido seu malfadado destino, que ele próprio ignorava, não o teriam amado por causa disso? O sangue corria no interior daquele corpo alvo com fúria e velocidade ainda maiores, espreitando a fenda por onde jorraria tão logo dilacerada a carne. Como poderiam as mulheres deixar de ouvir desejos tão intensos de um tal sangue?
Não se tratava de uma vida frágil. Não era, de modo algum, um destino lastimável. Era, antes, insolente e trágico. A ponto de se poder chamá-lo resplandescente.
É provável que, mesmo em meio a doces beijos, a agonia da morte em vida se tenha prenunciado no franzir das sobrancelhas. (...)"*
* Yukio Mishima, Confissões de uma Máscara, Tradução de Jacqueline Nabeta, Companhia das Letras, São Paulo, 2004.
CONEXÃO IP
ACRI DIVULGA OS NOMES DOS HOMENAGEADOS PELA ENTIDADE EM 2008
O presidente da Associação Cultural e Recreativa de Ipaumirim (ACRI), Dr. José Nery Vieira, anuncia os nomes dos filhos e amigos de Ipaumirim que receberão, dia 19, às 20h, os títulos de Sócio-Benemérito e Menção Honrosa da entidade, em cerimônia a ser realizada na Câmara Municipal.
Sócio-Benemérito
Dr. Jarismar Gonçalves de Melo
Dra. Maria Auxiliadora Maciel
Dra. Sílvia Paula Gonçalves Diniz
Menção Honrosa
Sr. Francisco de Assis Mangueira
Sr. Paulo Alves Freitas
Dr. Pedro da Nóbrega Jorge
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