segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Vice Prefeito convida para a Festa de São Sebastião e anuncia o I Grande Festival de Poesia Popular de Ipaumirim

Ipaumirim visto da Pedra de São Sebastião.
NOVENA
15.01
Quinto Dia
Reflexão: São Sebastião padroeiro contra a violência. O mártir São Sebastião não foi somente uma vítima da perseguição romana. E nem mesmo simplesmente mártir como milhares de outros cristãos. O suplício que sofreu se caracterizou por dupla violência brutal contra sua pessoa. Primeiramente, São Sebastião foi entregue aos algozes para ser morto a flechados. Amarrado a um tronco de árvore, dispararam contra seu corpo numerosas flechas. Deixaram-no esvaindo-se em sangue, crentes que já estivesse morto. Uma senhora piedosa encontrou na floresta, levou-o para casa e ele se salvou. Segunda vez, porém, foi aprisionado quando apareceu diante do imperador, em uma festa pública. E então o mataram a cacetadas, barbaramente, diante da multidão. Ele foi, assim, duplamente martirizado, e duplamente agredido de modo violento. Pode ser considerado, no céu, o Padroeiro contra a violência. Em nossos dias, vivemos todos aterrorizados com a violência reinante por toda à parte e que nos ameaça constantemente. Nos grandes centros como nas cidades pequenas, o roubo, o assassinato a sangue frio, e mesmo a barbaridade com que homens sem alma atentam contra a vida alheia, são motivos de pânico e de horror. Estamos sempre sob o signo do medo. Peçamos ao poderoso São Sebastião, que experimentou duplamente o impacto da violência brutal, que nos assista e nos proteja. Que ele, por seu poder intercessor, livre nossas casas, nossas famílias e nossas pessoas do perigo de agressões violentas. Peçamos sobretudo que ele obtenha do céu para os criminosos o perdão e a mudança de coração.
Oração: São Sebastião, que fostes atingido por tão grandes sofrimentos e foste duas vezes vítima de violências; olhai para o nosso mundo tão violento, tão agressivo e perigoso. Tende piedade de todos nós somos constantemente perturbados pelo medo. Valei-nos nos momentos de ansiedade, livrai nossas casas do perigo dos assaltos e nossas vidas da ameaça da violência dos ladrões e criminosos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém. Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai. São Sebastião rogai por nós !
ORAÇÃO
Ó Glorioso mártir São Sebastião:
Nas minhas dúvidas, orientai-me;
Com vossa espada poderosa, salvai-me;
Da fome e das doenças, afastai-me;
Das setas do maligno, defendei-me,
Dos vícios e das drogas, libertai-me;
O caminho da Justiça e da verdade, mostrai-me;
Com o sangue precioso que derramastes, lavai-me;
Santo Guerreiro da Justiça e da Vida, amparai-me;
Das secas, das tempestades e da guerra, livrai-me;
Com o fogo do Espírito Santo, transformai-me;
Do medo e da violência, protegei-me;
Com a Santíssima Virgem Maria, abençoai-me;
Na hora de minha morte, serenai-me e conduzi-me em vossa companhia ao Reino celestial.
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MARTÍRIO DE S. SEBASTIÃO ", PAINEL PROTOMANEIRISTA PINTADO POR GREGÓRIO LOPES (1536) PARA A CHAROLA DO CONVENTO DE CRISTO EM TOMAR

O mártir está atado à coluna sobre o plinto de mármore. Já três setas lhe entraram nas carnes. A cabeça – circundada por um duplo halo – cai-lhe para a banda esquerda, mas nenhum sinal de dor se reflecte na fenda da boca e os olhos ainda não se fecharam por completo sob a cortina das pálpebras. Atentemos nos dois sagitários que ocupam o primeiro plano do painel. Só um deles, o que vemos à direita em uniforme militar quinhentista, assesta a sua arma sobre o corpo do mártir. O besteiro que está à esquerda parece apontar na direcção do verdugo do arco. Seria assim um protector do supliciado. Das três setas que lhe trespassam o corpo, uma só por sorte não atravessou o coração, o que representaria morte imediata por falência do aparelho circulatório. Outra está alojada na região do rim, um órgão vital, embora subsista incólume o rim direito e esse seja fisiologicamente suficiente para assegurar as funções depurativas próprias destes órgãos. A última entrou-lhe pela zona lateral do tórax, só por milagre não terá causado danos no pulmão. Não admira pois que após estas setas e mais as que se seguiram sem que delas pudesse o artista dar testemunho, se tenham convencido os carrascos da morte de Sebastião.

Sebastião era militar do exército romano no tempo dos imperadores Diocleciano e Maximiano. Corriam severos aqueles anos do final do século III, já se sentia vacilar o poder de Roma, e Diocleciano perseguia os prosélitos da fé cristã em todos os cantos do seu vasto Império. Veja-se que até à cidade de Olisipo, na distante província da Lusitânia, chegava a mão do implacável perseguidor: o martírio dos irmãos Veríssimo, Máxima e Júlia, ousados violadores dos éditos imperiais que proibiam a religião cristã. Sebastião, voltemos a ele, era um bom soldado. Tão bom e apreciado pela hierarquia militar que lhe foi atribuído o comando da primeira coorte imperial. A ingratidão de Sebastião, no entanto, não podia ter sido maior. Convertido ao cristianismo, aproveitou-se da sua posição de comando para catequizar os subordinados, subvertendo a disciplina castrense e prejudicando a religião oficial do Estado. E foi mais longe: tirando partido da sua posição e influência, converteu Nicóstrato e sua mulher Zoe, destacados cidadãos romanos; levou para a fé cristã Tranquilino, pai de Marco e Marcelino, mártires que viriam a merecer a graça da canonização; converteu também Cláudio, outro cidadão que pertencia à nata da sociedade de Roma, assim como as suas duas filhas. Foi por este cúmulo de acções, e pelo mais que a História não regista mas de que se suspeita, que Sebastião sofreu o martírio tal como vemos agora na obra do artista.

Detenhamo-nos então no painel. O besteiro protector de Sebastião, que vemos orientar a arma na direcção do archeiro seu colega, não apresenta o mesmo uniforme militar. Pelo trajo que usa e pela grossura do porte, comparando com os retratos da época, parece-se mesmo com o senhor D. João III, rei de Portugal, possível doador da obra para a charola do Convento de Cristo. Nessa qualidade, como era então usual, podia ser representado na pintura. D. Manuel, por exemplo, aparece como rei mago em vários retábulos de que foi doador. Por que razão não havia D. João III de figurar no painel como defensor do mártir? Tal representação teria a força de um voto. E a verdade é que, por graça concedida ou simples coincidência, viria o Rei a ter como sucessor no trono o seu desejado neto D. Sebastião, assim baptizado por ter nascido a 20 de Janeiro de 1554, dia do ano consagrado aos festejos do santo. Reparemos agora nas mãos de Sebastião – duas mãos direitas. A mão direita verdadeira está sobre a cabeça, o braço preso à coluna. A outra mão direita, a falsa, pois no seu lugar deveria estar a esquerda, surge por trás do corpo ao nível da cintura. Não tenhamos dúvidas, é uma mão direita que ali se mostra – a ser a esquerda não nos daria o polegar e o indicador na primeira linha da representação. Ora não é crível que um artista de tão alto gabarito, pintor régio de D. João III, formado na oficina de mestre Jorge Afonso, conhecedor das fulgurações das artes flamenga e italiana, se tenha enganado no desenho como um simples principiante. Grande era a arte deste mestre. Só em Tomar passou ele três anos de intenso labor, em plena maturidade criativa, realizando painéis para a charola do Convento de Cristo: além de “Martírio de S. Sebastião”, hoje no Museu Nacional de Arte Antiga, pintou o painel “Senhora dos Anjos”, que repousa no mesmo museu, estando ainda no local primitivo os painéis “S. Bernardo” e “Santo António Pregando aos Peixes”. E para o altar-mor da Igreja de São João Baptista, templo então dependente da Ordem de Cristo, realizou o artista o retábulo de que restam as peças “Degolação” e “Apresentação da cabeça de S. João Baptista”. Se um pintor desta craveira dá em trocar os dedos de uma mão de tal forma que a mesma passa de sestra a destra, alguma razão teria para o fazer.

E entramos na segunda parte da história de Sebastião. Julgado morto pelos seus algozes, o corpo cravado de setas, foi deixado na praça pública como exemplo, para que se soubesse de que forma o poder imperial castigava a deslealdade. Mas pela noite passou pelo local uma pobre viúva, de nome Irene, que vendo aquele corpo inanimado, ainda com um sopro de vida, o recolheu e tratou.Milagre ou mero resultado dos esforçados cuidados de Irene, Sebastião sarou. A seguir, vem a parte mais surpreendente da história: Sebastião decide apresentar-se a Diocleciano e reafirmar a sua fé cristã, declarando-se disposto a continuar a campanha de conversões, o que não agradou, como é de calcular, ao imperador. Daí que tenha ordenado a sua detenção imediata, mandando-o açoitar até à morte. E aqui está um paradoxo iconográfico que não sabemos como explicar, pois Sebastião não morreu das setas mas sim a golpes de chicote, e tal martírio raramente se vê representado nas imagens devotas.

Narrativa hermética, esta que o artista nos dá. Não só pelos dedos trocados, em que alguém já pretendeu ver uma referência à relíquia de S. Sebastião, um rádio do braço direito, saqueada por Carlos V de uma igreja de Roma, em 1527, e oferecida ao seu cunhado D. João III . A representação de duas mãos direitas, sendo a mão uma extensão do braço, teria um forte poder invocativo de tão importante relíquia. Mas também pelos múltiplos planos de difícil decifração em que se desdobra o painel para além do óbvio sacrifício de Sebastião. Uma coisa, no entanto, é clara: conta-se aqui uma história de intolerância religiosa. O evidente martírio de Sebastião, mas também o fanatismo de sinal contrário que se figura no plano do painel à direita do archeiro quinhentista. É visível que ocorre aí uma imolação pelo fogo: dois mártires estão presos aos mastros sobre a fogueira, alguém levanta uma cruz em direcção a eles, e uma grossa coluna de fumo sobe nos ares. Um auto-de-fé. Em 1536, ano da possível execução da obra, foi introduzida a Inquisição em Portugal. O artista não desperdiçou a oportunidade de testemunhar o momento histórico. Facilmente se passa de perseguido a perseguidor. É só deixar andar a roda do tempo. Uns anos mais tarde, em pleno delírio inquisitorial, já não poderia o artista fazer uso de tamanha liberdade criativa. Veja-se esta passagem das “Constituições Sinodais”, de 1565, divulgada pelos bispados portugueses a propósito da representação das “santas imagens”:

“…que as imagens sejão esculpidas, ou pintadas com muita decência, & que não contenhão, ou representem, cousas vãas, supersticiosas, ou aphocrifas, ou que dem (sic) ao povo occasião de erro, ou escandalo (…), que não incluam pessoas particulares vivas, ou defuntas, e que se conformem com os Mysterios, vida & milagres dos originais, que representarão, & assi na honestidade dos rostos, perfeição dos corpos, & ornato dos vestidos."

FONTE: http://sonhocomandavida.blogspot.com/2006/03/martrio-de-s-sebastio-painel.html

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FESTIVIDADES DE SÃO SEBASTIÃO EM IPAUMIRIM



O município de Ipaumirim, que dista 420 km de Fortaleza, vive nos dias 18, 19 e 20 de Janeiro as festividades do seu co-padroeiro São Sebastião. A romaria do santo atrai para a cidade milhares de devotos de várias partes do país sendo que dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e o Pernambuco por serem mais próximos, concentram o maior número de fiéis.
As comemorações religiosas alusivas a São Sebastião tem algumas nuanças bastantes peculiares. No dia 18 de Janeiro, os eventos realizados são voltados para a confraternização dos filhos da terra que nesse período vêm ao município para rever familiares e amigos e na noite desse dia revivem com saudade os bons momentos do passado através do “Carnaval da Saudade”. Essa atividade é realizada na Praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município.
O dia 19 de Janeiro tem como característica a parte mais festiva e social do evento. Nesse dia toda a população do município, bem como os visitantes, divertem-se nos bares e praças da cidade sendo que a noite uma grande atração musical faz show numa casa de forró, que fica superlotada e é bastante concorrida.
No transcorrer do dia 20 de Janeiro, dia dedicado a São Sebastião, no período da manhã, inicia-se a romaria à Pedra de São Sebastião, uma elevação rochosa que fica próxima da cidade e para a qual os devotos do soldado romano que se converteu ao cristianismo, deslocam-se e a sobem para assistir missa e com intuito de pagar promessas. Ainda no período da manhã desse mesmo dia é possível a todos os ipaumirinenses e aos visitantes se divertirem dançando muito forró nas casas de shows da cidade. No dia 20 durante a romaria a população do município praticamente dobra o que deixa a cidade com trânsito difícil, sendo comum os engarrafamentos nas partes centrais, bem como nas ruas que dão acesso à Pedra de São Sebastião. Esse fato demonstra a grandiosidade da festa e a necessidade de melhorar a infra-estrtura da cidade numa perspectiva futura.
A partir das dezesseis horas do dia 20 inicia-se o ponto alto da festa que nesse momento desnuda-se de atividades profanas e veste-se de toda religiosidade envolvida na Procissão de São Sebastião, onde milhares de fiéis percorrem as principais ruas da cidade levando a imagem do santo até a Igreja Matriz onde ocorre missa campal e uma grande queima de fogos para homenagear o santo co-padroeiro do município.
Na oportunidade, convidamos a todos para visitar o município durante as festividades, enfatizando que os ipaumirinenses são um povo acolhedor, alegre e bastante religioso. E aproveitamos ainda para convocar os amantes da poesia popular para um I Grande Festival de Poesia Popular de Ipaumirim, em praça pública, às 20:00hs, dia 20 de janeiro, com a presença de mais de 12 poetas renomados no pais como Geraldo Amâncio, Louro Branco, Moacir Laurentino e tantos outros que fazem a cultura popular de nosso país.

Leylton Nóbrega Nery

Vice-Prefeito de Ipaumirim

Patrocinador exclusivo do evento: I Grande Festival de Poesia Popular de Ipaumirim

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