quinta-feira, 13 de setembro de 2012

As periguetes venceram, ponto final

salto As periguetes venceram, ponto final

Sejamos francos: o que é uma periguete? Corrijam-me se eu estiver errado: é uma mulher que se veste de forma insinuante, com pouca roupa, faz questão de seduzir, sabe o que está fazendo e, normalmente, traduz isso em sexo.
Uma periguete transa com quem quiser, certo? Não sente culpa por ter uma vida sexual ativa e libertária. Estou generalizando? Creio que, na essência, é isso mesmo: essas mulheres são bem-resolvidas e decididas. Predadoras e selvagens. Ou não?
Claro que não. Uma menina pode se fantasiar de Suellen, mas isso não significa que ela quer namorar um time de futebol inteiro. Ela só quer se sentir bem com seu corpo e seus desejos. Ela é feliz. Aham.
Cleópatra, provavelmente, era uma periguete. Recatada, com certeza, não haveria de ser, tamanho o estrago que protagonizou. Esse exemplo para dizer que sempre houve as que arrastaram homens e impérios pelo focinho.
Mas por que, depois de milênios morrendo envenenadas, sendo queimadas vivas, assassinadas por homens ciumentos, renegadas em público, elas se tornaram aceitáveis, simpáticas, um exemplo a ser explorado?
Só pode ser um avanço, já que os marmanjos sempre agiram como canibais libidinosos com escravas aos seus pés. Nunca houve bons tempos. Os homens não prestam. Revanche.
Enfim, uma periguete se veste e se comporta como se estivesse disposta a transar com todo mundo. Mas desde que ela queira. OK? Ela manda. Percebeu o enorme obstáculo?
A gata seduz o universo masculino indistintamente, mas só aceita ser raptada por aquele espécie que ela elegerá de forma aleatória. Os outros? Que sejam civilizados e respeitosos. E o assédio sexual? Oras.
É claro que, na prática, isso nunca vai dar certo. Há tantas mulheres inteligentes quanto homens estúpidos e grosseiros. Fato. Estatisticamente, todas vão conhecer um desses palermas. Algumas até se apaixonarão por essas figuras. A maioria se dará muito mal. Mas todas sabem disso, não precisa avisar.
A novidade é que, pela primeira vez na história, essas rainhas estão em maioria. Ou se alastrando. Não só no Brasil, embora sejamos um país pioneiro no assunto. Basta observar as revistas de celebridades do mundo ocidental. Ou as chamadas dos portais da internet. As propagandas de cerveja. Os realities shows. A Angelina Jolie. As pop stars. Já era.
Estou tentando desenvolver um raciocínio frio, equilibrado, equidistante. Eu mesmo me interrompo: não vou conseguir. Olho para o lado e vejo que ser periguete é motivo de orgulho. Vestir-se como suburbana no cio deixou de ser ridículo e se tornou tendência.
A culpa não é da TV e do punhado de novelas e programas que tratam essas novas sirigaitas como heroínas. O entretenimento vai atrás da vida, nunca o contrário.
Ponto final. Precisamos rever os valores a serem passados para nossos filhos. E filhas. Só sei por onde começar: as periguetes venceram. Sejamos francos.
Marco Antonio Araújo

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