domingo, 2 de setembro de 2012

A internet e as eleições em IP


 
A eleição de IP em 2012 traz de antemão alguns pontos que chamam a atenção de quem olha de forma descomprometida para o contexto. Entre vários aspectos, alguns representam avanços consideráveis. Mesmo quem está longe e recebe informações de várias fontes percebe que algumas tendências  se manifestam e convivem com os velhos costumes.
 
 Os comportamentos são indicadores de mudanças que, acredito, devem se consolidar em longo prazo. Algumas porque os tempos não passam impunemente e outras porque novos fatores favorecem novas posturas.
 
Quem quer mudanças quer urgência mas as coisas caminham em ritmo próprio e novas configurações são elaboradas a partir de realidades que não correspondem às novas demandas. É mais ou menos como diz o ditado popular: “Não é porque as coisas nunca mudam que um dia elas não terão que mudar.” O direcionamento dessas mudanças depende de como se movem as redes de relações sociais ao longo do tempo.
 
Vou enumerar algumas coisas relacionadas entre si que percebo em IP no momento que antecede a eleição 2012.
 
A consolidação da internet e das redes sociais no contexto político local. Qualquer cidadão pode se expressar. E porque há liberdade de expressão, a comunidade precisa aprender uma nova forma de se relacionar num espaço comum que permite a diversidade de opiniões.

A internet também permitiu que, pela primeira vez, em IP, a maioria dos eleitores soubesse que existe uma coisa chamada plano de governo e que este documento precisa estar disponível para consulta. A despeito das trapalhadas, das cópias mal feitas, do descrédito das pessoas em relação aos propósitos desde que os tais planos longe estão da realidade do município ainda assim representa um avanço. A certeza que este documento pode ser lido  e criticado, com certeza, no mínimo, fará com que nas próximas eleições tenha-se um pouco mais de cuidado na sua elaboração. O importante é que agora temos acesso a informações que antes não tínhamos e que podem ser utilizadas tanto para orientar a reflexão e a opção de voto quanto para cobranças posteriores. Neste último caso, principalmente, se passar a tal lei que exige a definição e publicação das metas. Caminhamos na direção de um momento em que o acesso à informação é o motor das nossas decisões. Antes nos amarravam outros elementos. Hoje, é a informação que permite novos arranjos e compreensão das situações que envolvem tomadas de decisão.
 
Não somos mais um exército completo de tontos embora ainda resistam batalhões e companhias de tolos.
Outro fato positivo é que as pessoas estão aprendendo a conviver com as diferenças e com o direito de escolha. Elas não precisam mais ser inimigas eventuais porque votam em partidos diferentes. Isto enriquece as possibilidades de uma discussão mais produtiva e racional que trará benefícios ao município. Nesta mesma linha, dentro das próprias famílias as pessoas estão mais tolerantes. Elas não precisam votar no mesmo candidato para manter a harmonia da família. Pra quem viveu tempos passados, isso representava um conflito e uma falta de respeito. A leitura se inverteu. Hoje, a falta de respeito é não compreender que as pessoas têm vida própria e podem pensar por si mesmas. A igualdade de pensamento - traduzida anteriormente por lealdade - já não pode ser o elemento padrão que define as relações e os contratos no interior das famílias. Muitas léguas foram percorridas para chegar aqui. Muitas ainda temos a percorrer. 
Na próxima semana, vamos discutir a relação entre intenção e gesto na política em IP.  Você, se quiser, pode mandar sua opinião sobre este assunto ou sobre o próximo tema de discussão que publicaremos. Apenas temos uma exigência: não lidamos com anonimato. O nosso e-mail é luiza_ipaumirim @yahoo.com.br.
ML

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