A eleição de IP em
2012 traz de antemão alguns pontos que chamam a atenção de quem olha de forma descomprometida
para o contexto. Entre vários aspectos, alguns representam avanços consideráveis.
Mesmo quem está longe e recebe informações de várias fontes percebe que algumas
tendências se manifestam e convivem com os velhos costumes.
Os comportamentos são indicadores de mudanças
que, acredito, devem se consolidar em longo prazo. Algumas porque os tempos não
passam impunemente e outras porque novos fatores favorecem novas posturas.
Quem quer
mudanças quer urgência mas as coisas caminham em ritmo próprio e novas
configurações são elaboradas a partir de realidades que não correspondem às
novas demandas. É mais ou menos como diz o ditado popular: “Não é porque as
coisas nunca mudam que um dia elas não terão que mudar.” O direcionamento
dessas mudanças depende de como se movem as redes de relações sociais ao longo
do tempo.
Vou enumerar algumas coisas
relacionadas entre si que percebo em IP no momento que antecede a eleição 2012.
A consolidação
da internet e das redes sociais no contexto político local. Qualquer cidadão pode se expressar. E porque
há liberdade de expressão, a comunidade precisa aprender uma nova forma de se
relacionar num espaço comum que permite a diversidade de opiniões.
A internet
também permitiu que, pela primeira vez, em IP, a maioria dos eleitores soubesse
que existe uma coisa chamada plano de governo e que este documento precisa
estar disponível para consulta. A despeito das trapalhadas, das cópias mal
feitas, do descrédito das pessoas em relação aos propósitos desde que os tais
planos longe estão da realidade do município ainda assim representa um avanço. A
certeza que este documento pode ser lido e criticado, com certeza, no mínimo, fará com que
nas próximas eleições tenha-se um pouco mais de cuidado na sua elaboração. O
importante é que agora temos acesso a informações que antes não tínhamos e que
podem ser utilizadas tanto para orientar a reflexão e a opção de voto quanto
para cobranças posteriores. Neste último caso, principalmente, se passar a tal
lei que exige a definição e publicação das metas. Caminhamos na
direção de um momento em que o acesso à informação é o motor das nossas decisões.
Antes nos amarravam outros elementos. Hoje, é a informação que permite novos
arranjos e compreensão das situações que envolvem tomadas de decisão.
Não somos mais
um exército completo de tontos embora ainda resistam batalhões e companhias de
tolos.
Outro fato
positivo é que as pessoas estão aprendendo a conviver com as diferenças e com o
direito de escolha. Elas não precisam mais ser inimigas eventuais porque votam
em partidos diferentes. Isto enriquece as possibilidades de uma discussão mais
produtiva e racional que trará benefícios ao município. Nesta mesma linha,
dentro das próprias famílias as pessoas estão mais tolerantes. Elas não precisam
votar no mesmo candidato para manter a harmonia da família. Pra quem viveu
tempos passados, isso representava um conflito e uma falta de respeito. A
leitura se inverteu. Hoje, a falta de respeito é não compreender que as pessoas
têm vida própria e podem pensar por si mesmas. A igualdade de pensamento - traduzida
anteriormente por lealdade - já não pode ser o elemento padrão que define as
relações e os contratos no interior das famílias. Muitas léguas foram
percorridas para chegar aqui. Muitas ainda temos a percorrer.
Na próxima
semana, vamos discutir a relação entre intenção e gesto na política em IP. Você, se quiser, pode mandar sua opinião sobre
este assunto ou sobre o próximo tema de discussão que publicaremos. Apenas
temos uma exigência: não lidamos com anonimato. O nosso e-mail é luiza_ipaumirim
@yahoo.com.br.
ML
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