O programa de inclusão social tem uma
proposição clara: vamos continuar com o pires na mão. Emancipar transferindo
renda sem buscar outro horizonte é incentivar o indivíduo a depender do Estado
e, por conseguinte adiar ações absolutamente necessárias para sair dessa dependência
abusiva. Abusiva em todos os sentidos principalmente em relação a quem paga
impostos e banca obrigatoriamente essa relação simbiótica e doentia entre o
poder público e seus representantes e entre estes e o seu séquito de caçadores
de tostões.
Por uma questão de justiça, não
podemos esquecer que a prefeitura tem feito apostas interessantes através do
CRAS mas o que mata a proposta geral é o incentivo à dependência.
.“Aumentar a oferta de programas
complementares, como capacitação profissional, alfabetização de adultos,
cooperativismo e ações de educação, cultura, esporte e lazer para famílias em
situação de vulnerabilidade social.”.
Conforme dados do
IPECE, tendo como base dados RAIS2010/TEM, o número de empregos formais de IP apresenta
a seguinte composição: Administração Pública (477), Serviços (18), Comércio
(47), indústria de transformação (37). As mulheres formam a grande maioria na
administração pública. Conforme dados do IBGE, de 2011, um expressivo
percentual dos trabalhadores de IP ganha de ¼ de SM até 1SM.
Se o município não se
desenvolve pois não busca alternativas de fontes de renda e geração de
empregos, isso quer dizer que tudo vai ficar para o poder público sustentar ou
o município vai preparar novas levas de migrantes?
Em relação às políticas específicas,
não há criatividade nas proposições. A
mania que todo mundo tem de falar no que está na moda é um primor da fantasia eleitoral.
Em relação à pessoas
com deficiência, apenas registra-se o nosso atraso em relação ao cumprimento do
Decreto Federal citado. “Assegurar a acessibilidade das pessoas com deficiência
promovendo a adaptação de calçadas e acessos a prédios públicos, o transporte
especial, o acesso a órteses e próteses e a capacitação de familiares para a
reabilitação baseada na comunidade, de acordo com o Decreto Federal 5296/04.”
No item Juventude,
predominam os projetos federais e algumas coisas se repetem por conta dos
entrelaçamentos entre ações. Tem um ponto nevrálgico neste item: todo mundo
sabe e faz de conta que não sabe que a droga é uma realidade em IP. Ninguém
quer enfrentar por conta da violência que envolve esta questão. Achei a proposta
pouco propositiva em relação ao assunto.
Esse problema tem que ser enfrentado em todos os níveis. A mídia tem
apontado isso, o município tem uma posição estratégica que beneficia as
contravenções. É preciso enfrentar o problema com firmeza e serenidade. Apostar
numa juventude saudável pode ser uma saída. A prevenção é urgente. É preciso
cuidar dos jovens e de suas famílias. Desde que somos acanhados em buscar
investimentos que gerem postos de trabalho, uma atuação positiva em educação, cultura,
esporte e lazer podem ajudar. Se isto não acontecer, o único horizonte possível
para a juventude é dançar. Afinal, promover festanças dá mais visibilibidade,
menos trabalho e é muito menos oneroso que investir em áreas cujos resultados
não costumam se revelar na mesma velocidade que a ressaca do dia seguinte.
Essas políticas de
minorias eu credito na rubrica da simulação, na vontade de parecer atualizado e
politicamente correto. Serão possíveis ações eventuais mas não aposto que vai
haver investimento nessa direção. Podem acontecer ações esporádicas.
O item inclusão
social tem muito proselitismo e quem o elaborou não se deteve a observar tanto
as suas contradições quanto como está repetitivo em relação a outros itens que
com ele se relacionam diretamente.
ML
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