sexta-feira, 27 de julho de 2012

Comentário


O programa de inclusão social tem uma proposição clara: vamos continuar com o pires na mão. Emancipar transferindo renda sem buscar outro horizonte é incentivar o indivíduo a depender do Estado e, por conseguinte adiar ações absolutamente necessárias para sair dessa dependência abusiva. Abusiva em todos os sentidos principalmente em relação a quem paga impostos e banca obrigatoriamente essa relação simbiótica e doentia entre o poder público e seus representantes e entre estes e o seu séquito de caçadores de tostões.

Por uma questão de justiça, não podemos esquecer que a prefeitura tem feito apostas interessantes através do CRAS mas o que mata a proposta geral é o incentivo à dependência.

.“Aumentar a oferta de programas complementares, como capacitação profissional, alfabetização de adultos, cooperativismo e ações de educação, cultura, esporte e lazer para famílias em situação de vulnerabilidade social.”.

Conforme dados do IPECE, tendo como base dados RAIS2010/TEM, o número de empregos formais de IP apresenta a seguinte composição: Administração Pública (477), Serviços (18), Comércio (47), indústria de transformação (37). As mulheres formam a grande maioria na administração pública. Conforme dados do IBGE, de 2011, um expressivo percentual dos trabalhadores de IP ganha de ¼ de SM até 1SM.

Se o município não se desenvolve pois não busca alternativas de fontes de renda e geração de empregos, isso quer dizer que tudo vai ficar para o poder público sustentar ou o município vai preparar novas levas de migrantes?  

Em relação às políticas específicas, não há criatividade nas proposições.  A mania que todo mundo tem de falar no que está na moda é um primor da fantasia eleitoral.

Em relação à pessoas com deficiência, apenas registra-se o nosso atraso em relação ao cumprimento do Decreto Federal citado. “Assegurar a acessibilidade das pessoas com deficiência promovendo a adaptação de calçadas e acessos a prédios públicos, o transporte especial, o acesso a órteses e próteses e a capacitação de familiares para a reabilitação baseada na comunidade, de acordo com o Decreto Federal 5296/04.”

No item Juventude, predominam os projetos federais e algumas coisas se repetem por conta dos entrelaçamentos entre ações. Tem um ponto nevrálgico neste item: todo mundo sabe e faz de conta que não sabe que a droga é uma realidade em IP. Ninguém quer enfrentar por conta da violência que envolve esta questão. Achei a proposta pouco propositiva em relação ao assunto.  Esse problema tem que ser enfrentado em todos os níveis. A mídia tem apontado isso, o município tem uma posição estratégica que beneficia as contravenções. É preciso enfrentar o problema com firmeza e serenidade. Apostar numa juventude saudável pode ser uma saída. A prevenção é urgente. É preciso cuidar dos jovens e de suas famílias. Desde que somos acanhados em buscar investimentos que gerem postos de trabalho, uma atuação positiva em educação, cultura, esporte e lazer podem ajudar. Se isto não acontecer, o único horizonte possível para a juventude é dançar. Afinal, promover festanças dá mais visibilibidade, menos trabalho e é muito menos oneroso que investir em áreas cujos resultados não costumam se revelar na mesma velocidade que a ressaca do dia seguinte.

Essas políticas de minorias eu credito na rubrica da simulação, na vontade de parecer atualizado e politicamente correto. Serão possíveis ações eventuais mas não aposto que vai haver investimento nessa direção. Podem acontecer ações esporádicas.

O item inclusão social tem muito proselitismo e quem o elaborou não se deteve a observar tanto as suas contradições quanto como está repetitivo em relação a outros itens que com ele se relacionam diretamente.

ML

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