(membro da ACI)
Fiquei estarrecido ao tomar conhecimento que o
Deputado Federal paulista Guilherme Mussi (PSD) apresentou na Câmara dos
Deputados, um projeto de lei, por sinal, já aprovado pela Comissão de Viação e
Transportes, com parecer favorável do parlamentar federal mineiro, Newton
Cardoso, para que os veículos de propriedade dos deputados federais passem a
usar placas oficiais da própria Câmara, o que equivale a dizer que, em caso de
autuação por infração de trânsito, quem vai pagar a multa é aquela Casa, ou
seja, nós, o povo.
A cada dia, a esperança dos brasileiros bem
intencionados, de passarem a contar com um Parlamento sério, digno e ético,
ainda está muito distante da realidade, cabendo, infelizmente, grande parte da responsabilidade, ao próprio
eleitor, que, na hora de sufragar o seu voto, deixa, geralmente, se levar pelo discurso
bonito e leviano do candidato, sem antes, analisar a sua vida pregressa, e suas
verdadeiras intenções e propósitos para com a coisa pública.
Os maus exemplos estão a acontecer
sucessivamente sem cessar, deixando-nos cada vez mais perplexos e intringados.
Vejam o caso do Senador Demóstenes Torres –
figura até bem pouco tempo, considerada um congressista exemplar e autêntico –
e agora envolvido em irregularidades absurdas, sendo motivo de investigação por
parte de uma CPMI, estando, inclusive, passivo de cassação do mandato.
E, para aumentar a nossa decepção, fazem parte
dessa comissão investigatória, elementos suspeitos, também comprometidos, pois
respondendo, segundo o jornal O TEMPO, de BH, edição de 26-04-2012, a ações
penais e a inquéritos, a saber:
Senadores Jayme Campos (DEM-MT), e Fernando
Collor de Melo (PTB-AL), Deputado Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Deputado Federal
Protógenes Queiróz, Senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), e o Deputado
Federal Luiz Pitiman (PMDB-DF), Deputado Federal Mauricio Quintella (PR-AL), e
o Deputado Federal Silvio Costa (PTB-PE).
Por ordem, eis os crimes pelos quais os citados
parlamentares estão sendo processados:
O 1º responde a uma AP (Ação Pública) por
crimes contra a fé pública e a três inquéritos diferentes (delitos praticados por funcionários públicos
contra a Administração Geral, crime de responsabilidade e crime contra a Lei de
Licitações). Já o 2º, ex-presidente da República, é alvo de duas ações penais –
corrupção passiva e peculato e crimes conta a ordem tributária. O 3º, por sua
vez, responde a dois inquéritos (Fase Preliminar de investigação que pode
resultar ou não na abertura de ação penal), um por crimes da Lei de Licitações
e outro por crimes eletorais. O 4º, Delegado Licenciado da Polícia Federal
Protógenes Queiróz, responde a uma AP por
quebra de sigilo funcional e fraude. O processo contra ele refere-se a ações
cometidas como o responsável pela
Operação Santiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas. O 5º, Senadora
Vanessa Grazziotin e o 6º, Deputado Luiz Pitiman, respondem a inquérito por
crimes eleitorais. O 7º, Deputado Mauricio Quintella, a um inquérito por
peculato, enquanto o 8º, Deputado Silvio Costa, a uma ação penal por crimes
contra a honra – ele foi processado pelo ex-colega Raul Jungmann (PPS-PE).
A referida CPMI, composta de deputados federais
e senadores, tem como objetivo investigar a relação do bicheiro Carlinho
Cachoeira com políticos e agentes privados, em especial, a Construtora Delta.
Esperamos que, mesmo com a inconveniência de
dela fazer parte, gente comprometida com o crime (conforme o exposto acima),
essa Comissão chegue a um resultado que satisfaça os que nela acreditam!
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