domingo, 28 de fevereiro de 2010

Há quem pense diferente


Não apenas sobre terremotos e seus efeitos mas sobre as grandes discussões de meio ambiente os que pensam diferente discutem interesses políticos e comerciais que a grande mídia insiste em ignorar. Nem quero falar da polêmica da Conferencia de Copenhague, nem dos alarmismos infundados e posteriormente desmentidos sobre a dissolução das geleiras e coisa e tal.

Hoje, a discussão é sobre a preparação do Chile que teria evitado efeitos e transtornos similares ao Haiti.

Transcrevo apenas um comentário sobre uma matéria que saiu no uol.com.br sobre o terremoto do Chile.

"Impressiona a rapidez com que se chega a diagnósticos comparativos como este. Você percorre jornais em todas as línguas e o palpite é o mesmo: o Chile estava mais preparado que o Haiti, o que justificaria a enorme diferença em vítimas e danos materiais. Citam-se então dois pontos principais: melhores construções e resposta de emergência eficiente.O terremoto no Chile foi 900 vezes mais potente que o no Haiti, argumenta-se, sendo que se contam cerca de três centenas de vítimas ao passo que no Haiti foram mais de duas centenas de milhares.Ora vejamos. No Haiti, muitos hotéis e hospitais, construídos no padrão normal de concreto nos melhores bairros da capital, desabaram completamente. Seria necessário, pois, que as construções chilenas fossem 900 vezes mais fortes para justificar a diferença. Alguém crê nisso?Segundo ponto: resposta de emergência mais eficiente no Chile. Ora, se os edifícios não desabaram, esse fator se tornou muitíssimo menos importante. Tanto que não se vêem cenas dramáticas de resgate.Fator que realmente contou: o terremoto no Haiti ocorreu a apenas 13 quilómetros de Porto-Príncipe e a DEZ QUILÓMETROS ABAIXO DA SUPERFÍCIE. Eis aí a diferença fundamental. Ademais, a escala que mede os efeitos na superfície (não só em edifícios) não é a Richter, e sim a Mercalli, e nesta o terremoto no Haiti mediu 9, ao passo que o no Chile mediu 7. Notícias como essa propicia a que pescadores de águas turvas saiam vendendo mundo a fora teconologia "antisísmica" semelhante à chilena. Relembro o terremoto de Kobe, em 1995, de magnitude 7,2 na escala Richter, em que 200 mil construções desabaram, viadutos e rodovias, e mais de 6 mil pessoas perderam a vida. O Chile não está melhor preparado que Kobe."

O comentário é assinado por Cesário Alexandria
Fonte:
Não tenho competencia nem conhecimento para tecer comentários e/ou julgamentos mas apenas observar que o senso comum que rola na mídia nem sempre deve ser tragado em primeira hora.

Nenhum comentário: