quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sem preconceitos

Caro Samuel,

Grato por me enviar o Mundo Muçulmano em powerpoint. Partindo do pressuposto de que está correta a projeção demográfica mencionada é de se esperar que esta "profecia" se torne realidade e a cultura européia e norte-americana sofra transformações nas próximas décadas se islamizando dia a dia. Dialeticamente, a cultura é viva e mutante há milênios. Se os ocidentais sofrem já a influência de seus habitantes muçulmanos, por outro lado creio que a recíproca é verdadeira - os "ocidentais" também influenciam os "orientais".

Por exemplo, o inglês, francês e mesmo o português são falados por muçulmanos na Europa, África, Índia, China, Indonésia... Israel e Territórios Ocupados. A cultura viva ocidental é assimilada pelo resto do mundo nos costumes, linguas, diversões, meios de comunicação e negócios. Tudo isto é parte da cultura em transformação diuturna - temos o football inglês em quase todas as culturas (o Corinthians paulista) ; olimpíadas gregas em Beijing, filmes franceses no Sudeste asiático e norte da África; o jornalismo da BBC fazendo escola no Al-Jazeera do Golfo e por aí vai. Certamente a miscigenação ibérica, produto da presença muçulmana por 800 nos, nos deu a belíssima mulher brasileira cujo perfil pode ser visto na Andaluzia, Tunísia, Índia e Palestina.

O navegador português - por ser bom de cama - soube espalhar a sua cultura pelo mundo a forae o sírio-libanês se miscigenou tão bem no Brasil dando-nos o urologista Miguel Srougi, o procurador Michel Temer, o industrial Paulo Salim Maaloof...

O historiador Amos Elon em entrevista ao seu jornal Haaretz lembrou que a exogamia costumeira dos franceses e ingleses possibilitaram a colonização européia do Terceiro Mundo. A professora Tania Kaufman é antropóloga e pode dissertar sobre cultura melhor que eu. Em suma, o ocidente tem tudo a ganhar com a assimilação de suas populações muçulmanas. Chartres continuará sendo visitada bem como Buckingham, a catedral de Colônia, a mansão onde viveu Karl Marx em Trier pois Islã tem Moisés e Jacob e Jesus como seus profetas.

A cama - sem camisinha - é o melhor e mais agradável cadinho cultural.

Abraços, Henrique.

As imagens e o texto recebi do Prof. Roberto Benjamin que, por sua vez, recebeu do Prof. Henrique Levy (autor do texto), meus ex-professores e sempre amigos do coração.

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