sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Eu morro e não vejo tudo


Porno-pacifista

Tim Franks, um jornalista da BBC em Jerusalém, entrevistou o senhor Avi Levy. Avi Levy tem um site pornográfico de encontros sexuais. Até aqui nada de novo. A originalidade deste pornógrafo é organizar encontros de objectivo sexual inequívoco entre israelitas e árabes. A grande descoberta de Levy foi ter percebido que havia ali um nicho de mercado, que se revelou altamente lucrativo. Na entrevista, Levy manifesta uma atitude digna dos intelectuais progressistas de ambos os lados da barricada, que apregoam o entendimento e a convivência entre muçulmanos e judeus. Avi Levy responsabiliza os políticos pelos conflitos e afirma que as populações querem viver em paz e fazer amor o mais possível. Entrou no mercado de filmes pornográficos e continua promover a integração das culturas rivais. Os actores são voluntários e não fazem aquilo por dinheiro. Só «porque são exibicionistas», afirma Levy, que aproveita para esclarecer que são todos maiores de idade e ninguém se droga. Um pormenor deste negócio é, além da absoluta discrição quanto aos utentes, o pagamento com o cartão de crédito fica registado como «abastecimento de gasolina». O Médio Oriente é outra coisa.

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 23-10-09.

Nenhum comentário: