Recebi a mensagem acima de Leonor Cordeiro. Gostei tanto que repasso a todos.
Gente de Ipaumirim. Vida de Ipaumirim. Tempos de Ipaumirim. Alagoinha... Ipaumirim...... memória..... raízes... atualidades....... por novos tempos..... novos olhares...... espaço aberto a todos......
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Feliz ano novo
Recebi a mensagem acima de Leonor Cordeiro. Gostei tanto que repasso a todos.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Adeus, juventude

Fonte: Folha de S.Paulo
domingo, 28 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
VII ENCONTRO DOS FILHOS E AMIGOS DE IPAUMIRIM
A Associação Cultural e Recreativa de Ipaumirim - ACRI - convida V.Sa. e família para participarem da Festa dos Filhos e Amigos de Ipaumirim nos dias 18 e 19 de janeiro de 2009.
PROGRAMAÇÃO
Dia 18 de janeiro de 2009
19h - Missa em Ação de Graças
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
20.30h - Homenagem aos poetas e escritores filhos e amigos de Ipaumirim
21h - Festa Dançante
Local: Praça da Matriz
Banda Arquivo (Juazeiro do Norte)
Marcos Rogério (Cajazeiras)
23h - Show Pirotécnico
24 h- Grande Carnaval da Saudade
19h - Entrega de títulos beneméritos aos agraciados
Local: Câmara Municipal de Ipaumirim
21h - Coquetel na Câmara Municipal de Ipaumirim
Pequenos gestos fazem um mundo mais solidário

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
2008: a hora e a vez do sapato
E vc, em quem atiraria o sapato? Selecione e envie para o blog (luiza_ipaumirim@yahoo.com.br ) que publicaremos.
2009 chegando...

SE FOR PRA FUGIR ...QUE SEJA DO ÓCIO.
SE FOR PARA SUAR ... QUE SEJA A DOIS.
SE FOR PARA PASSAR APERTO ... QUE SEJA DE ABRAÇOS.
Mensagem enviada por Flávio Lúcio para os filhos e amigos de Ip. Vc também pode enviar suas felicitações de ano novo através do nosso blog. Basta enviar seu texto para luiza_ipaumirim@yahoo.com.br
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Operação Conjunta Anti-desmonte
Poema de natal
Para isso fomos feitos:
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
FELIZ NATAL
F E S T A D A S L U Z E S

Tereza Halliday
O milagre foi assim: o templo, lá na Judéia, havia sido profanado por invasores. Graças a Judas Macabeu e seus irmãos, os hebreus conseguiram botar o exército greco-sírio para correr. Está na Bíblia: Livro I, Macabeus. Depois da profanação, o templo precisava ser purificado e re-consagrado. A cerimônia ocorreu na noite do 25º dia do mês de Kislev, no calendário hebraico. Era o ano 165 a.c. Naquela noite, só havia um tiquinho do óleo de oliva sagrado, combustível bastante para manter a chama do Templo acesa apenas por um dia. Mas a candeia luziu milagrosamente por oito dias. Narrativas de milagres consolam a Humanidade sofredora desde o começo do “ouvi contar...”
O milagre da multiplicação do azeite e a vitória dos resistentes judeus sobre seus opressores são comemorados até hoje nas sinagogas e residências dos que mantêm as tradições judaicas. Em belíssimo candelabro de nove hastes – a menorah - oito velas são acesas sucessivamente, a cada dia. A quinta vela, no centro, chamada “a servidora”, é usada para acender as demais. Segundo a tradição, o lampadário deve ficar perto de uma janela ou porta aberta, “a fim de divulgar o milagre”. Quitutes, cantos, doação de moedas às crianças e troca de presentes realçam o evento, nutrido pela memória ancestral. É a Festa das Luzes - Hanukkah ou Chanukah (pronuncia-se ranucá). O termo significa inauguração, consagração, ato de dedicar. O dicionário Houaiss o registra aportuguesado: chanucá.
A Festa das Luzes sempre acontece no mês de dezembro do calendário cristão. Em 2008, começou no dia 21. Não é por acaso que as celebrações de Hanukkah e do Natal de Jesus (não confundir com o natal das lojas) combinem suas alegrias numa mesma época. O cristianismo é cria do judaísmo. Como todas as crias, cresceu e assumiu idéias próprias. Jesus era judeu de quatro costados, com formação judaica. Sua última ceia (considerada, na simbologia cristã, o momento da instituição da Eucaristia) era a ceia da Páscoa Judaica, que ele, como bom judeu, celebrava. Maria, sua mãe, reverenciadíssima pelos católicos, era judia, do time das mulheres fortes que a precederam: Rute, Judite, Ester. Os doze primeiros apóstolos eram todos judeus.
Não dá para os cristãos negarem suas raízes judaicas. E os judeus podem orgulhar-se de que um dos seus, Jesus de Nazaré, pregando amor, compassividade e concórdia, tornou-se a maior celebridade de todos os tempos, com o mais alto status perante Deus e os que vieram a chamar-se “cristãos”. Em visita à França este ano, o papa Bento XVI afirmou: “Quem é anti-semita, é anticristão”. Acrescento: e vice-versa.
Impossível não encantar-se com estas duas celebrações dezembrinas: Chanucá e Natal. Que, a cada ano, o clarão da menorah e o lume da Estrela de Belém se reencontrem. O mundo está muito precisado de um mutirão de Luz.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Do algodão de fibra longa à maconha: um percurso compartilhado
"Sertanejo do norte
Vamos plantar algodão
Ouro branco que faz nosso povo feliz
que tanto enriquece o país
Um produto do Nosso Sertão. "
(Algodão, Zé Dantas e Luiz Gonzaga)
Eu nasci no tempo em que Ipaumirim vivia entre duas expectativas: o inverno e a colheita do algodão. Feira no domingo, loja cheia de fregueses comprando para pagar depois da safra. Nem todo mundo era bom pagador, tinha os caloteiros de sempre mas a grande maioria honrava seus compromissos. Anotadas em um livro, as dívidas esperavam a colheita. Ruas e calçadas amontoadas de fardos de algodão processado, na época, por Souza Fernandes & Cia.
Tempos de cadeiras nas calçadas e quase nenhum carro na rua. Tudo tão simples, a forma de vestir, os hábitos alimentares, a arquitetura das casas, as festas religiosas, os bailes, o natal com o mercado aberto durante a noite com as banquinhas vendendo miudezas. Coisas que são do domínio das lembranças e lá devem ficar para não permitir comparações ingênuas.
A produção de algodão acabou e o município desde então nunca recebeu um olhar do poder público que buscasse novas alternativas de sobrevivência. Sem gerar riquezas, a atividade comercial entrou em decadência. O município passa a viver das eventuais frentes de trabalho, do empreguismo público e, nos últimos tempos, das aposentadorias dos idosos. Uma comunidade sem tradição de organização e participação, pouca disposição para discutir o seu destino, uma politicagem de favorecimentos fulanizados, baixo IDH, muito desemprego, nenhuma importância econômica e/ou política. Aí está o cenário adequado para aventuras desastrosas.
Acontece que este pobre município tem uma localização estratégica. Fica praticamente às margens da BR 116, próximo a rodovia BR 230, fronteira com a Paraíba, oferece vias alternativas de tráfego dentro e fora do estado, em várias direções, fica próximo da região mais complicada de Pernambuco, tem um solo adequado a plantações que não demandam exigentes tratos culturais e uma comunidade exposta ao descaso. O que é que precisa mais?
Por outro lado, os jornais mostram todo dia que há uma política de expansão das drogas e que uma das estratégias seria financiar campanhas políticas em cidades interioranas do Nordeste inclusive elegendo quando possível seus próprios representantes. Essa discussão não é nova, ainda no inicio da campanha a mídia registrou alguns casos, salvo engano, na Paraíba. Também não é novidade que o tráfico tem além do segmento mais brutalizado que dá conta do serviço pesado, um segmento empresarial que faz a lavagem do dinheiro e um segmento político composto por representantes do povo com o qual é bastante generoso no financiamento das campanhas. Já está tão banalizado que nem surpreende mais. De norte a sul do país não faltam exemplos. É só ler os jornais.
O que existe de novo, no caso de Ip, é que as portas foram escancaradas e não dá mais para fazer de conta que o problema não existe. As noticias nos jornais, nos burlescos programas policiais nos envergonharam, desmoralizaram a campanha política municipal e fragilizaram o PTB local.

Da maconha ao crack, o limite é tênue. E o crack é o fim da linha e um caminho sem volta.
sábado, 20 de dezembro de 2008
Álbum da semana
A importância da vocação
Por Cairo Arruda
A formação do caráter do ser humano começa, fundamentalmente, segundo os especialistas, no periodo de 0 a 7 anos, fase em que os seus pensamentos e sentimentos precisam ser cuidadosamente avaliados e valorizados, pois os seus sentidos são muito aguçados, e captam tudo que se passa ao seu redor, seja positivo ou negativo.
Outro fator igualmente importante e necessário em relação ao futuro da criança, é que haja unidade de pensamento na ação dos pais, quanto à orientação que lhe é transmitida, sem se falar na indispensabilidade do bom exemplo, partindo de ambos. Não adianta
aconselhar o filho para e bem, e na prática, fazerem diferente.
Um outro ponto que temos a considerar, também de grande significação, é o ligado à vocação, às aptidões.
Hoje, devido, principalmente, às dificuldades de ordem material, e da competitividade, boa parte dos pais se preocupa mais no sentido de que os filhos abracem profissões de maior retorno financeiro, sem, muitas vezes, levarem em conta o lado vocacional dos descendentes.
A prole dos meus saudosos genitores é constituida de 8 rebentos – 5 homens e 3 mulheres.
A atividade do meu pai, (que tinha vocação para medicina), logo que se casou, aos 21 anos, era o comércio de farmácia, negociando em Tururú, então distrito de Uruburetama, na região Norte do Ceará. Todos os partos de minha mãe, foram acompanhados por ele, sem precisar ir à maternidade, até por que naquela época, tinha-se que se recorrer às parteiras curiosas, e, só em casos mais graves, era-se obrigados a procurar hospital, a considerável distância.
Nos idos de 1950, já residindo em Barro-CE, mesmo tendo optado por fundar e dirigir um pequeno educandário, ao invés de instalar uma farmácia (para não competir com um seu amigo, proprietário do único estabelecimento farmacêutico), dados os seus conhecimentos nessa área, ele era chamado para prestar assistência a doentes, tanto da cidade como da zona rural do municipio, tendo, nas mais das vezes, que se deslocar a cavalo, pois veiculo era fruta rara naqueles tempos.
Certamente, reconhecendo que eu tinha uma certa vocação para essa atividade, sempre me levava de carona (garupa), o que muito me contentava, pelo passeio e até mesmo, por curiosidade, em vê-lo curar os enfermos, na maioria, pessoas carentes, desprovidas de condições materiais de buscar médicos em centros mais adiantados, com enorme distância daquela localidade. Por conta disso, deixou alí inúmeros compadres e afilhados.
Moral da história: abracei no futuro, onde permaneci por 25 anos, (havendo um certo interregno), o comércio de farmácia, como prático e gerente. Mas, quero chegar mesmo ao caso da minha secretária doméstica, Ana Lúcia, (quarentona, mãe e avó), que estuda à noite, cursando o 3º ano do EJA, poetisa de vocação, que recentemente participou de um concurso de poesias intercolegial, sendo contemplada com o 1º lugar, na Escola Estadual Wanderley Ferreira de Resende.
Ip sai da obscuridade e estreia em grande estilo no mundo do crime
Maconha vendida: a droga foi levada para a delegacia avançada da PF em Juazeiro do Norte e deverá ser destruída. A Polícia continua a operação na Região Sul
Droga foi encontrada em Ipaumirim. Quatro traficantes foram presos e outro acabou morrendo em tiroteio com a Polícia
Veja detalhes no site:
http://diariodonordeste.globo.com/materia
Ip também é reportagem de capa do jornal O POVO
Vereador
Mais de uma tonelada de droga encontrada em sítio
Vá ao site: http://www.opovo.com.br/opovo/ceara/
Ipaumirim - CE - Maconha renderia aos traficantes cerca de R$ 270 mil
Maiores detalhes no site:
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
E ainda tem gente que reclama da vida...
A farra dos vereadores
Um par de sapatos seria pouco. Se um cidadão exaltado quisesse reagir à altura, nada menos do que 58 senadores haveriam de ser o alvo de projéteis semelhantes aos atirados pelo jornalista iraquiano Muntader al Zaidi contra o presidente norte-americano George W. Bush, em episódio de vasto apelo midiático.
Foram 58 os votos favoráveis, numa sessão do Senado que se estendeu noite adentro, à emenda constitucional que aumenta o número dos vereadores em atividade -se cabe o termo- nos municípios brasileiros.
Como se não bastassem os mais de 50 mil que já existem, o Senado apoiou, por ampla maioria, a criação de mais 7.343 cadeiras nas Câmaras Municipais de todo o país.
Não apenas os fisiologistas contumazes do PMDB e os seus cúmplices da base governista se associaram nessa expedição de assalto aos interesses do contribuinte e à credibilidade das instituições democráticas. Dos santarrões da oposição, foram poucos os que não viram nesse inchaço artificial das tropas legislativas uma oportunidade para acomodar novos e velhos correligionários. Apenas seis senadores (cinco votos contrários e uma abstenção) não quiseram endossar a medida.
A emenda já constituía um insulto quando foi aprovada, dias antes, pela Câmara dos Deputados. No Senado, decidiu-se ir além, retirando um dispositivo que previa -pelo menos- limitar os gastos que a medida fatalmente haveria de provocar.
A própria Mesa da Câmara, considerando que o Senado modificou o teor da emenda, resolveu submetê-la a nova avaliação. Não será, portanto, promulgada agora -o que pelo menos impedirá que a medida entre em vigor na legislatura a ser iniciada no mês que vem. Ganha-se algum tempo, e ninguém perde os seus sapatos. Artigo de valor, sem dúvida, nos dias que correm.
Da adolescência à “evelhescência”
Desde a adolescência, (quando aluno da saudosa Escola Agro-Técnica Vidal de Negreiros, sediada em Bananeiras-PB, onde estudei, juntamente com os manos Marley e Télámon, por três anos, em sistema de internato), venho acompanhando as atividades e a conseqüente evolução dos Correios, a hoje Empresa de Correios e Telégrafos – ECT.
Naquela época, década de 50, - os nossos pais moravam em Barro-CE. - , essa Empresa era uma espécie de bom Papai Noel para nós, ao transportar mensalmente, as gulozeimas para as nossas merendas, e um dinheirinho para algumas despesas extras, pois a antiga Escola (atualmente “estadualizada” e sem aquele conceito e eficiência de outrora), nada deixava a desejar em matéria de disciplina, aprendizagem e assistência a seu alunado.
Àqueles tempos, eu já era um admirador do trabalho dessa Estatal, dada a sua utilidade, presteza e segurança, e cito até algumas estorinhas jocosas, envolvendo-a: um colega cujos pais residiam numa cidade do interior paraibano, assim se expressou num telegrama – “Papai estou usando cabeleira envie brilhantina glostora urgente”. Um outro, enviou ao genitor este despacho telegráfico:”Papai estou sem merenda envie banana caçuá correio”.
Hoje, já “envelhescente” (termo que está em voga entre os idosos da elite), considero os Correios, uma das empresas brasileiras que mais tem evoluído, quanto à eficiência, dinamismo, seriedade, confiabilidade e segurança, em suas atividades dentro e fora do território brasileiro, competindo em pé de igualdade com as congêneres de paises de primeiro mundo.
Um dos serviços que presta, também digno de muito elogio, é o de SEDEX, atendendo pontualmente aos seus usuários, seja pessoa física ou jurídica, de leste a oeste, de norte ao sul do País.
Uma outra tarefa que a ECT desempenha com sabedoria e presteza, é a de Representante do BRADESCO, o conhecido Banco Postal, com expediente diferenciado dos demais estabelecimentos bancários, ou seja, das 9 às 17 horas, atendendo a empresas e cidadãos, pronta e eficientemente, em horário elástico.
Na parte social, contribui de maneira admirável, para com as crianças carentes de até 12 anos de idade, promoção denominada Papai Noel dos Correios, iniciada há mais de 10 anos, que atua dos grandes centros populacionais até os mais distantes grotões do Brasil, e que consiste em arrranjar patrocinadores para presentear aqueles gurís-remetentes de cartinhas solicitando presentes, por ocasião do Natal.
Por tudo isso, e outras coisas tantas, da adolescência à “envelhescência”, continuo sendo um grande simpatizante e modesto usuário dos Correios, pelo excelente e profícuo trabalho que presta a todas as classes sociais brasileiras.
E-Mail: cairomiri@yahoo.com.br
Concordando com Lula
Lula: Brasil não precisa de mais 7 mil vereadores
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou nesta sexta-feira a decisão do Congresso Nacional de aprovar a criação de mais 7.343 vagas de vereadores. Durante café da manhã com jornalistas, o presidente observou que, apesar de não dever se intrometer nas decisões tomadas pela Câmara ou pelo Senado, a determinação de se...ampliarem as cadeiras nas assembléias legislativas não resolve os atuais problemas enfrentados pelas cidades. "Não vejo necessidade de mais sete mil vereadores. Não tenho o direito de interferir nas decisões da Casa legislativa, mas não vejo necessidade. Não serão mais sete mil vereadores que irão resolver os problemas das cidades", comentou. Ontem, a mesa diretora da Câmara dos Deputados barrou a tentativa do Senado de confirmar um aumento de 14,1% no número de vereadores do país sem previsão de corte de gastos. O projeto havia sido aprovado pelos senadores em uma sessão durante a madrugada, mas Câmara se recusou a promulgar a proposta de emenda à Constituição, barrando o aumento dos cargos, por considerar que o texto aprovado pelos deputados havia sido modificado. Condenando a "hostilidade" provocada pela iniciativa dos deputados, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), anunciou que pretende recorrer do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Ip ridicularizado
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Cristão no mundo miserável
O teólogo Leonardo Boff completa hoje 70 anos de idade. Para comemorar a data, a editora da UFMG e Fundação Perseu Abramo acabam de lançar, pela coleção Intelectuais do Brasil, o volume "Leituras Críticas sobre Leonardo Boff" (R$ 36). No volume dedicado ao pensamento de Boff, nomes como Juarez Guimarães, João Batista Libanio, Patrus Ananias e Juan José Tamayo analisam a obra de um dos mais importantes pensadores dos últimos 50 anos.
Colunista do jornal "O TEMPO", Boff conversou com exclusividade com o Magazine. Na entrevista, ele fala entre outros assuntos, da Teologia da Libertação, de sua relação com o atual papa Bento XVI e dos rumos do mundo contemporâneo.
O senhor certa vez afirmou: "Fato curioso; a Teologia da Libertação nasceu simultaneamente em vários países da América Latina, sem que houvesse um contato dos vários teólogos entre si. Como se o Weltgeist hegeliano nos tivesse tomado e irrompesse na forma de um discurso articulado. Nunca ouvira falar em Gustavo Gutiérrez". Gostaria de começarmos a entrevista por ai. Poderia lembrar aqueles anos em que o senhor formulou a Teologia da Libertação?
Em 1970, o senhor voltou da Alemanha depois de ter concluído seu doutorado segundo o senhor "sob os auspícios do teólogo Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI". Gostaria, se possível, que o senhor falasse um pouco desta relação entre a sua obra e o teólogo Ratzinger. Alguns teólogos, apontam Ratzinger como um dos teóricos mais importantes para responder a Teologia da Libertação. Poderia falar um pouco disto?
R - Nunca fui aluno direto de J. Ratzinger. Ouvi muitas palestras dele quando estudava em Munique. Nelas fazia criticas ao centralismo romano e e a rigidez doutrinária da teologia oficial. Somente a partir de 1969 me aproxmei dele por ocasião da publicação da minha tese. Ela era muito grande, quase 600 páginas e não achava editor. O prof. Ratzinger leu e fez grandes elogios a ela a ponto de por iniciativa própria arranjou uma editora e disponibilizou, acho de alguma fundação, cerca de 14 mil marcos para que pudesse ser publicada. Depois tive encontros esporádicos em Roma e na Alemanha. Certa vez na fila de cumprimentos ao Papa João Paulo ele me viu, tirou-me da fila e me apresentou pessoalmente ao Papa com palavras elogiosas. Foi ai que o Papa disse que estava se preparando para vir ao Brasil - isso foi em 1979. O papa me disse: "Estou lendo um livro de você, devagar, devagar". É que estava treinando seu português. Depois tive que encontrá-lo por ocasião da inquirição nos espaços da Congregação para a Doutrina da Fé sobre o meu livro "Igreja: carisma e poder". Devo dizer que ele sempre foi extremamente gentil. Mesmo fazendo críticas a certas posições teológicas minhas, quando interrogado pelos jornalistas, sempre teve palavras antes elogiosas que críticas, chegando a dizer em Bolonha que eu era um homem piedoso e inteligente e que, um dia, iria reencontrar meu caminho de fidelidade doutrinal à cátedra de Pedro. Os dois documentos que escreveu sobre a Teologia da Libertação, um negativo e outro positivo, no meu modo de ver nunca revelaram que tivesse entendido no fundo o que estava em jogo com a Teologia da Libertação. Mais que uma reflexão teórica é uma prática de amor e de solidariedade com o destino trágico dos pobres que na América Latina são simultaneamente oprimidos e cristãos. Portanto, algo que nasce profundamente da experiência cristã. A nossa questão era e continua sendo: pode a fé cristã que está no povo ser mais do que mera resignação e unicamente resistência e fazer-se uma inspiração para a indignação e para a libertação? Nós cremos que a segunda possibilidade é a mais adequada e verdadeira pois está na herança de Jesus que não aceitou o mundo como estava e teve uma atuação libertadora. Não foi em vão que morreu na cruz e não de velho na cama, cercado de disciípulos. E nós o fazíamos a partir da prática de Jesus e não do marxismo. Dizer o contrário é caluniar a maioria dos teólogos que dedicaram o melhor de suas vidas e alguns foram até martirizados em nome desta opção evangélica. O que mais me dói é que irmãos persigam outros irmãos exatamente por uma causa que nos deveria unir: a paixão por Deus unida à paixão pelos últimos da fila, os condenados e ofendidos da Terra.
Seus textos sempre serviram de base para as novas gerações de teólogos latino-americanos. Senão vejamos: o senhor publicou "Jesus Cristo Libertador" em 1972. A partir dai, seus textos começaram a servirem de base para novas gerações de teólogos latino-americanos. Em 1984, foi punido a um "silêncio obsequioso" e proibido de se manifestar publicamente, por um ano por causa do seu livro "Igreja, Carisma e Poder" (1981).Em 1992, voltou a ser condenado e resolveu então deixar a Ordem dos Frades Menores. Poderia contar um pouco de como foi esta decisão de deixar a Igreja?
R - Eu nunca deixei a Igreja. Deixei de exercer uma função, a de padre, dentro da Igreja. Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes. Ocorre que na vida de um teólogo podem ocorrer situações em que suas opiniões teológicas nem sempre coincidem com as opiniões oficiais do magistério. Pertence à tarefa do teólogo pensar a realidade a partir da fé e não simplesmente repetir a doutrina estabelecida. Isso é cômodo e até preguiçoso. O teólogo deve avançar e atualizar a mensagem face aos desafios atuais para que ela continue boa notícia. Ela não é boa notícia simplesmente pelo fato de ser conservada e recitada. Ela deve trazer luz para a vida, partindo das situações concretas. No fundo, o evangelho deve ser uma coisa boa e não um pesadelo para a humanidade. Eu tentei fazer isso e continuo fazê-lo pois vivemos apenas uma única vez neste mundo e deve valer a pena viver e pensar aquilo que achamos o mais adequado para o momento atual. Caso contrário, fazemos do cristianismo um recipiente de águas mortas e não uma fonte de águas vivas. Curiosamente quase todos os teólogos que foram um dia condenados, depois, mais tarde, quando nem estavam mais vivos, foram reabilitados. E a instituição procura então se apropiar das contribuições que trouxeram, fazendo-as suas quando, na verdade, ela as condenou. Quando tivermos a devida distância histórica e os conflitos tiverem perdido sua atualidade então veremos que no céu de nossa fé brilharão estrelas como Dom Pedro Casaldáliga, Dom Heldér Câmara, Gustavo Gutierrez, Ivone Gebara, José Comblin, João Batista Libanio só para falar dos nossos que foram colocados sob suspeita e até condenados. Eles serão considerados os testemunhos qualificados da fé nas turbilências dramáticas de nosso tempo. Gostaria de estar entre eles. Mas isso pertence à história e não ao meu desejo.
Uma das mais interessantes características de sua obra é que o senhor consegue ser profundo e, ao mesmo tempo, ser um fenômeno de vendas. É realmente popular, pelo menos para os que tem acesso ao livro no Brasil. Qual o segredo de conseguir ser profundo e ao mesmo tempo tão claro?
R - Eu escrevo para mim mesmo, para resolver as questões que eu sinto e com elas padeço. Ocorre que quando sintonizamos com o nosso tempo, estas questões doloridas não são apenas pessoais. São de toda uma geração ou da condição humana vivida nas atuais situações. Escrevo, claro, porque devo entender eu mesmo as questões e suas eventuais respostas. Um autor só é lido quando consegue estabelecer um elo com o profundo das pessoas. Quando as pessoas se sentem sintonizadas com ele e exclamam: ele diz aquilo que eu pressentia e gostaria tambem de ter dito. Fazer isso não constitui nenhum segredo. Basta ser sincero consigo mesmo e honrar a realidade assim como ela se apresenta e não escamoteá-la, edulçorá-la ou distorcê-la.
O senhor se formou em Petrópolis e estudou inclusive com Frei Boaventura Kloppenburg na década de 60. Entrevistei, certa vez, o falecido Padre Vaz que, por estes anos, morava e dava aula em Petrópolis. Ele então me contou a sua influência na Ação Popular (AP). Primeiro gostaria de saber se o senhor teve aula com ele. E se ele algum dia, os senhores conversaram sobre suas obras respectivas.
R - Eu nunca pertenci à AP. No tempo em que ela era mais atuante eu estava estudando na Europa. Com referência ao padre Vaz devo dizer de minha profunda admiração e reconhecimento por sua lucidez e alta qualidade intelectual. Estimo mesmo que é a nossa cabeça filosófica mais brilhante. Não só dos nossos dias mas de nossa história. Não temos, lamentavelmente, uma tradição filosófica consistente. Ele sobressai como uma palmeira real soberana por sobre a floresta de nossos pensadores. Dominava toda a tradição a começar pelos gregos, passando pelos medievais e culminando em Hegel e os modernos. Sua reflexão é feita em cima das fontes. Ele se mede com os gigantes e não com os comentaristas, embora os conhecesse e os citasse nos rodapés. Mas discute com Aristóteles em cima dos textos gregos da metafísica ou com Hegel em sua "Fenomenologia do Espírito" em alemão. Se ler é sempre reler e se pensar é sempre interpretar, então Vaz é um mestre do pensamento, da releitura e da interpretação atualizadora. Vale revisitá-lo com frequência. Sempre se aprende com ele. Apenas lhe faço uma pequena restrição. Ele se movia com grande desenvoltura dentro do paradigma grego e ocidental. Mas quem vem do conflito das interpretações e da emergência de novos paradigmas, como eu pretendo vir, se sente um pouco sem ar. Pode-se ir além do canon ocidental. Temos muito que aprender de outras formas de aproximação filosófica da realidade. Mas isso em nada diminui minha admiração pelo mestre, apenas constato que nenhum pensamento diz tudo e que toda reflexão tem limites embora com grande alcance como a extraordinária aventura intelectual dos gregos.
Qual foi a importância que Dom Hélder Câmara teve para sua vida?
R - Dom Helder foi o verdadeiro fundador da Teologia da Libertação. Foi ele que, entre nós, por primeiro, deu centralidade aos pobres. Foi ele que fez as primeiras críticas ao modelo desenvolvimentista que era um desenvolvimento do subdesenvolvimento. Foi ele que disse nos meados dos anos 60 de século passado, numa reunião dos bispos latino-americanos no Uruguai que deveríamos buscar a libertação integral. Os profetas e ele era um dos grandes, sempre se antecipam aos teólgos. Além de profeta, era um bom pastor e um fino poeta. Sempre guardarei com carinho o bilhete que mandou entregar a mim e a meu irmão também teólogo, Clodovis:" Quando de madrugada levanto para rezar e penso nos irmãos Boff então canto e danço". Só esse louvor me santifica ou pelo menos faz Deus ter misericórdia de todos os erros que tiver cometido no campo da teologia. Guardo com infinita ternura a última frase que me disse uma semana antes de partir para o Pai: "Nós fomos sempre amigos, muito amigos".
Gostaria que o senhor falasse um pouco de uma de suas maiores preocupações atuais: a Ecologia. Nos seus artigos para O TEMPO o senhor sempre toca neste ponto.
R - Já nos anos 80 do século passado me dei conta de que a Teologia da Libertação não devieria escutar apenas o grito dos pobres, mas tambem o grito da Terra, dos animais, das florestas, das águas, pois estão sendo terrivelmente oprimidos e até exterminados. Só auscultando os dois gritos, a Teologia da Libertação seria integral. Dai nasceu o meu livro mais importante dos últimos tempos: "Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres". Hoje devemos tomar absolutamente a sério o que os cientistas nos revelaram: que não estamos indo ao encontro do aquecimento global senão que já estamos dentro dele e que não podemos parar a roda, apenas diminuir-lhe a velocidade. Este fato representa em termos ecológicos uma devastação, pois grande parte das espécies vivas não dispõe do tempo suficiente para adaptar-se e começarão a desparecer. Também milhões de seres humanos, dependendo de onde vivem, poderão estar ameaçados. E se nada fizermos a própria espécie humana corre risco de desaparecer. Então a opção-Terra é central. Se não salvarmos a Terra, liquidamos as bases que possibilitam qualquer outro projeto humano. Na verdade, o problema não é a Terra, pois ela pode continuar sem nós. Nós somos o meteoro rasante que pode prejudicar profundamente a biosfera e nos varrer deste planeta. Aqui se impõe uma mudança rápida nas formas de produção e de consumo, poupando os recursos escassos e repartindo-os com um mínimo de equidade entre os seres humanos e os demais seres da comunidade de vida. Temos pouco tempo e nos falta sabedoria. Podem ocorrer grandes dizimações. Mas creio que o instinto de vida é mais forte que a pulsão de morte. Acabaremos por sobreviver porque, feitos de pó estelar, nossa vocação é brilhar.
Nas últimas semanas o senhor tem escrito sobre a crise financeira internacional. O senhor está otimista com os rumos que a humanidade vai tomando? Esta crise vai mesmo ensinar ao ser humano alguma coisa?
R - Creio que chegamos a uma crise terminal. Quer dizer, assim como está, não podemos mais continuar. O paradigma que formou o Ocidente nos últimos quatro séculos e que foi globalizado não dispõe mais de virtualidades internas para oferecer uma solução aos problemas que ele mesmo criou. O veneno não pode ser o remédio. Muitos analistas já o disseram: ou mudamos ou vamos ao encontro da escuridão. Temo muito que os "cappi" do sistema e os donos do poder econômico e militar (em último termo é este que conta, quer dizer, a capacidade de matar e de pôr fim ao projeto planetário humano) não se advirtam da gravidade dos riscos e pensem que devemos incentivar mais do mesmo. A solução seria ter ainda mais capitalismo, mais mercado, mais competição e principalmente mais produção e mais consumo. Então vamos perceber que a Terra não aguenta mais esta voracidade. O limite do sistema é o limite da Terra que já foi superado em 30%. Estamos num impasse final. Somos obrigados a reinventar a economia, a política, a ética societária e uma espiriualidade que nos devolvam esperança e assim nos garantam um futuro para nós e para a Casa Comum, nossa velha e querida Mãe Terra.
'Estamos numa crise terminal'
O senhor chegou a ser elogiado por Bento XVI?
Publicado em: 14/12/2008
Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=98388
MPF ABRE FISCALIZAÇÃO DE CONTAS DOS PREFEITOS DERROTADOS
Depois da Operação Anti-desmonte, desencadeada pelo Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que investigou desmandos dos prefeitos derrotados nas eleições, agora é a vez do Ministério Público Federal abrir os olhos para os atuais administradores municipais. O MPF vai fiscalizar as Prefeituras para saber quem deixou de aplicar corretamente os recursos federais. Essa decisão foi anunciada no final da tarde de hoje, como você pode ler outros detalhes com informações da assessoria de imprensa do Ministério Público Federal.
MPF/CE vai fiscalizar prestação de contas de prefeitos que estão deixando o cargo
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) vai fiscalizar e acompanhar a prestação de contas dos prefeitos que entregarão o cargo em janeiro de 2009. Com essa finalidade, estão sendo instalados, no âmbito da instituição, procedimentos administrativos para cada município em que o dirigente não teve o mandato renovado.Serão fiscalizadas as prestações de contas relacionadas a convênios, contratos de repasse e instrumentos correlatos envolvendo recursos federais que venceram durante o mandato dos dirigentes, bem como o resguardo da documentação necessária para que o sucessor na prefeitura apresente a devida prestação de contas a vencerem após 31 de dezembro de 2008.De acordo com o procurador da República Alessander Sales, “muitos dos prefeitos que entregam o cargo não apresentam as prestações de contas que venceram no seu mandato”. Em períodos como esse, de transição nas prefeituras, cresce a demanda no MPF envolvendo ausência de prestação de contas. Iniciativas semelhantes a essa adotada no Ceará estão sendo desenvolvidas em outros estados brasileiros por unidades do Ministério Público Federal.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Fim de ano em ritmo de Formula 1

Alguma coisa precisa falhar. No meu caso, o sacrificado, entre outras coisas, foi o blog. Não foi desatenção a ausência de parabéns no aniversário de Ip. Eu tinha planejado uma homenagem bonita em nosso blog. Mas nem isso. Hoje, entrei só para marcar presença.
Publico o artigo de Cairo. Felicito aos aniversariantes da semana. Compartilho a alegria dos que tiveram filhos aprovados no vestibular porque tive essa felicidade. Torço para os que ainda estão fazendo as provas e para aqueles que esperam resultados. E volto aos meus afazeres para encerrar o ano sem sensação de que fiquei devendo alguma coisa. Espero na próxima semana estar mais aliviada e conseguir entrar em 2009 com a saúde mental razoável porque este ano foi pra deixar de miolo mole. Bom domingo para todos.
Por Cairo Arruda
“ A lei de causa e efeito ou lei do carma, pode ser sintetizada na conhecida frase: ‘o homem colhe o que semeia’.
Segundo essa lei, as ações, os sentimentos e os pensamentos produzem efeitos que retornam a quem os gerou a curto, médio ou longo prazo. Assim, o que é vivido hoje determina o futuro, e por isso em alguns idiomas pouco filosóficos costuma-se empregar a palavra destino para traduzir o termo sânscrito Karma ou Karman, embora ela não seja adequada, pois o termo sânscrito engloba conteúdos mais amplos como, por exemplo, o impulso ao surgimento da moral.
Pela sua precisão e clareza, a lei do carma é sobremaneira simples, tanto de compreender como de levar em conta em nossa vida diária. Foi uma das primeiras apresentadas à humanidade. Podemos ver um dos seus aspectos mais primários na Bíblia, quando Moisés afirma: ‘Olho por olho e dente por dente.’
A lei do carma nada mais é que um aspecto material, de uma lei abrangente: a Lei do Equilíbrio, que rege a inteira existência.
Para o homem comum, a lei do carma é um instrumento de purificação e a ‘escola’ em que aprende a usar o livre-arbítrio.
Enquanto o ser humano tenta às cegas construir sua existência terrena, a lei do carma o acompanha como um mestre de infinita sabedoria; enquanto desvasta áreas do Planeta; maltrata e mata animais em proveito próprio, e inconscientemente se lança ao prazer e ao deleite, a dor e o sofrimento – agentes da lei do carma – são os meios mais adequados para o seu ensinamento.”
Não é por acaso, que a própria natureza se encarrega de lhe dar a resposta, na forma de terremotos, ciclones e temporais, como acaba de ocorrer em Santa Catarina; catástrofe que comoveu a todos os brasileiros, pela sua gravidade e conseqüencias.
Em se fazendo uma profunda reflexão , pondo-se de lado o emocional, sobre o que ali vem ocorrendo, em termos de flagelo provocado pelo excesso de chuvas – em que dezenas de vidas foram exterminadas, muitos se encontram desalojados e desabrigados, e outros tantos, tudo perdendo materialmente – podemos chegar à triste conclusãode que aquela gente está sendo vítima da ação negativa de uma parte da população que desconhece a lei do carma coletivo e a quem só interessa o lado material.
Para quem não sabe, é em Santa Catarina que se registra a maior matança legalizada de animais, em comparação com outros Estados, através de empresas que exploram a atividade frigorífica.
Já tivemos o ensejo de aqui afirmar, como citação de terceiros: “De certo modo representamos para os animais o que Deus representa para nós”. Existe uma relação espiritual muito estreita e forte entre os reinos Humano e Animal, que deve ser respeitada.
Lamentamos profundamente a situação por que passam os nossos irmãos catarinenses, e com eles nos solidarizamos neste momento de aflição e de dor, na esperança de que o Divino Mestre atue com clemência sobre os portadores de espírito pouco evoluido, para que passem a pensar mais no bem-estar do povo catarinense do que nos seus interesses materiais!
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Atenção radialistas de IP e região

Quem te viu, quem te vê
Responsável pela formação de milhares de estudantes da Região do Cariri, a Escola Agrotécnica Federal Professor Augusto Lima, em Lavras da Mangabeira, é o retrato do descaso, da indiferença e da falta de zelo das autoridades governamentais. Desde 2001, a escola está abandonada, embora durante dois anos, a Prefeitura do Município tenha ocupado um dos prédios como sede da Secretaria de Agricultura. Esta matéria é o principal destaque da edição desta semana do Jornal do Cariri.
O professor José Ivan de Figueiredo, que acompanhou a reportagem do Jornal do Cariri na visita às dependências internas do colégio, não esconde a revolta e emoção diante de tanto abandono. ‘’Uma escola como esta, que chegou a ter 1.200 alunos, com 500 estudantes internos, não era para estar abandonada como se encontra hoje. Vejo tudo isso com muita tristeza, com sofrimento, lamento e revolta’’, afirma indignado o professor José Ivan que, entristecido, tem os olhos molhados com as lágrimas que ameaçam descer ao rosto diante da revolta que sente por se deparar com o descaso.
O relato do professor José Ivan de Figueiredo mostra que a Escola Agrotécnica Federal Professor Augusto Lima passa à margem das preocupações dos Governos Municipal, Estadual e Federal. Ao longo dos últimos oito anos, a Escola Agrotécnica não recebeu atenção da prefeita reeleita Dena Oliveira (PMDB), nem do deputado federal Eunício Oliveira, que, mesmo tendo a oportunidade de apresentar emendas ao Orçamento da União para recuperá-la, não o fez nos últimos oito anos.
‘’Toda a estrutura física do colégio está deteriorada, está precisando de socorro. É um absurdo todo este patrimônio estar entregue as baratas. Não se viu mais ninguém desde este abandono’’, acrescenta José Ivan, esperançoso de um dia ver a história e a escola reconstruídas em Lavras da Mangabeira.

O deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) disse, ao ser procurado pelo Jornal do Cariri, que já conversou com o Governo do Estado para transformar a Escola Agrotécnica em CEFET (Centro Federal Tecnológica). Eunício disse ter sido aluno da escola, assim como o vice-governador Francisco Pinheiro, e, em 2009, o CEFET será uma realidade. A prefeita de Lavras da Mangabeira, Dena Oliveira (PMDB), foi procurada, mas não atendeu, nem retornou as ligações da nossa reportagem.
Colaboração Amaury Alencar
Fonte: http://www.cearaagora.com.br/index.htm
O símbolo mais perturbador da ruína do sistema educacional público vem de Lavras da Mangabeira. O JC, nesta edição, traz a denúncia do abandono, físico e político, da tradicional Escola Agrotécnica Professor Augusto Lima, fundada na metade do século passado, com milhares de formados, dentre os quais muitos dos filhos da elite da cidade. As lágrimas do professor José Ivan Figueiredo sintetizam o abandono do local. Cupins, morcegos e formigas correm a estrutura física.
Antes dessas pragas, outras, que atacam a alma, já corroeram o espírito dos dirigentes políticos de Lavras da Mangabeira, tornando-os cegos e inertes ante a destruição de um dos antigos modelos da velha educação pública brasileira. O caso da Escola Agrotécnica é retumbante. Silencia qualquer explicação. Desmonta qualquer desculpa. Revela a mentalidade das lideranças sociais e políticas de Lavras.
Para que conservar uma escola pública, quando nossos filhos podem estudar na capital, em instituições privadas? Para que investir em um local que serviu ao passado, mas agora só interessa às famílias mais humildes, cuja consciência é - segundo pensam - comprável a cada eleição? Terra de um político nacionalmente conhecido, o deputado Eunício Oliveira, cuja irmã é a prefeita, já no segundo mandato, Lavras da Mangabeira convive com a situação vergonhosa da invasão da escola por posseiros, além do desvio na estrutura e na finalidade da agrotécnica.
Nenhum voz se ergueu, até agora, para expor o problema ou apresentar soluções. Os deputados estaduais, a prefeita Dena Oliveira e seu irmão, o deputado Eunício Oliveira, têm agora a oportunidade concreta de adotar medidas, ou exigir de quem as possa providenciar, em favor da recuperação desse antigo símbolo da educação no Cariri. Admitindo-se, é claro, que uma situação dessa gravidade era desconhecida desses influentes atores políticos.
Ao menos se agirem agora, ficarão apenas com a responsabilidade pelo desinteresse em acompanhar a realidade de Lavras. O que importa é a resolução imediata das causas desse abandono, que deixou o professor José Ivan Figueiredo no estado de prostração descrito na reportagem.
Lavras é um município com elevados índices de pobreza e baixos patamares de desenvolvimento humano. A vocação agrícola foi determinante para a criação da Agrotécnica nos anos 1950. Ainda hoje essa realidade persiste. O que não se entende é como se atingiu esse nível de abandono.
Mais do que a própria incompreensão com esse estado de coisas, deve-se investigar suas causas e punir seus responsáveis. Não se concebe que a escola haja chegado a esse nível de deterioração sem que quaisquer providências concretas hajam sido tomadas para interromper esse processo degradante. Sempre se argumenta que a educação é a solução dos problemas nacionais. As verbas para o setor são continuamente aumentadas. Mas, uma constatação singela do episódio da Escola Agrotécnica de Lavras é a distância entre o discurso fácil, proferido de tribunas dos parlamentos e dos palanques políticos nas eleições, e a postura efetiva de enfrentamento das deficiências do setor.
Os efeitos desse descaso, que agora se refletem na própria estrutura de uma escola, são maiores e diretos na vida de milhares de jovens, cujo futuro estará irremediavelmente comprometido pela supressão de uma fonte de acesso a uma vida melhor. Lavras não pode deixar sua escola de formação de técnicos agrícolas morrer. Nem Lavras, nem a Prefeitura, o Governo do Estado e o Governo Federal. A responsabilidade é de todos. O desastre foi constatado.
O abandono é notório. Não há desculpas. Não há remendos. A situação demanda ação. Ação concreta, imediata e efetiva. O JC, com essa matéria, presta um serviço não somente a Lavras, cujos líderes políticos parecem não levar tanto em consideração como deviam, mas a todos os municípios do Cariri. Quantas Escolas Agrotécnicas não existem em nossa região, abandonadas e esquecidas? Esse é um caso ímpar, pelo elevado grau de depauperação e descaso. Mas, como ele, outros devem existir e estão a merecer a ação concreta das autoridades. A morte de uma escola é a condenação ao futuro de jovens. As futuras gerações serão as maiores vítimas dessa omissão deliberada cometida nos dias de hoje. A Escola Agrotécnica de Lavras precisa de socorro.
Abandonada pelo poder público e com a sua construção sendo destruída, ao poucos, pela ação da natureza, a Escola Agrotécnica Federal Professor Augusto Lima tem 72 famílias que ocupam boa área de suas terras. Algumas famílias ocupam parte dos prédios. Outras, que residem na sede do Município, estão produzindo arroz, feijão e milho.
Famílias que perderam tudo nas enchentes deste ano, também, encontram nas terras da Escola Agrotécnica um abrigo e um meio de garantir renda para se sustentar. O professor José Ivan manifesta outras preocupações senão houver a intervenção do poder público. "Estão surgindo freqüentes roubos porque até arames das cercas retiram e levam para vendê-los. Se eu não tivesse uma ação enérgica até um dos transformadores que estava em um dos postes da rede elétrica tinha sido roubado", expôs José Ivan, ao dizer que, em 2001, quando a escola ficou abandonada a Coelce suspendeu o fornecimento de energia. Hoje, a energia está religada porque cada posseiro é responsável pelo próprio consumo. José Ivan relata, ainda, que durante muito tempo a água de um dos açudes da propriedade era retirada para alimentar a produção de capim, enquanto moradores da cidade eram abastecidos com carro pipa.
Com as chuvas deste ano, segundo ele, o nível da água aumentou e os posseiros criam peixe que os permite um completo de renda. Ele cita, também, que um trator velho, que está no pátio do colégio, é o exemplo do abandono.
A posseira Maria Nilza da Silva que, sem ter onde morar passou a ocupar um dos galpões da Escola Agrotécnica, disse, ao conversar com a nossa reportagem,que passou a morar nas terras do colégio porque tudo estava abandonado. `´Não tinha para onde ir e como o governo está com uma área desta sem nenhuma utilidade, resolvi me apossar.
Aqui estou pelo menos garantindo um teto para morar porque eu perdi tudo que tinha em minha casa na cidade com as fortes chuvas deste ano´´, afirma dona Maria Nilza, ao dizer passa dificuldades para se alimentar com o marido e os dois filhos, mesmo plantando milho e feijão.