Por Cairo Arruda (membro da ACI)
A eleição do palhaço Tiririca para Deputado
Federal por São Paulo, é um exemplo típico de que a classe política brasileira
(com raras exceções) está deveras desacreditada, e que estamos vivenciando uma
séria carência de líderes propriamente ditos.
Quem vem acompanhando de perto a vida
político-partidária do passado ao presente, pode, com conhecimento de causa,
fazer uma comparação de comportamento entre os homens públicos daquela época e
os de agora.
Naqueles velhos tempos, para um parlamentar
chegar a ser eleito Presidente da Câmara dos Deputados e/ou do Senado,
necessitava ter bons antecedentes, competência comprovada e liderança junto aos
seus pares. Atualmente, para isso acontecer, prevalecem os conchavos
político-partidários, e também os interesses e conveniências do Poder
Executivo. Cite-se o exemplo de José Sarney e Renan Calheiros...
Saudosos tempos de partidos fortes –
destacando-se UDN e PSD – de parlamentares de espírito partidário, íntegros,
fiéis às suas convicções, e que colocavam o Parlamento e a Pátria acima dos
seus interesses.
Recordo-me
de alguns deles. Em São Paulo: Franco Motoro, Ulisses Guimarães, Mário
Covas; No Rio de Janeiro: Nelson Carneiro (autor do projeto de lei do
divórcio), Carlos Lacerda (por sinal, um grande tribuno); no Rio Grande do Sul:
Leonel Brizola, Pedro Simon (que ainda está na ativa), Getúlio Vargas; Em Minas
Gerais: Plinio Salgado, Tancredo Neves, Itamar Franco, Afonso Arinos, José
Açencar; No Ceará: Virgilio Távora, Martins Rodrigues, e o piauiense que fez
política na Terra Alencarina, Flávio
Portela Marcilio, que foi honroso Presidente da Câmara Federal; Na Paraíba: João Agripino, Humberto Lucena
(salvo engano, Presidiu a Câmara dos Deputados), Pedro Sátiro, Ruy Carneiro; Em
Pernambuco: Miguel Arrais (cearense que fez sua carreira política em terras
pernambucanas, chegando a governador);, Jarbas Vasconcelos (ainda exercendo o
cargo de senador); Em Alagoas: Teotônio Vilela; Na Bahia: Juraci Magalhães, Rui
Barbosa, Valdir Pires. No Rio Grande do Norte, Aluizio Alves.
Para limpar a sujeira que aí está, a nossa
esperança encontra-se nos jovens e no Ministério Público, que é integrado por
pessoas bem-intencionadas, patriotas verdadeiros (em sua grande maioria), que
chegaram ao posto através de concurso público, sempre dispostos a defenderem os
direitos da sociedade, principalmente dos excluídos e injustiçados.
Com o apoio dessa nova geração, que luta a bem
das justas causas (como fizeram recentemente, saindo às ruas pacificamente), os
brasileiros tendem a viver dias melhores, concorrendo para passar o Brasil a
limpo, e honrando os nossos antepassados!
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