quarta-feira, 8 de junho de 2011

O triste papel de Roberto Freire



Como o deputado Roberto Freire transformou o antigo partidão em um partideco despedaçado e sem discurso, onde institucionalizou seu rancor pessoal

Roberto Freire surgiu nacionalmente como candidato à presidência da República pelo Partido Comunista Brasileiro, em 1989. Ali, se apresentava como um homem da esquerda moderna, antenado com as mudanças históricas em curso e conseguiu dar boa projeção nacional ao combalido PCB, que já não tinha muito espaço entre os partidos de esquerda da época. Entre o PT de Lula e o PDT de Leonel Brizola, Freire conseguiu uma brecha para apresentar o velho "partidão" como uma alternativa para os esquerdistas mais jovens. Apesar da votação pífia, pouco mais de 1% dos votos, Freire saiu daquela disputada maior do que entrou.
Veio o governo Collor, o impeachment e o sucessor Itamar Franco. Freire, então senador da República, assumiu a liderança de Itamar no Congresso Nacional. Foi mais ou menos nessa época que o "partidão" mudou o nome para Partido Popular Socialista e começou a se tornar o partidinho de Roberto Freire. Com a entrada de Ciro Gomes para as disputas presidenciais de 1998 e 2002, o PPS começou a crescer. Em 2002, o partido elegeu 15 deputados federais, o melhor desempenho até então. No primeiro governo de Lula, o partido de Freire integrou a base governista. O rompimento com o governo se deu quando Roberto Freire começou a desconfiar que Ciro Gomes queria assumir o controle do partido e, para isso, contava com o apoio do presidente Lula. O episódio do mensalão foi a desculpa perfeita. Mesmo assim, o PPS conseguiu ampliar sua bancada e elegeu 22 deputados federais.
Mas, foi partir desse momento, que o verdadeiro Roberto Freire mostrou suas garras. Com punho de ferro, saiu à caça das bruxas, dos infiéis. A partir de 2007, o que se viu foi a institucionalização do ódio pessoal de Freire contra Lula. O partido havia se tornado uma ferramenta para Freire destilar todos os seus ressentimentos e recalques. Mesmo sem mandato, pressionava seus parlamentares, ora limando-os das decisões partidárias ou do horário gratuito do partido nos estados. O resultado desse ódio irracional foi a míngua sofrida pelo partido nos anos seguintes. Primeiro, nas eleições municipais de 2008 e, posteriormente, nas eleições gerais de 2010, quando o PPS elegeu, com muita dificuldade, apenas 9 parlamentares. A menor bancada eleita desde 1986, quando apenas Freire e o brasiliense Augusto Carvalho representavam o então PCB no Congresso Nacional. O próprio Freire só se elegeu graças a José Serra, que o botou debaixo do braço na campanha eleitoral
Hoje, pouco se nota do "moderno esquerdista" que conquistou muitos jovens em 1989. Vemos um político raivoso, complexado, que pauta suas declarações em insultos. Vê-se um homem que no desespero do ocaso político agarra-se às práticas mais condenáveis dos antigos partidos comunistas, como a supervalorização da burocracia partidária bajuladora e sem voto em detrimento aos parlamentares que ainda insistem em permanecer ao seu lado. Um homem que utiliza servidores pagos pelo Estado para produzir o site institucional do seu partido, transformado em um "Pravda" pessoal ( como explica um post do Luís Nassif). Espaço onde o culto à personalidade e aos disparates de Freire se sobrepõe às ações de qualquer outro quadro partidário. E para quem ainda tem dúvida em relação à "partidarização" da grande imprensa no Brasil, é só observar as matérias da jornalista Gabriela Guerreiro, da Folha de S. Paulo. Jornalista bem próxima dos "assessores" que produzem o "Pravda" de Roberto Freire, e uma das poucas a "comprar" o que se vende por ali.
Triste fim para um partido que teve participação tão importante na vida política do país, mas um desfecho merecido para a embriaguez política, boquirrota e ressentida de Roberto Freire.

Postado por Roberto Felizardo em:
Fonte: http://blogln.ning.com/profiles/blogs/o-triste-papel-de-roberto



Cá comigo: Já votei errado em muita gente. Aliás, confesso ter votado de A a Z na fauna representada no jogo do bicho. Mas esse realmente é ímpar. Morro de vergonha de ter votado neste sujeito quando era político em Pernambuco. Realmente não tem páreo pra ele.

ML

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