Na última sexta feira, 3 de junho, o Crato celebrou seu centenário da primeira exibição do cinema paraíso, graças ao pioneirismo do italiano, Vitorio Di Mayo ( Foto ), criador do primeiro cinema do interior do Ceará. Isso enobrece os filhos da terra, sobretudo daqueles devotados à arte cinematográfica e caracteriza-se como marco histórico na cultura caririense. É preciso esclarecer que, anterior à referida data ocorreu, também em Crato, a presença de alguns exibidores ambulantes, utilizando-se do Bioscopio e da Lanterna Mágica, aparelhos que funcionavam a partir de discos e placas de vidro com gravações de imagens. A declaração foi do cineasta cratense, Glauco Vieira Fernandes, professor da Universidade Regional do Cariri.
O também cineasta, Jackson Oliveira Bantim, conta que um desses exibidores foi seu bisavô e fotografo da época, Luiz Gonzaga de Oliveira ( Gonzaguinha ). No livro “imagens” o cineasta e produtor, Luiz Carlos Salatiel relata que no final do século XIX, artistas de uma companhia de teatro italiana passaram pela cidade do Crato e que entre piruetas, caretas e dramalhões, um numero único era o de grande destaque: a exibição de imagens projetadas por um rudimentar aparelho que tinha o exótico nome de “BIOSCOPIO”. Na platéia estava Gonzaguinha que ficou impressionado com a maquininha tão estranha e de nome esquisito que projetava imagens fantasmagóricas num toldo branco esticado sob a lona do circo. Impressionado com a grande novidade, Gonzaguinha viajou a cavalo até Fortaleza onde encomendou o equipamento vindo a recebê-lo há muitos dias depois. No Clube Romeiros do Porvir, localizado na Rua Grande, hoje Rua Dr. João Pessoa, Gonzaguinha montou a primeira sala de exibição de cinema do Cariri, causando verdadeiro frisson na cidade, vindo a permanecer por muitos anos.
Em depoimento dado pela neta de Gonzaguinha, Alda de Oliveira Fontenele, hoje com 94 anos de idade, ficamos sabendo que no cinema de seu avô, no inicio eram projetadas imagens coloridas que chegavam a assombrar a platéia. Com o tempo, disse ela, vieram os filmes mudos com atores de gestos exagerados e muito maquiados. Ela lembra ainda que a trilha sonora era feita ao vivo por um pianista ou uma bandinha de músicos que acompanhavam as tensões das cenas. Dona Vevé disse que os filmes se repetiam por varias semanas seguidas, isto porque eles vinham da capital em lombo de burros trazidos por tropeiros que comercializavam na cidade do Crato.
Somente em 3 de junho de 1911 inaugurou-se no Crato o primeiro cinema do interior do Ceará, o “Cine Paraíso”, trazido pelo italiano, da cidade de Nápoles, pioneiro na exibição de filmes no Brasil, Vitorio Di Mayo. Depois, em 1919, o Cine Cassino Sul-Americano, cujo prédio ainda existe até hoje na Praça Siqueira Campos. Para celebrar o centenário da primeira exibição do Cine Paraíso no Crato, a secretaria municipal de cultura, esportes e juventude está elaborando a I Mostra Crato de Cinema e Vídeo. Estão sendo convidados cineastas cratenses e caririenses para a exibição de seus filmes durante a semana de 13 a 18 de junho, antecedendo as comemorações dos 247 anos de emancipação política do município. No período haverá exposição de fotos contando a historia cinematográfica do Crato.
Por: Wilson Rodrigues - Repórter - Colaborador
Blog do Crato e Chapada do Araripe OnLine
Fonte: http://blogdocrato.blogspot.com/
O também cineasta, Jackson Oliveira Bantim, conta que um desses exibidores foi seu bisavô e fotografo da época, Luiz Gonzaga de Oliveira ( Gonzaguinha ). No livro “imagens” o cineasta e produtor, Luiz Carlos Salatiel relata que no final do século XIX, artistas de uma companhia de teatro italiana passaram pela cidade do Crato e que entre piruetas, caretas e dramalhões, um numero único era o de grande destaque: a exibição de imagens projetadas por um rudimentar aparelho que tinha o exótico nome de “BIOSCOPIO”. Na platéia estava Gonzaguinha que ficou impressionado com a maquininha tão estranha e de nome esquisito que projetava imagens fantasmagóricas num toldo branco esticado sob a lona do circo. Impressionado com a grande novidade, Gonzaguinha viajou a cavalo até Fortaleza onde encomendou o equipamento vindo a recebê-lo há muitos dias depois. No Clube Romeiros do Porvir, localizado na Rua Grande, hoje Rua Dr. João Pessoa, Gonzaguinha montou a primeira sala de exibição de cinema do Cariri, causando verdadeiro frisson na cidade, vindo a permanecer por muitos anos.
Em depoimento dado pela neta de Gonzaguinha, Alda de Oliveira Fontenele, hoje com 94 anos de idade, ficamos sabendo que no cinema de seu avô, no inicio eram projetadas imagens coloridas que chegavam a assombrar a platéia. Com o tempo, disse ela, vieram os filmes mudos com atores de gestos exagerados e muito maquiados. Ela lembra ainda que a trilha sonora era feita ao vivo por um pianista ou uma bandinha de músicos que acompanhavam as tensões das cenas. Dona Vevé disse que os filmes se repetiam por varias semanas seguidas, isto porque eles vinham da capital em lombo de burros trazidos por tropeiros que comercializavam na cidade do Crato.
Somente em 3 de junho de 1911 inaugurou-se no Crato o primeiro cinema do interior do Ceará, o “Cine Paraíso”, trazido pelo italiano, da cidade de Nápoles, pioneiro na exibição de filmes no Brasil, Vitorio Di Mayo. Depois, em 1919, o Cine Cassino Sul-Americano, cujo prédio ainda existe até hoje na Praça Siqueira Campos. Para celebrar o centenário da primeira exibição do Cine Paraíso no Crato, a secretaria municipal de cultura, esportes e juventude está elaborando a I Mostra Crato de Cinema e Vídeo. Estão sendo convidados cineastas cratenses e caririenses para a exibição de seus filmes durante a semana de 13 a 18 de junho, antecedendo as comemorações dos 247 anos de emancipação política do município. No período haverá exposição de fotos contando a historia cinematográfica do Crato.
Por: Wilson Rodrigues - Repórter - Colaborador
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Fonte: http://blogdocrato.blogspot.com/
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