Gente de Ipaumirim. Vida de Ipaumirim. Tempos de Ipaumirim. Alagoinha... Ipaumirim...... memória..... raízes... atualidades....... por novos tempos..... novos olhares...... espaço aberto a todos......
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
O folclore faz a festa em Ip
A programação apresentou múltiplas atividades. Danças, mitos, lendas, superstições, adivinhações, etc. transformaram a festa numa grande exposição de nossas tradições e de nossa multiculturalidade. Além das apresentações, foram realizadas oficinas e uma gincana cultural.
A realização do evento foi gratificante para professores, alunos, público presente e comunidade em geral.
domingo, 30 de agosto de 2009
Você conhece?

O jornal Correio da Fronteira foi o primeiro jornal do município de Ipaumirim, na época Alagoinha, fundado, em 1924, por Francisco Vasconcelos de Arruda.
Fonte: http://www.institutodoceara.org.br/Rev-apresentacao/RevPorAno/1974/1974-ImprensadoPassado.pdf
Ab. FL
DR. ARRUDA FUNDOU, CRIOU, ORGANIZOU, ESTABELECEU MUITA COISA EM NOSSO MUNICIPIO. FUNDAR JORNAL EM 1924. ISSO NÃO, SERIA IMPOSSIVEL. DR. ARRUDA CHEGOU AQUI NA DECADA DE 40. EU NASCI EM 1923. O BATISMO DO DR. ARRUDA, AO CHEGAR A ESTE MUNICIPIO, FOI A SECA DE 42, QUANDO ELE FEZ DISTRIBUIR UM ARMAZEM DE MERCADORIA COM OS POBRES QUE DESCIAM DA SERRA DA AREIA PARA "ATACAR" ESTA CIDADE.
Domingo memorioso
- Estão cada vez mais atrevidas.
O cochicho indignado das mães de família não abalava a irreverência das mulheres de vida fácil. Num velho jipe sem capota, maquiagem carregada de rouge e batom encarnado, fantasias de laquê em cores vivas e muitos babados, elas desafiavam a comportada Ipaumirim nos dias de carnaval. Davam a sua volta gloriosa a caminho do Baixio cortando a cidade e a moralidade provinciana. Os homens, dissimulados, calavam em público mas deviam se deliciar com tanta ousadia.
Na calçada da casa do meu avô, eu observava aquele corso solitário e alegre. Eram as famosas raparigas do cabaré de Julinha brincando o carnaval fora do seu território.
De onde veio Júlia, mulher miúda, de olhos pequenos e sorriso maroto, que administrava aquele território de prazer onde se ensinava os homens a amar suas distintas e recatadas ‘senhouras’?
Em dezembro de 2002, eu pedi a Jùlia para conversar com ela. Reticente e desconfiada, ela concordou para não ser indelicada. Firmamos um compromisso. Ela só falaria do que quisesse e eu não perguntaria nomes.
- Tu vai escrever um livro sobre mim? – perguntou.
- Não, Júlia, eu vou achar um jeito de guardar você na memória de Ipaumirim. Fique tranqüila.
Julia abre seu sorriso maroto e pergunta:
- O que você quer saber?
- Só que você quiser contar, respondo.
Não levo gravador nem máquina fotográfica para não quebrar a nossa naturalidade. Somos duas mulheres conversando sobre a vida. Trago apenas um caderno onde vou fazer as anotações. Esperamos que Elza traga o café antes de começar a nossa conversa. Júlia está vestida com um bonito robe cor de rosa que ganhou de presente.
Enquanto tomamos o café, Elza limpa a estante com óleo de peroba. A casa é humilde. O piso de cimento queimado brilha de tão limpo. A decoração simples traz fotos, quadros e imagens. Uma foto ampliada de Dr. Miraneudo Linhares, médico e ex-prefeito da cidade, outra de Júlia, ainda jovem, em branco e negro, fotografada por Zacarias Pontes, no curral de Cícero Fernandes. Um quadro de Padre Cícero a quem Júlia presta homenagem vestindo preto todo dia 20 de cada mês. Em cima de um aparador com várias imagens, destaca-se uma pomba representando o Divino Espírito Santo. Na estante, a foto do neto que trabalha no Mc Donalds, em Brasília.
O calor insuportável do verão sertanejo incomoda. Sentamos perto da porta de entrada para melhorar a sensação de abafamento.
sábado, 29 de agosto de 2009
"Uma parte de mim é todo mundo"

Floro Bartolomeu, médico baiano, que chegou ao Ceará noano de 1908 em busca das minas de cobre de Coaxá, no município de Aurora, termina fixando-se Juazeiro e e aliado ao Padre Cícero impulsiona o desenvolvimento da região.
Em 1911, passou a ser Vila do Juazeiro e Padre Cícero foi nomeado seu primeiro prefeito. Em 1914, a vila foi elevada á categoria de cidade. O messianismo religioso e o dinamismo que o padre implanta na cidade estimulando a cultura e as artes populares, impulsiona a economia local e atrai mulktidões de fammintos vindos das mais variadas regiões dp nordeste

A nossa conversa é interrompida por um silêncio pesado. Ela mergulha nas suas lembranças e se emociona.
- Eu não gosto de comer só. Mesmo pouco, preciso repartir com alguém, diz Júlia.
Elza entra rapidamente na sala, recolhe as xícaras e pergunta para que aquele copo com água em cima da mesa. Júlia explica que a chuva da noite anterior veio com muito vento arrastando a poeira. Ela preparou uma solução de água e sal e jogou no terreiro para espantar a ventania. Segundo ela, um método infalível que usou a vida inteira nas noites chuvosas quando as mulheres ficavam apavoradas com medo de tempestades.

Justina foi trabalhar no sítio Vitorina, propriedade de Manoel Vitorino, onde moravam numa pequena casa de tijolo. Dormiam em rede ou sobre uma cama de vara com um colchão de palha de banana. A mãe não os deixava dormir no chão.
O dia de serviço, no campo, era aproximadamente cinqüenta tostões. Recebia por semana e dava para comprar um pouco de arroz, açúcar, café cru e carne. Abastecia-se na venda de Carlos Morais.
Na região haviam muitas casas de farinha e durante as farinhadas eram dois meses de festa. No período, sua mãe trabalhava como serradeira de mandioca. No inverno, plantava milho e botava vazante nas terras do patrão. Para ajudar no sustento, era parteira na redondeza.
O parto era sempre um segredo entre comadres. Quando difícil, vestia-se a parturiente com a camisa do marido pelo avesso para facilitar o trabalho de parto. Nos três primeiros dias de resguardo, a mulher só podia sentar-se de lado. Com quatro dias, podia sentar-se no chão sobre uma esteira de palha de bananeira. Tinha que manter a cabeça amarrada com um pano para cobrir os ouvidos. As crianças só tomavam conhecimento oito dias depois do parto quando a mulher já podia sentar-se normalmente. Se havia extrema necessidade, podia descer algum batente desde que contasse com ajuda de alguém. Para Júlia, esses cuidados garantiam a saúde das mulheres daquela época.
Viviam entre Juazeiro do Norte e o pequeno povoado de São Pedro do Cariri, posteriormente Caririaçu, trabalhando alternadamente na farinhada e no corte do arroz.
O corte de arroz era uma atividade basicamente feminina, exercida principalmente por mulheres viúvas. Cabia aos homens cortar e carregar cana. O pagamento era recebido a cada dia. O patrão chamava-se José Bezerra, pai dos coronéis Adauto e Humberto Bezerra, figuras de destaque na política cearense no período da ditadura militar iniciada com o Golpe de 1964.
As vizinhas costuravam-lhe as poucas roupas. Júlia lembra seus vestidos de xadrez feitas de tecido barato também utilizado para toalha de mesa. A mãe usava saia comprida, com dois babados, sempre nos tons azul e preto porque era viúva.
Justina era asmática e o corte de arroz, realizado com água até a cintura, agravava cada vez mais a cada temporada de trabalho. Um dia foi se receitar com Padre Cícero. Levou junto os dois filhos para serem abençoados. O padre colocou a mão sobre a cabeça das crianças e deu-lhes sua benção. Receitou-lhe um remédio que a fez melhorar um pouco mas logo depois ficou outra vez doente. O irmão também sofria de asma.

Já não há mais condições de continuar nossa conversa. Júlia desaba num choro comovente. Fico emocionada e constrangida. Demoro mais um pouco e vou correndo para minha casa, não quero perder minhas informações. Tenho que registrar tudo no meu caderno de anotações. Nossa primeira conversa durou cerca de três horas.
ML
No próximo domingo continuaremos com a segunda parte.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Deu no "Arrudeia Ceará"
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO HOMEM

Governo quer aumentar para 50 mil
Para cirurgias em pacientes com câncer de próstata em metástase – quando a doença atinge outras partes do corpo – o reajuste será de 12,5%. O valor da biópsia de próstata – procedimento para diagnóstico precoce do câncer – terá o valor de repasse aumentado em 100%.
Fonte: Agência Brasil
Governo vai bancar formação de médicos e professores

“Quem quiser ser professor não vai pagar a sua formação”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Projeto de lei enviado pelo Ministério da Educação ao Congresso Nacional prevê que estudantes de pedagogia possam pagar com trabalho o empréstimo obtido por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
“Se ele for atuar em escola pública não terá que retornar ao fundo o que recebeu para pagar sua mensalidade. Se o jovem tiver boa nota no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] e quiser trabalhar na rede pública, não terá que pagar por isso”, explicou.
Leitura e mídia:construindo cidadania em Ip

O evento contou com uma significativa colaboração dos professores e com a participação efetiva de um grande número de alunos. O Núcleo Gestor parabeniza a todos que contribuiram com o sucesso do evento.
Concurso Público em Mauriti

Município de Mauriti, região do Cariri, irá efetuar um concurso público para preencher vagas de cargos efetivos na câmara municipal de vereadores. O prazo para a realização do concurso é até o dia 31 de dezembro.
A realização do concurso é uma insistência antiga do promotor de Justiça de Mauriti, Ythalo Loureiro, que é contra a prática excessiva de contratos temporários. "O feito é de grande relevância por representar a quebra de uma prática corriqueira nas câmara de vereadores, que é contratar servidores de forma irregular", afirma o promotor.
Com o concurso e a contratação de servidores efetivos, há a garantia de permanecia no quadro de funcionários da câmara municipal. Tornando esses servidores independentes de cargos de confiança ou de contratos temporários.
Criação da Universidade do Sertão foi sepultada

27/08/09
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Poder e poesia
Frost, que já tinha, na altura, 87 anos, compôs um poema magnífico para a ocasião. Levava-o escrito num papel quando subiu ao púlpito montado nos enormes jardins em frente ao Capitólio, onde costuma decorrer a inauguração presidencial. Intitulava-se “Dedication” e começava assim: “The glory of a next Augustan age...”, A glória da próxima Era Augusta...
Mas Frost não leu o poema que escrevera de propósito para aquele momento que todos acreditavam ser o início de um novo capítulo na História da América, na História do Mundo. Não conseguiu.
O sol saiu de repente de trás de uma nuvem, e brilhou, em frente de Frost, tão intensamente, que o velho poeta não conseguia abrir os olhos. Após várias tentativas trémulas e falhadas de ler o que trazia escrito, desistiu. Meteu o papel no bolso. Optou por recitar outro poema, que tinha escrito noutra altura e conhecia de cor, ou que simplesmente inventou no momento. Nunca ninguém soube ao certo. Só se sabe que o recitou de olhos fechados, sem falhas nem hesitações, do princípio ao fim, como se estivesse a ler de um livro imaginário. Chamava-se “The Gift Outright” e começava assim:
She was our land more than a hundred years
Before we were her people. She was ours
“Dedication” acabava assim: “A golden age of poetry and power / Of which this noonday's the beginning hour". Uma idade de ouro de poder e poesia, de que é a hora primeira este meio-dia.
De cada vez que, nos EUA, termina um ciclo de um ou dois mandatos republicanos e um democrata regressa à Casa Branca, renasce a lenda da poesia e do poder. É um dos mitos mais antigos e recorrentes da História humana: o poeta que chega a uma instância de poder imenso, a união da força e da beleza, o Império do Bem.
Parece uma contradição, mas ao mesmo tempo parece fazer todo o sentido. E parece que chegou a altura. Nunca se desejou tão ardentemente essa utopia, mas nunca se foi tão céptico.
Talvez não estejam ainda reunidas as condições. Talvez o Mal não esteja satisfeito. Talvez seja mais prudente optar pelo mal menor. Talvez seja muito cedo. Talvez seja tarde demais.
Todos sabem que ainda não vai chegar a idade de ouro do poder e da poesia. No último momento, o poeta vai ficar ofuscado pelo sol.