
Eu comecei a trabalhar e virar um cidadão político econômico no
governo Geisel. Depois vieram Figueiredo, Tancredo por alguns dias,
Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e agora Dilma.
Então intuo e digo algumas coisas...
A política é importante, mas ela não sintetiza nossa sociedade, nem
nossas vidas individuais. A vida se completa de várias maneiras que
passam longe da política. Se um rei da Idade Média não tinha como
impedir a dinâmica da vida popular, não será um presidente que terá esse
poder.
O Brasil (e os brasileiros) pode piorar ou melhorar com um presidente
específico, mas hoje a maioria das instituições públicas, associações,
organizações sociais civis ou estatais, os milhares de empresas, que
necessitam de um ambiente econômico minimamente estável para sobreviver,
etc., estão firmemente fincadas em nosso tecido sócio econômico, ou
seja, os nossos "controles sociais" expulsarão qualquer um que chegue
muito perto de certos "abismos". Sobrevivemos na ditadura, na captura de
todo nosso dinheiro pelo Collor, na mega desvalorização do real do FHC,
entre outros fatos.
Trocando em miúdos, ainda somos um país em formação, mas não somos
desagregados como os países africanos, possuímos um país razoavelmente
homogêneo em cultura, economia e sistema político. Então não acredito
que haverá guerra civil nenhuma como alguns de ambos os lados apregoam.
Enquanto houverem instituições fortes, liberdade individual e democracia
(que não são a mesma coisa), sobreviveremos...
Se o Aécio for vencedor, lutaremos na oposição, se Dilma for a
vencedora, lutaremos na situação. Ou alguém acha que Dilma é a última
bolacha do pacote? Voto no PT por causa do pouco da ideologia social
democrata restante na forma de governar do partido, pois pessoalmente
estou longe de gostar da "gerentona", muito pelo contrário. E o PT
também já foi bem melhor, menos "eleitoreiro", andou abusando demais de
um "pragmatismo para governar", que em muitos momentos me pareceu
exagerado, para não dizer algo mais contundente.
Em minha vida observei pessoas que admiro e reconheço como exemplos
de vida, mas nunca tive ídolos e jamais pratico tietagem, seja com
políticos, seja com artistas, seja com “gurus científicos", seja com
"santos espirituais" (sabe, tipo Chico Xavier, Dalai Lama, ou São
Francisco de Assis), pois sob certas circunstâncias, na hora "H", todo
mundo caga fedido. Detesto idolatrias!
Também sei que o poder corrompe, torna arrogante e distancia seja
quem for que o exerça, pois como ele é exercido por seres humanos, varia
só o grau de sabedoria e honestidade com que ele é exercido. Em
política (e tudo na vida), o "nome do jogo" é errar menos, pois acertar
sempre é impossível.
Por fim, creio que para nós, a luta pelo avanço civilizatório nunca
muda, sempre é necessária, sempre permanece, com qualquer governo que
esteja no poder.
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