terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Dona Canô


Por Cairo Arruda
 (membro da ACI)
 
O elevado grau de longevidade do arquiteto Oscar Niemeyer (falecido recentemente com 104 anos) e da Sra. Claudeonor Viana Teles Veloso, Dona Canô, baiana de Santo Amaro da Purificação (que acaba de falecer, aos 105 anos), fez-me lembrar a Sra. Maria José dos Santos, na intimidade Dona Piquilí, que morreu na década de 70, com 106 anos, e que, por ser a mulher mais idosa de então, da cidade de Ipaumirim, no interior do Ceará, recebeu a justa homenagem de denominar o hospital do Município.
Dona Canô pereceu em pleno dia do Natal, em sua residência, vestida de branco, como desejou, ao lado dos seus familiares. Era uma pessoa muito virtuosa; mãe de 8 filhos, sendo 2 adotados.
No transcurso dos seus 105 anos, em setembro deste ano, mandou celebrar uma missa em ação de graças, pelo Pe. Reginaldo Mazotti, sacerdote que muito admirava.
Sempre estimulou os filhos para cultivar a arte da música, deixando órfãos dois gênios musicais – Maria Betânea e Caetano Veloso, baianos que dignificam a sua “Boa Terra”.
Já aos 103 anos, Dona Canô fez questão de ainda exercer o direito do voto, e sufragou o nome de Dilma Rousseff, para Presidente da República, dando um vero exemplo de verdadeira cidadã.
Ficou viúva, do “Seu Zeca”, em 1983, que morreu aos 82 anos, com quem era bem casada.
A Bahia está de luto, com a perda dessa mulher guerreira e fervorosa, coordenadora da tradicional novena , que originou  a canção de autoria de sua filha Maria Betânea, intitulada: “Quem não rezou a novena de Dona Canô”?

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