terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A crise econômica e a crise de meia-idade










Isto está tudo ligado – já lá dizia o outro – é o sistema!


Há uns tempos – os das vacas gordas – os homens, do alto das suas crises de meia-idade, adquiriam um descapotável, uma loira escultural na casa dos vinte e começavam a fumar charuto. Não que tivessem mãozinhas para o bólide, nem para a loira, mas enfim. Isto tudo porque, como se sabe, só há sangue para uma cabeça de cada vez e com o passar dos anos, a contagem dos glóbulos vermelhos vai sendo mais escassa. “Ok, não o consigo levantar, mas pelo menos tenho um coupé vermelho e uma loira com metade da minha idade”. A parte do charuto é que era sempre mais complicada, porque exige algum savoir faire que não assiste a todos os patos bravos.

Ora com a crise económica, já não há orçamento para carros desportivos e muito menos para loiras de alta cilindrada. Mas um gajo tem de continuar a mostrar a todo o mundo a sua disfunção eréctil. E eis que surgem os aparelhos dentários. A ortodontia passou a ser a melhor amiga dos homens de meia-idade em tempos de crise.

Quantos de nós não encontrámos nos últimos tempos homens com idade para terem juízo com um sorriso metálico? Ele é nos bancos, nos elevadores das empresas, na garrafeira do El Corte Inglés ou a deixar os putos à porta dos colégios. De fato, gravata e aparelho nos dentes.

Oh meus senhores, poupem dinheiro e dores. Porque essa preocupação oral só atrapalha. 

Um homem crescido com brackets tem a mesma credibilidade de um político que se diz honesto.
Quando um homem crescido mostra o seu sorriso metálico, na verdade, está a dizer que a pila dele já conheceu melhores dias.
E, desportivamente falando, um homem crescido com aparelho nos dentes tem ainda menos credibilidade que um treinador do Sporting.



Fonte: http://internofeminino.blogs.sapo.pt/#ixzz2I55sWH3X

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