quinta-feira, 10 de maio de 2012

Você já foi ao Icó? Não? Então vá.

Tão pertinho e a gente nem se liga de conhecer melhor o rico patrimonio do Icó.  Sempre que vamos por lá temos objetivos muito concretos, tais como: resolver problemas no INSS, curtir o Forricó (ainda existe?) e a tradicional Festa de Senhor do Bonfim. Mas Icó tem muito mais. Entre os municípios cearenses que nos rodeiam, Icó é talvez o mais expressivo para a história política do Ceará nos seus tempos mais antigos. Encontrei no blog http://altinoafonso.blogspot.com.br/ um importante acervo de imagens da cidade. De lá, selecionei um dos textos para destaque mas você precisa dar uma passada para ver os belos monumentos que a cidade tem para mostrar. Depois, quem sabe, você pega um domingo preguiçoso e vai passear por lá, visitar o Icó que normalmente a gente não conhece.  


O Teatro da Ribeira dos Icós, órgão da prefeitura municipal de Icó, é o mais antigo teatro do Ceará. Inaugurado em 1860 e remanescente da fase áurea da cidade como centro de atividade econômica baseada na criação do gado, no cultivo das vazantes do rio Salgado e no comércio, durante o final do século XVIII até meados do século XIX, o prédio foi tombado em 1983 pelo Estado como Patrimônio histórico e artístico.
O amplo espaço diante e ao lado do qual está implantado o teatro forma um conjunto arquitetônico composto pela antiga Casa de Câmara e Cadeia, o Sobrado do Barão do Crato e a Igreja do Bonfim. A praça situada defronte a essas edificações ficou conhecida como Largo do Théberge (atual praça 7 de Setembro), em alusão ao médico francês Pedro Théberge (1811 a 1864), idealizador do teatro e um dos nossos mais importantes historiadores, autor do livro Esboço Histórico sobre a Província do Ceará, publicado em 1869 por iniciativa de seu filho, Henrique Théberge, e reeditado em 1973, pela Imprensa Oficial.
Gustavo Barros, em À Margem da História do Ceará, lembra a rivalidade entre as cidades do Icó e Aracati e cita o anedotário criado pelos aracatienses, segundo o qual a centenária casa de espetáculos de Icó não teria sido inaugurada solenemente por completa ausência de convidados. O historiador reproduz a versão de que a inauguração oficial não ocorreu porque nenhum representante da elite da cidade quis correr o risco de ser o primeiro a chegar, receoso de que essa pontualidade pudesse ser interpretada como típica de um exibicionismo provinciano. Conforme citação de Gustavo Barroso, as famílias icoenses vestiram suas melhores roupas e permaneceram em alerta em suas casas, mandando escravos espionar o teatro, com ordem de retornar informados sobre a aparição dos primeiros convidados. Nessa espera, a noite teria passado e a festa inaugural não teria acontecido.
O fato é que, além dessas referencias maledicentes sobre a pretensa solenidade de abertura do Teatro de Icó, as escassas informações referentes à história do teatro em livros ou mesmo no Guia dos Bens Tomados pelo Estado do Ceara, não fornecem dados esclarecedores quanto à verdade dos fatos ocorridos naquela noite, em 1860.
Somente nos anos 30, já no século XX, a historiografia do velho teatro ganha contornos precisos, quando, então, tem-se noticia de seu precário estado de conservação e de seu posterior processo de recuperação e reforma, empreendimento da gestão do prefeito José Pereira Curado, sob a coordenação do mestre de obras Jose Pereira Simão A 17 de abril de 1935, o jornal O Povo noticia que, com recursos municiais e verbas provenientes de festivais artísticos, a Prefeitura inicia os reparos. A construção do piso de cimento em placa de duas cores, a reconstrução das alas esquerda e direita em alvenaria e os retoques na fachada principal são algumas das melhorias apontadas. Inativo em 1934, o teatro é reaberto em maio de 1935, recuperado e parcialmente reformado.
Após 1950, houve um período em que o prédio serviu de forma adaptada a exibições de filmes e na década de seguinte, no foyer funcionou uma emissora de rádio. Nos anos setenta, o teto da platéia chegou a ruir e novamente o prédio sofreu interdição.
Em 1978, Francisco Augusto Veloso, chefe da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura do Estado propôs à Secretaria de Planejamento da Presidência da República um projeto de recuperação do teatro, assinado pelos arquitetos Domingos Cruz Linheiro e Vera Mamede Accioly. Com recursos do Programa de Cidades Históricas da Fundação Pró-Memória, o Governo Virgílio Távora em convenio com a Prefeitura de Icó, na gestão de Quilon Peixoto Farias, inicia em 1979 as obras de restauração e em outubro de 1980 o teatro é mais uma vez reaberto como espaço cênico. Da programação e reabertura, que se estendeu por todos os fins de semana de novembro, participam a Academia Hugo Bianchi, a Comédia Cearense e os grupos independentes de Teatro Amador, Pesquisa e Vanguarda.

Fonte: http://altinoafonso.blogspot.com.br/

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