terça-feira, 20 de setembro de 2011

Crato, lá vou eu

Foto: Magno Lima

Como faz tempo que eu não vou ao Crato!. Sem exagero, não é bem assim. É que eu só tenho ido ao Crato rapidamente e por motivo de doença familiar. Quando você viaja por doença não é viagem. O termo viajar perde o sentido porque o juízo está em outra faixa de onda. Dessa vez, eu quero diferente. Afinal são mais de 30 anos sem ver o Crato. Durante todo esse tempo eu só passei de passagem. Quero andar na rua, passear na Praça da Sé, comer num restaurante bem simpático que fica junto da praça, passar na frente do Colégio Santa Tereza. Andar na Praça da Estação, Praça Siqueira Campos. Percorrer a Nelson Alencar onde vivi parte dos anos 60. Vou fazer um roteiro turístico sentimental. Imagino que tudo deve estar bem diferente mas é justamente por isso que eu vou. Se o passado desperta meu afeto, o presente me atiça a curiosidade.

Quero visitar um local bem simpático, não sei bem se é uma livraria ou um sebo, que fica perto do Beco Padre Lauro. Vi este lugar da última vez que fui por lá mas não deu para entrar. Será que ainda funciona? Quero ver o Crato. Coisas e lugares que não se mostram aos turistas.

Crato tem ares de lady. Ainda que sitiada pelo progresso do Juazeiro consegue manter o seu charme. Princesa, meio baqueada mas princesa. Linda, sedutora com aquele jeitão de aristocracia sem poder mas sempre majestade. Quero ir pra o Juazeiro de metrô. É o sonho.

Juazeiro tem aquele jeitão trabalhador, aquela pujança que faz pulsar a região. Bom demais bater pernas nas suas ruas. Juazeiro tem um talento especial para misturar tradição, progresso, religiosidade popular e mostrar uma realidade multifacetada com um arranjo único, original. É uma cidade que deixa a gente viva, curiosa. Parece que lá tem tudo que você quiser comprar. Embora não tenha, a gente pensa que tem e eles sempre dão um jeito. Original ou falsiê, você, pelo menos, deve encontrar algo parecido com o que procura. Nem falo de imagem de santos porque lá tem todos. Juazeiro traduz as grandes contradições sociais. Não tem a sutileza do Crato mas é fascinante, ousado, arrojado.

Crato e Juazeiro, cidades diferentes e sedutoras. Cada uma com suas artimanhas e os seus encantos.

Mas a motivação maior da minha viagem é assistir a um evento: Cariri Cangaço. Ouvir falar de um assunto que conheço pouco – Cangaço - mas que tem como cenário um ambiente que me desperta um interesse especial.

No momento, só tenho boas expectativas por todas as razões que me levam até lá.

Divertículo, please, esqueça que eu existo. Pelo menos, esta semana.

ML

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