terça-feira, 27 de janeiro de 2009

“Minas e a Presidência da República”



Por Cairo Arruda
(membro da ACI e ACEJI)

Já tive o ensejo de comentar neste espaço, que sou um eleitor frustrado por não ter sido governado pelo saudoso mineiro Tancredo Neves, que, infelizmente, faleceu antes de tomar posse na Presidência da República, embora tenha tido a satisfação de sufragar o meu primeiro voto noutro mineiro, no caso, Juscelino Kubtschek, para o mesmo cargo.
Sempre fui admirador dos políticos da Terra das Alterosas, com as devidas exceções, pela sua capacidade de articulação, grau de patriotismo, acerto, equilíbrio e seriedade à frente da coisa pública., notadamente, o executivo.
Itamar Franco, que complementou o mandato de Collor, por força do seu impedimento, com apenas dois anos na chefia da Nação, correspondeu às expectativas da maioria dos brasileiros, em momento difícil para os destinos da nossa República, surpreendendo até aqueles que não acreditavam em seu Governo.
Pai do Plano Real, o grande restaurador da nossa então combalida economia, e que, realmente, matou sem bala, a inflação galopante que corroia corroía as finanças de muitos, principalmente, daqueles que sobreviviam de salários.
O jornal O Tempo, de BH, edição de 17-01-09, traz um artigo de autoria do Dr.Murilo Badaró – Presidente da Academia Mineira de Letras, intitulado Minas e a Presidência da República, do qual cito alguns trechos importantes:
“No próximo dia 31, faz 48 anos que JK (abreviatura minha) deixou a Presidência da República. Daquele periodo, os mineiros têm muitas saudades e boas recordações. O progresso abriu as suas asas sobre nós pelas projeções favoráveis de seu fecundo Governo.”
Minas e São Paulo (os estados de maior densidade eleitoral) estão no foco da disputa visando ao cargo de presidente da república no pleito de 2010, campanha já em discussão nos bastidores partidários, destacando-se o PSDB, dada a batalha interna pela indicação entre os governadores Aécio Neves e José Serra, respectivamente, ambos, diga-se de passagem, realizando boas gestões administrativas.
Em seu comentário, diz ainda o Dr.Murilo Badaró: “Quem conseguir unir Minas conquistará o Brasil”.
Em outras palavras: a necessidade suprema de Minas unir-se internamente, em torno de um só ideal e objetivo político, envolvendo todos os seus segmentos importantes, para se cercar da força necessária e fundamental a fim de conquistar o apoio do resto do Brasil, criando assim, maiores possibilidades de que parta desse Estado, o candidato pedessista às próximas eleições presidenciais.
O Governador Aécio Neves já deu demonstração mais do que evidente, de haver herdado do seu avô Tancredo, a capacidade de aglutinação na lide política, a par de muita determinação em seus objetivos, e estará, certamente, diante de um grande teste nesse afair com o seu colega e correligionário José Serra, que também tem os seus méritos, em matéria de articulação e habilidade no trato com a política.
Como se sabe, os dois foram peças-chave na vitória dos candidatos de suas preferências às prefeituras de BH e SP, o que se constitui, indubitavelmente, um grande reforço às suas pretensões de chegar ao Planalto.
A sorte de ambos está lançada.
Quem viver, verá o que realmente vai acontecer: Leite (Aécio) ou Café (Serra), para enfrentar pelo PSDB os demais postulantes visando à Presidência da República em 2010.

E-mail: cairomiri@yahoo.com.br