Por ocasião das comemorações do Dia Internacional da Mulher
fiz um comentário a partir das fotos que vi no face book. O comentário provocou
algumas reações que me levaram a retomar o episódio.
Para quem não passou
pelo face, a questão foi a seguinte: as fotos tomadas por ocasião da solenidade
de comemoração realizada na Câmara de Vereadores de Ipaumirim, só mostravam
pessoas do PMDB e fiz uma observação. A principio, imaginei que cada um
fotografa quem quer mas depois, pelos comentários, percebi que a coisa estava
muito mais próxima às deploráveis questões partidárias locais.
O que poderia ser um gesto nobre acabou como um episódio
pobre que depõe contra a comunidade política, em geral, seja qual for a interpretação que se queira
dar.
Se vamos considerar que a homenagem foi feita na Câmara dos
Vereadores nada justifica a ausência dos seus membros a não ser por razões de
doenças, problemas familiares entre outras coisas graves que vez por outra
acontecem com todos e são compreensíveis. Dizer que a comissão organizadora não
convidou não é justificativa. A falta foi absolutamente deselegante porque o
povo votou em todos e não tem que estar submetido às picuinhas e pixotagens
internas que pautam os relacionamentos no cotidiano dos órgãos públicos. E
desde quando político não entra sem ser convidado? Nisso eles são experts e fazem isso constantemente
principalmente no período eleitoral. Portanto, se a ausência foi para caracterizar a politicagem na organização do
evento, escolheu a forma mais patética de se expressar.
Se a comissão organizadora quis partidarizar um evento que é
muito maior do que ela, pisou feio na bola. Foi um atestado de falta de
compreensão do significado da luta das mulheres que em nenhum momento merece
ser submetida aos humores da mesquinha luta partidária local.
Se as demais autoridades acham que justificam sua ausência dizendo não terem
sido convidadas, mostram que são muito mais sensíveis às picuinhas locais que
as questões que realmente interessam, entre elas a questão da mulher. Isso é sinal de
estreiteza de pensamento e ação. Além do mais, se assim foi, faltou-lhe a
lembrança oportuna de que não é demérito sentar-se junto ao público no
auditório. Às vezes, muitas vezes mesmo, o auditório é muito mais interessante
que a tribuna.
O que vimos foi mais um lance de um jogo feio, sujo e mesquinho compartilhado
por todos aqueles eleitos pelo povo e que ousam dizer que são seus
representantes. Dispensa-se esse tipo de representação que além de tola é
absolutamente fora de propósito.
No momento de extrema dificuldade que passa toda a
região quando se pretende
responsabilizar o desastre climático
pela negligência, indolência e irresponsabilidade política não é de bom
tom cultivar comportamentos discriminadores. A hora é de esquecer os
sentimentos menores e todos juntos procurarmos um melhor destino. Este é o
único caminho. Os demais são atalhos que nos levam a lugar nenhum.
ML
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