sábado, 16 de março de 2013

Quando o mico é coletivo

Por ocasião das comemorações do Dia Internacional da Mulher fiz um comentário a partir das fotos que vi no face book. O comentário provocou algumas reações que me levaram a retomar o episódio.
 Para quem não passou pelo face, a questão foi a seguinte: as fotos tomadas por ocasião da solenidade de comemoração realizada na Câmara de Vereadores de Ipaumirim, só mostravam pessoas do PMDB e fiz uma observação. A principio, imaginei que cada um fotografa quem quer mas depois, pelos comentários, percebi que a coisa estava muito mais próxima às deploráveis  questões partidárias locais.
O que poderia ser um gesto nobre acabou como um episódio pobre que depõe contra a comunidade política,  em geral,  seja qual for a interpretação que se queira dar.
Se vamos considerar que a homenagem foi feita na Câmara dos Vereadores nada justifica a ausência dos seus membros a não ser por razões de doenças, problemas familiares entre outras coisas graves que vez por outra acontecem com todos e são compreensíveis. Dizer que a comissão organizadora não convidou não é justificativa. A falta foi absolutamente deselegante porque o povo votou em todos e não tem que estar submetido às picuinhas e pixotagens internas que pautam os relacionamentos no cotidiano dos órgãos públicos. E desde quando político não entra sem ser convidado? Nisso eles são experts e fazem isso constantemente principalmente no período eleitoral. Portanto, se a ausência foi para  caracterizar a politicagem na organização do evento, escolheu a forma mais patética de se expressar.
Se a comissão organizadora quis partidarizar um evento que é muito maior do que ela, pisou feio na bola. Foi um atestado de falta de compreensão do significado da luta das mulheres que em nenhum momento merece ser submetida aos humores da mesquinha luta partidária local.
Se as demais autoridades acham que  justificam sua ausência dizendo não terem sido convidadas, mostram que são muito mais sensíveis às picuinhas locais que as questões que realmente interessam, entre elas  a questão da mulher. Isso é sinal de estreiteza de pensamento e ação. Além do mais, se assim foi, faltou-lhe a lembrança oportuna de que não é demérito sentar-se junto ao público no auditório. Às vezes, muitas vezes mesmo, o auditório é muito mais interessante que a tribuna.
O que vimos foi mais um lance de um jogo feio, sujo e mesquinho compartilhado por todos aqueles eleitos pelo povo e que ousam dizer que são seus representantes. Dispensa-se esse tipo de representação que além de tola é absolutamente fora de propósito.
No momento de extrema dificuldade que passa toda a região  quando se pretende responsabilizar o desastre climático  pela negligência, indolência e irresponsabilidade política não é de bom tom cultivar comportamentos discriminadores. A hora é de esquecer os sentimentos menores e todos juntos procurarmos um melhor destino. Este é o único caminho. Os demais são atalhos que nos levam a lugar nenhum.
ML

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