quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

1 9 6 8: Ao redor do mundo

 
Vítimas do Massacre de Tlateloco - México
“We shall fight/ We will win/ Paris, London, Rome, Berlin..” (lutaremos, venceremos, Paris,etc...) Slogan dos contestadores ingleses, 1968.

Na Alemanha a conflagração estudantil deu-se a partir do atentado sofrido pelo líder estudantil Rudi Dutschke. Em Berlim, Frankfurt e demais cidades universitárias as marchas de protesto redundaram em grandes batalhas campais contra a policia. O fracasso que se seguiu fez com que muitos militantes resolvessem ingressar na RAF (Rotte Armee Faccion), também conhecido pelo nome dos seus dirigentes como o Grupo Baader-Meinhoff que, nos anos 70, tentaram manter um clima revolucionário na Alemanha Ocidental através de atentados terroristas e assassinatos seletivos.

Praticamente a mesma trajetória vamos encontrar na Itália, onde os estudantes rompidos com o Partido Comunista Italiano, a quem acusavam de conciliar com a burguesia, aderiram à violência revolucionária com a fundação das Brigadas Vermelhas (Brigate Rosse) que chegaram a seqüestrar e matar o primeiro-ministro Aldo Moro em 1978.

Pode-se dizer que os enfrentamentos generalizados que caracterizaram boa parte dos anos 70, (ativada pelos grupos Brigate rosse, Baader-Meinhoff, Black Panthers, ERP, Montoneros,Tupamaros, Var-Palmares, Exército Vermelho japonês, etc.) foram subproduto das esperanças e das energias despertadas em choque com a frustração que se seguiu. Na América Latina o resultado foi mais trágico porque o movimento estudantil não se deparou com regimes democráticos mas sim com regimes militares.

O mais violento acontecimento no nosso continente foi o massacre dos estudantes - 26 mortos, 300 feridos e mais de mil aprisionados - na praça de Tlatelolco na Cidade do México em outubro de 1968, por ordens de Luis Echeverria, ministro do presidente Dias Ordaz. A título de comparação, em Paris apenas um estudante morreu nos distúrbios e a ação oficial mais violenta foi a expulsão do país de Daniel Cohn-Bendit que era de nacionalidade alemã. 
 

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