quinta-feira, 9 de maio de 2013

Faltaria guilhotina se o povo soubesse o que se passa, diz Alckmin

 

 
Governador de SP afirma que há 'controle zero' sobre casos de corrupção e critica morosidade do Judiciário
Discurso em frente aos chefes da Corregedoria e do Ministério Público de São Paulo constrange aliados do tucano
 
PAULO GAMA
DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO
 
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez ontem um discurso em tom de desabafo em que criticou a impunidade no Brasil e afirmou que o "povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele" próprio.
"Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro", afirmou.
O tucano fez o discurso no lançamento de um programa estadual que auxilia prefeituras a disponibilizar portais de acesso a informações públicas. Começou dizendo que grandes casos de corrupção foram descobertos por acidente. "O controle é zero."
"O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador."
As críticas de Alckmin foram feitas em frente ao chefe do Ministério Público de São Paulo, Márcio Elias Rosa, e do corregedor-geral da Administração do Estado, Gustavo Ungaro, representantes dos dois principais órgãos paulistas de combate à corrupção.
A situação causou constrangimento entre aliados, já que o tucano não dirigiu suas críticas a uma esfera específica de Poder nem isentou o próprio governo dos ataques.
O governador não poupou sequer o programa que estava sendo anunciado. Criticou as fundações do governo que receberam para desenvolver o sistema. "Não deviam cobrar nada, isso é obrigação."
Alckmin acusou também a existência de uma "grande combinação" que impede que dados sejam disponibilizados. "Salários, ninguém põe na internet, porque o sindicato pediu liminar. Olha eu gostaria de pôr, mas a Justiça proibiu'", ironizou.
O Legislativo de São Paulo, de maioria alckmista, se enquadra no ataque --não divulga salários por decisão judicial obtida por servidores.
Alckmin criticou ainda a morosidade do Judiciário. "A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: Na hora que for para Justiça vai resolver'. Vai levar 20 anos."
O tucano não atendeu a pedido de entrevista e deixou o evento sem comentar a fala.
 
 

 
Cá comigo:  Nunca curti PSDB, sei que estamos em ano pré-eleitoral, a guerra da informação é muito maior do que se pode imaginar, a mídia faz parte do contexto da corrupção iludindo o cidadão, a Folha é um vassalo direitista nessa guerra política e tudo mais que você puder e não puder imaginar vai acontecer daqui para a eleição. Alkmin faz um discurso  patético como se corrupção fosse novidade. Até parece Itamar Franco reclamando do preço dos remédios quando era presidente (quem lembra?). Mas uma coisa é certa e está além de qualquer interesse partidário: falta muita guilhotina mesmo, sempre faltou. A corrupção esteve e está em todas as esferas, em todos os níveis pra quem quiser ver. É uma pena que só agora o PSDB descobriu isso.
Os dados que constam nos portais da Transparência já representam pelo menos um gesto. Simples mas  alguma coisa, muito pouco em relação ao que rola. E o off? Quem dá conta dele? O off é um elefante e a transparência é um mosquito. Ficamos nos engasgando com o mosquito e tratamos carinhosa, servil  e  placidamente o elefante.
ML 

Um comentário:

Claudiomar Matias Rolim disse...

Ele deveria era explicar o escândalo do RODOANEL