domingo, 20 de março de 2011

A política e suas mãos sujas de sangue .


Nessa história da Líbia e do Conselho de Segurança da ONU, só há vilões. E petróleo.

Ou alguém acredita que os países ricos que aprovaram ações militares contra Gaddafi estão preocupados com a vida de civis inocentes ou com a democracia naquele país?

Balela. Em 1994, quando Ruanda, na África, sofreu um dos maiores genocídios da história, a ONU simplesmente se omitiu covardemente. Cerca de 800 mil pessoas foram trucidadas numa guerra civil bárbara, sem precedentes.

É uma máxima da diplomacia que conflitos internos sejam resolvidos sem interferência estrangeira. Mas essa autonomia só se aplica para nações miseráveis, ou melhor, fora do circuito dos grandes produtores de petróleo. O resto que se mate.

O governo de Gaddafi existe há mais de 40 anos. Mas só se tornou uma ditadura cruel e sanguinária agora que seus desmandos começam a interferir na lógica econômica internacional. Muito heróico tudo isso.

O governo brasileiro se absteve na votação do Conselho. Assim como Alemanha, Índia, China e Rússia. Pelo menos foi coerente com sua histórica postura de não se meter nos direitos humanos dos outros. Só nos nossos.

É impossível entrar na política e sair dela com as mãos limpas. Quando se trata de política internacional, as mãos ficam ainda mais sujas. De sangue.

(Marco Antonio Araújo)
Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/

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