Por Cairo Arruda
(membro da ACI)
A repercussão que ainda está causando no mundo
inteiro, a morte do sul africano Nelson Mandela – que hoje está sendo sepultado
na Vila de Qunu, onde viveu boa parte de sua infância -, é uma demonstração
clara e evidente da carência de líderes natos, e cujas vidas servem de
verdadeiro exemplo para outras gerações.
A consagração espontânea e sincera de que foi
alvo partindo de crianças, jovens e idosos – é um fato inédito, por assim
dizer, que chama a atenção de todos nós. E não podia ser diferente, dado o que
ele foi para o seu povo, em todos os momentos de sua existência (que durou 95
anos).
O seu papel de pacificador autêntico, justo,
íntegro, humilde e habituado a perdoar, marcará para sempre a sua história.
Não foi por acaso, que recebeu o Prêmio Nobel
da Paz, e sim, por mérito.
Dos seus funerais, estão participando inúmeros
Chefes de Estado, o Secretário Geral da ONU, e lideranças outras mundiais, em
reconhecimento aos seus feitos em favor da justiça e da paz de sua gente, como
cidadão comum e homem público, servindo de referência para outros povos.
Como é sabido, lutou destemida e obstinadamente
pela unificação e a harmonia no seio do povo que governou com justiça e
integridade; e nem a prisão durante 27 anos, fê-lo arrefecer, e deixar de
continuar lutando pela concretização dos seus ideais libertários. Pelo contrário,
o cárcere serviu para reforçar ainda mais, o seu espírito de luta contra o Apartheid.
Era um obstinado admirador dos esportes, tudo
tendo envidado para que a Copa do Mundo de 2010 acontecesse no seu país, aliás,
com muito brilho, e dela participando ativamente, (mesmo com a idade avançada e a saúde comprometida). Como
sabemos, não é fácil, uma nação bancar o maior evento esportivo mundial. Veja-se
o esforço que o Brasil está fazendo para sediar a Copa de 2014!
A vida de Madiba – como era mais conhecido no
âmbito dos seus conterrâneos – era um livro aberto.
Um homem desprovido de qualquer sentimento de
vingança e ódio.
Aproveito o ensejo, a ocasião, para louvar, sem
nenhum outro interesse, a iniciativa político-liberal da Presidenta Dilma
Rousseff, em levar na sua comitiva, para assistir às exéquias de Nelson
Mandela, os ex-presidentes da República: Fernando Henrique Cardoso, Fernando
Collor de Melo, José Sarney e Luiz Inácio Lula da Silva.
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