As palavras extraordinariamente inspiradoras do papa.
“A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta
trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua
pobreza.”
Clap, clap, clap.
A frase do papa Francisco vale por alguns livros de sociologia.
Somos pequenos, por essa medida, inegavelmente. Mas já fomos menores.
Sobretudo nos últimos dez anos, primeiro com Lula e agora com Dilma,
existe um esforço para mitigar a praga da desigualdade social.
A pobreza entrou na pauta nacional, isto é fato. O combate à miséria neste decênio petista é um copo meio cheio e meio vazio.
Avançamos, é certo. Mas menos do que poderíamos e deveríamos, e coube
ao MPL deixar isso claro com seus protestos históricos de junho
passado.
Não queremos um país tão desigual, gritaram os jovens do Passe Livre. E queremos mais velocidade na inclusão.
Essa velocidade é necessariamente lenta quando o país não reprime e
pune exemplarmente coisas como a sonegação bilionária da Globo, isso
depois de ela ter sido documentada extensamente.
Coloquemos assim: a impunidade da Globo é um escárnio contra cada brasileiro.
As palavras de Francisco contra a iniquidade são bem vindas.
Extremamente. Por mais que se tente descaracterizá-las, a essência fica.
“Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às
injustiças, mas muitas vezes se desiludem (…) com pessoas que, em vez
de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício”, disse o papa
aos jovens favelados de Varginha.
“Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem,
não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A
realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os
primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a
vencê-lo.”
Mais uma vez, clap, clap, clap.
Francisco repetiu um pensamento de Gandhi: seja você a mudança que deseja ser no mundo.
Existe, em parte da esquerda, um incômodo enorme com Francisco.
Mas quem tem que ficar realmente incomodado com ele é a elite
predadora. É ela que sempre tratou com desprezo abjeto a parcela da
sociedade que não tem “nada senão sua pobreza”, como disse Francisco.
É essa elite que, depois de décadas de pilhar os cofres públicos, tem que dar sua contribuição – vigiada pelo braço firme do Estado – para que o Brasil se torne mais, bem mais igualitário.
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